interceptor

Novas mensagens, análises etc. irão se concentrar a partir de agora em interceptor.
O presente blog, Geografia Conservadora servirá mais como arquivo e registro de rascunhos.
a.h

Saturday, December 10, 2005

Crise da água

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A escassez de água é uma perspectiva cada vez mais presente em todo mundo – por isso, já está na hora de se investir em tecnologias que reduzam a utilização do insumo entre as empresas da América Latina. Essa é a opinião de diversos especialistas presentes no Seminário de Capacitação de Jornalistas para Assuntos de Recursos Hídricos, encerrado nesta sexta-feira (09), em Buenos Aires. Jorge Ducci, gerente da Soluções Integrais – empresa chilena de consultoria a projetos de infra-estrutura – é um dos que defendem a urgência desses investimentos. "Em cerca de dez anos, a água se tornará um ativo muito caro para as empresas da América do Sul, a exemplo do que já acontece na Europa", prevê. Enquanto não incorporarem novas técnicas para reduzir o consumo, opina Ducci, as companhias correm o risco de estagnar sua produção no futuro – já que os próprios governos, mais cedo ou mais tarde, devem limitar por lei o uso de recursos hídricos. "Empresas dos Estados Unidos e do Japão já adotaram formas de produção que reduzem muito o uso da água", exemplifica. "No entanto, a postura das empresas sul-americanas - em especial, as brasileiras -, ainda é diferente: elas usam água descontroladamente e continuam poluindo os mares com resíduos".
(Erik Farina, de Buenos Aires)
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Tuesday, December 06, 2005

Reflorestamento - 1

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Manejo de Reflorestamento

Conceitos

O termo “manejo” pode ser definido como sendo o tratamento dispensado a um povoamento florestal, o qual interfere nas condições ambientais em prol do desenvolvimento da floresta, ou também como sendo a administração de uma empresa florestal.Assim sendo, o manejo nada mais é do que a execução de operações durante o crescimento e maturação da floresta com o objetivo de incrementar a produtividade, melhorar a qualidade e agregar valores à matéria-prima.
A administração ou planejamento florestal deve considerar:
A definição dos objetivos da empresa.
O planejamento da produção de cada povoamento.
O planejamento da produção total da empresa.
Ao se efetuar um planejamento florestal, a disponibilidade e a qualidade da matéria- prima, bem como as operações a serem realizadas, principalmente a idade da colheita, devem ser bem dimensionadas, pois para cada finalidade emprega-se um manejo diferenciado. Um equívoco muito comum é a implantação de reflorestamentos antes da definição do destino e uso final da madeira. Neste caso, ou são executados manejos inadequados, comprometendo a produtividade e a qualidade do produto, ou as práticas excedem aos objetivos da produção, desperdiçando-se dinheiro sem o retorno esperado.
Todo manejo causa conseqüências no ecossistema. Interferências que parecem mínimas podem trazer conseqüências de grande porte para o sistema produtivo florestal. Medidas semelhantes de manejo, em regiões diferentes, podem causar conseqüências também diferentes ou até contrárias ao seu objetivo.
Os povoamentos florestais devem ser caracterizados sob a ótica da produção atual, análise da produtividade potencial futura e determinação de medidas mais convenientes para gerenciar e atingir a produção potencial.

Planejamento Estratégico

Esta é a principal função do gerente florestal ou empresário que dirige uma empresa do ramo.
No setor florestal, o gerente de planejamento tem uma posição estratégica, pois dele depende, a princípio, o abastecimento atual e futuro da indústria, com um produto de longo tempo de obtenção e que está sujeito a várias interferências ambientais.
O planejador florestal deve definir a área a ser plantada, o tempo de maturação da madeira ou idade de colheita, a percentagem de abastecimento próprio ou de terceiros, a oferta, a localização e os preços de mercado, para então poder traçar, com segurança, sua própria estratégia e definir o custo da matéria-prima a ser empregada na fábrica.
Material Genético

Em função dos fatores solo, clima e da destinação da matéria prima, as espécies, bem como o grau de melhoramento genético destas espécies, são fundamentais na agregação da qualidade e valor do produto final industrializado.
Deve ser observado que determinadas espécies selvagens ou pouco melhoradas apresentam utilizações bastante genéricas e pouco rentáveis, enquanto que espécies melhoradas poderão ter aplicações mais específicas, para usos mais nobres e, portanto, com maiores retornos financeiros. Exemplo típico são as espécies de eucalipto, que, quando empregadas sem grau de melhoramento, apresentam restrições de uso. Entretanto, quando determinadas características são melhoradas, a qualidade da madeira produzida permite uma infinidade de aplicações.

Espaçamentos

O espaçamento, ou densidade de plantio, é provavelmente uma das principais técnicas de manejo que visa a qualidade e a produtividade da matéria-prima.
Deve ser definido em função dos objetivos do plantio, considerando-se que a influência do espaçamento é mais expressiva no crescimento em diâmetro do que em altura. O planejamento da densidade de plantio também deve visar a obtenção do máximo de retorno por área. Se, por um lado, a densidade for muito baixa, as árvores não aproveitarão todos os recursos como água, nutrientes e luz disponíveis e, por conseqüência, haverá menor produção por unidade de área; mas por outro lado, se a densidade de plantio for muito elevada, tais recursos não serão suficientes para atender a demanda do povoamento, o que também repercutirá no decréscimo de volume e na própria qualidade das árvores.Normalmente os plantios são executados com espaçamentos variando entre 3x2 e 3x3 metros, os quais favorecem os tratos culturais mecânicos. Empresas integradas destinam a madeira dos primeiros desbastes para energia ou celulose, e as árvores remanescentes do povoamento, com porte mais expressivo, são utilizadas para a fabricação de serrados ou para a laminação.

Características dos Espaçamentos:
Espaçamentos maiores (densidade baixa)
produção em volume individual
menor custo de implantação
maior número de tratos culturais
maior conicidade de fuste
desbastes tardios
Espaçamentos menores (densidade alta)
produção em volume por hectare
rápido fechamento do dossel (menor número de tratos culturais)
menor conicidade do fuste
desbaste precoce
Quanto à forma dos espaçamentos, os quadrados ou retangulares são os mais indicados e praticados, podendo ser bastante apertados para produção de madeira para fins energéticos, ou mais amplos, quando se deseja matéria-prima para fins de fabricação de papel e celulose ou serraria e laminados.

Operações do Manejo

A produção de um maciço florestal depende dos fatores genéticos das espécies e sementes utilizadas, da capacidade do sítio e das técnicas de manejo adotadas. Após o plantio, a produção florestal pode ser influenciada pelos fatores:
1. Melhoramento das condições ambientais, como adubações controle de pragas e competição por ervas daninhas.
2. Diminuição da população original, através de desbastes, disponibilizando melhores condições de luz, nutrientes e água às plantas.
3. Aprimoramento da qualidade das árvores, através da poda.
Tratos Culturais Existem dois problemas imediatos após o plantio: a mortalidade das mudas e o crescimento extremamente lento ou crescimento travado.
Algumas semanas após o plantio, faz-se uma estimativa sobre o número das mudas que estão mortas. Por exemplo, em um plantio onde uma em cada 5 mudas está morta, significa que há uma porcentagem de sobrevivência de 80% ou uma mortalidade de 20%. Se a mortalidade das plantas apresenta-se muito alta, é preciso efetuar o replantio nos espaços livres. É necessário tomar cuidado com a demora do replantio, pois certos atrasos podem causar às mudas replantadas desvantagens permanentes, em crescimento e desenvolvimento.
São vários os fatores que influenciam a sobrevivência das mudas no início do plantio:
A habilidade dos operários durante o plantio, a firmeza do solo ao redor das raízes e a profundidade das covas.
As condições meteorológicas após o plantio.
A qualidade das sementes, mudas com raiz nua ou mudas em embalagem.
Condições desfavoráveis do solo, como superfície alagada ou erosão.
Ataque de formigas, cupins ou fungos.
Competição de ervas daninhas.
Danos causados por animais (criação intensiva, etc.).
As mudas destinadas ao replantio devem ser de boa qualidade, um pouco maior que o normal e com raízes bem desenvolvidas.
O crescimento lento e deficiente, mesmo sem a ocorrência de pragas, pode ocorrer em qualquer período. Normalmente acontece antes do fechamento do dossel. Como aspectos visíveis: a má formação das acículas ou folhas e um crescimento anual de 1 ou 2 cm; contudo, existem vários fatores podem causar esta deficiência em crescimento e desenvolvimento:
Seleção errada das espécies.
Deficiência de nutrientes.
Drenagem insuficiente do solo ou lixiviação excessiva.
Problemas no solo, como compactação, erosão.
Deficiência ou ausência da associação micorrízica.
Capinas insuficientes, criação intensiva de animais, e outras.
Através de uma correta adubação, pode-se conseguir melhorar as condições dos solos empobrecidos ou compactados, enriquecer os solos, favorecer o crescimento das mudas, aumentar a resistência das plantas contra fungos, insetos e doenças. A adubação é recomendada, conforme os resultados das análises de solo realizadas em laboratório e de acordo com as exigências da espécie selecionada.
Importância dos Nutrientes mais utilizados na Adubação em Plantios Florestais
Nutriente
Importância
Nitrogênio (N)
É o elemento mais importante para a elaboração de substâncias no interior da célula e na clorofila, sendo portanto fundamental para os processos vitais da planta.
Fósforo (P)
Mantém o crescimento das raízes, da inflorescência e das sementes, favorece o processo de lignificação e é importante para a atividade da microflora e microfauna do solo.
Potássio (K)
Influencia a atividade das enzimas, regula o balanço de água das plantas e é componente indispensável para a constituição da celulose e do processo de lignificação.
Cálcio (Ca)
Atua como regulador dos nutrientes das plantas, protege a formação da clorofila, tem importância como elemento da estrutura das plantas e é um bom desacidificador do solo.
Magnésio (Mg)
Atua na formação das clorofilas e conseqüentemente tem influência na fotossíntese.

Em relação à limpeza do terreno, para evitar a competição de água, luz e nutrientes pelo mato e por ervas daninhas, há o método manual, através de coroamentos e roçadas; o mecânico, através de gradeação superficial, e o químico, através da aplicação de herbicidas.Sempre que houver a competição por mato ou ervas daninhas, independente da época, deve-se fazer a limpeza. Principalmente na época de crescimento (primavera), o plantio deve estar isento destes problemas para facilitar e estimular um bom desenvolvimento, sem a competição.

Desbastes


Os desbastes são executados com diferentes finalidades, entre elas: o aumento da produção volumétrica, a melhoria da qualidade do produto final e para acelerar o retorno dos investimentos, diminuindo os riscos do projeto.
Os métodos de desbaste são:
Seletivo: tem por objetivo a seleção e a proteção das melhores árvores pela eliminação da competição com as árvores vizinhas. São classificados em:
Desbastes baixos - visam a supressão apenas de árvores dominadas (árvores que apresentam copas raquíticas comprimidas ou unilateralmente desenvolvidas), sendo empregados com bastante freqüência em povoamentos de Pinus. É a forma mais comum de desbaste seletivo. O resultado é um povoamento com um estrato apenas de árvores dominantes e codominantes.
Desbastes altos - visam a retirada principalmente de árvores codominantes (árvores que apresentam copas formadas, mas fracas, em desenvolvimento) dando às dominantes melhores condições de sobrevivência e crescimento.
Sistemático: neste desbaste não se leva em consideração a classe da copa nem a qualidade das árvores a serem retiradas. Normalmente são retiradas linhas inteiras de árvores; sendo assim, o peso do desbaste dependerá do número de linhas retiradas.
Seletivo-sistemático: neste caso corta-se, a cada número fixo de linhas, uma linha inteira e nas linhas que ficam faz-se um desbaste seletivo, de onde se retiram as piores árvores (finas, bifurcadas, quebradas).
Graus de intensidade dos desbaste
Desbaste baixo
Leve
Elimina além das árvores doentes, as oprimidas.
Moderado
Retira árvores doentes e dominadas.
Forte
Árvores doentes, dominadas e algumas dominantes e codominantes.
Muito forte
O povoamento fica somente composto por árvores com boa forma de fuste e copa, com bom espaço para crescimento e com distribuição simétrica no sítio.

Desbaste alto
Leve
São retiradas todas as árvores mortas, esmorecidas e doentes. Além destas, eliminam-se algumas árvores das classes dominantes, para aumentar o espaço vital dos elementos deste grupo.
Forte
As árvores do corte final são em geral selecionadas. Beneficia um certo número de árvores de melhor incremento do povoamento.

Outros métodos de desbastes que são utilizados:
Arruda Veiga: para este método, existe um limite máximo de assimilação dos fatores disponíveis como luz, água e nutrientes em relação à área basal do povoamento.
Deichmann: método desenvolvido especificamente para povoamentos de Araucaria angustifolia. Baseia-se no espaço ocupado pelo crescimento.
Pré-selecionado: consiste na seleção de árvores que ficarão para o corte final. O intervalo entre os desbastes, de aproximadamente três anos, sempre retirando as árvores mais próximas das selecionadas, visa dar melhor condição de luz, água e nutrientes às selecionadas.

Podas


A poda, que também é designada por derrama, desrama ou derramagem, é a supressão e o corte de galhos ou ramos ao longo do fuste, sendo uma alternativa viável para obtenção de madeira e produtos de alta qualidade, sem ocorrência de nós.
Nó é o ponto de inserção de um ramo no fuste da árvore. Nesse local as fibras sofrem um desvio de direção, afetando o valor tecnológico da madeira pela sua inserção, forma, sanidade e localização. Há vários tipos de nós, conseqüências da não efetivação da poda, ou de podas bem ou mal conduzidas.
Nó vivo: é aquele que faz parte da madeira em conseqüência de poda bem conduzida. O corte do galho é rente à casca, permitindo uma boa cicatrização. A madeira apresentará desenhos característicos que agregam beleza e valor comercial.
Nó soltadiço: nó aparentemente solto, mas que não é possível retirar com a pressão dos dedos. Afeta negativamente a qualidade do produto.
Nó morto ou solto: pode cair com a pressão dos dedos. Restringe o uso da madeira para fins menos nobres.
A poda pode ser natural, ou seja, ao longo do tempo, conforme fatores genéticos e densidade do plantio, os galhos secam e caem. A desrama natural, geralmente, é bastante eficiente em florestas de eucalipto.A desrama natural pode ser acelerada pelo manejo da densidade do povoamento, embora com sacrifício do crescimento em diâmetro. O processo mais simples consiste em desenvolver e manter um estoque inicial denso o que, além de manter os galhos inferiores pequenos, causa-lhes também a morte. Geralmente, isso representa o melhor meio para condução de povoamentos de eucalipto, pois não só estimula a desrama natural, como também impede que os troncos se tornem curvos e engalhados.
Já a poda artificial vem a ser a operação de corte dos galhos, objetivando a produção de “madeira limpa”, ou seja, isenta de nós, em rotação mais curta que a exigida com desrama natural, e também para prevenir a formação de nós soltos, produzindo madeira com nós firmes, mas não necessariamente limpa.
A poda artificial, além de evitar a ocorrência de nós que desvalorizam a madeira, também apresenta as seguintes vantagens:
Evitar a presença de nós na madeira.
Beneficiar o controle e combate a incêndios.
Facilitar os trabalhos de relascopia e manejo.
Há, entretanto, alguns danos causados pela poda artificial: em galhos muito grossos, pode ocorrer a formação de bolsas de resina, prejudicando a qualidade da madeira, e na poda de galhos verdes poderá ocorrer o ataque de fungos e bactérias, causando o apodrecimento das pontas dos galhos.
Quando a finalidade da madeira a ser obtida for para laminados, faqueados e serraria, a poda se torna necessária. Já para madeiras destinadas para aglomerados e fábrica de papel e celulose, a poda é dispensada.
O DAP é o fator decisivo para determinar o momento adequado para a execução da poda. É indicado podar as melhores árvores em diâmetro, que possuam:
Fuste sem bifurcações.
Galhos finos.
Copa bem desenvolvida.
Ausência de doenças ou pragas.
É importante ressaltar que a parte mais valiosa da madeira (seu volume) está concentrada na parte inferior do fuste. Portanto, a altura da poda deve ser de no mínimo 5 metros e não mais que 10 metros do solo.Tipos de poda:
Poda seca: os galhos mortos e secos são eliminados. Pode ser realizada em qualquer período do ano.
Poda verde: os galhos vivos, na maior parte da área com sombra da copa viva, são eliminados. É importante ressaltar que esta poda, realizada fortemente, pode provocar perdas de crescimento na altura e no diâmetro da árvore; por isso, deve atingir no máximo, um terço da copa viva. A melhor época para proceder esta poda é a de menor crescimento vegetativo, em que a cicatrização é mais rápida.
Procedimento da Poda
Em função dos tipos de equipamentos (poda manual ou com máquinas), uma árvore sempre deverá ser podada no sentido horário, com o intuito de ter o corte mais perto possível da casca. O corte deve ser em um único golpe, para não arrebentar o resto do galho.

Proteção Florestal



Pragas e Doenças

As pragas que representam a maior importância econômica são: as formigas cortadeiras em primeira instância, que ocorrem e devem ser controladas durante toda a fase do projeto; em segunda, no caso de plantios de eucalipto, pode-se considerar os cupins, na fase mais juvenil, e as lagartas, como a Thyrinteina arnobia na fase mais adulta, principalmente.
Outra praga comum e causadora de sérios problemas é causada pelo fungo Puccina psidii Winter (ferrugem do eucalipto). A primeira ocorrência da ferrugem, causando danos, aconteceu no Espírito Santo, nos anos 70, em plantios de Eucalyptus grandis, com idade inferior a dez anos. Além de ocorrer em mudas de viveiro, a ferrugem pode atingir também plantas jovens no campo até os dois anos de idade, reduzindo a produtividade da cultura e podendo levar à morte os indivíduos mais debilitados.Em relação aos plantios de pinus, o macaco-prego (Cebus apella), vem causando danos consideráveis. O macaco-prego ocorre em praticamente em toda a América do Sul, a leste dos Andes, apresentando uma grande adaptabilidade às condições ambientais e uma grande diversidade comportamental. Tem o hábito de arrancar a casca das árvores para alimentar-se da seiva, que tem sabor doce. Ao romper a casca, a árvore fica sem proteção e a circulação da seiva é interrompida. A árvore fica extremamente debilitada e suscetível ao ataque da vespa-da-madeira, que, em termos de danos econômicos, é uma das principais pragas. Outra praga que vem causando danos é o pulgão (Cinara pinivora e Cinara atlantica) que hoje, ocorre em várias regiões de Santa Catarina, Paraná e São Paulo.
O controle de formigas cortadeiras pode ser desenvolvido como citado anteriormente, e para o controle de lagartas tem se usado muito o lagartecida biológico, que tem como agente a bactéria Bacillus thuringiensis, cujos nomes comerciais são o Dipel e o Bac control.



Incêndios Florestais


Entende-se por incêndio florestal todo fogo sem controle sobre qualquer vegetação, podendo ser provocado pelo homem (intencionalmente ou por negligência), ou por fonte natural (raio).
Anualmente, após as geadas, ocorre a estação seca, por um período crítico que se estende do mês de julho até meados de outubro. Neste período a vegetação torna-se suscetível a incêndios.
Os incêndios florestais, casuais ou propositados, são causadores de grandes prejuízos, tanto no meio ambiente quanto ao próprio homem e a suas atividades econômicas. No período de 1983 a 1988 no Brasil, os incêndios destruíram uma área de 201.262 hectares de reflorestamento, que representa aproximadamente 154 milhões de dólares para o seu replantio, fora o prejuízo direto.
As causas dos incêndios podem variar bastante de região para região. No Brasil, há 8 grupos de causas: raios, queimadas para limpeza, operações florestais, fogos de recreação, o ocasionado por fumantes, por incendiários, estradas de ferro e diversos.
Os incêndios, devido principalmente às condições meteorológicas, não ocorrem com a mesma freqüência durante todos os meses do ano. Pode haver também uma variação das épocas de maior ocorrência de incêndios entre as regiões do país, devido às condições climáticas ou às diferenças nos níveis de atividades agrícolas e florestais. Da mesma maneira, os incêndios não se distribuem uniformemente através das áreas florestais. Existem locais onde a ocorrência de incêndios é mais freqüente, como por exemplo os próximos a vilas de acampamentos, margens de rodovias, estradas de ferro, proximidades de áreas agrícolas e pastagens.A proteção das florestas, bem como a de povoamentos florestais, torna-se eficiente quando existe um planejamento prévio das atitudes e atividades a serem tomadas ou implementadas nas diferentes situações que podem apresentar. Quanto ao controle de incêndios florestais, o processo preventivo tem se mostrado como o de maior eficiência, através de aceiros manuais e mecânicos, gradagens internas ao povoamento e um bom sistema de vigilância; este, muito praticado entre empresas florestais vizinhas, num sistema de cooperativismo.
Planos de Proteção
É necessária a observação de vários fatores existentes na área em questão:
O problema do fogo na unidade a ser protegida.
Os aspectos físicos da área.
Causas mais freqüentes de incêndios, épocas e locais de maior ocorrência, classes de material combustível e delimitação de zonas prioritárias são informações indispensáveis para a elaboração de um plano. Este plano deve incluir as ações propostas para a prevenção, detecção e combate aos incêndios e o registro sistemático de todas as ocorrências.
Classes de Combustível
Os tipos de vegetação influenciam de maneira significativa no potencial de propagação dos incêndios.
Tipo de formação vegetal
Propagação
Povoamentos de coníferas
Mais rápida e intensa
Povoamentos de folhosas
Mais lenta
Florestas plantadas
Mais rápido
Florestas naturais
Mais lenta
Pastagens e campos
Mais rápida, principalmente após geada
Os mapas de combustível, ou cartas de vegetação, permitem prever as áreas nas quais o fogo apresenta maior risco de propagação.
Zonas Prioritárias
É preciso definir as áreas que devem ser prioritariamente protegidas, embora todas as áreas sejam de grande importância. Áreas experimentais, pomares de sementes, nascentes de água, áreas de recreação, instalações industriais e zonas residenciais são exemplos de áreas prioritárias.
Plano Operacional
a) Prevenção
A prevenção dos incêndios florestais envolve, na realidade, dois níveis de atividades, a redução das causas (através de campanhas educativas, legislação específica e medidas de controle) e a redução do risco de propagação, que consiste em dificultar ao máximo a propagação dos incêndios que não forem possíveis de evitar. Pode ser feito através da construção de aceiros, da redução do material combustível e da adoção de técnicas apropriadas de silvicultura preventiva.
b) Detecção
É a primeira etapa do combate a um incêndio. Pode ser fixo, móvel ou auxiliar, dependendo das condições locais e da disponibilidade de recursos da empresa responsável pela proteção da área.A detecção fixa é feita através de pontos fixos de observação, torres metálicas ou de madeira. A altura da torre depende da topografia da área e da altura da floresta a ser protegida. As torres são operadas por pessoas ou por sensores automáticos à base de raios infravermelhos, que detectam o incêndio devido à diferença de temperatura entre o ambiente e a zona de combustão.
A móvel é feita através de operários a cavalo, em veículos ou em aeronaves leves. O patrulhamento aéreo é indicado para áreas muito grandes, de difícil acesso.
A auxiliar é exercida voluntariamente, por pessoas que não estão ligadas diretamente ao sistema de detecção. Quando bem conscientizadas, através de programas educativos, as pessoas que vivem nas imediações ou transitam pela floresta podem comunicar a existência de focos de incêndio.
Passos básicos na detecção dos incêndios:
Comunicar à pessoa responsável pelo combate todos os incêndios que ocorrerem na área protegida, antes que o fogo se torne muito intenso, de modo a viabilizar o combate o mais rápido possível; o ideal é cumprir este objetivo em no máximo 15 minutos após iniciado o fogo.
Localizar o fogo com precisão suficiente para permitir à equipe do combate chegar ao local pelo acesso mais curto, no menor intervalo de tempo possível.
c) Combate
Equipes treinadas, equipamentos adequados, mobilização rápida, plano de ataque já estabelecido - é o necessário para proceder um combate eficiente.
Os equipamentos, incluindo as ferramentas manuais, devem ser de uso exclusivo no combate aos incêndios florestais. O tipo e a quantidade de equipamentos para o combate a incêndios depende de vários fatores, tais como: características locais, tipo de vegetação, tamanho da área, número de equipes e disponibilidade financeira.
d) Registro das ocorrências
Com base nesses registros é que se pode obter informações sobre causas, épocas e locais de ocorrência, tempo de mobilização, duração do combate, número de pessoas envolvidas, equipamento utilizado, área queimada, vegetação atingida e outros fatores.

Custos da Operação


Na última década, a silvicultura brasileira tem se destacado não somente no cenário interno como também tem sido referência àqueles países cujos produtos florestais contribuem significativamente na geração de divisas.
A grande evolução tem sido baseada fundamentalmente pela introdução de novos materiais genéticos, expansão das fronteiras e adoção de novos métodos silviculturais. Dentro desta verdadeira revolução silvicultural ocorrida e da integração floresta/indústria, cresceu na mesma intensidade a demanda por matéria-prima de alta qualidade e a necessidade de adequação dos custos dentro da nova realidade.
Devido às grandes extensões territoriais onde se localizam os principais povoamentos florestais, muitos são os fatores biodiversos, como solo, clima, materiais genéticos, entre outros, que contribuem para o sucesso ou o fracasso de um empreendimento florestal.
Limpeza do Terreno
Estes custos são constituídos basicamente por operações de roçadas, decepas, aplicação de herbicidas pós emergentes, rebaixamento de tocos ou destocas, gradagens para trituração ou incorporação de resíduos, enleiramento, combate às formigas e queima (limitada somente a algumas situações).
A composição destes custos , incluindo insumos, mão-de-obra e horas de máquinas, gira em torno de R$ 250,00/ha.
Conservação e Preparo do Solo
Os custos de conservação do solo estão relacionados àquelas operações cujo objetivo é manter a vida e a integridade deste mesmo solo, principalmente no que se refere a danos provocados por erosões, perdas de nutrientes e degradação da matéria orgânica, cuja inobservância levará a seu empobrecimento e conseqüentemente à perda da produtividade futura.
Já os custos de preparo do solo constituem-se por operações que antecedem ao plantio, como as gradages leves ou pesadas, gradagem bedding, subsolagem ou ripagem, coveamento e sulcamento>A soma destas operações pode ser executada por valores médios em torno de R$ 130,00/ha.
Plantio e Replantio
Os custos deste item são intimamente dependentes do material genético usado e do método de formação das mudas, acrescidos do custo da operação de plantio propriamente dito, incluindo-se a mão-de-obra e horas de máquinas para realizá-lo.
A alta tecnologia empregada para produção de mudas, aliada aos sofisticados métodos de sua produção, confere à operação de plantio um dos principais custos da formação florestal. Considerando-se que a maioria das empresas florestais já dominam o processo de produção de mudas pelo método da propagação vegetativa ou micropropagação e que este sistema onera significativamente o custo de formação em relação àquelas formadas diretamente a partir de sementes, pode-se considerar para fins desta análise uma composição de 50% das mudas em cada sistema.
A densidade de plantio, ou espaçamento, é outro fator que interfere diretamente nos custos; por isso, pode-se adotar o espaçamento médio de plantio entre 3x2 e 3x3m e um índice de reposição para replantio de 10% da população original.
Isto posto, os custos de plantio e replantio acarretam um investimento de aproximadamente R$ 350,00/ha.
Em relação à adubação, é a operação da formação florestal de maior divergência entre às empresas, devido basicamente as diferentes composições, fontes e dosagens dos insumos utilizados. Os principais insumos são de origem química, mineral e orgânica; este, proveniente de material vegetal ou resíduo industrial.
Adubações consideradas padrão para uma boa formação florestal acarretam um custo da ordem de R$ 350,00/ha.
Tratos Culturais
Os tratos culturais mais dispensados nos povoamentos florestais na fase da implantação são aqueles voltados à eliminação das ervas daninhas, cuja competição por água, luz e nutrientes compõe-se como o principal fator da perda da produtividade florestal.
O uso de herbicidas de uma forma geral tem sido a prática mais adotada para eliminação da “matocompetição”, vindo em seguida as capinas manuais ou mecânicas.
Estes custos representam uma parte significativa dos investimentos na formação florestal, girando em torno de R$ 340,00/ha.
Manutenção do Povoamento
São todas as operações que incidem após o período de implantação florestal. Normalmente ocorrem do segundo ao sétimo ano de idade do povoamento, também chamado de período de maturação florestal.As principais operações neste período são o controle de pragas, readubações e controle de incêndios florestais.
No período de manutenção do povoamento (do 2º ao 7º ano), são investidos cerca de R$ 600,00/ha.
Considerações Finais
O termo silvicultura traduz perfeitamente seu significado, como sendo o cultivo de árvores, uma vez que para a obtenção de uma produtividade florestal satisfatória, devem ser empregadas uma série de operações, também denominadas de manejo intensivo e materiais genéticos de altíssimo valor agregado, desta forma nada devendo ao cultivo agrícola.Percebe-se que são investidos para formação e maturação de um maciço florestal cerca de R$ 2.000,00/ha.

www.ambientebrasil.com.br
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Monday, December 05, 2005

I.I.R.S.A. - 2: contra-ataque dos EUA

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Isto que eles vêem como 'problema' (o interesse de Washington), eu vejo como oportunidade.

a.h

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Bush quer controlar integração sul-americana

Rio, 1/ago/05 - Nenhum fato é mais didático sobre o grau de controle das estruturas hegemônicas de “governo mundial” sobre o Brasil e a importância potencial do País para a reconfiguração da ordem de poder global em curso, do que a visita do secretário do Tesouro estadunidense John Snow, que chegou a Brasília no domingo para uma estada de três dias. Em meio à turbulência sistêmica que abala o Governo Lula e poucos dias após a contundente derrota aplicada por Washington ao Brasil, com a imposição de seu candidato na presidência do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), a visita de Snow tem os evidentes propósitos de explicitar o apoio estadunidense ao presidente brasileiro, especialmente a sua política econômica pró-mercados, e sinalizar uma nova fase de jogo pesado contra a política de integração sul-americana do Itamaraty.

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A derrota de João Sayad na disputa pela presidência do BID para o colombiano Luis Alberto Moreno, embaixador de Bogotá em Washington desde 1999, além de representar um golpe desmoralizante para o Itamaraty, poderá ter sérias repercussões sobre o projeto de integração regional, já que, como Snow deixou claro, os EUA pretendem centralizar no BID o planejamento dos projetos de infra-estrutura necessários à integração física do subcontinente, em detrimento da Iniciativa de Infra-estrutura Regional Sul-americana (IIRSA). Em entrevista ao jornal Valor Econômico (1/08), ele sentenciou: “Temos algumas idéias, uma delas é obter um veículo no continente americano para avaliar projetos exploratórios, um órgão que fornecesse um selo de aprovação para determinados projetos. Há tantos projetos competindo que os investidores ficam desnorteados com as alternativas. Seria positivo haver um local centralizado capaz de avaliar a viabilidade de diferentes projetos, muitos dos quais terão de ser parceiras público-privadas. Quero expor algumas dessas idéias ao ministro; se é algo que o BID pode fazer, ou se outra instituição. O BID deveria ser o lugar.”

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Possivelmente, a proposta de Washington poderá ser objeto de uma barganha envolvendo a pretensão brasileira de dar um tratamento especial aos projetos de infra-estrutura na contabilidade do Fundo Monetário Internacional (FMI), o que seria bastante atraente para o Ministério da Fazenda e o Banco Central brasileiros, que não têm qualquer compromisso com a integração regional.

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Para reforçar sua posição, Snow enfatizou a visão “comercial” da infra-estrutura, assinalando os interesses dos cartéis graneleiros, como a ADM e a Cargill, que, segundo ele, poderiam investir nas hidrovias brasileiras para ampliar a capacidade de transporte de grãos destinados à exportação.

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Se a intenção vingar, apenas serão implementados os projetos que tenham o “selo de aprovação” do BID, comandado por um preposto de Washington, vitorioso em uma eleição em que o Departamento de Estado colocou todo o seu peso, conseguindo direcionar inclusive os votos do México (que chegou a anunciar que não apoiaria Moreno) e do Paraguai. Igualmente, não se pode omitir que o Itamaraty também colheu aí os resultados da sua obsessão com o Conselho de Segurança das Nações Unidas, perdendo apoios importantes como aqueles e apenas assegurando o da Argentina na undécima hora, depois de acertar, tardiamente, a apresentação de Sayad como candidato do Mercosul.

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De qualquer maneira, as cartas estão na mesa e a disputa IIRSA-BID deverá ser um dos fatores que irá determinar o futuro do projeto de integração regional e das próprias nações sul-americanas como entidades políticas capazes de superar a sua subordinação histórica aos desígnios hegemônicos de Washington.

[050801b]


http://www.alerta.inf.br/08_2005/050801b.htm
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