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O presente blog, Geografia Conservadora servirá mais como arquivo e registro de rascunhos.
a.h

Thursday, November 22, 2007

'Aquecimento global' entra numa fria...


Editoria on 12 Novembro, 2007 06:28:00

09/nov/07 (AER) – O já abalado ‘aquecimenismo’ antropogênico sofreu mais um duro golpe com o alerta feito essa semana, durante o Carbon Fórum Ásia, pelo oficial de mudanças climáticas da ONU Yvo de Bôer que, sem um acordo internacional pós-2012 para substituir o Protocolo de Kyoto, o mercado de carbono "pode desaparecer mais rápido do que apareceu." Concomitantemente, foi revelado que a Ecosecurities, uma das maiores empresas do mundo que atua no gasoso mercado de créditos de carbono, não conseguirá gerar a quantidade de RCEs (Redução Certificada de Emissões) originalmente prevista. [1]

O fato é que uma série de evidências sugere que a bucha do balão da fraudulenta campanha do aquecimento global antropogênico já se apagou e que a sua queda é uma questão de tempo. Recentemente, argumentos incessantemente repetidos pelos críticos da não comprovada teoria que atribui o aquecimento atmosférico às emissões de carbono provenientes das atividades humanas têm ganhado espaço em publicações científicas e órgãos midiáticos que, até há pouco, raramente davam atenção e espaço a eles, bem como aos cientistas que têm procurado colocar a busca da verdade à frente de uma agenda política (os assim chamados "céticos"). Aos poucos, o peso dos fatos observados vai se impondo sobre as projeções dos modelos climatológicos computadorizados, ao mesmo tempo em que se amplia a percepção das enormes implicações socioeconômicas da adoção dos pretendidos limites para o consumo de combustíveis fósseis, como ressaltou no Senado dos EUA o senador James Inhofe. Um dos mais severos críticos do catastrofismo "aquecimentista", Inhofe acredita que 2007 marcará o início de uma reviravolta na percepção do fenômeno.
Em sua edição de 26 de outubro (Vol. 318, no. 5850), a tradicional revista científica Science publicou um comentário crítico dos pesquisadores Gerald Roe e Marcia Baker, da Universidade de Washington, em Seattle, sobre a falta de precisão dos modelos climatológicos em vigor para efetuar qualquer prognóstico confiável sobre as tendências climáticas futuras. Segundo eles, "as incertezas nas projeções de futuras mudanças climáticas não diminuíram substancialmente nas últimas décadas".
Como sintetizou no título da nota referente ao trabalho a revista britânica New Scientist de 26 de outubro, "o clima é muito complexo para previsões precisas".
É simples assim: a dinâmica climática resulta de uma extremamente complexa interação de fatores extraterrestres e terrestres, que a ciência ainda está longe de entender de forma sistêmica e, mais ainda, de poder transformar em modelos matemáticos minimamente confiáveis para fundamentar decisões políticas de tão grande alcance.
Em um comentário que acompanha o artigo original, Miles R. Allen e David J. Frame afirmam, sem meias palavras:
Um limite superior para a sensibilidade climática se transformou no santo graal das pesquisas climatológicas. Como mostram Roe e Baker, isto é inerentemente difícil de se atingir. Promete fama duradoura e felicidade ao descobridor, mas pode não existir e resulta que não será de grande utilidade se for encontrado. É hora de encerrar a busca.
[Nisto, eu discordo. A pesquisa pura, i.e., aquela que não sucumbe às prerrogativas políticas e suas agendas sempre é positiva. Buscar respostas pode ter, inclusive, outros efeitos não previstos que terão utilidade para fins que por ora não imaginamos.]
Dois dias depois, o New York Times, cuja seção de ciências sempre foi uma das principais caixas de ressonância do catastrofismo climático (desde a década de 1970, quando ele se referia à iminência de uma "nova era glacial"), publicou uma interessante reportagem com o auto-explicativo título "Aquecimento revive a flora e a fauna na Groenlândia". De autoria da jornalista Sarah Lyall, o texto descreve os pouco alardeados efeitos positivos do aquecimento atmosférico, em uma região do planeta tradicionalmente apontada como uma das mais vulneráveis a ele:
Agora que o clima está esquentando, não são apenas velhas árvores que estão crescendo. Um supermercado groenlandês está estocando couves-flores, brócolis e repolhos, que pela primeira vez estão sendo cultivados ali. Oito fazendas de criação de ovelhas estão produzindo batatas comercialmente. Outras cinco estão fazendo experiências com verduras. E Kenneth Hoeg, o principal assessor agrícola da região, diz que não vê motivos para que o Sul da Groenlândia não possa, eventualmente, se encher de plantações de verduras e florestas viáveis.
"Se esquentar, uma grande parte do Sul da Groenlândia poderá ficar assim", diz o sr. Hoeg... Se ficar um pouco mais quente, podemos falar de uma floresta produtiva com madeira suficiente para ser explorada em toras... O fator limitante para a sobrevivência humana aqui é a temperatura, e há um monte de benefícios com um clima mais quente", afirma ele. "Nós estamos na fronteira da agricultura e até mesmo uns poucos graus podem fazer a diferença."
Nada mal, para uma ilha do tamanho da Europa Ocidental com apenas 56 mil habitantes, que recebeu o sugestivo nome "Terra Verde" dos seus descobridores vikings, no século X, durante o chamado Período Quente Medieval, quando as temperaturas no Hemisfério Norte chegaram a ser 1,5-2 graus centígrados superiores às atuais - mais de seis séculos antes da Revolução Industrial.
Para os editores deste Alerta, que há anos têm se empenhado em expor a fraude "aquecimentista", essa mudança na direção dos ventos representa um alento e um incentivo a mais para prosseguir com o trabalho.
Notas:[1]ONU alerta que mercado de carbono pode entrar em colapso, Envolverde, 09/11/2007

Wednesday, November 21, 2007

Tupi


All this and oil too
The Economist


God may indeed be Brazilian after all

WHEN Francisco Suares, a Portuguese explorer, wrote home to his brother in Lisbon about Brazil's natural bounty in 1596, he declared himself "ashamed to write it, fearing that I shall not be believed." And so it remains today. Brazil's forests are bigger than anywhere else's. Its soil is so fertile that some trees grow to full maturity quicker than people do. Beneath the soil lie huge mineral deposits that are raw material for China's double-digit growth. Brazil is already on its way to becoming an alternative-energy superpower. And as if to prove a popular saying that "God is Brazilian", it now seems that there are billions more barrels of oil than previously thought lying beneath deep waters off the country's coastline.



Just how many billions is unclear, but Petrobras, Brazil's state-controlled oil company, announced earlier this month that it reckons the Tupi oilfield contains between 5 billion and 8 billion barrels. That may not quite yet put Brazil in the same league as Venezuela and Saudi Arabia, as Dilma Rousseff, President Luiz Inácio Lula da Silva's chief of staff who also chairs Petrobras's board, excitedly proclaimed. But the higher estimate would make the Tupi field alone equal to all of Norway's reserves. It contains light crude, which is less expensive to refine and therefore worth more. And there may be other big deposits to be found nearby.

José Sergio Gabrielli, Petrobras's chief executive, refuses to speculate about how big an oil power Brazil might become. But he does concede that there is the potential for many more discoveries on the scale of Tupi—which itself is the world's second-biggest strike in 20 years, after Kazakhstan's 12 billion-barrel Kashagan field, discovered in 2000.



Most of Brazil's oil comes from the Campos basin, in the waters off Rio de Janeiro. It is typically found at depths of 1,000-2,000 metres below the seabed. Below that lies a huge layer of salt, at some points more than a mile thick. This stretches both north and south to the hitherto less prolific basins of Espirito Santo and Santos. It is below the salt, in the Santos basin, that Petrobras discovered Tupi. The company has also found "sub-salt" oil in Espirito Santo, although it has not yet assessed the scale of this. Mr Gabrielli believes that the two basins have yielded relatively little oil to date not because it is not there, but because it lies deeper underground, below the salt.

Tupi's oil will be hard to extract. Petrobras is a world leader in deep-water oil production, but Tupi is farther down than any of its existing fields. Drilling through the salt layer and the hard rock beneath brings further technical difficulties. The first test-well alone cost $240m. Moreover, there is a shortage of skilled labour and equipment throughout the oil industry at the moment—although Mr Gabrielli says Petrobras can transfer staff and resources from other projects if necessary.



Despite these caveats, it is reasonable to assume that Brazil's economy and currency will get a boost when the oil starts flowing, it is hoped, in 2010. The discovery might also tip the balance of power in South America further in Brazil's favour. Already self-sufficient in oil, Brazil is now likely to become a significant exporter. That may reduce the clout of Venezuela's oil-rich president, Hugo Chávez, in the region. As if to underline this, Petrobras announced on November 13th that it was pulling out of a joint venture in Venezuela.

Brazil's drive towards oil self-sufficiency follows the opening up of the industry to foreign investment in the 1990s, when the government also floated some 40% of Petrobras's shares on the stockmarket. Britain's BG Group has a 25% stake in the Tupi field, and Portugal's Galp Energia holds 10%.



The government followed up the announcement of the Tupi field by withdrawing neighbouring blocks from an auction of exploration rights due later this month. That might signal rising petro-nationalism. But it also looked prudent, since those blocks may be worth much more as more becomes known about Tupi.

Amid the euphoria, which included an instant leap of 26% in Petrobras's share price, came suspicion about the timing of the announcement. Less than a week after it was made, the company announced a poor set of results, with operating profit down 22% compared with the same quarter last year.



Petrobras has also faced mounting difficulties in supplying natural gas to thermal power plants, especially since its fields in Bolivia were quasi-nationalised last year. Some see the Tupi announcement as an attempt to distract attention from this. "It is like throwing a second ball onto a football pitch when the game is going against you," says Alexandre Marinis of Mosaico, a political consultancy.

Electricity rationing under the previous government in 2001-2 helped Lula to win office. One solution now would be to raise the price of gas, but officials are worried that this would feed into inflation, and jeopardise the scope for further cuts in interest rates. Mario Pereira, an energy consultant, reckons that the risk of electricity shortages should wane after 2008, if Petrobras completes a planned liquefied natural-gas terminal on time.



That may be a big if. Lula and Ms Rousseff, a former Trotskyist who is sometimes touted as a potential presidential candidate for the ruling Workers' Party, were keen to associate the government with Petrobras's strike. But the oil may not start flowing until after the next presidential election in 2010. Energy may be an electoral headache rather than a boon for the government, if not for the country.

Source: The Economist

[Para uma tradução rápida, clique aqui.]






Revista Veja
O governo anuncia que a Petrobras achou muito petróleo à profundidade de quase um Everest abaixo da superfície
Ronaldo França



Geraldo Falcão/divulgação


Plataforma de exploração: nova área pode conter mais da metade das reservas do país


VEJA TAMBÉM
Exclusivo on-line• Em profundidade: Petróleo



Com o petróleo custando quase 100 dólares o barril, a busca pelo combustível fóssil está levando as empresas a abrir fronteiras antes apenas sonhadas. Uma delas é o Ártico, cujas reservas estão mapeadas e até assinaladas com bandeiras por países cobiçosos das riquezas de suas entranhas geladas. Na semana passada, o mundo soube que a Petrobras conseguiu extrair petróleo de uma profundidade de 7.000 metros, algo tão descomunal que equivaleria quase ao Monte Everest abaixo da linha d'água – e em mar alto. A empresa petrolífera brasileira foi a primeira a dominar a tecnologia de prospecção em profundidade – 2.000 metros – e agora caminha para ser líder mundial também em superprofundidade arrancando petróleo de depósitos lacrados a sete chaves pela natureza. "Existem poucos lugares no mundo em que se consegue extrair petróleo de águas profundas. O Brasil é um deles e, por isso, tem sorte. Como só a Petrobras desenvolveu a competência para extrair desse tipo de reserva, os brasileiros merecem colher os benefícios disso", disse o geólogo Colin J. Campbell, Ph.D. da Universidade de Oxford e um dos maiores especialistas em petróleo do mundo, ao repórter Victor De Martino, de VEJA.


O que brotou das profundezas, por enquanto, são amostras de petróleo de alta qualidade vindas de poços de teste de uma área de prospecção conhecida como Tupi, localizada a 180 quilômetros da costa perto da Bacia de Santos, no litoral paulista. Mas para os experimentados geólogos da Petrobras é indício suficiente para comemorar. "Essa descoberta muda o país de patamar no mercado internacional. Provavelmente teremos de reavaliar e até ampliar nosso plano de investimentos", diz Sergio Gabrielli, presidente da Petrobras. Para chegar ao petróleo, as sondas da empresa furaram enormes camadas de rocha e atravessaram uma gigantesca barreira subterrânea formada de sal. Por isso se diz que o óleo foi achado no pré-sal. As pesquisas na região continuam e, dentro de dois anos, será conhecida a real extensão dos depósitos. Depois disso, serão necessários mais quatro anos para que o petróleo pré-sal brasileiro possa ser bombeado em volume comercial a um custo competitivo. Isso é um ponto vital. Mesmo com o barril a 100 dólares, será preciso ainda muito aprimoramento tecnológico para extraí-lo de 7.000 metros de modo competitivo. Quando a profundidade de exploração duplica, por exemplo, de 2.000 para 4.000 metros, o custo da operação triplica. Mas os especialistas são unânimes em dizer que, ainda assim, vale muito a pena. O primeiro poço dessa profundidade custou à Petrobras 240 milhões de dólares e levou um ano para ser concluído. O custo caiu para 60 milhões e o prazo de conclusão para dois meses. Podem cair mais. Além disso, os custos são rateados com as sócias da Petrobras naquela área, a inglesa BG Group (25%) e a portuguesa Galp Energia (10%).


Jamil Bittar/Reuters


Plataforma de exploração: nova área pode conter mais da metade das reservas do país



A área de Tupi abrigaria reservas de 5 bilhões a 8 bilhões de barris de petróleo. Isso mudaria a posição do Brasil no mercado mundial de importador a exportador. Parece um volume estrondoso. Mas o mundo é sedento por petróleo, e ao ritmo atual de consumo global de 86 milhões de barris por dia toda a reserva de Tupi seria consumida em apenas três meses. A grande aposta de todos é que exista petróleo naquela rocha abaixo da camada de sal não apenas em Tupi, mas em toda a região que vai da costa de Santa Catarina à costa do Espírito Santo. Se Tupi for apenas uma amostra das riquezas dessa enorme região, então haverá motivos para o otimismo típico e legítimo que domina os governantes quando se encontra petróleo – mesmo que seja o mais pálido sinal dele. "Modificamos o paradigma geológico do país. É uma descoberta que terá importância para todas as gerações do Brasil", disse a ministra Dilma Rousseff.


Mas pode-se tomar o todo pela parte? Se tem petróleo fino brotando dos poços na área de Tupi, haverá em toda aquela região? É uma aposta. Nesse cenário positivo, a região estaria produzindo daqui a seis ou sete anos mais de 70 bilhões de barris. Isso levaria o Brasil da 24ª posição entre os países produtores para o nono lugar, à frente da Nigéria e dos Estados Unidos. É preciso ir devagar com o andor. A história mostra que nesse ramo nem sempre tudo sai conforme o figurino. Em 1978, a British Petroleum, então com um contrato de risco com o governo Geisel, anunciou ter encontrado petróleo na Bacia de Santos em rocha pré-sal, a 5.000 metros de profundidade... Será o mesmo petróleo que se anuncia agora? Melhor que não.


A exploração de um campo de petróleo obedece a um árduo cronograma que pode levar até dez anos entre a prospecção e o óleo jorrando na plataforma. Para que se possa contabilizar cada barril de petróleo debaixo do solo como reservas provadas – o que muda a posição do país no ranking dos produtores – é necessário percorrer as seguintes etapas:


• A perfuração exploratória, quando se obtêm informações sobre a estrutura geral do poço. No caso de Tupi, essa descoberta foi feita em 2005.
• A avaliação do volume de petróleo recuperável. Ou seja, quanto daquele poço é possível ser extraído de acordo com as características gerais do óleo encontrado. É nessa fase que se encontra a Petrobras agora. E é devido a esse grau de incerteza que a empresa informou que pode haver ali entre 5 bilhões e 8 bilhões de barris, uma diferença considerável.

• A elaboração do plano de desenvolvimento, a partir do qual as reservas começam a se tornar mais palpáveis.


É aí que se sabe quanto vai custar a operação, o nível de produção, a pressão com que o petróleo pode jorrar e tudo mais que sinaliza a viabilidade econômica do poço. Essa fase ainda demora pelo menos dois anos.


A descoberta veio acompanhada de um travo um tanto amargo de regresso a um tempo em que a mão do estado era dominadora na economia. A começar por uma reunião do Conselho Nacional de Política Energética, que ocorreu nas dependências da Petrobras. Embora seja estatal, ela é apenas mais uma das empresas do setor. O presidente da Petrobras, Sergio Gabrielli, explicou que somente ali havia as condições para a apresentação dos gráficos, filmes e todo o material produzido em três dimensões que comprovam a extensão da descoberta. O mal-estar no mercado também ocorreu quando se anunciou que o CNPE retiraria da próxima rodada de licitações de áreas de exploração de petróleo os blocos vizinhos do campo de Tupi. Estão habilitadas 66 empresas, entre as quais investidores pesos-pesados como a Vale do Rio Doce e a OGX, do empresário Eike Batista. "Problemas como esse criam uma expectativa desfavorável dos investidores em relação ao Brasil", diz o advogado Paulo Valois, especialista em energia e infra-estrutura. Essa questão deverá se resolver ao cabo de uma guerra de interpretações das regras. Mas a briga para participar de prospecção na área contígua a Tupi é mais um sinal de que ali tem mesmo petróleo explorável. Seria bom para todos.


O SIGNIFICADO DAS RESERVAS

O petróleo espalha-se de forma desigual pelo subsolo do planeta. Vem daí apenas parte da dificuldade de estabelecer ao certo a quantidade disponível em cada campo que se descobre. Tanto é assim que a informação mais segura que se pode alcançar, como por exemplo o total de petróleo garantido para exploração no mundo, tem apenas 90% de certeza. São as chamadas reservas provadas. É com base nessa informação que se fazem os planejamentos energéticos e se pode deduzir por quanto tempo a humanidade ainda poderá aplacar sua sede por combustíveis fósseis.


A reserva que se descobriu agora estava há bilhões de anos intocada abaixo da camada de rochas salinas que começou a se formar no momento em que a África e a América se separaram. Ao contrário do que aconteceu em outros locais do litoral brasileiro, naquele ponto não houve um deslocamento de placas que abrisse brechas pelas quais o petróleo pudesse subir a níveis mais próximos da superfície. Nos próximos anos será possível confirmar sua real extensão.


Jaime Gimenez Jr
São Paulo SP Brasil

Ruppenthal reaparece e diz que culpa do desastre ambiental no rio dos Sinos é da população


O empresário Luiz Ruppenthal, dono da Utresa, empresa que opera aterro industrial que causou o maior desastre ambiental das últimas décadas no Rio Grande do Sul, em outubro do ano passado, quando seus despejos em afluentes do rio dos Sinos provocaram a mortandade de 84 toneladas de peixes, reapareceu nesta terça-feira, em Estância Velha, cidade onde fica localizada a Utresa. Ele se apresentou no Fórum da cidade, às 15 horas, acompanhado por seu advogado, Nereu Lima. No cartório ele deu seu endereço e oficializou sua apresentação. Ruppenthal esteve foragido por quase um ano, para escapar da prisão decretada no primeiro processo instaurado contra ele e sua empresa, no dia 28 de novembro do ano passado. Ele é acusado pela prática de mais de 50 crimes ambientais. Luiz Ruppenthal disse que permaneceu durante todo o tempo no Rio Grande do Sul, zombando do aparato policial que não conseguiu encontrá-lo. No seu retorno à vida civil, Luiz Ruppenthal disse que a grande responsabilidade pela poluição da Bacia do Rio dos Sinos é das populações das cidades situadas as suas margens, que jogam seus esgotos direto em suas águas, sem tratamento. É uma tese fantástica.
Porto Alegre, 21 de novembro de 2007 - www.Videversus.com.br - nº 840
»» A tese não é 'fantástica', é real. Mas, esta é uma falsa questão... para que servem os poderes constituídos, senão para fiscalizar e punir, então? O dono da Utresa se utilizou do clássico 'toma que o filho é teu' e, já que estou usando ditos populares 'quem não tem culpa, não nega' ou, mais apropriado ao caso não se esconde.

BID aprova financiamento de US$ 144 milhões para terminal portuário em Santa Catarina


O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) aprovou nesta terça-feira um financiamento de US$ 144 milhões para a empresa Itapoá Terminais Portuários, para a construção e operação de um terminal de contêineres em Santa Catarina. O projeto, conhecido como "TECON Santa Catarina", consiste na elaboração, construção e operação do porto conforme uma autorização do governo, segundo assinalou um comunicado do BID. A obra inclui um cais e uma ponte de acesso, pátio de contêineres e prédios administrativos, instalações gerais, como serviços de infra-estrutura, "e todos os demais equipamentos necessários para construir e operar um terminal de contêineres moderno". O comunicado do BID assinalou que o projeto aumentará em 300 mil unidades por ano a capacidade portuária. Segundo John Graham, chefe da equipe do BID, o projeto contribuirá para reduzir o tempo de espera e permitirá uma maior especialização entre os portos existentes para atender o tipo de carga que lhes seja mais apropriado.
Porto Alegre, 21 de novembro de 2007 - www.Videversus.com.br - nº 840

Lula decide investir US$ 2 bi em Garabi, a mega-usina do rio Uruguai

O compromisso do presidente Lula de que o projeto de construção da usina hidrelétrica binacional de Garabi, no rio Uruguai, sairá do papel, foi comemorado pelo ex-secretário de Energia, Minas e Comunicações, Valdir Andres, atual diretor administrativo do Banrisul.
O editor desta página falou com Andress durante o almoço desta terça-feira com o presidente da Anfavea, no Plaza de Porto Alegre.. Lula disse para apresidenta eleita da Argentina, Cristina Kirchner, que o cronograma da obra da megausina será definido até fevereiro. "É a realização de um sonho", declasrou Andress.
Foi Andres quem resgatou o projeto da Usina Garabi no governo Rigotto, quando foi secretário de Energia. O que ele informou sobre os grandes números da usina: "Garabi mudará a vida da região Noroeste do Estado para sempre. O investimento inicial previsto é de US$ 2 bilhões para a geração de 1.800 megawatts (MW) de energia, com a construção de duas barragens. A geração de empregos diretos e indiretos pode atingir a incrível marca de 50 postos de trabalho. A previsão de término da obra é de seis anos”.
Andres sempre enfrentou o pessimismo das pessoas, sobretudo na sua região, as Missões, que criticavam o empenho do então secretário numa "obra utópica", como era chamada Garabi. Ele, contudo, nunca se deixou abalar, reunindo estudos já realizando e promovendo a realização de marcos regulatórios entre o Brasil e a Argentina. A iniciativa privada tem grande interesse em participar da construção de Garabi, que aumentará em 50% a produção de energia do Rio Grande do Sul.
www.polibiobraga.com.br - Porto Alegre, quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Sunday, November 18, 2007

Mas daqui a seis anos


Por: Carlos Alberto Sardenberg
12 de Novembro de 2007.


Então ficamos assim: hoje, falta gás se não chover ou se o presidente Evo Morales engrossar com o Brasil. Mas daqui a cinco, seis anos, estaremos estufados de gás, dando bananas para a Bolívia.
Hoje, o Brasil ainda é deficitário no comércio externo de petróleo, combustíveis e lubrificantes; mas daqui a cinco, seis anos, o País será grande exportador líquido e cartola na Opep.
Hoje, há risco de faltar energia elétrica; mas daqui a cinco, seis anos, vai sobrar.
Hoje, os preços de energia estão subindo, já que o produto é escasso; mas daqui a cinco, seis anos...
Esse é o discurso do governo Lula no momento. A reação aos “probleminhas” atuais é uma fuga para o futuro. Trata-se de óbvia estratégia de mídia - e o presidente Lula é um craque nisso -, mas é preciso admitir que as expectativas não são vazias.
Há bons projetos nos diversos setores que, se realizados conforme as melhores expectativas, de fato produzirão uma situação energética confortável no futuro. Isso remete o debate ao ponto mais importante: quais as chances de esses projetos serem realizados a tempo?
Esse novo campo de petróleo anunciado pela Petrobrás, o Tupi, por exemplo, é uma boa esperança, mas para levar o Brasil a entrar na Opep, como diz o governo, será preciso superar muitas etapas complexas. Será preciso desenvolver nova tecnologia, pois, embora a Petrobrás seja competente na exploração em águas profundas, esse campo impõe outros desafios. Trata-se de uma situação geológica diferente, que exige um novo tipo de know-how a ser desenvolvido durante os trabalhos de prospecção. É não é simples avançar nisso.
Há desde problemas técnicos até econômicos, relacionados à cotação do petróleo. A US$ 100 o barril, qualquer exploração é econômica. Mas, se houver uma desaceleração da economia global, o preço vai cair.Além disso, a Petrobrás, que, pelo movimento inicial do governo, deverá ficar com o novo campo, precisará adquirir estações, máquinas e equipamentos atualizados, o que também não é simples. Hoje, com o petróleo a US$ 100, o mundo todo está explorando óleo. Logo faltarão equipamentos.Outro dia, o presidente Lula, defendendo a decisão de seu governo de obrigar a Petrobrás a encomendar navios e estações no Brasil, disse que essa era uma escolha política, não “matemática”, quer dizer, não econômica. Produzir no Brasil custa mais caro e demora mais, porque faltam capitais e tecnologia a companhias aqui instaladas ou por instalar. Mas gera emprego aqui, diz Lula. No entanto, continua sendo custo. Por isso mesmo outras plataformas de exploração da Petrobrás estão atrasadas.
Pelo modo como está desenhado o setor, no modelo que vem da era FHC, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) deveria licitar os blocos de exploração, incluindo os próximos dos novos campos, numa competição aberta a companhias nacionais e estrangeiras. As vencedoras explorariam o negócio comprando os equipamentos onde bem entendessem.
Mas, pelo jeitão do governo Lula - e pela decisão de excluir blocos próximos da nova reserva da rodada de licitação da ANP -, tudo sugere que se vai levar todo o negócio para o controle da Petrobrás. E, se for assim, uma decisão política e ideológica, vai atrasar o processo. Por maior que seja e por mais associações que faça, a Petrobrás tem limitações de capital, pessoal e tecnologia para tocar todo o serviço. E mais atrasos (e custos) haverá, se for mantida a orientação para adquirir equipamentos no País.
Repetindo: o grande projeto de auto-suficiência está atrasado por todos aqueles fatores.Mesmo que não se imponham essas restrições nacionalistas e estatizantes aos novos projetos, o risco de atraso continua no cenário, pois há escassez no mercado mundial de navios e equipamentos petrolíferos.
Tudo isso vale para os projetos do gás. O governo conta com prazos curtos para desenvolver a produção local e a importação de outros países. Idem para a energia elétrica. Neste último caso, por exemplo, o governo conta com a construção das megahidrelétricas do Rio Madeira não apenas em prazo rápido, mas em tempo recorde.
E tem mais um detalhezinho, como diria o presidente. Todos esses prazos vencem depois de 2010, quando Lula já não será presidente. Ele poderá dizer: deixei tudo arrumado, os outros é que não souberam tocar... E com a capacidade que Lula tem de virar histórias pelo avesso, não será fácil para o presidente do momento.
A outra questão é a seguinte: mesmo que não ocorram os piores cenários, como uma seca longa e severa, haverá problemas no abastecimento de energia. No mínimo, preços em geral vão subir e há grande probabilidade de escassez aqui e ali.Isso tem efeitos políticos e poderá desmoralizar o discurso das grandes promessas. Um prato cheio para a oposição, se houvesse uma oposição de verdade.
Por outro lado, a emergência poderá levar Lula a optar por caminhos mais rápidos, como abrir a exploração de novos campos a companhias privadas, nacionais e estrangeiras, de modo a multiplicar os investimentos.
De todo modo, já houve uma quebra das regras. Os blocos foram retirados na véspera do leilão. Uma quebra inútil. A Petrobrás tem sido a grande vencedora dos leilões, inclusive associada a gigantes internacionais, que não acham bom negócio brigar com uma megacompanhia quase monopolista. Aliás, foi num leilão, em 2000, que a Petrobrás comprou os direitos de exploração do Campo de Tupi (e por apenas R$ 15 milhões).
Mas também é possível que o presidente Lula deixe tudo como está, inclusive com o viés nacional-estatizante, e confie no seu taco para... 2014, ano da Copa. Prospecção de petróleo pode dar errado, mas também pode sair melhor que a encomenda.
(O Estado de SP - 12/11/2007)