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Novas mensagens, análises etc. irão se concentrar a partir de agora em interceptor.
O presente blog, Geografia Conservadora servirá mais como arquivo e registro de rascunhos.
a.h

Saturday, December 24, 2005

Colômbia 2

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Narcotráfico, reeleição e ordem pública

por Luis Alberto Villamarín Pulido em 27 de outubro de 2005
Resumo: O presidente da Colômbia já entrou para a história do país, e quanto maiores são os ataques que recebe, maior é a sua aceitação popular.
© 2005 MidiaSemMascara.org

O recente pronunciamento da Corte Constitucional para avaliar a reeleição presidencial, a publicação das denúncias de “Popeye” e de Alberto Giraldo, e o ressurgimento armado da guerrilha contra unidades militares indisciplinadas, marcaram a pauta dos acontecimentos políticos dos últimos dias.

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A possibilidade de que o país reeleja o carismático mandatário antioquino, é um desejo compartilhado pela diáspora colombiana que também espera dele ações concretas frente aos governos dos Estados Unidos, Espanha e França para regularizar a situação de milhões de compatriotas, submetidos a duros trabalhos por não estarem documentados.

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O fenômeno Uribe já faz parte da história colombiana. O que seus detratores não entendem é que, quanto maiores forem os ataques, maior será a aceitação popular de um homem que, por paradoxal que pareça, constituiu a escola da política participativa do constituinte primário, na contramão do seu espírito autoritário, estilo provinciano e incansável vontade de trabalho.

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Nem o cérebro do sangrento ataque terrorista contra o Palácio da Justiça, nem o eterno candidato do liberalismo oficialista, nem os levianos politiqueiros que pretendem ocupar o trono de Bolívar têm a disposição e o talento de Uribe Vélez. A colônia colombiana residente nos Estados Unidos é 100% uribista. Nesse sentido, o anúncio da coalizão dos contraditores de Uribe é interpretado como uma traição contra a Colômbia, pois de uma forma ou de outra o governo de 2002-2006 vendeu a idéia de que trabalha para reconstruir o tecido social colombiano. Então, quem torpedeie esse projeto está contra os interesses nacionais.

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As quase simultâneas publicações de Popeye e de Giraldo caíram na situação anterior como um anel no dedo. Em ambos os casos, o narcotráfico, atual gestor da efervescência da construção urbana na Colômbia, toca as vacas sagradas e desmascara verdades que os colombianos conheciam mais ou menos. A desqualificação feita às denúncias dos guarda-costas de Escobar por alguns dos afetados nas denúncias, só serviu para corroborar que um ilustre colombiano enaltecido até à saciedade por propagandistas de ofício, é o personagem mais nefasto que a história colombiana teve desde os anos quarenta até nossos dias.

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Por outro lado, ficou clara a indecência do narcotráfico na política, a debilidade de caráter e ingovernabilidade das administrações Betancour, Barco, Gaviria, Samper, Pastrana e a manipulação que deram ao manejo das leis, por meio da coação e do suborno. Tantas realidades corroboram que a Colômbia atravessa um difícil período histórico, cujas conseqüências ainda estão por determinar-se. Em que pese o Plano Colômbia e os enormes esforços humanos e monetários, a verdade é que o narcotráfico está vivo e abanando o rabinho. Por trás dele estão os senhores da guerra. Tanto as FARC quanto as “auto-defesas” ilegais.

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E com eles estão os testas-de-ferro, os escritórios de cobrança, os distribuidores e demais delinqüentes que se movimentam com habilidade e conivências em diversos pontos do globo. A indústria do narcotráfico é a principal responsável pela persistente queda do preço do dólar na Colômbia, embora digam o contrário o governo e seus sisudos economistas, especialistas em dizer o que se deveria ter feito e não o que se deveria fazer antes que ocorressem os fatos.

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Em terceira instância, as FARC têm manejado com calma a situação para responder à ofensiva governamental. Com os cabeças alojados nas selvas venezuelanas, panamenhas, peruanas, equatorianas e brasileiras, dotados com desmedidos orçamentos derivados do narcotráfico e apadrinhados politicamente por governos de esquerda interessados em torpedear os Estados Unidos, os guerrilheiros evitaram um combate frontal para golpear unidades descoordenadas ou indisciplinadas. Guerra é guerra e não se pode conceder nenhuma vantagem ao adversário. Quem a concede, perde terreno.

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As ações armadas contra as tropas em Chocó e Risaralda lembraram por um tempo a lassidão da administração Pastrana. Embora a guerra irregular seja imprescindível pelas condições intrínsecas, a opinião pública criou muitas expectativas acerca da efetividade da estratégia Uribe. Porém, enquanto não se combater o narcotráfico a fundo, continuará o fluxo de dinheiro subreptício, o preço do dólar continuará em queda, a efervescência da construção continuará satisfeita e a credibilidade do presidente colombiano decrescerá.

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Mesmo se se aprovar a lei de garantias com probabilidade à reeleição do senhor Uribe, é indubitável que este será seguramente vencedor, pois assim como o atual presidente dos colombianos aparece como um regente com demasiado talento frente aos músicos de sua orquestra, também é certo que não há entre os candidatos e menos entre seus contraditores, alguém de sua estatura. Nem o responsável pelo holocausto do Palácio da Justiça, nem os sempre ressentidos da esquerda, nem o eterno candidato do Partido Liberal, estão à altura das circunstâncias.

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Porém, o importante de tudo isto é que com Uribe reeleito ou não, aquele que ocupar a primeira magistratura da nação está chamado a governar, governar e governar, para adiar a senda dos colombianos. Um primeiro passo para eliminar as tensões é comprometer o mundo inteiro na luta frontal contra o narcotráfico, continuar a ação militar contra a guerrilha, porém, sobretudo, incrementar o conteúdo em quantidade e qualidade do serviço social, para evitar que haja caldo de cultura para o terrorismo, a subversão e a violência. Tamanha tarefa corresponde ao próximo presidente dos colombianos.

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Tradução: Graça Salgueiro.

Luis Alberto Villamarín Pulido é analista de assuntos estratégicos e autor de várias obras importantes sobre terrorismo e tráfico de drogas, como “El Eln por dentro” (1995), “El cartel de las Farc” (1996), “La Selva Roja” (1997), “En el infierno” (2003) e “
Narcoterrorismo: La guerra del nuevo siglo”, este lançado recentemente na Espanha. Seus livros são o resultado de 25 anos de experiência no comando de operações militares contra as guerrilhas colombianas. Especialista em contraterrorismo urbano e rural, inteligência militar, explosivos e demolições, e ainda graduado em Ciências Políticas, o tenente-coronel Luis Alberto Villamarín, hoje aposentado, tem mais de uma centena de artigos publicados na mídia internacional e uma coluna permanente na Military Review, revista do Exército dos Estados Unidos.
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Friday, December 23, 2005

Água na Amazônia e Centro-Oeste

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Em cerimônia presidida pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, foi reconduzido nesta quinta-feira (22) ao cargo o diretor-presidente da ANA - Agência Nacional de Águas, José Machado. O mandato é de quatro anos. Segundo o economista, a região Centro-Oeste e a Amazônia serão o foco da ANA no próximo ano. "O Centro-Oeste e a Amazônia são, sem dúvida, a 'bola da vez', pois vamos unir esforços para fortalecer os trabalhos nessas regiões", afirmou Machado.
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Ele disse que as primeiras iniciativas já estão sendo tomadas. Machado, que esteve recentemente em Mato Grosso do Sul, pretende ir também a Tocantins e Mato Grosso. Ele informou que está sendo instalada na Amazônia uma unidade descentralizada. "Já estamos deslocando quadros técnicos para implementar a representação da ANA na Amazônia", afirmou. "Estamos trabalhando intensamente para alargar nosso campo de ação", acrescentou. A ministra Marina Silva destacou, na cerimônia, que José Machado vai dar continuidade ao trabalho que desenvolvido na ANA. "A recondução é exatamente para ele continuar o trabalho que vem sendo realizado", explicou a ministra. "Terão continuidade ações como o empoderamento dos comitês de bacias, a criação das agências e do comitê do Jundiaí e Capivari e a finalização do Plano Nacional de Recursos Hídricos", disse. O diretor da ANA ressaltou ainda o trabalho de implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos: "Nossa missão é preservar a disponibilidade de água que temos, pois o país tem grande disponibilidade de água, mas parte dela está comprometida em termos qualidade, o seja, a água está poluída". Por isso, acrescentou, "é preciso arregimentar forças sociais através dos comitês de bacias, da participação da sociedade, dos governos estaduais e municipais para reverter esse quadro". Ele explicou que, com esse objetivo, a agência está implementando em todo o país instrumentos de gestão, como os planos de bacias e os comitês de bacias e estabelecendo relações fortes com os estados e municípios. "Portanto, a Lei das Águas estabelece uma série de caminhos para que façamos uma boa gestão das águas no Brasil. O trabalho que a ANA está fazendo caminha nessa direção", acrescentou.
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O nome de José Machado para a presidência da Agência Nacional de Águas foi aprovado no último dia 14 pelo plenário do Senado. Ele foi duas vezes como deputado federal por São Paulo e prefeito de Piracicaba (SP), também duas vezes. Machado foi o primeiro presidente do Consórcio Intermunicipal das Bacias Hidrográficas dos rios Piracicaba e Capivari.
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(Geysa Albuquerque/ Agência Brasil)
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www.ambientebrasil.com.br
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México

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En el último lustro, el crecimiento de la economía mexicana fue uno de los más bajos a nivel mundial, perdió atractivo para la inversión extranjera y disminuyó su participación en el mercado de Estados Unidos, según establece un análisis publicado por el diario El Universal.
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El mismo agrega que de 150 países en desarrollo, más de 120 presentan un alza en su economía superior a la de México en los cinco años más recientes.
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Entre 2001 y 2005, las economías más dinámicas de países en desarrollo son las de Europa del Este y Asia, mientras que las más rezagadas son las de América Latina, donde destaca México por su bajo crecimiento.
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Entre esas naciones sobresalen Turkmenistán con 16%, Kazajistán con 10,2%, China con 8,8 %, India con 6,1%, Tailandia con 4,8% y Chile con 4,3%, de acuerdo con pronósticos del Banco Mundial.
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Según Ricardo Amorim, jefe de análisis para América Latina del banco alemán WestLB, el rezago mexicano se debe a la falta de "avances importantes en las reformas estructurales", y agregó que la competencia con China y la apreciación del peso restaron competitividad al país, por lo que hubo capacidad de crecimiento limitada.
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Hace cinco años Estados Unidos realizaba con México 11,2% del total de sus importaciones. Esta cifra se redujo a 10,2% en este año. Por el contrario, la participación de China aumentó de 8,2% a 14,5% en el mismo lapso.
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Por su parte, Gabriel Pérez del Peral, del Instituto Nacional de Administración Pública (Inap) y consultor independiente, comentó que a pesar del bajo crecimiento que reporta el país, lo positivo es la estabilidad en la economía, situación que aún no se percibe en otras naciones de la región.
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"En el país hay estabilidad macroeconómica y se tiene la inflación más baja de toda América Latina, indicador que percibe la gente al momento de gastar su dinero", dijo.
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Empero, Ricardo Amorim destacó que lo que México ganó en estabilidad, lo perdió en posicionamiento mundial: en 2000 México ocupó el sitio 45 en el listado mundial de competitividad; para 2005 bajó al 55.
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Ambos consultados coincidieron que ante la ausencia de cambios estructurales México perdió atractivo para la inversión externa.
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Clinton e Bush

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Quarta-feira da semana passada, li num despacho da agência Efe, reproduzido em vários jornais brasileiros, o seguinte: "O presidente George W. Bush afirmou hoje que admite a responsabilidade pelos erros existentes nos dados dos serviços de Inteligência, que foram determinantes na decisão de lançar a guerra contra o Iraque". O jornalista que escreve uma coisa dessas deveria ser processado e preso por fraude. Bush, que não teve responsabilidade nenhuma por aqueles erros, estaria mentindo contra si mesmo se a assumisse. O texto do seu discurso do dia 13 é claro e não dá margem a nenhuma confusão entre uma coisa e outra. O despacho da Efe é, com toda a evidência, falsificação proposital, não sei se fabricada diretamente pela agência internacional ou resultado de maquiagem aplicada nas redações brasileiras. Mas, como se sabe, contra Bush vale tudo. Nos EUA, todo mundo entendeu o pronunciamento do presidente como um sinal de recuperação do seu poder de iniciativa depois de um período de inércia e paralisia. O discurso atemorizou e confundiu os democratas, ao ponto de jogá-los num esforço desesperado para tentar apagar da memória pública a pregação derrotista de uns dias atrás, com que esperavam fazer dano ao presidente e que só serviu para colocá-los numa posição humilhante. O discurso foi, manifestamente, uma vitória de George W. Bush. Transformar uma exibição de superioridade moral numa patética confissão de culpa é o suprassumo da falsificação.[1]
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TRAIDORES - Ademais, as informações que Bush recebeu do serviço secreto britânico sobre armas de destruição em massa não estavam tão erradas quanto o público imagina. Muitas dessas armas foram realmente encontradas (já mencionei aqui a lista publicada no livro de Richard Miniter, Disinformation ). Dizer que elas não existiam, que Bush as inventou, é desinformação criminosa, colaboração ativa com o inimigo. Bush sabe disso, mas o número de traidores nos altos círculos de Washington é tão grande que, se ele dissesse a verdade a respeito deles, desencadearia a maior crise política da história americana. Ele tem procurado contornar a situação, tentando desarmar os traidores pouco a pouco, discretamente, ao mesmo tempo que, em público, os trata como se fossem patriotas bem intencionados. Aqui todo mundo sabe que é fingimento, que a elite esquerdista do Partido Democrata é uma quinta-coluna, que Bush está simplesmente tratando de ganhar terreno aos poucos por não sentir que tem força para sustentar ao mesmo tempo uma guerra no exterior e uma crise de governabilidade no interior. Os Clintons, os Kennedys e tutti quanti , por sua vez, fazem de conta que querem a volta dos soldados americanos, mas, na hora H, votam contra ela. Agem assim porque sabem que, quando Bush se livrar da carga iraquiana, estará pronto para esmagá-los como quem pisa numa lagartixa. Ele tem informações suficientes para mandar muitos deles para a lata de lixo ou para a cadeia. Tem evitado usá-las, porque isso seria o fim do Partido Democrata, a destruição do tradicional equilíbrio bipartidário que é a base da democracia americana. Mas, se acuado, não terá remédio senão lançar o ataque final. E aí haverá choro e ranger de dentes. Os republicanos estão tão armados que têm medo de si mesmos.[2]
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DOSSIÊ - Um item importante do arsenal, guardado com a maior discrição durante meses e que está para ser liberado pelo secretário Rumsfeld para discussão no Congresso, é o sumiço de um dossiê que, um ano antes do 11 de setembro, revelava a presença em território americano de uma célula da Al-Qaeda chefiada pelo terrorista Mohammed Atta, um dos mentores do atentado ao World Trade Center. Na época, o investigador do Departamento de Defesa que estava seguindo essa pista, o tenente-coronel Tony Shaffer, foi simplesmente impedido de passar a informação ao FBI, que assim não pôde desmantelar a célula. Impedido por quê? Porque o então presidente Clinton – conforme escrevi na Zero Hora de Porto Alegre 30 de maio de 2004 – "havia centralizado na Casa Branca o controle direto de todos os órgãos de segurança e bloqueado propositadamente as comunicações entre eles. A CIA, o FBI e outras agências estavam então conduzindo investigações paralelas sobre as verbas ilegais de campanha dadas ao candidato Clinton pelo exército da China e os subseqüentes favores que, uma vez eleito, o gratíssimo presidente prestou aos serviços de espionagem chineses. Sem intercâmbio de informações, os investigadores não puderam, na época, juntar os fios da trama."[3]
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MOHAMMED ATA - Paulo Francis costumava dizer que Clinton sairia da Casa Branca algemado. Saiu livre, mas a nação pagou por isso um preço intolerável: as informações sobre Mohammed Atta não chegaram ao FBI e a operação terrorista que poderia ter sido abortada foi levada a cabo com sucesso literalmente... estrondoso. Foi decerto o maior crime que um presidente dos EUA já cometeu contra o país, com o agravante do motivo torpe: esquivar-se de pagar por um crime anterior.[4]
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Mas a sujeira não terminou aí. Em 2003, estava reunida a famosa comissão parlamentar de inquérito cuja principal ocupação foi abafar a responsabilidade do Congresso pela declaração de guerra baseada em informações inexatas e jogar a culpa de tudo em George W. Bush. Ela improvisou para isso até mesmo um heroizinho postiço, Richard Clarke, que brilhou por quinze minutos e depois desapareceu para sempre na noite dos tempos quando se comprovou que não só seu depoimento era falso como sua identidade também era (isso já deveria ter bastado para esvaziar a comissão, mas a mídia, que emprestara todos os seus megafones a Clarke, foi discretíssima ao noticiar sua desmoralização). Pois bem: o coronel Shaffer passou a essa comissão um dossiê com todas as informações sobre a célula de Mohammed Atta e sobre a supressão delas pelo governo Clinton. A comissão fez de conta que não viu. No seu relatório final, um tratado de antibushismo, nem sequer mencionou o dossiê. Nenhuma ocultação de crime é perfeita se não se oculta a si mesma. A comissão completou o trabalho sujo de Bill Clinton.
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CHINA - Para vocês entenderem por que ela fez isso, têm de saber um detalhe: a assessora que Clinton designou para tapar os canais de comunicação entre os serviços de inteligência chamava-se Jamie Gorelick. Quem é ela? Entre os favores prestados pelo governo Clinton à China em retribuição da ajuda de campanha, favores que os órgãos de inteligência estavam justamente investigando na ocasião, estava a permissão dada a uma subsidiária da General Electric para vender ao exército chinês equipamentos que, segundo se revelou depois, serviam para a fabricação de mísseis intercontinentais direcionados ao território norte-americano. Jamie Gorelick era advogada dessa subsidiária. Se ela tivesse saído do palco no fim do governo Clinton já teria levado para casa uma bela folha de serviços criminosos. Mas em 2003 ela era deputada -- e foi designada para qual comissão? Essa mesma comissão da qual eu estava falando. Ou seja: a criadora do bloqueio geral que paralisou os serviços de segurança e possibilitou o atentado de 11 de setembro foi encarregada de investigar as falhas de segurança que possibilitaram o atentado de 11 de setembro. Não é de espantar que o dossiê de Tony Shaffer fosse para o beleléu.
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O tenente-coronel, depois disso, andou denunciando a sujeira toda, com o apoio do deputado Curt Weldon (que já mencionei aqui). Mas a denúncia teve boa cobertura só na Foxnews, em programas de rádio, na internet e nuns poucos jornais pró-Bush. A grande mídia, que tem mais amor por Bill Clinton do que a mãe dele, abafou a história até fazê-la desaparecer por completo. E o próprio presidente Bush, cuja persistente discrição quanto aos crimes dos seus adversários políticos beira a abnegação suicida, simplesmente proibiu que Weldon convocasse Shaffer a depor no Congresso. Às vezes não entendo a cabeça desse sr. Bush, uma espécie de Gonçalo Ramires americano, tão desengonçado, tão inarmônico consigo mesmo, tão ousado numas coisas e tímido em outras quanto o personagem de Eça de Queiroz. O homem capaz de declarar guerra ao mundo parece preferir antes deixar que os adversários internos o matem a agulhadas do que jogar logo sobre eles a bomba que tem na mão, capaz de destrui-los todos de uma vez. Ele me lembra o verso de Rimbaud, " par délicatesse j’ai perdu ma vie ".[5] Mas, quaisquer que fossem as suas razões íntimas para manter o silêncio, elas parecem não ter resistido à queda de popularidade. Curt Weldon disse esta semana na CNN que o secretário Rumsfeld está para liberar a convocação de Shaffer. "Finalmente o povo americano vai saber a verdade", afirmou o deputado. Quando acontecer, nem todo o clintonismo da mídia chique poderá abafar a explosão. Talvez nem mesmo a mídia brasileira, a mais mentirosa do mundo, consiga esconder um escândalo desse porte.
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CLINTON - A campanha de ódio movida pelos democratas contra George W. Bush é tão violenta, tão histriônica, tão forçada, tão desproporcional com os modestos pecados do presidente – e sobretudo tão injusta para com o sucesso alegadamente impossível que ele está obtendo em consolidar a democracia no Iraque --, que não pode se inspirar tão-somente em motivos ideológicos. A eles soma-se uma desesperada articulação de esforços para salvar a pele de Bill Clinton, de Jamie Gorelick e da comissão do 11 de setembro inteira. É preciso muitos crimes imaginários para encobrir tanta corrupção, tanto perjúrio, tanta alta traição. Tal como aconteceu com o PT no Brasil, os campeões do moralismo indignado, os donos da tribuna de acusação, acabarão se revelando os maiores criminosos de todos. Weldon e Shaffer são dois rottweilers mantidos na coleira só pela mão incerta de Rumsfeld. O secretário está só medindo o tamanho da encrenca que a dupla vai armar quando ele a soltar no galinheiro democrata. E parece que está começando a gostar da idéia.[6]

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[1] O que mostra que o artigo de Nyquist, Democracia vs. Propriedade é uma piração sem pé nem cabeça. Na verdade, como representante da ‘direita’, Nyquist mais se parece com um esquerdinha qualquer.

[2] Isto, definitivamente, não faz sentido...

[3] Isto é ‘viagem’ do Olavo de Carvalho. Não faz sentido que Clinton quisesse dar um tiro no próprio pé. E, ademais, qual o nexo de ligação entre Pequim e uma ridícula célula terrorista?

[4] Isto é diferente, mas no que a ocultação de uma célula terrorista o livraria da culpa pelo apoio chinês a sua candidatura?

[5] “Declarar guerra ao mundo” foi um ato falho muito feio. Se Bush é assim tão “inarmônico” deve ser por que não tem o quebra-cabeças completo para atacar seus adversários, diferentemente do que prega Olavo de Carvalho.

[6] Nisto eu o apoio mesmo!
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Thursday, December 22, 2005

Argentina 3/Brasil e FMI

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... ALGUÉM te sacaneia (com dinheiro) tu esquece?

Por que tu acha que com os credores internacionais seria diferente?

O que é da Argentina, pode saber, está guardado:

22/12/2005

Brasil registra ganhos, e Argentina, perdas, depois de pagarem suas dívidas ao FMI


Ambos se beneficiam com os preços elevados das matérias-primas e dos produtos agrícolas, com o aumento da demanda dos países asiáticos e a ampla liquidez nos mercados globais
Richard Lapper
Editor de América Latina do FT
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Foram decisões similares, tomadas e executadas quase ao mesmo tempo --ambas se deram na semana passada--, mas elas provocaram reações muito diferentes por parte dos mercados. De um lado, os investidores elogiaram o reembolso de US$ 15,5 bilhões (R$ 35,24 bilhões) que o Brasil fez ao Fundo Monetário Internacional (FMI), nele vendo mais uma prova da saúde financeira do país. Isso fez com que o montante das reservas e os preços dos valores aumentassem mais ainda quando a notícia foi anunciada. De outro lado, e de maneira contrastante, a decisão da Argentina, tomada dois dias depois, de reembolsar sua dívida de US$ 9,8 bilhões (R$ 21,14 bilhões) ao Fundo provocou uma queda acentuada das reservas e dos valores, com o peso caindo para o seu nível mais baixo dos últimos dois anos. À primeira vista, estes dois efeitos contraditórios são intrigantes. Nos dois países, as decisões produziram benefícios econômicos questionáveis, pelo fato de as taxas de juros oferecidas pelo FMI serem relativamente reduzidas se comparadas com as que pesam sobre empréstimos em dinheiro levantados nos mercados internacionais. A política foi um fator importante na tomada dessas decisões, tanto em Buenos Aires como em Brasília. Ambos os presidentes, Luiz Inácio Lula da Silva e Néstor Kirchner, estão de olho no calendário eleitoral. Ao livrarem os seus países da dependência em relação ao Fundo, um organismo bastante impopular, os dois esperam conquistar votos. O presidente Lula, cujos níveis de popularidade andaram em queda em recentes pesquisas, tentará a sua reeleição em outubro próximo. Já, Nestor Kirchner fará o mesmo seis meses mais tarde. Existe, contudo uma explicação para uma tal disparidade. Os investidores estão avaliando de maneira diferente a condução da política econômica no Brasil e na Argentina. A ortodoxia financeira do Brasil teve lá o seu preço em termos de crescimento. Com ela, a perspectiva de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) não passa de 2,5% neste ano. Ainda assim, a inflação está crescendo abaixo de 6% ao ano e os parâmetros fiscal e monetário do país são considerados como muito mais sólidos pelos investidores. O Brasil goza de uma posição muito forte em termos de reservas, e, com isso, o reembolso da dívida faz bastante sentido em termos de gestão de responsabilidade. Por outro lado, a Argentina está crescendo bem mais rapidamente, uma vez que a previsão de expansão do seu PIB está acima de 8,5% para este ano. Contudo, a sua situação financeira é considerada como frágil. Os investidores --e o FMI-- estão particularmente preocupados com os aumentos de preços, os quais vêm empurrando a inflação, que deverá aumentar em cerca de 10% neste ano, o que é avaliado como um resultado direto da sua política fraca em relação ao peso. Além disso, a economia está crescendo perto do limite da sua capacidade. Uma recusa a aprovar aumentos dos preços dos serviços públicos (eletricidade, água, transportes, os quais estão congelados desde o início de 2002) aumentou a possibilidade de ocorrer cortes de energia no médio prazo. Se as negociações com o Fundo, que foram reabertas, tivessem prosseguido, haveria uma boa possibilidade de ver esses problemas serem enfrentados. É claro, Roberto Lavagna, o antigo ministro da Economia, andou pressionando o governo para que isso aconteça. Mas ele foi demitido no mês passado, e, nessas condições, os investidores estão considerando a Argentina como um lugar mais arriscado do que o Brasil para fazer negócios.
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Tradução: Jean-Yves de Neufville
Visite o site do Financial Times

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Geopolítica 2 (na cabeça do Olavo)

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Uma descrição que fala por si

por Olavo de Carvalho em 22 de dezembro de 2005
Resumo: A composição ideológica do bloco anti-americano é heterogênea, a diversidade caótica das suas propostas contrastando singularmente com a unidade de ação estratégica que tem demonstrado.

© 2005 MidiaSemMascara.org

A divisão de forças no mundo nunca esteve tão nítida. De um lado, os EUA, Israel, a Inglaterra, o Japão, Taiwan, os antigos satélites da URSS e, na América Latina, uns quantos países da América Central mais o Chile e a Colombia. No mundo islâmico essa aliança tem um enclave no Iraque e outro no Kuwait.

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Do outro lado, o aglomerado islâmico, a China, a Rússia, um punhado de ditaduras africanas e, na América Latina, todos os países governados pelos partidos do Foro de São Paulo, destacando-se Cuba e a Venezuela.

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Não é impróprio chamar esses dois blocos de aliança americana e aliança anti-americana respectivamente. Todas as nações da aliança americana têm economias de mercado em franca prosperidade, governos democráticos, eleições livres e uma intensa fiscalização do governo pela opinião pública.

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Praticamente todas as nações do outro lado têm governos ditatoriais ou em vias de tornar-se ditatoriais, economias miseráveis fortemente estatizadas ou em acelerado processo de estatização (quando não de militarização) e, last not least , uma folha de realizações na área dos direitos humanos que, só na última década, não ficou abaixo dos três milhões de mortos e algumas centenas de milhares de prisioneiros políticos.

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Ambigüidades oportunistas do Brasil, do México, da Índia e da União Européia podem confundir um pouco as linhas de fronteira, mas não é difícil entender que, ressalvada a hipótese de um tour-de-force diplomático americano, essas forças tendem a se alinhar com o segundo bloco no momento decisivo. ["Momento decisivo" é um delírio olaviano. Como se vê, o próprio Bush está se tornando "companheiro" de Lula... Política não se move pela ideologia. No máximo é engatilhada por ela.]

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Tal como veio acontecendo regularmente há pelo menos cem anos, é justamente o lado miserável, ditatorial e genocida que fala em nome de promessas de um mundo melhor, levantando a bandeira da justiça, da liberdade e dos direitos humanos, enquanto as nações onde existem essas três coisas são apresentadas como opressoras imperialistas e ameaças à segurança da espécie humana.

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Ideologicamente, as linhas de fronteira não coincidem com as divisões do espaço geopolítico, pois, dentro da própria aliança americana, para não falar da União Européia, a opinião dominante na mídia e nas instituições de cultura é maciçamente anti-americana. Dentro da área anti-americana, por sua vez, a opinião favorável aos EUA é minoritária, sem meios para se expressar e fortemente reprimida pelos governos ou por organizações militantes. [Nada de novo aí, pois sempre foi assim, com suas divisões e disensos internos.]

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A composição ideológica do bloco anti-americano é heterogênea, a diversidade caótica das suas propostas contrastando singularmente com a unidade de ação estratégica que tem demonstrado. Ela abrange:


1. Comunistas e neocomunistas.


2. Radicais islâmicos.


3. Nacionalistas de direita do Terceiro Mundo fortemente impregnados de anti-americanismo.


4. Nazistas, neonazistas, fascistas e anti-semitas em geral.


5. Planejadores, financiadores, adeptos, militantes e serviçais do projeto de governo mundial já abraçado oficialmente pela ONU, subsidiado por fundações bilionárias como George Soros, Rockefeller e Ford e apoiado formal ou informalmente por toda a esquerda norte-americana, encravada especialmente no Partido Democrata mas com algumas extensões no Republicano.


Do outro lado encontram-se:


1. Conservadores empenhados explicitamente em defender os valores judaico-cristãos, a economia de mercado e as instituições democráticas de molde anglo-americano.


2. Nacionalistas americanos e os componentes da chamada "direita religiosa".


3. Judeus sionistas.


4. Anticomunistas professos em geral, notadamente os foragidos de regimes comunistas ou egressos de movimentos de esquerda.


5. Liberais pragmáticos sem nenhum amor especial aos valores personificados pelas quatro últimas facções mas levados na prática a aliar-se com elas contra o intervencionismo estatal e o globalismo burocrático.


A simples descrição do estado de coisas é suficiente para mostrar quem tem razão e de que lado devem ficar as pessoas decentes. Se muitas delas não chegam a perceber isso, é apenas graças à hegemonia anti-americana dos meios de comunicação, uma quinta-coluna a serviço do que existe de pior no mundo. O destino da humanidade depende, quase que integralmente, de que essa hegemonia seja destruída o quanto antes. ["Destruída" como? Com os mesmos métodos que o alvo se utilizaria? Isto é, fazer dos meios um fim em si mesmo, corrompendo-nos igualmente?]

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Publicado pelo Diário do Comércio em 20/12/2005.

Olavo de Carvalho é jornalista, escritor, filósofo e Editor do MÍDIA SEM MÁSCARA.
olavodecarvalho.org

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Protocolo de Kyoto Parcial nos EUA

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Sete estados norte-americanos assinam plano para reduzir emissões de CO2

Sete estados do nordeste dos Estados Unidos assinaram o primeiro plano norte-americano para criar um mercado para gases do efeito estufa (GEE), reduzindo as emissões destes gases em usinas de energia, declarou na terça-feira (20) o Governador de Nova York, George Pataki.

Em oposição ao Presidente George W. Bush, Pataki ajudou a criar o RGGI - Regional Greenhouse Gas Initiative, no qual os estados participantes concordam em reduzir as suas emissões, iniciando em 2009, com metas que iniciam em 2016.

Bush se retirou do Protocolo de Kyoto sobre mudanças climáticas em 2001, alegando que poderia prejudicar a economia do país. Ele apóia reduções voluntárias, não obrigatórias, na produção dos GEE.

Ambientalistas e brokers da área de carbono esperam que um dia os estados do nordeste se juntem com os estados do oeste, como a Califórnia, para criar um mercado de emissões nacional.Pataki, iniciou o RGGI em 2003, e deve se candidatar a presidência em 2008, pelo partido Republicano. “Com a recusa de Bush de reduzir a poluição que causa o aquecimento global, este é um ato muito corajoso”, disse o especialista climático da Union of Concerned Scientists, Dr. Peter Frumhoff.

Pataki declarou na segunda-feira (19) que o RGGI irá limitar as emissões de CO2 e incentivar o desenvolvimento de novas tecnologias para reduzir a dependência do país em relação ao petróleo importado.Os outros membros do RGGI são: Conecticut, Delaware, Maine, New Hampshire, New Jersey e Vermont. Outros estados dos EUA podem se tornar membros do plano.

No início de 2006, os estados irão publicar um memorandum de entendimento do plano que foi assinado na segunda-feira. A partir de então, cada estado deve proceder com a legislação ou com as medidas aprovadas para adotar o programa.Mercado - Os EUA, o maior produtor mundial de GEE, criou a idéia dos mercados de emissões, mas fica atrás de outras nações ricas no seu desenvolvimento.

O Protocolo de Kyoto, ratificado por 156 nações, criou um mercado de GEE na União Européia (EU ETS) no início do ano. Neste mercado, unidades industriais que conseguiram reduzir as suas emissões de CO2 além da sua meta, podem vender créditos para aquelas que não atingiram as suas metas. Um mercado similar será lançado no próximo ano no Canadá.

Os brokers de emissões dos EUA dizem que o RGGI deveria criar um mercado vibrante, permitindo que usinas de energia invistam em projetos de energia limpa, como a queima do metano nos aterros sanitários e as fazendas eólicas.

“Praticamente todas (as usinas) precisarão de créditos”, disse o presidente da Evolution Markets, Andy Ertel, um broker de emissões de Nova York. “Isto fará com que o mercado seja mais orientado para o desenvolvimento de projetos do que para uma versão doméstica do EU ETS, no qual os participantes negociam muito as ‘permissões’ de emissão”.

Uma regra presente no RGGI é que ao menos 25% das ‘permissões’ de CO2 dos estados sejam dedicadas a eficiência energética e novas tecnologias limpas.

As emissões de CO2 das usinas de energia presentes nos sete estados em 2009 seriam limitadas ao nível atual, de cerca de 121 milhões de toneladas até 2015. A partir disso, os estados iniciariam as reduções lentamente, com o objetivo de reduzir em 10% as emissões em 2019.No início do mês os estados de Massachusetts e Rhode Island desistiram do programa, alegando que o RGGI aumentará o preço da energia. Mas algumas indústrias, talvez se preparando para reduções maiores no futuro, aplaudiram o plano. Os estudos feitos para o RGGI sugerem que o plano poderá aumentar as contas energéticas em no máximo $30 ao ano, mas as contas poderão eventualmente diminuir devido ao aumento da eficiência dos projetos de energia limpa.

(Fernanda B Muller/ CarbonoBrasil)

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Tuesday, December 20, 2005

Iraque 6

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A declaração de Bush é propaganda governamental, mas não deixa de ter razão, pois se baseia em um fato irrefutável: o índice de participação de mais de 70% na última eleição iraquiana foi um retumbante sucesso.

É contra isto que um imbecil como Jeffrey Nyquist se revolta.

a.h


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19 de dezembro, 2005 - 03h03 GMT (01h03 Brasília)
Iraque é novo aliado contra o terror, diz Bush

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, afirmou que as eleições da última quinta-feira no Iraque fizeram do país um novo aliado de seu governo na chamada luta contra o terror.

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"Esta eleição, a quase 10 mil quilômetros daqui, em uma região importantíssima do mundo, significa que os Estados Unidos agora têm um aliado cada vez mais forte na luta contra o terror", disse Bush, em discurso em rede nacional de TV, na noite deste domingo. "A votação foi um marco para o início de uma democracia constitucional no coração do Oriente Médio."

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Ele afirmou ainda que aceita o fato de muitos americanos questionarem o custo e os rumos da guerra no Iraque, mas disse que tanto ele quanto os comandantes das Forças Armadas rejeitam a idéia de que os Estados Unidos saíram perdendo no conflito.

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Bush pediu para que os americanos sejam pacientes "nesta causa difícil, nobre e necessária" e que não se deixem influenciar por "derrotistas que se recusam a ver que tudo está certo".

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Tropas

O presidente americano insistiu que a guerra no Iraque ajudou a impedir novos ataques nos Estados Unidos desde 11 de setembro de 2001.

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"Os terroristas do Iraque estão sentindo o cerco apertando e têm medo de um Iraque democrático", afirmou.

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Bush anunciou que as tropas americanas ainda vão permanecer no território iraquiano.

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"Eu sei que algumas das minhas decisões levaram a terríveis perdas", disse. "Mas retirar as forças neste momento devolveria o Iraque aos inimigos."

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Armas

Bush voltou a reconhecer que não foram encontradas armas de destruição em massa no Iraque e que muitas das informações coletadas pelos serviços de inteligência americanos estavam erradas.

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Mas ele mencionou a existência de uma rede mundial de terrorismo, quedescreveu como "um campo de batalha gigante".

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"No Iraque, por exemplo, os terroristas estão tentando intimidar os americanos e seus aliados e forçá-los a se retirar", afirmou.

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Segundo Bush, os terroristas serão incentivados a continuar atacando se não forem combatidos no Iraque, no Afeganistão e em "outros países".

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Monday, December 19, 2005

Uma besta ignorante

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Se eu fosse definir o autor com uma epígrafe diria "um ignorante que manipula excertos para chegar a um fim autoritário e de resultados pífios em desenvolvimento social. Malgrado, esta besta chamada Nyquist se acha um 'intelectual'... Deturpando toda uma história do que vem a ser a evolução democrática, ele faz um corte como se não houvesse corrupção fora da democracia."

Aí, meus caros, é que essa tal 'direita' se une, no extremo oposto, com sua antítese naturalmente complementar, a 'esquerda'.

a.h


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Democracia vs. propriedade


por Jeffrey Nyquist em 20 de dezembro de 2005
Resumo: Os políticos de hoje tendem a confundir liberdade com democracia, não percebendo que a liberdade é melhor preservada não pela democracia, mas por um sistema de pesos e contrapesos dentro do Estado.
© 2005 MidiaSemMascara.org

Em The Future of Freedom, Fareed Zakaria escreveu: "Vivemos na era da democracia". Em outras palavras, 119 países atualmente fazem uso de eleições populares para formar seus governos. Muitos crêem hoje que a democracia é a única ordem política defensável, a única ordem política moral. É difícil percebermos o quão peculiar esse ponto de vista é em relação à História como um todo. É específico de nosso tempo. Há aproximadamente 2.500 anos, Aristóteles rejeitou o governo do povo. Ele notara que o Estado é uma associação para proteger a propriedade. E também um pacto de proteção contra a injustiça. Mais do que isso, o propósito do Estado é permitir que seus membros preservem "a boa vida". Para assegurar "a boa vida", o povo necessita de um governo virtuoso (porque os filósofos antigos consideravam "o bem" como um propósito moral). Cidadãos livres são iguais em sua liberdade, mas não em virtude (que os antigos associavam com a riqueza). Salvo os casos de piratas e criminosos bem-sucedidos, aqueles que acumulavam riquezas o conseguiam em função de sua "bondade". Até mesmo as coisas que produzimos, a título de riqueza, são chamadas de "bens". Tal idéia fazia parte do pensamento antigo bem como dos Pais Fundadores da América. "Devemos lembrar", escreveu Aristóteles, "que [a maioria dos cidadãos] não são homens de riqueza, e não tem pretensões de serem virtuosos em nada. Deixá-los tomar parte nos altos cargos é assumir um risco: inevitavelmente, seus padrões injustos farão com que eles cometam injustiça, e sua falta de julgamento os levará ao erro". (Política, III xi) A História ensina que a democracia é a forma corrupta da autoridade, tendendo à degeneração. "Nunca houve uma democracia que não tenha cometido suicídio", notava John Adams (segundo presidente dos EUA). George Bernard Shaw explicava, "A democracia substitui a nomeação de alguns corruptos pela eleição de muitos incompetentes". Ou, como dizia H.L. Mencken, "A democracia é a arte de governar o circo a partir da jaula do macaco".

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Em termos de retórica, os políticos de hoje tendem a confundir liberdade com democracia, não percebendo que a liberdade é melhor preservada não pela democracia, mas por um sistema de pesos e contrapesos dentro do Estado. John Adams escreveu: "A geração e a corrupção de governos, que pode, em outras palavras, serem chamadas de progresso e o rumo das paixões humanas em sociedade, são assuntos que têm chamado a atenção de grandes escritores; não importa se os ensaios que nos deixaram foram copiados ou se são da lavra de suas próprias conjecturas e raciocínios, eles servem bem ao nosso propósito de mostrar a utilidade e a necessidade de diferentes ordens de homens, e de um equilíbrio de poderes e privilégios. Eles demonstram a corruptibilidade de cada tipo simples de governo, isto é, de poderes sem contrapesos, seja de um, de poucos ou de muitos." O governo de um é monárquico. O governo de poucos é oligárquico. O governo de muitos é democrático. Não misturados e não contrabalançados, essas três formas de Estado rendem-se à corrupção. Isso porque, conforme notou Lord Acton em sua famosa frase, "O poder tende a corromper, e o poder absoluto corrompe absolutamente".

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O presidente Bush propõe a democracia como a solução para o problema terrorista que emerge do Oriente Médio. Ele fala de promover a democracia no mundo muçulmano. Num discurso recente para a Academia Naval dos EUA, o presidente explicou: "Promover a causa da liberdade e da democracia no Oriente Médio começa por garantir o sucesso de um Iraque livre". Ele está bem confiante nesse plano, mas será que o presidente sabe que o sentido que os Pais Fundadores davam à liberdade foi corrompido pelo igualitarismo sem contrapesos e pela velha propensão à democracia pura e à remoção das medidas contra o desgoverno popular? É só imaginarmos o colapso econômico que se seguirá à delegação de poderes às massas. As demandas do povo, as eleições, o político com dedo em riste substituíram as velhas noções de virtude política e estadismo. Por que o presidente não fala sobre virtude como John Adams e George Washington falavam?

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De acordo com o presidente Bush, "Ao fortalecermos a democracia iraquiana, ganharemos um parceiro para a causa da paz e da moderação no mundo muçulmano, e um aliado na luta mundial contra os terroristas. Promover o ideal da democracia e do governo autônomo é a missão que criou nossa nação – e que agora clama a uma nova geração de americanos. Enfrentaremos o desafio de nosso tempo. Responderemos ao chamado da história confiantes – porque sabemos que a liberdade é o destino de todo homem, mulher e criança desta terra". Mas, presidente, a democracia não é um bem absoluto. Ela depende da natureza dos povos que se autodirigirão. Ela depende de suas crenças, sua cultura e seus hábitos. Os homens frequentemente julgam as coisas como estão no momento e não naquilo em que estão se transformando. A maioria dos americanos não consegue ver a crescente degeneração em seu próprio país, e lhes falta imaginação para ver o quanto a democracia pode amplificar as tendências mais perigosas do Islã. Usamos palavras grandiosas como "democracia" e "liberdade" como se soubéssemos do que estamos falando. Mas palavras como "democracia" e "liberdade" foram mal-entendidas por essa mesma geração que não entende de História e se informa lendo jornal.

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As eleições não foram criadas na Inglaterra e na América porque "o povo" foi tido como soberano. Em 1896, William Lecky escreveu: "A característica política mais marcante da última metade do século XIX foi, inquestionavelmente, o deslocamento do centro de poder dos governos livres, e as conseqüentes mudanças nas teorias que outrora prevaleciam a respeito dos princípios nos quais os governos representativos se baseavam". Foi "uma revolução profunda e de longo alcance", Lecky observou, consumada "sem nenhuma violência ou mudança na estrutura externa do governo".

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No século XVIII, o voto não era tido como um "direito natural", escreveu Lecky, "mas um direito concedido pelos legisladores com base na conveniência, ou... no benefício do Estado". Votar era, inicialmente, uma prerrogativa de proprietários de terras. "Era... um princípio fundamental do velho sistema representativo que o poder político devesse estar nas mãos dos proprietários de terras", explicou. Nos tempos dos Pais Fundadores, o governo representativo não era (conforme Lincoln mais tarde sugeriu) "do povo, pelo povo, para o povo...". Era "da propriedade, pela propriedade, para a propriedade". Durante o século XIX, foi mera conseqüência lógica o fato de aqueles que queriam derrubar o poder se voltassem contra a propriedade. Flertando com o socialismo e o comunismo, o ataque mais subversivo contra a propriedade pode ser encontrado na demanda pelo sufrágio universal. Não que as massas imediatamente votassem para "expropriar os expropriadores" e redistribuir renda. A trajetória descendente para a ruína envolveu inúmeras gradações, milhares de pequenos acordos levados a cabo por cortes e conselhos municipais, tudo em direção à assembléia legislativa.

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A administração Bush elegeu o termo "democracia" como o centro de sua batalha ideológica na guerra contra o Islã radical. É como se estivéssemos repetindo as palavras de Lincoln em Gettysburg, só que dessa vez a guerra não é civil mas mundial. Lincoln lembrou que a América era a terra natal da liberdade, um país "dedicado à proposição de que todos os homens foram criados iguais". Ele falou de "um renascimento da liberdade" assim como de um "governo do povo, pelo povo, para o povo...". Trata-se de uma retórica comovente, facilmente adaptável a outros conflitos. E parece que a campanha da América contra o terror adaptou a retórica de Lincoln (transmutando-a da guerra civil para uma guerra religiosa desconhecida). O espectro de Lincoln continua rondando, suas palavras remoldadas, suas idéias redirecionadas de maneira a não compreender os próprios termos que emprega.

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© 2005 Jeffrey R. Nyquist
Publicado por Financialsense.com
Tradução: MSM.

Jeffrey Nyquist é formado em sociologia política na Universidade da Califórnia e é expert em geopolítica. Escreve artigos semanais para o Financial Sense (
http://www.financialsense.com/), é autor de The Origins of The Fourth World War e mantém um website: http://www.jrnyquist.com/

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Multiculturalismo ou capitulacionismo?

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E aí Marcos, o que foi que eu te disse?

Eh eh, o Janer não deixa barato, não. Vai irritar até extirparem ele do MSM... pior para o MSM.

Segura essa Olavo! Contradição pura!

a.h

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Franceses e “franceses”

por Janer Cristaldo em 19 de dezembro de 2005
Resumo: Os jornalistas ocidentais jogaram dentro das mesmas páginas movimentos que nada tinham em comum e criaram o mito de 68, e os leitores caíram como patinhos na armadilha midiática e até hoje não falta quem ache que houve uma Revolução de 68.
© 2005 MidiaSemMascara.org

Sexta-feira passada, escreveu Olavo de Carvalho neste jornal: “Cristaldo perdeu a forma justamente no momento em que decidiu dar um upgrade impossível na sua seleção de assuntos, passando dos temas terrestres aos celestes sem ter para isso nem mesmo asas de galinha. Ele lê a Bíblia ou Maimônides com uma incompreensão malévola que só se distingue da burrice completa porque esta é geralmente involuntária. Entre as várias interpretações possíveis, ele escolhe a mais imbecil e faz dela a essência das tradições religiosas milenares que deseja esculhambar, aparentemente sem notar que com isso esculhamba apenas a si próprio”.

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Curiosamente, na quarta-feira, no JB On Line, o mesmo Olavo criticava a proibição da circulação, pelo desembargador Souza Prudente, do livro Orixás, caboclos e guias, do bispo Edir Macedo, obra que chama de demônios as entidades cultuadas na umbanda e no candomblé. Defendendo a liberdade de expressão, escrevia Olavo: “O que ele (o desembargador) está dizendo é que o simples ato de falar contra uma religião atenta contra o direito fundamental de segui-la. Mas é óbvio que a liberdade de seguir qualquer religião implica, essencial e incontornavelmente, o direito de não gostar das outras e de falar contra elas. E a liberdade de ser ateu ou agnóstico implica o direito de falar contra todas de uma vez. Suprimir esse direito é suprimir aquela liberdade. Suprimi-lo em nome dela, como o faz o dr. Souza Prudente, é a apoteose do nonsense. É o ridículo politicamente correto transmutado em imposição judicial”.

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Um tanto brusca, esta mudança de humor de quarta para sexta-feira. Quando se trata de proibir um livro que baixa a lenha nas religiões de origem africana, Olavo empunha com vigor a defesa da livre expressão. Quando se faz uma leve crítica a prestigiosas religiões de brancos ocidentais, anátema seja.

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Não entendi. Deixa pra lá. Vamos a assuntos mais importantes. Uma leitora, Thaís Ciamariconi, me pergunta: “Você poderia me dizer em que difere legalmente um cidadão nascido francês e outro que adquire a cidadania? Porque até onde eu sei como "brasileira analfabeta" os dois possuem os mesmos direitos e a revolução de 68 não foi mera criação da mídia...”

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Posso dizer sim, Thaís. Pra começar, sempre defendi a idéia de que a de revolução de 68 foi criação da mídia. Ao falar-se, em Paris, da tal de revolução, ajunta-se: pas de sang, trop de sperme. Revoluções são movimentos que modificam as estruturas sociais de um país. Fora a extinção da Sorbonne, não vi modificação alguma entre a França pré-68 e a França pós-68. A paralisação de Paris não ocorreu em função dos jovens, mas porque o PC francês – que naqueles dias ainda apitava - decidiu aderir ao movimento e decretou greve de transportes. Como naquele ano se produziram convulsões também na China e na antiga Tchecoslováquia, os jornalistas ocidentais jogaram dentro das mesmas páginas movimentos que nada tinham em comum e criaram o mito de 68. Os leitores caíram como patinhos na armadilha midiática e até hoje não falta quem ache que houve uma Revolução de 68.

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Já que falamos em 68, temos aqui um bom parâmetro para dizer o que legalmente difere um cidadão nascido francês e outro que adquire a cidadania. Em 68, movimento de franceses de souche, não houve dez mil carros queimados nem 200 prédios públicos ou instituições assistenciais depredados. Em 2005, revolta dos franceses naturalizados, o quebra-quebra provocou prejuízos de centenas de milhões de euro. Para melhor explicitar a questão, chamemos de franceses os franceses nascidos franceses e de “franceses”, assim com aspas, os naturalizados. Ora, um francês aceita as leis do Estado em que nasceu. Aos “franceses”, se forem muçulmanos, a lei do Estado que os acolhe nada lhes diz. Só aceitam a sharia, a vontade de Alá. Se esta contraria as regras de um Estado democrático, tanto pior para o Estado democrático. Se para o francês poligamia é crime, para o “francês” poligamia é um direito. Se o francês considera a mulher um ser igual e com seus mesmos direitos, o “francês” a considera um ser um pouco abaixo do rabo do camelo. Se a um francês repugna a idéia de prometer a filha a quem quer seja – pois afinal ela é um ser com vontade própria – para um “francês” é perfeitamente normal prometê-la desde o berço a um tio ou primo. Nenhuma francesa jamais aceitaria um casamento planejado pelos pais. Para uma “francesa”, isso faz parte da vida.

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Nenhum francês se explodiria em nome de qualquer bandeira. Segundo o jornal espanhol El País, os serviços antiterroristas identificaram 22 “franceses” jihadistas que foram combater contra os Estados Unidos no Iraque, a maioria procedente da área de Paris e Lyon. Dois deles estão em mãos do Exército americano e se desconhece o paradeiro de outros 13. A França teme que estes “franceses”, já treinados e envoltos em uma aura de heroísmo, voltem para explodir-se na França. Nas últimas operações contra o islamismo radical, a polícia francesa prendeu mais 14 “franceses" dispostos a empreender o caminho do martírio.

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Na quinta-feira passada, em Etampes, ao sul de Paris, um aluno do centro de formação profissional Louis Blériot, esfaqueou e feriu gravemente hoje sua professora de artes plásticas. É o que li na sexta-feira, no Terra. A professora de 28 anos foi agredida no interior da sala de aula. O estudante entrou e, depois de dizer que estava muito chateado, esfaqueou a professora três vezes na barriga e fugiu. O Terra não deu indício nenhum do nome do aluno ou de sua nacionalidade. Fui pesquisar na Internet. Percorri os principais jornais franceses. Nem um pio sobre a identidade do aluno. Só falavam em jeune homme.

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Claro que se trata de “francês”, pensei com meus botões. Se não for árabe, deve ser negro. E aqui vai outra diferença entre o cidadão nascido francês e o que adquiriu cidadania. Se fosse francês de berço, seu nome estaria nos jornais. Como evidentemente é filho de árabe ou africano, seu nome é pudicamente oculto pela imprensa. A libertária França se rende ao politicamente correto. No sábado, consegui pescar um tímido indício no Le Monde: le jeune homme de nationalité française. Isto é: não era exatamente um francês, mas um jovem de nacionalidade francesa. Só no fim da noite de ontem, domingo – quatro dias após o crime – o conservador Le Figaro ousou dar o nome e mostrar a foto do apunhalador. Tratava-se de um negro, Dolores Wansale, de apelido Kevani. Mesmo assim, o Figaro nada diz sobre a origem do jeune homme. Pelo pouco que entendo de nomes, deve ser originário de Uganda.

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Estas são as diferenças, Thaís, entre ser francês ou ser “francês”. Estas diferenças, obviamente, vão se manifestar no plano legal. Francês não apunhala professoras. E se apunhalasse teria seu nome divulgado aos quatro ventos. “Francês” apunhala e tem seu nome protegido pelo silêncio covarde dos jornais. Como o politicamente correto há muito invadiu a imprensa brasileira, não vi um pio sobre o assunto nos principais jornais do país.

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O autor é escritor e jornalista.
cristaldo.blogspot - janercr@terra.com.br

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