Nesta nova versão de “Os dois Brasis”, um que funciona e cresce rapidamente, “o Brasil do mercado” e o outro, letárgico e leniente, “o Brasil do setor público”...
O IBGE divulgou uma pesquisa que traça um retrato lastimável do Brasil de uma década quase de governo Lula. Os dados mostram que o País avançou muito em algumas coisas, mas preserva outros atrasos. Os dados de saneamento melhoram devagar: o acesso à rede de esgoto saiu de 46,4% em 1992 para 60% em 2009, excluindo a área rural do Norte. Levamos quase duas décadas para isso. Esse número é fundamental na consideração da ONU para o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), que coloca o Brasil lá atrás. A falta de saneamento é problema grave. Isso aumenta os gastos com saúde, a deterioração do meio ambiente, a qualidade de vida das pessoas. Agora, há outras melhoras. Em 1992, apenas 19% das casas tinham telefone. Atualmente, cerca de 85% dos domicílios possuem um aparelho. Isso é total e absoluta consequência das privatizações do setor de telecomunicações promovidas pelos governos de Fernando Henrique Cardoso. O crescimento é de 387% nesse período. É mais ou menos assim: a economia privada, como ocorreu com a telefonia, tem conseguido colocar os equipamentos nas mãos dos brasileiros, mas o setor público não consegue fazer os serviços andarem com rapidez. Segundo a Pnad, divulgada pelo IBGE, a falta de saneamento básico (água e esgoto) só faz crescer, o analfabetismo atinge 14,1 milhões de pessoas, mas o brasileiro comprou mais DVDs e máquinas de lavar, computadores.
Lula deixa um legado trágico de seu governo