interceptor

Novas mensagens, análises etc. irão se concentrar a partir de agora em interceptor.
O presente blog, Geografia Conservadora servirá mais como arquivo e registro de rascunhos.
a.h

Thursday, December 30, 2010

Videversus: Lula diz que é bom terminar mandato e ver Estados Unidos em crise


Videversus: Lula diz que é bom terminar mandato e ver Estados Unidos em crise

Assinale a alternativa correta sobre quem tem capacidade de pensar assim:

(a) um idiota
(b) um babaca
(c) um recalcado
(d) um presidente sem caráter
(e) todas as alternativas anteriores


Mas, fala sério... Dá para cobrar do Lula que ele entenda o que são capitais especulativos e que nossas reservas externas são salvas graças às importações crescentes de novos mercados? E dá para alertá-lo que parte dos capitais que entram, o fazem justamente porque nossa dívida pública é grande, logo, rentável? E que isto significa justamente que o estado brasileiro se encontra cada vez mais com menos capacidade de investimento?

Não dá, esqueça.

Tuesday, December 28, 2010

Global Geopolitics - IPS - POLITICS: Is Democracy Dangerous in Multi-ethnic Society?

Sobre Global Geopolitics - IPS - POLITICS: Is Democracy Dangerous in Multi-ethnic Society?
Ao contrário do entrevistado, não vejo a estabilização de conflitos étnicos no pós-guerra fria como consequência da ação de organismos internacionais. Acho que se houve estabilização foi justamente porque grupos minoritários ou mais fracos foram submetidos mesmo. Daí a estabilidade ...dos cemitérios.
Também a maior desigualdade inter-étnica na América Latina (em comparação com a África ou a Ásia) se deve a uma base hegemônica colonizadora que, diferentemente dos outros continentes pobres do globo, permite a suas populações ascender economicamente sem entraves linguísticos, culturais em geral ou religiosos especificamente. Insistir nestes quistos culturais tem um preço alto: os obstáculos criados mantêm suas populações em meios culturais que se isolam do desenvolvimento urbano, industrial e comercial.

Argentina: proyectan producir seis millones de celulares en 2011 sólo en Tierra del Fuego | AméricaEconomía - El sitio de los negocios globales de América Latina

Argentina: proyectan producir seis millones de celulares en 2011 sólo en Tierra del Fuego | AméricaEconomía - El sitio de los negocios globales de América Latina - isto é geopolítica. Há décadas que a Argentina tem litígios com o Chile no extremo sul e uma maneira de assegurar seus interesses, de forma inteligente, é desenvolvendo a indústria de produtos de grande crescimento no mercado interno e externo. Segue o princípio do que foi feito com a Zona Franca de Manaus, mas que não deveria ter parado aí, dada a enorme extensão de nossa região Amazônica, muito mais difícil de ocupar que a província da Terra do Fogo.

494 - It's a Dog-nosed World: Accidental Cartography Revisited | Strange Maps | Big Think

O continente americano em um nariz de cachorro, bem como outros belíssimos "mapas casuais". Confira: 494 - It's a Dog-nosed World: Accidental Cartography Revisited | Strange Maps | Big Think

Monday, December 27, 2010

Nova privatização na Rússia

Nova privatização na Rússia

Videversus: Fuligem de siderúrgica assusta moradores do Rio de Janeiro

Videversus: Fuligem de siderúrgica assusta moradores do Rio de Janeiro - Tenho dúvidas se a legislação em vigor, no caso do Rio de Janeiro em especial e, no Brasil em geral, prevêem a mudança meteorológica.
No aguardo...

Middle East Perspectives by Rick Francona: Nose under the tent - Iranian missiles in Venezuela


Middle East Perspectives by Rick Francona: Nose under the tent - Iranian missiles in Venezuela

Viva a Europa, enquanto é tempo



Em Abaixo os Céticos, Viva a Europa | De Nova York - VEJA.com, Caio Blinder faz uma análise sentimental, a Europa vai sobreviver, óbvio... Mas, não se expandirá economicamente se continuar, como defende, nesta muralha de segurança que criou em torno de si e, sobretudo, internamente. Digo isto porque o custo de manter tamanha estabilidade é o que, justamente, leva à expansão alemã para fora do perímetro da União Européia como prioridade que concorre com o fortalecimento do mercado comum do continente. Isto é o que falta a análise do articulista e não adianta vir com a herança histórica da Alemanha e seu sentido de obrigação em se redimir da II Guerra Mundial, os tempos são outros.
Claro que a Europa ainda usufruirá de seu status privilegiado enquanto o mundo não adotar reformas, especialmente as que não o engessem tal qual este velho continente, que já foi paradigma de desenvolvimento.
 ...

Malin "Linn" Berggren :: Lapponia (Lappland) - İzle, Dinle, İndir - VideoLife


Malin "Linn" Berggren :: Lapponia (Lappland) - İzle, Dinle, İndir - VideoLife

Friday, December 24, 2010

Conflito na Coréia

Não deixem de reparar no número de idiotas que surgirá após o conflito ser deflagrado com a justificativa de que "foi tudo uma armação dos EUA para atacar a Coréia do Norte". É... Vai ver tem muita riqueza escondida no subsolo daquela península famélica. Idiotas não precisam de lógica, apenas os mesmos motivos que já tem e que justificam independentemente dos fatos existirem ou não.

planobrasil.com
O ministro norte-coreano das Forças Armadas, Kim Yong-chun, disse nesta quinta-feira que o país está preparado para travar uma “guerra santa” contra o Sul, usando sua força nuclear, após o que ele considerou ser uma tentativa sul-coreana de iniciar um conflito.


Tuesday, December 21, 2010

Um mapa inter-urbano


Qual o tipo de cidade ideal? Tamanho ideal? Apesar de toda crítica que se faz às grandes cidades, eu não sei se as pequenas cidades são as melhores... Eu diria que viver em cidades médias ou grandes com até 2 milhões de habitantes é que é a melhor opção, combinando qualidade de vida com oportunidades de trabalho, lazer e fluidez do tráfego. Mas, depende, claro, do estilo de vida que se pretende ter ou manter.
Talvez, uma perspectiva de futuro mais racional não seja uma “cidade ideal”, com tudo, mas uma rede de cidades entremeada por áreas verdes, condomínios com fácil acesso etc. 
No livro Os Confins da Terra, Robert Kaplan fala das cidades constituídas ao longo da Rota da Seda e os mapas da época, que traçavam linhas entre pólos, estradas entre cidades como fato geográfico predominante. Estas foram substituídas pelas linhas de fronteira entre estados, cuja atual realidade (globalizada) parece fazer retornar. Ao invés das redes, o mundo assistiu a colcha de retalhos tomar conta da Terra com a modernidade. Talvez agora, com essa pós-modernidade assistamos, novamente, ao ressurgimento de antigas redes guiadas pelo comércio, com fluxo de pessoas, bens, serviços e idéias.
Não acredito em realização de utopias como harmonia praticável. Conflitos sempre existirão, mas as guerras podem ser bastante reduzidas se esse cenário de integração criar co-dependências que limitam os conflitos sanguinários por puro interesse econômico. Então, é bom que haja dependência e que soframos, eventualmente, com uma crise aqui e ali. Isso é o melhor dos mundos possíveis. Não precisamos de nenhum éden se temos isso, o mais cínico dos mercados Wal-Mart ou Carrefour são melhores do que a fé dos generais.
Mas, para chegarmos a isso, o próprio cenário interno já tem que estar integrado nesta rede. Ou é isto ou o Rio Grande do Sul se integrará a Argentina. Nada contra, mas eu prefiro que seja uma transição ao invés de, simplesmente, se bandear para o outro lado.
...

Mito


Alguém ainda pode nos sugerir que Cuba, apesar de todos 'contratempos' conseguiu desenvolver eficazmente um sistema social de saúde realmente popular... Bem, segundo a OMS, a relação médico/habitantes minimamente aceitável deve ser de 1 para 1.000, Cuba tem 1 para 220. Isso nos levaria a uma conclusão imediatista de que a ditadura castrista teria uma notória preocupação com a saúde de seu povo? Vejamos com mais vagar: a Dinamarca que é uma reconhecida nação de primeiríssimo mundo, tem cerca de 1 médico para cada 450 habitantes. O que isto significa? Que Cuba tem um nível social melhor do que a Dinamarca? Será que a Dinamarca teria que fazer uma revolução em direção a um comunismo sanguinário emoldurado pelo paredón para aumentar a oferta de médicos ou Cuba é quem tinha que aprender e aprimorar o conceito de eficácia de seus médicos não inflando a estrutura estatal de funcionários ineficazes? Mas o que se pode esperar de um país que tem como emprego 'entregador de senha' para ser atendido em seus botecos com o pôster de Che Guevara emoldurando as paredes? Insano, simplesmente insano.

Cidades verdes


Em arquitextos 126.08: Áreas Verdes: um elemento chave para a sustentabilidade urbana | vitruvius, as áreas verdes são tratadas como elemento chave para a “sustentabilidade urbana”:
  
Mundialmente, as cidades estão experimentando rápidas mudanças, resultado de um permanente processo de urbanização. O crescimento das cidades é um processo dinâmico e muito diverso, mas tem uma característica comum: é cada vez mais espaco-intensivo (1), isto é, há uma crescente demanda de espaço para usos urbanos: para acomodar moradias, indústrias, serviços públicos e áreas de recreação, infraestrutura (tratamento de água e esgoto, produção de energia) e construção das malhas de transporte, colocando sob crescente pressão paisagens culturais e naturais.
Um atributo importante no desenvolvimento das cidades, muitas vezes negligenciado, é o cuidado com as áreas verdes. Como a transformação da paisagem continua em ritmo acelerado, cada vez mais se perdem importantes espaços naturais ou os ainda restantes tornam-se verdadeiras ilhas nas “cidades-sem-fim” (endless cities) (2). Na Europa, o processo de urbanização, ocasionado pela necessidade de uma adaptação às condicionantes econômicas, demográficas e à situação política (por ex. o declínio populacional e o aumento da longevidade, desindustrialização, liberalização de mercado, etc.), traz implicações significativas, tanto para o ambiente natural como na composição das sociedades urbanas.
Muitos dos atuais programas de desenvolvimento buscam a melhoria da qualidade de vida no meio urbano. Isso significa, necessariamente, a melhoria do meio ambiente e do equilíbrio ambiental. Áreas verdes são elementos cruciais para alcançar estes objetivos. Elas são os elementos per se naturais dentro do ambiente extremamente artificial em que as nossas cidades se transformaram. Áreas verdes são igualmente relevantes para o bem-estar e as condições de saúde da população, por promoverem a biodiversidade, constituírem importante parte da paisagem urbana, por trazerem benefícios econômicos significativos e formar espaços estruturais e funcionais fundamentais para transformar as nossas cidades em áreas mais agradáveis de viver (3). Áreas verdes podem assim assumir um papel primordial nos esforços para melhorar a qualidade de vida e no desenvolvimento sustentável.
Na maioria das cidades existem, de alguma forma, instrumentos de planejamento que influenciam a quantidade e a qualidade dos espaços verdes, por exemplo, planos diretores. Em muitos casos faltam, entretanto, concepções e visões abrangentes e estratégias apropriadas, que venham a combinar o desenvolvimento e a gestão desses espaços com as políticas mais globais para o desenvolvimento urbano. Frequentes déficits em quantidade ou qualidade em toda a Europa e o baixo valor a eles atribuído exigem estratégias apropriadas para o desenvolvimento e melhoria do sistema verde urbano. Assegurar o desenvolvimento das áreas verdes, mesmo na era do desenvolvimento sustentável, é ainda um árduo trabalho, exigindo muitas vezes um dedicado engajamento pessoal.
(...)


Saturday, December 18, 2010

Emancipação e sem-vergonhice

Em 67 anos, Brasil criou 3.990 municípios, aponta Atlas do IBGE
Segundo o Censo 2010, país tem hoje 5.565 municípios. Em 2007, Minas Gerais e São Paulo possuíam, juntos, 1.498 cidades


A questão é quantos desses municípios têm receita que lhes garanta auto-suficiência? Tratar os municípios como “pobres coitados” que “se humilham com chapéu na mão” ao pedir recursos ao governo federal é esquecer que, na maioria dos casos, são unidades territoriais que agem pelo signo do clientelismo. Só porque são menores politicamente não quer dizer que não causem, em conjunto, grandes estragos ao orçamento ao buscarem uma “meia emancipação” que só funciona politicamente, mas não economicamente.
...

Cuba e o setor privado


 El presidente Raúl Castro dijo hoy que la ampliación del sector privado en Cuba es irreversible y pidió un cambio de mentalidad sobre el papel de los pequeños empresarios en el sistema socialista de la isla.
Castro defendió ante el parlamento un paquete de reformas económicas con el que espera revivir la frágil economía de Cuba y garantizar la supervivencia del socialismo.
(...) 
http://www.americaeconomia.com/economia-mercados/comercio/raul-castro-ampliacion-sector-privado-en-cuba-es-irreversible

Democracia e Liberdade: 1º SIMPÓSIO CURITIBANO DE GEOGRAFIA NÃO MARXISTA



Democracia e Liberdade: 1º SIMPÓSIO CURITIBANO DE GEOGRAFIA NÃO MARXISTA: "De acordo com a Wikipedia, 'Simpósio (em grego: συμπόσιον, transl. sympósion) é um termo que se referia, na Grécia Antiga, a uma festa onde ..."

Friday, December 17, 2010

Falência européia


Neste artigo Público - "A Alemanha já não está a agir apenas como um país europeu" da esquerda européia se começa com uma boa avaliação sobre o fracasso do Euro:

(...) Hoje, há muita gente na Alemanha que pensa que nos deu demasiado e que se pergunta por que razão há-de pagar para países sem perspectiva de sobreviverem sem a sua ajuda. Por outro lado, também sabem que, de um ponto de vista estritamente racional, o euro foi uma enorme vantagem para eles. Mas as decisões políticas nem sempre são racionais. 
Em termos políticos, e não económicos, como é que acha que a Alemanha está a olhar para o mundo?
Penso que os alemães ainda não têm uma visão coerente deste mundo. Sentem que devem fazer alguma coisa diferente, porque são um país grande e unido e um grande actor internacional. Já não precisam da Europa como precisaram antes. Algumas pessoas pensam a Alemanha como uma nova potência mundial com relações directas com a China, a Rússia, os Estados Unidos. A Europa pode ser útil para este propósito, mas não é o propósito. 
(...)
Disse que a crise que vivemos é uma crise do Ocidente, que afectava os próprios fundamentos das nossas sociedades, não apenas em termos de poder e de lugar no mundo, mas da sua própria identidade. Quer dizer que a própria democracia liberal pode ser posta em causa? 
Já está a ser. Há muita gente no Ocidente - estou a falar na Europa, e não na África ou na Ásia - e até partidos que pensam que a democracia não é assim tão eficaz e que talvez devêssemos olhar para alternativas. Aliás, a União Europeia não é uma democracia, é um clube de democracias e isso ajudou a alimentar uma cultura não-democrática. Os nossos "pais fundadores" diziam que devíamos fazer a Europa para os europeus e não com os europeus...
Mas isso já mudou imenso. Mudou, mas há efeitos e esses efeitos podem também ser que as pessoas acreditam menos na democracia. E algumas podem muito bem dizer que o sistema chinês pode ser mais eficaz...
Mas ainda somos o maior bloco comercial do mundo. Falta-nos ser um actor mundial? Isso também influencia o estado de espírito dos cidadãos europeus?
Penso que devemos confrontar os nossos povos com um teste. Devemos perguntar às nossas opiniões públicas nacionais: querem ou não querem ter um Estado europeu, com que fronteiras e para fazer o quê. Sim ou não? Se temos uma moeda sem termos um Estado, no fim, acabamos por falhar. Como sabe, para muita gente, o euro seria uma espécie de preparação para uma União Política. Aconteceu precisamente o contrário...

Notem que a observação inicial é uma espécie de lamento sobre a Alemanha estar perseguindo seus próprios interesses enquanto cogita abandonar os pesados subsídios que é obrigada a financiar aos primos pobres europeus. Enquanto que este combalido continente não reformula seus orçamentos, gastando mais do que suas economias suportam, a Alemanha está corretíssima em buscar uma forma alternativa de desenvolvimento.
E claro, a “solução” nada original proposta é um modelo chinês, isto é, centralizado e autoritário de desenvolvimento. Quanto mais falam, mais revelam que são feitos de almas totalitárias, lobos banguelas em pele de cordeiros.
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Thursday, December 16, 2010

Nenhuma novidade


E agora? Nossos típicos idiotas latino-americanos não chamarão isto de "neoliberalismo" ou irão dizer que é diferente? Incentivos tributários com cortes de impostos. Corretíssimo, aliás, o que já vinha sendo feito pelo governo FHC. Na verdade na verdade, o governo Lula só ampliou a política no que há de pior, a mais deslavada corrupção desse país.

Brasil anuncia incentivos tributarios para financiar proyectos de infraestructura | AméricaEconomía - El sitio de los negocios globales de América Latina
El ministerio de Haciendo dijo que el gobierno eximirá a inversionistas individuales de impuestos sobre ganancias provenientes de deuda emitida, como parte de un proyecto de infraestructura específico.
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Alguma novidade



Nesta concisa e sincera nota WikiLeaks, diplomacy and geopolitics, a avaliação do impacto do vazamento de informações do Departamento de Estado Americano é colocada em seu devido lugar:

"In the practice of diplomacy, no one should be surprised that a country behaves one way and says another."

Qualquer um que já tenha se aprofundado minimamente em qualquer assunto na esfera da política internacional sabe disso. Portanto, novidade nenhuma. Que os árabes, notadamente os sauditas, conspiram para que o Irã não se transforme em uma potência regional, já era de se imaginar. Atribuir este movimento, única e exclusivamente, aos americanos fará parte da perene persecutoriedade de todo idiota mundial, notadamente o latino-americano. A ‘novidade’ por assim dizer do vazamento é colocar a questão em termos mais realistas possíveis. Agora se sabe, por escrito, do que já se intuía.
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Tuesday, December 14, 2010

Sensacionalismo sobre acordo climático


Incrível como pode se dar um tom sensacional ao que me parece absolutamente normal. Esta matéria do The Guardian sobre o acordo mundial a respeito do clima em Copenhagen, a partir de dados divulgados pelo site WikiLeaks, mostra o governo BHO como “manipulador”, “chantageador” e “ameaçador”. Bobagem! Utilizar meios econômicos como financiar a troca ou substituição parcial da matriz energética de outros países parece totalmente correto. Critique-se então o objeto das negociações (se conseguirem provar sua inutilidade), mas não a forma que me parece totalmente legítima.
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Videversus: Ruralistas tentam votar Código Florestal até esta quarta-feira


Videversus: Ruralistas tentam votar Código Florestal até esta quarta-feira

Monday, December 13, 2010

Estradas de São Paulo


As estradas de São Paulo têm um bom padrão e são as melhores do país. A razão disto está no regime de concessão adotado em que o financiamento feito pelo usuário nas praças de pedágio espalhadas ao longo do percurso se dá de acordo com a distância percorrida. Os benefícios diretos disto são evidentes, como a qualidade das estradas, a redução do número de acidentes e as equipes de apoio. Ocorre que a tarifa é alterada de acordo com o IGP-M, índice muito sujeito à flutuação do dólar. Outro indicador para correção e a criação de alternativas tornariam este custo menor e mais competitivo.
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Tuesday, December 07, 2010

Protesto celestial contra lixo terreno



Espere aí! O argumento (válido) de ser contrário à derrubada dos pinheiros, tudo bem. Embora eu ache que possa haver compensação sim, com replantio proporcional. Só tem que se avaliar se é, financeiramente, viável. Por outro lado, todo esse protesto, inclusive com participação da Igreja (que ela está fazendo lá?) é um rotundo equívoco! Se for um aterro sanitário com as devidas adequações é sim um avanço em termos ambientais, de como deve acomodar resíduos da sociedade, pois para algum lugar deve ir.

Conferir: 

Monday, December 06, 2010

Assentamento e desmatamento

Conferir: Assentamentos rurais concentram desmatamento no sul do Amazonas

Isto desde a ocupação amazônica nos anos 70. É óbvio que desmata, pois agricultura, ainda mais extensiva, de baixa tecnologia se expande horizontalmente, mesmo. Já, o desenvolvimento urbano-industrial, concentrador, desmata menos e é uma alternativa que aufere maior poder de consumo e, portanto, qualidade de vida. Ao contrário dos ambientalistas-ludditas, o desenvolvimento mesmo é melhor para o meio ambiente, especialmente o amazônico.

Wednesday, December 01, 2010

Solução para uns, ameaça para outros

Surge uma crise internacional para onde vai o governo de esquerda, como o de Zapatero na Espanha? Para o único meio de se tirar a economia da crise, atraindo o capital, isto é, com um programa de privatizações.
O resto é balela...

Spain and Ireland turn to privatisation
www.telegraph.co.uk
Spain and Ireland are set to launch large-scale privatisation programmes as they fight to preserve market faith in their turnaround plans.

E não demora, os mesmos métodos serão copiados na letárgica América Latina. Portanto, atenção redobrada sobre o foco de instabilidade regional que irá piorar sua situação, a Venezuela.
Se Chávez não cair, a tosca política do caudilho será culpar os outros, como de praxe tem sido e, uma “boa maneira de movimentar sua economia” concentrando poder passa pela militarização da sociedade. Mais uma vez, todo cuidado é pouco.
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Monday, November 22, 2010

Autocrítica africana

Um negro autocrítico: Chika Onyeani

Ouvir com webReader
Chika_onyeani“Chika Onyeani, na foto, tece considerações sobre a sua própria raça, a raça negra, que se provenientes de alguém de outra raça seriam consideradas como racistas. Assim, apenas temos que subscrever as suas palavras, e exortar as pessoas a pensarem livremente, não amordaçadas pelo politicamente correcto. O texto que se transcreve saiu na imprensa sul-africana, já em plena época pós-apartheid”.
“Capitalitesst Nigger” é um controverso livro, publicado originalmente em Setembro de 2000, que se destaca como uma explosiva e chocante acusação contra a raça negra. De seu nome completo “Capitalist Nigger: The Road to Success” [Preto Capitalista: A Via do Sucesso] declara que a raça negra é uma raça consumista e não uma raça produtiva.
O seu autor, o jornalista nigeriano Chika Onyeani, afirma:
“Somos uma raça conquistada e é absolutamente estúpido pensarmos que somos independentes. A raça negra depende de outras comunidades para a sua cultura, a sua língua, a sua comida e o seu vestuário. Apesar dos enormes recursos naturais, os negros são escravos económicos porque lhes falta o instinto aguçado e a perspicácia corajosa da raça branca e a organizada mentalidade económica dos asiáticos”.
Preto Capitalista
Capitalistnigger_capaChika Onyeani, que é o editor do African Sun Times, o único semanário africano publicado nos EUA, usa sem receio a palavra “nigger” no título do seu livro – algo que, na América, quebra um tabu. Ele diz: “O que é mais importante não é o que me chamam mas sim a forma como respondo”. Para Chika Onyeani, “nós, negros, somos escravos económicos. Somos propriedade total de pessoas de origem europeia. Estou farto de ouvir negros a responsabilizar outras raças pela sua falta de progresso neste mundo; estou cansado das lamúrias e da mentalidade de vítima, das constantes alegações de racismo a torto e a direito. Isso não nos leva a parte alguma”.
“Capitalist Nigger” reserva as suas críticas mais duras aos líderes africanos que, de acordo com Chika Onyeani, permitem que europeus e outros pilhem as riquezas de África sem qualquer retorno. “África tem ganho mais fome, mais doenças e mais ditaduras. Temos hoje, em muitos casos, menos do que tínhamos por altura das independências africanas. Chika Onyeani, diz que “Capitalist Nigger” é um apelo angustiante para que a raça negra desperte, para que se levante e para que se mova.
“Temos de abandonar a mentalidade de vítimas que adoptámos há tanto tempo: a noção de que alguém nos deve algo. Temos de acabar com as lamúrias e deixar de pedir esmolas ao resto do mundo”. Para Chika Onyeani, “temos que reconhecer e aprender com os brancos e com os asiáticos o que é necessário fazer para se conseguir sucesso”

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Cristina Kirchner en China


Cristina Kirchner, que estaba de gira por China, le dijo al primer ministro chino: 
- Señor Primer Ministro, nosotros estamos muy interesados en que su país invierta en Argentina. 
El Premier Chino sonrió y con toda delicadeza respondió:
- Siempre nos confunden: Nosotros somos chinos…los kamikazes son los japoneses.

Sunday, November 21, 2010

Novos amigos, novas traições

Novos amigos e novas traições[i]


A Rússia entrará na OTAN. A questão é o que a Rússia leva em troca? Os países ocidentais parecem dispostos a permitir a hegemonia russa em sua área de influência, mas o que é a “área de influência russa”? Em termos simples, isto abrange os territórios da ex-União Soviética, mas estendendo sua política a Europa Oriental e Cáucaso, por exemplo, isto significaria um retrocesso para a democracia.
Os Estados Unidos precisam de apoio russo para combater a insurgência no Afeganistão, onde se situam aliados da Al Qaeda com a possibilidade de uso do território da Ásia Central para escoamento de tropas, combustível e mantimentos, bem como apoio técnico e treinamento russo para tropas aliadas afegãs. Como nada é de graça, as tendências autocráticas da política russa se farão cada vez mais presentes nos países da região sem o contrapeso ocidental. No entanto, dizer que “a détente com o governo russo é uma das principais tragédias do governo Obama” é muito simples, qual seria a alternativa razoável, uma política isolacionista como a de seu antecessor, GWB? Não há um mundo ideal a seguir, mas o ótimo ou razoável dentro da conjuntura que se faz presente.
Sem dúvida que o apoio russo às medidas mais duras contra o governo iraniano é um bom sinal dessa nova aliança, cuja integração à OTAN parece selar e, que a vitória Republicana nas últimas eleições sobre os Democratas parece ameaçar através da revisão do acordo de desarmamento (START) entre as duas potências. Apesar disto, esta vitória do governo Obama em se aliar ao Kremlin não deveria ser menosprezada. O próprio “guarda-chuvas da OTAN” na Europa Oriental, Polônia e República Tcheca elaborado no governo Bush foi redesenhado contra o Irã, inclusive com navios de guerra americanos estacionados no Mediterrâneo. Obviamente, as recentes insinuações ocidentais de apoio à Geórgia ou à Ucrânia serão deixadas de lado por tempo indeterminado, o que também significa suas possibilidades de autonomia e avanço democráticos.
Se por um lado esta perspectiva de deixar as ambições russas de lado e focalizar inimigos mais imediatos como o Irã se consolidam, nuvens negras se formam no horizonte sobre a China e a Índia, outros rivais regionais asiáticos que poderão colocar em cheque a solidez da aliança americana e russa dentro da OTAN se reagirem contra um novo expansionismo russo. No entanto, a história nos mostra que alianças entre estados democráticos e autocráticos não têm tido sucesso prolongado... Para a União Européia, por exemplo, as “revoluções coloridas” em países como a Geórgia e a Ucrânia significam também sua segurança econômica através de rotas de gás natural que lhes fornecem alternativa energética. A questão subjacente a boa estratégia de pressionar o Irã e forças insurgentes no Afeganistão é o que fazer com os sistemas políticos da periferia russa. Ignorar estes processos democráticos permitindo o avanço autoritário poderá significar uma fatura muito cara a ser paga num futuro não tão distante.




[i] Adaptado de Claudia Mancini, Russia’s expanding influence. Opportunity or threat?, 19 de novembro de 2010.

Thursday, November 18, 2010

TAV


O governo Lula realmente sairá bem deste segundo mandato caso consiga licitar empresa para construir o Trem de Alta Velocidade (TAV) ligando Rio de Janeiro a Campinas, passando por São Paulo. O problema é o curto espaço de tempo para conseguir mais concorrentes que estejam interessados em participar da licitação. E sem isto, o valor da obra não tem chances de cair.
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Wednesday, November 17, 2010

Invasão das espécies invasoras! | OrdemLivre.org


Está aí um artigo bastante controverso. Particularmente, eu simpatizo com a idéia, mas isto não quer dizer que a endosso, mesmo porque não tenho conhecimento e dados suficientes para opinar sobre o assunto. Vale à pena lê-lo e, quiçá se aprofundar a respeito:
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Faltam geógrafos no Google


Duas em um mês? Tá aí um bom campo de trabalho para nós, só falta sabermos nos promover, antes que algum arquiteto o faça...

O Google assumiu nesta quinta, 11, que serviço de mapas errou duas vezes ao atribuir uma pequena ilha do norte da África primeiro ao Marrocos e depois à Espanha. A ilha é disputada pelos dois países e a posição da empresa é se manter neutra.

Os dois países, vizinhos próximos propensos a desentendimentos, estiveram à beira de um conflito militar no verão de 2002 por causa da formação rochosa. A ilhota era habitada apenas por cabras quando os militares marroquinos a ocuparam, mas a Espanha prontamente enviou navios de guerra para retirá-los.

Ambos países reivindicam a posse da ilha, que é chamada na Espanha de Perejil, ou "salsa", e que os marroquinos chamam de Leila, que significa "noite". Mas depois de um acordo mediado pelos EUA o status da ilha foi declarado como "em revisão".

A porta-voz do Google na Espanha, Marisa Toro, disse que a empresa descobriu em julho que o Google Maps erroneamente havia assinalado a ilhota como território do Marrocos. Ela fica a aproximadamente 250 metros da costa do país, separado da Espanha pelo Estreito de Gibraltar.

A equipe de geopolítica do Google na sede em Mountain View, Califórnia, consultou organismos internacionais, incluindo as Nações Unidas, e recentemente decidiu declarar a ilha como território disputado que não pertence a nenhum dos países, disse a porta-voz. Os engenheiros estão trabalhando para corrigir o mapa, afirmou.

Porém, desde segunda-feira, 8, o Google Maps também está atribuindo a ilha à Espanha dependendo como o nome dela é digitado na busca de mapas. A porta-voz disse que não pode identificar a causa. "Foi um erro nosso e estamos trabalhando para resolvê-lo", ela afirmou.

Recentemente, o Google também foi colocado no meio de um conflito territorial do outro lado do Atlântico. A Nicarágua está fazendo a dragagem de um rio na fronteira disputada com a Costa Rica, e um oficial nicaraguense que comanda o projeto disse ter usado o Google Maps para decidir a localização dos trabalhos. 

Videversus: OSX vai transferir estaleiro de Santa Catarina para o Rio de Janeiro

Videversus: OSX vai transferir estaleiro de Santa Catarina para o Rio de Janeiro

Videversus: Estados Unidos liberam carne suína e bovina de Santa Catarina

Videversus: Estados Unidos liberam carne suína e bovina de Santa Catarina

Videversus: Contêiner com cocaína descoberto na Itália teria sido embarcado em Santa Catarina

Videversus: Contêiner com cocaína descoberto na Itália teria sido embarcado em Santa Catarina

Sunday, November 14, 2010

Rumo ao subdesenvolvimento


Não sei o que significa um "estilo de gestión latino"[cf.: http://www.americaeconomia.com/negocios-industrias/diasporas-emprendedoras], mas o sucesso de executivos latinos em empresas globais mostra a pouca importância da naturalidade nos negócios, ao contrário (óbvio) da competência. Se for assim, por que então criamos ridículas leis que tentam coibir a venda de terras aos estrangeiros? [Cf.: https://conteudoclippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/8/24/uniao-limita-compra-de-terras-por-estrangeiros] Com ações desse tipo marcamos nosso subdesenvolvimento.
...

Abortando o conhecimento


Pesquisador brasileiro radicado na Austrália avalia a situação mundial dos estudos filogeográficos (conferir: Desafios da filogeografia):
 
Segundo Beheregaray, enquanto a maioria esmagadora da produção científica na área vem do hemisfério Norte, a contribuição dos países que concentram a maior parte da biodiversidade do planeta ainda é muito pequena. “Essa distorção dificulta a síntese comparativa da informação produzida globalmente, que é um dos desafios centrais da filogeografia”, disse nesta segunda-feira (8/11), durante o Simpósio Internacional sobre Filogeografia, organizado pelo Programa Biota-FAPESP.
 
Se para reverter isto “é preciso que os países desenvolvidos invistam na pesquisa filogeográfica em países megadiversos, como o próprio Brasil”, as instituições brasileiras precisam antes rever seu preconceito contra os pesquisadores estrangeiros, muitas vezes acusados de “biopirataria”.
Há muito interesse, obviamente, em lucrar com nossos recursos naturais. O problema é que nós próprios não temos uma política de desenvolvimento no setor onde agências estatais estabeleceriam parcerias em pesquisa e desenvolvimento para que a atividade empresarial possa crescer. Se já há um preconceito contra o próprio empreendedor nacional, imaginem contra o estrangeiro então. Ocorre que se este campo não é devidamente fortalecido no cenário doméstico, devido à tributação excessiva, devido à burocracia etc., é claro que a atividade empreendedora vai se deslocar para fora. Sem dúvida e, por fim, o temor se torna uma profecia auto-realizada graças a nossa incompetência e não a realidade prévia de fato.
...

Saturday, November 13, 2010

Mudança de ventos


Pequim se diz favorável à entrada de indianos no Conselho de Segurança da ONU; ideia foi apoiada por Obama.
Chineses dizem que é necessário haver uma reforma "razoável e necessária" do principal organismo da entidade.
China faz gesto conciliador para rival Índia. Folha de São Paulo, quarta-feira, 10 de novembro de 2010. 


Se a China flerta com a Índia, país com o qual já disputou o controle da Caxemira (inclusive cedendo uma porção territorial ao Paquistão) e acusou a Índia de desestabilizar a região do Tibet ao fornecer asilo político ao dalai é porque, realmente, as coisas mudaram por lá. Provavelmente com vistas ao isolamento de grupos políticos separatistas (na Caxemira) e muçulmanos que talvez tenham ligações com o talebã. Apesar de toda rivalidade alegada entre China e EUA no plano militar por alguns analistas, que chegam a falar em uma "nova guerra fria", o que é verdadeiramente exagero, em termos de segurança global parece haver uma confluência clara entre as grandes potências. Talvez os separatistas uigures no Sinkiang sejam um dos motivadores disto. Pequim deve ter boas razões para temer um recrudescimento de um movimento que possa apelar ao terrorista fundamentalista islâmico em seu oeste.
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Proprietário de imóvel ocioso em SP pagará mais IPTU


Especialistas consideram a regulamentação da lei um avanço para aliviar o déficit habitacional de São Paulo e frear a especulação imobiliária. Só na região central são 5 milhões de metros quadrados ocupados por imóveis ociosos.
Proprietário de imóvel ocioso em SP pagará mais IPTU

Isto não vai "frear a especulação imobiliária", mas, na melhor das hipóteses, competir com a incorporação imobiliária reduzindo seu preço. No entanto, se o foco são os pobres, sinceramente, a medida é pífia, pois quem poderá pagar por imóveis ociosos que são, na maioria das vezes, propriedades de alto valor na cidade, os pobres, necessitados de habitações? Não, isto serve mesmo é para que a prefeitura engorde seu orçamento, isto sim.



Muito boa e didática a entrevista, mas discordo da questão do Bolsa Família. Isto não pode ser visto apenas em termos de percentuais adquiridos a um grupo, supostamente, despossuído. O aumento do salário mínimo e a renda que deveriam ocorrer com redução de custos é que deve ser a meta. As bolsas de fomento aos pobres devem atrasar este processo para canalizar recursos aos que, muitas vezes, não precisam. Reconheço que é um chute, mas creio que o programa está inflacionado mesmo. Uma auditoria seria necessária para se saber se o aumento do número de beneficiários do programa se justifica. Já, quanto aos outros comentários, perfeito, assim como o agronegócio sustentou o Governo Lula com o aumento de exportações e captações de reservas externas, agora a indústria está sendo sacrificada para captação de investimentos externos que valorizam nossa moeda. Não sou contra as bolsas de valores, mas se pautar basicamente nisto como o fizeram ambos governos - FHC e Lula - não tem sustentabilidade no longo prazo.
E a solução futura apontada por nossos nacionalistas não irá além do mais rasteiro desenvolvimentismo cepalino, como sabemos.

Descontrole do gasto estatal é a origem do desequilíbrio econômico, diz economista
www1.folha.uol.com.br
Um dos maiores críticos do gasto público no Brasil, o economista Raul Velloso diz que o país está se tornando o "rei do alto consumo", mas sem poupança para sustentar essa trajetória.
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Thursday, November 11, 2010

Histórias do pântano



Parece loucura, mas os nicaragüenses se basearam num mapa do google (não georreferenciado) para mudar a fronteira com o vizinho meridional, a Costa Rica, a revelia de qualquer acordo: http://www.economist.com/node/17463483?story_id=17463483. Esta era a versão que eu sabia e, pela The Economist, a correta. O representante nicaraguense na OEA, Denis Moncada (ou seria Mancada?) inverteu os fatos: http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,oea-da-ultimato-para-costa-rica-e-nicaragua,637735,0.htm
Tudo começou porque o governo nicaragüense resolveu dragar um trecho pantanoso do Rio San Juan que delimita parte da fronteira dos dois países fincando acampamento no território costa-riquenho. E a justificativa foi um mapa de internet. Isto, em plena campanha na assembléia nacional pela reeleição de Ortega (sandinista, aliado de Chávez) que já atropelou a constituição do país, inclusive imprimindo uma versão falsificada da mesma!
Quem duvida é louco, este deve ser mais um caso latino americano com a marca da pata do caudilho venezuelano.
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Wednesday, November 10, 2010

Subúrbios, uma crítica


Sobre:

Urban Legends

Why suburbs, not cities, are the answer.

BY JOEL KOTKIN



Não endosso simplismos urbanistas. Se as cidades são palco de diversos problemas, negá-las em seus benefícios apoiando (implicitamente), uma dispersão induzida pelo estado não é solução, embora isto não esteja explícito no texto em questão. Não é porque sou um apreciador das baixas densidades que acho que o mundo globalizado possa prescindir dos nucleamentos urbanos. Pelo contrário... Quem vive em periferias urbanas como eu, não passa de um parasita do sistema. No entanto, não creio que todos nós devamos buscar um modelo mais racional de vida urbana em áreas mais adensadas, porque existindo o centro existe a periferia. A própria definição de um é contrapartida do outro, mas endosso sim o ponto de vista de que quem onera mais o tesouro (residindo em áreas mais afastadas que demandam infra-estrutura) tenha que pagar (proporcionalmente) mais. É mercado. Se eu quero o canto do sabiá em minha varanda, isto deve ser tratado como uma commodity de luxo pela qual tenho que pagar.

“And many of the world's largest advanced cities are nestled in relatively declining economies -- London, Los Angeles, New York, Tokyo. All suffer growing income inequality and outward migration of middle-class families. Even in the best of circumstances, the new age of the megacity might well be an era of unparalleled human congestion and gross inequality.”

Sinceramente, este argumento me soa tolo. O congestionamento é uma externalidade que demanda inovações, sem as quais a economia como um todo estagnaria. E as desigualdades internas na cidade não são um problema de fato (são problemas de percepção...), na medida em que o estrato inferior vive, muitas vezes, melhor do que o estrato médio de regiões rurais atrasadas. O problema (de percepção) é que damos valor exagerado à desigualdade que no fundo é apenas diferença porque há gente enriquecendo, enquanto que deveríamos ver sim a capacidade de reprodução social dos mais pobres: como estão? Melhores ou piores que tempos atrás? Se atualmente vivem em curva ascendente de riqueza, então não é um problema de fato.
Eu discordo também deste argumento:

“Arts and culture generally do not fuel economic growth by themselves; rather, economic growth tends to create the preconditions for their development.”

Isto contradiz o que aprendi sobre a evolução cultural e social. Se pensarmos em termos de Renascimento, p.ex., não dá para imaginar primeiro um crescimento econômico independente da criação artística e científica. Até onde sei, se trata de um processo de alimentação contínua e recíproca.
Dizer que Frankfurt tem uma taxa de desemprego menor que Berlim é uma meia verdade quando avaliamos o conjunto da obra, de que Berlim atrai migrantes que sofrem com o desemprego em outras cidades, inclusive Frankfurt. Falta ao artigo uma análise de rede de cidades ao invés de tratar as cidades como “universos em si” independentes umas das outras.
Outra coisa que me espantou neste texto é tratar os custos de vida, com moradia e transporte nas grandes cidades como maiores e, portanto, “injustos” para a “classe trabalhadora”. Ora, isto é mercado que se ajusta! É uma maneira de se regular o acesso. Se há mais demanda, óbvio que o custo deve aumentar. Isto deveria ser elogiado como mecanismo de freio (ou, ao menos, de dissuasão) e não como “problema”. A impressão que passa (e acho que é este o intuito) é de que o autor deve endossar um planejamento que obrigue a dispersão habitacional para, artificialmente, baixar custos de moradia sendo que alguém vai, inevitavelmente, pagar por eles. De um modo autoritário, isto reeditaria o velho planejamento urbanístico que, por sua vez, é gerador de outras graves distorções. Analogamente, o autor frisa custos ambientais maiores das grandes cidades relevando os custos de vida em áreas dispersas. Como eu disse, eu prefiro morar afastado, mas tenho consciência de que isto deve ser pago em termos proporcionais. Querer que uma opção individual como a minha sirva de modelo é apostar na igualdade e uniformidade de opções que vai em sentido contrário da própria escolha da população. Meu argumento pode parecer simplista e não fundamentado, mas pelo menos tenho consciência do mesmo e não estabeleço cortes analíticos ao privilegiar critérios de padrões de moradia esquecendo-me da complexidade do todo que envolve mais que um espaço intra-urbano contra outro, Centro VS. Periferia.
Dizer que as grandes cidades têm favelas e que estas estão em crescimento é como criticar um padrão de moradia melhor do que a área de origem sem citar esta, mas comparando o primeiro com outros padrões superiores. Isto é, o autor critica um tipo de (sub)moradia com moradias melhores sem lembrar que os moradores das primeiras tinham, em sua origem, condições piores. Outro dado, que podemos obter da obra de Hernando de Soto é que o que chamamos costumeiramente de “favelas”, mas que apresentam diversos padrões ao redor do globo é um sintoma de dificuldade de acesso a propriedade e não, um lócus deficiente por natureza devido ao crescimento demográfico tão somente. Neste sentido, Joel Kotkin envereda por uma análise quantitativa sem levar na devida conta suas causas (qualitativas). Veja bem... Segundo o Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis (IPUF), 60% das moradias de Florianópolis, a capital de um estado, não possui escritura pública. Isto é, são “favelas” na definição hodierna, não constituindo propriedades legais, mas apenas terrenos de posse com edificações/construções ilegais em cima. Ora, isto não quer dizer que sejam, de todo, moradias ruins, mas sim, moradias sem aporte legal. A causa está no marco institucional e a conseqüência, esta sim, é que os efeitos/externalidades provocados se aproximam/igualam a das chamadas favelas precárias em termos de poluição e danos causados ao meio ambiente natural e social. Trata-se de uma perversão político-administrativa e não de simples localização como sugere o autor.
Isto é um disparate:

“With the exception of Los Angeles, New York, and Tokyo, most cities of 10 million or more are relatively poor, with a low standard of living and little strategic influence.”

“Relativamente pobre” em relação a quem ou o quê? Que absurdo! São muito mais ricas que a imensa maioria e, claro, que se pegarmos a média, talvez sejam mais pobres do que cidades médias que dependem fundamentalmente desses centros geradores de riqueza, que são as grandes cidades. Reitero, é um grave equívoco tomarmos as cidades isoladamente sem avaliarmos o conceito de rede de cidades. Muitos dos negócios situados em vales-isso, vales-aquilo (referência ao Vale do Silício e outros clusters pelo autor) têm escritórios que os administram justamente em centros urbanos de maior aporte onde os negócios e concepções, designs são feitos e elaborados gerando a economia bilionária. Não podemos simplesmente privilegiar um setor, o de alta tecnologia esquecendo todo o resto para concluir que as mega-cidades não são seus lócus privilegiados.
Não pretendo cair no extremo oposto do artigo, colocando as grandes cidades como “mais importantes”, mas a análise fragmentada do artigo tem que ser denunciada como portadora de grave viés.
Mas há sim um ponto positivo no texto, a violência e insegurança urbana (que são ataques contra a propriedade, aí o problema) geradas nas grandes cidades. Talvez este seja o verdadeiro indutor de uma dispersão urbana ainda, precariamente, avaliado. Em que pese ser verdade, as periferias renovadas, os subúrbios ainda se conectam com os centros dos quais mantêm relações criando “novas centralidades” e reproduzindo modelos urbanos em outras áreas. No entanto, chamar estas áreas de “zonas rurais” é outro equívoco... “Rural” se prende à atividade agrícola e os “novos centros” ou subúrbios, clusters etc. têm atividades nitidamente urbanas. O próprio agronegócio, p.ex., não é “rural” no sentido literal.
Se o modelo dos países desenvolvidos calcado na centralidade tradicional de grandes cidades não deve pautar o desenvolvimento de países em desenvolvimento (como quer o autor), a simples dispersão induzida pelo estado também não é nenhuma solução, mas o prelúdio de diversos outros problemas, uma vez que a moradia urbana, seja em grandes, médias ou pequenas cidades não for resolvida, isto é, liberada das amarras estatais que criam privilégios através do ônus de suas burocracias.
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