interceptor

Novas mensagens, análises etc. irão se concentrar a partir de agora em interceptor.
O presente blog, Geografia Conservadora servirá mais como arquivo e registro de rascunhos.
a.h

Thursday, September 09, 2010

Hiato


Nesta nova versão de “Os dois Brasis”, um que funciona e cresce rapidamente, “o Brasil do mercado” e o outro, letárgico e leniente, “o Brasil do setor público”...

O IBGE divulgou uma pesquisa que traça um retrato lastimável do Brasil de uma década quase de governo Lula. Os dados mostram que o País avançou muito em algumas coisas, mas preserva outros atrasos. Os dados de saneamento melhoram devagar: o acesso à rede de esgoto saiu de 46,4% em 1992 para 60% em 2009, excluindo a área rural do Norte. Levamos quase duas décadas para isso. Esse número é fundamental na consideração da ONU para o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), que coloca o Brasil lá atrás. A falta de saneamento é problema grave. Isso aumenta os gastos com saúde, a deterioração do meio ambiente, a qualidade de vida das pessoas. Agora, há outras melhoras. Em 1992, apenas 19% das casas tinham telefone. Atualmente, cerca de 85% dos domicílios possuem um aparelho. Isso é total e absoluta consequência das privatizações do setor de telecomunicações promovidas pelos governos de Fernando Henrique Cardoso. O crescimento é de 387% nesse período. É mais ou menos assim: a economia privada, como ocorreu com a telefonia, tem conseguido colocar os equipamentos nas mãos dos brasileiros, mas o setor público não consegue fazer os serviços andarem com rapidez. Segundo a Pnad, divulgada pelo IBGE, a falta de saneamento básico (água e esgoto) só faz crescer, o analfabetismo atinge 14,1 milhões de pessoas, mas o brasileiro comprou mais DVDs e máquinas de lavar, computadores.
Lula deixa um legado trágico de seu governo

Analfabetismo funcional


http://oglobo.globo.com/educacao/mat/2010/09/09/idade-localizacao-dos-analfabetos-no-pais-dificultam-reducao-das-taxas-diz-haddad-917589654.asp

Detalhe que oculta um cerne



Na matéria da The Economist sobre a América Latina está quase tudo certo. A boa regulação econômica por que passou a maior parte do continente, os países que têm colhido os frutos desta receita (Brasil, Chile, Colômbia, Peru), com o crescimento de suas economias etc., mas que falham em investir pesado em educação e infra-estrutura correndo o risco de não alavancarem as oportunidades que o interesse de países como a China têm no subcontinente.

O detalhe é que crises, como a violência proporcionada pelo narcotráfico mexicano não são consequência de um "descuido com os pobres". Trata-se, isto sim, de uma indústria bilionária que se expande, justamente, pela ineficácia de seus aparatos de segurança e jurídicos. Assim como obras de energia, viárias, investimento em educação, a segurança pública é uma forte garantia para mais investimentos. Não se trata, neste caso, de prevenção, mas principalmente de uma repressão praticamente ausente e que quando há, se mostra claramente ineficaz.


Wednesday, September 08, 2010

Pnad(e) vocês...


A Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), divulgada nesta quarta-feira pelo governo, mostra que um em cada cinco brasileiros de 15 anos ou mais (20,3% do total) são analfabetos funcionais, ou seja, tem menos de quatro anos de estudo.

E

De acordo com o estudo, o Brasil ainda tem 40% de domicílios sem rede de esgoto, quase a mesma porcentagem de 2008.

Mas,


Segue em:

Sem saneamento, mas com internet...


Corrupção e resistência no Afeganistão

Após oito anos de guerra das tropas estrangeiras contra o Taleban, um afegão que foi a um prédio do governo para conseguir um certificado de casamento descobriu que teria de pagar US$ 2.000 [cerca de R$ 3.400] pelo documento. Não era uma taxa --inviável diante da renda per capita de US$ 800 [...]
Afeganistão fica em 2º lugar em ranking dos países mais corruptos


Assim como o governo de Hamid Karzai não consegue um pacto com o Talebã também não é eficaz no combate à corrupção por uma simples razão: a base social do país é formada por um mosaico tribal, no qual o estado de direito ainda é um projeto em curso. Não se trata de eximir os culpados por desvios de recursos públicos ou improbidade administrativa, mas que a regularidade e funcionamento de instituições financeiras do mundo ocidental desenvolvido não serve mesmo de parâmetro para um país que ainda está em conflito e não portava uma estrutura estatal digna deste nome. 

A maioria dos afegãos que vive em áreas urbanas (para não dizer das rurais) não conta com o apoio financeiro do maior banco privado do país em seu cotidiano. Seu colapso financeiro - suas contas foram congeladas - não apresenta a magnitude que teriam em um membro do BRIC, por exemplo.

Se não existe um consenso político sequer sobre a segurança do país entre partes interessadas, menos ainda na lisura financeira do país. O problema estratégico que decorre é que se os EUA planejam uma retirada do país (quando em junho, a OTAN afirmava ser necessário 400.000 soldados para manter a paz), o controle à corrupção se torna um verdadeiro luxo. "Tolerar a corrupção" significa, infelizmente, por mais paradoxal que pareça, traçar um amplo acordo com lideranças regionais contra um mal maior, o Talebã. 

Não se trata de discutir só o que deve ser feito, mas também de acatar a realidade para, pelo menos, costurar um acordo político entre diversas facções tal como no Iraque.

Facing Reality in Afghanistan: Talking with the Taliban


Facing Reality in Afghanistan: Talking with the Taliban