interceptor

Novas mensagens, análises etc. irão se concentrar a partir de agora em interceptor.
O presente blog, Geografia Conservadora servirá mais como arquivo e registro de rascunhos.
a.h

Saturday, June 21, 2008

Bote ou blefe?

Instalação nuclear iraniana de Natanz.




Análise feita pelo NYT, citando oficiais anónimos dos EUA, relatou no dia 20 de junho passado que Israel conduziu exercício militar como um ensaio posições nucleares iranianas. Mais de 100 aviões de combate israelitas de F-16I e de F-15I participaram nas manobras sobre o mediterrâneo oriental e Grécia na primeira semana de junho. O exercício atingiu cerca de 900 milhas - aproximadamente a mesma distância entre a fábrica de enriquecimento de urânio de Israel e de Irã em Natanz. Um oficial anônimo do Pentágono disse que um objetivo dos vôos da prática era emitir uma mensagem de que o estado judaico esta preparado para atuar militarmente se os esforços diplomáticos não pararam o programa de enriquecimento de urânio de Teerã.

Um país que esteja planejando um ataque de verdade, não o fará assim... Tão publicamente. Estes exercícios e os relatórios subseqüentes estão projetados para amedrontar os iranianos. Teerã sabe que estas são operações psicológicas.

Porém, não convém cutucar onça com vara curta...

Friday, June 20, 2008

Conexão Caracas-Teerã


“A guerra de guerrilhas já é parte da história”, “a guerrilha está fora de lugar”, “e os senhores das Farc devem saber uma coisa: que se converteram em uma desculpa do império (os Estados Unidos) para ameaçar a todos nós”, disse o caudilho Hugo Chávez recentemente. “No dia em que houver paz na Colômbia acabou a desculpa do império...” ainda asseverou.

Não é de estranhar esta mudança repentina na retórica do presidente venezuelano?

Um detalhe importante escapou nas declarações: ao comentar sobre o atual presidente americano, George W. Bush disse que “ficará ainda mais perigoso”.

Nada é de graça.

Em 17 de junho passado, o Departamento do Tesouro americano acusou Ghazi Nasr al-Din, um diplomata venezuelano e presidente de um centro islâmico xiita baseado em Caracas, de fornecer ajuda econômica ao Hezbollah. Outra acusação feita pelos EUA recai sobre duas agências de viagem venezuelanas sob controle de Fawzi Kanan e outros dois venezuelanos.

As acusações sobre as ligações Chávez-Hezbollah não são novas, mas agora existe seu aproveitamento em cima do enfraquecimento do caudilho: inflação em alta, desabastecimento de alimentos, queda da popularidade etc. Segundo Patricia Poleo, repórter venezuelana sediada nos EUA, não só o Hezbollah e al-Qaeda, mas outros movimentos árabes têm cinco acampamentos na Venezuela de onde podem lançar ataques contra os EUA.

Este tipo de informação é suficiente para ativar o Dispositivo Automático de Entrada (D.A.E.) que permite o ataque externo com direito à invasão. A corrupção endêmica no país latino-americano alia-se a presença do narcotráfico, fatores suficientes para ameaçar a segurança interna dos EUA. Desde que Chávez assumiu o poder no país, ele tem sido a principal porta de entrada para imigrantes ilegais do Oriente. E a estreita relação de Caracas com Teerã torna esta situação não só possível como bastante provável.

Mas, nem tudo que é prometido pelos governos é viável. O anúncio da criação de um banco comum, por exemplo, não tem passado da mera retórica. Não apenas falta dinheiro a ambos, como tecnologia e, sobretudo, a articulação de mercado para seu lançamento.

Os dois países se resumem as exportações de petróleo, o que indica quão pouco tem a trocar. Exceto, por um passe relaxado da imigração e campos de treinamento na selva venezuelana que interessa aos iranianos. Da parte de Chávez, como existe ainda o risco de alguma oposição das forças armadas ao seu governo, a formação de milícias que ofertariam apoio na hora necessária tem grande importância. Aí reside o interesse maior para Chávez, maior ainda que ameaçar os EUA é deter meios de se manter no poder, caso queiram chutá-lo para fora.

Imigração vs. Petróleo


O bufão venezuelano blefa.

Contra as novas leis anti-imigratórias recentemente adotadas pela U.E. – retenção de ilegais por até 18 meses e imposição de um período de até 5 anos para sua reentrada –, Hugo Chávez ameaça cortar investimentos europeus na “pátria bolivariana” e suas exportações de petróleo ao continente.
Pura balela!

Somente 1,7% do petróleo importado pela U.E. correspondem ao venezuelano e, na outra ponta, só 5,6% das exportações venezuelanas vão para a união. Só que diferentemente dos líderes europeus, Chávez não pode dispensar um centavo dos proventos que destina aos seus programas sociais populistas.

O caudilho já tentou o mesmo contra os EUA, por pura retórica claro, pois este país importa muitíssimo mais... Só que o petróleo bruto venezuelano é tão pesado e ácido que não é fácil encontrar quem o compre. Somente aqueles que detêm tecnologia para refiná-lo.

Portanto, Chávez só faz propaganda nacionalista. Não tem este poder que arrota.