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O presente blog, Geografia Conservadora servirá mais como arquivo e registro de rascunhos.
a.h

Friday, April 17, 2009

Hobsbawm, o derreísta





Comentários sobre Hobsbawm: estamos livres para voltar à economia mista, do trabalhismo[*]:

Creio que não dê para prever o que virá depois da quebradeira de 2008/2009. Mesmo porque não acredito em “algo novo” neste sentido, mas somente mais um plano de regulação por estado ou, no máximo, por bloco como na Europa.

Acho que se Amartya Sen estivesse morto já estaria se revirando e esmurrando seu caixão. Atualmente, ele é um dos autores mais incompreendidos, embora de fácil leitura. Quando se refere, p.ex., a “ação coletiva” não se trata de uma ação por categoria, ou classe social como o faz a introdução ao artigo, mas uma ação resultante de diversas ações individuais dotadas de racionalidade. Logo de início em seu Desenvolvimento como Liberdade conta uma história triste sobre um paquistanês que fora esfaqueado por adentrar em área hindu em busca de trabalho. Ele faz uma crítica aos entraves, sejam culturais ou burocráticos, ao que impedem o desenvolvimento econômico pautado na liberdade.

O que eu acho bastante engraçado neste caso é que Hobsbawm insiste em avaliar a Guerra Fria como período histórico que tenha oposto o capitalismo ao socialismo. É muito mais do que isto... Foi um intenso conflito entre a sociedade aberta, democrática contra a ditadura do proletariado, o comunismo. Mesmo porque o socialismo, como preconizava Karl Kautsky surgiu aqui e ali com os social-democratas europeus e, em grau muito menor, com os Democratas americanos. O problema, fácil de criticar, difícil de imaginar soluções alternativas se deu com seus métodos muitas vezes apoiando ditaduras de direita para impedir a expansão da ditadura comunista.

Aliás, o socialismo do tipo soviético que Hobsbawm critica “veio abaixo” nos anos 80 porque já estava roto muito antes. No entanto, dizer que o capitalismo também está no mesmo caminho porque tivemos crise similar em 1929 é ignorar que nesse meio tempo também tivemos uma expansão econômica, inclusive para países que antes disso não passavam de periferias econômicas sem importância.

Se o problema que “está colocado diante de nós” se dá, sobretudo, para “a gente de esquerda” já revela um partidarismo simplista que não vê, justamente, além desta dicotomia... Ultrapassada.

Hobsbawm também desconsidera que a venda/privatização de empresas públicas ineficientes tenha alçado a Inglaterra a uma das mais dinâmicas economias européias, enquanto que a Alemanha e a França permaneceram, relativamente, estagnadas.

Dizer que os “pobres estejam um pouquinho melhor” é ignorar que houve aumento real da renda, em que pese a desigualdade social. Não sei quanto a Hobsbawm, mas eu prefiro viver em um sistema em que a camada mais pobre esteja, em termos absolutos, melhor do que uma camada pobre mais próxima da superior. A pobreza e não a desigualdade é que é o verdadeiro problema.

O historiador avalia que “seja qual for o logotipo ideológico que adotemos, significará um deslocamento de grande alcance”, mas quem disse que a questão é esta, ideológica? Se fosse assim, eu teria que concordar com ele, mas o que se vê é que sob o pensamento datado de uma ideologia, endossada pelos governos mesmo, de não pagar as contas como se deve, é que estamos postergando uma reestruturação. Antipedagogicamente, os devedores serão isentados da responsabilidade e o prejuízo socializado para evitar uma quebra necessária.



[*]Artigo publicado originalmente no jornal The Guardian.


Entrevista com Francis Fukuyama



Gosto do Fukuyama. Aqui vão algumas considerações sobre sua entrevista a Veja:



"Só vou considerar que há alternativa viável à democracia liberal se, no prazo de uma geração, o regime autoritário da China conseguir mesmo levar o país a igualar o nível de desenvolvimento dos Estados Unidos e da Europa. Acredito, porém, que esse objetivo não seja alcançável pelo atual modelo chinês."


Pois então, não sei se sou excessivamente otimista ou se abuso do economicismo teleológico com sinal trocado (ao marxismo), mas acredito na evolução do sistema chinês. Inclusive, como também ocorreu na Coréia do Sul e Japão. Embora, nestes casos tenha havido guerras com ocupação e imposição constitucional posterior... É que não consigo pensar que haja desenvolvimento econômico, o fortalecimento de uma classe economicamente dominante (para abusar do cacoete herdado do marxismo) sem que haja sua correspondente ascensão política. É como se falarmos em alguém cada vez mais rico e calado perenemente pelo medo de se expor. Classes ricas tendem a ter influência política também e isto me soa óbvio.


"As ideias que exportamos desde os tempos do presidente Ronald Reagan (1981-1989) deverão ser modificadas, pois foram justamente elas que nos impeliram para a crise atual."


Eu não tenho certeza disso, genericamente como está colocado. De que forma? Ele se refere às privatizações ou a transferência de capitais? Mesmo assim, para mim, a importância de Reagan está no enfrentamento do poderio soviético. Ele forçou a máquina até ferver. Acho que se Reagan teve méritos está igualmente no fato de que no plano de mercado defendeu a livre iniciativa, mas na política externa manteve o estado de segurança do bloco ocidental sem baixar a crista.


"O pior dessa história toda é que, na esteira da crise, estamos assistindo a um aumento do nacionalismo econômico. Não só nos Estados Unidos, mas em todo o mundo. Seu desdobramento mais nefasto é o protecionismo. Esse movimento é um grande perigo. Sabemos das consequências do protecionismo. Não funcionou nos anos 1930 e não funcionará novamente."


Acho que aqui Fukuyama se mantém politicamente correto. O que não está sendo dito com todas as letras é o temor do protecionismo americano, a única grande ameaça com Obama. Os países periféricos estão cagados de medo de ver seu principal cliente adotar aquilo que suas elites universitárias sempre apregoaram.


"Os chineses estão usando a crise econômica global de maneira estratégica, promovendo investimentos em várias partes do mundo. Eles estão aumentando seu peso político. Também pressionam por mudanças nas instituições multilaterais para que o papel deles seja mais relevante. Acho que os chineses sairão da crise com mais poder de barganha do que tinham antes."


Perfeito. Também acho.


"Eles vivem a ilusão de que essas mudanças produzirão justiça social, mas elas são propostas por líderes populistas cujo único objetivo é aumentar o poder do Executivo. Justificam isso com programas sociais de redistribuição de renda que retiram direitos da elite e os repassam aos excluídos. É uma tendência perigosa. Se for para fazer redistribuição, que se faça com o consenso de toda a sociedade. Se não houver um consenso na sociedade para que essas mudanças ocorram, haverá uma polarização cada vez maior entre direita e esquerda."


Interessante, quando todos dizem que este grupo está se fortalecendo, ele vê um enfraquecimento no seu horizonte.


"Porque o Brasil é mais estável. É um estado federativo, com experiência na descentralização do poder. Além disso, o consenso a respeito da importância da participação política é muito maior na sociedade brasileira do que na maioria dos outros países da região."


Bem pensado, ele não é mais um que se deslumbra com a estabilidade do governo Lula, mas vê nossa estabilidade institucional que, por outro lado, tem na "república dos governadores" sua chave federativa. Isto é, a barganha é necessária para governar em Brasília. Como diz:


"O problema no Brasil é o Legislativo. As regras eleitorais dificultam a formação de maiorias no Congresso, o que força os presidentes a criar coalizões com diferentes partidos. Um presidente brasileiro jamais tem uma maioria no Congresso, como o presidente Obama tem nos Estados Unidos. Além disso, os partidos brasileiros não têm disciplina. Isso é terrível. Os partidos não podem forçar seus membros a seguir a orientação do líder, o que obriga o presidente a fazer acordos paralelos. Esse modelo favorece a corrupção e dificulta a aprovação de leis."


"Outro grande problema é que os professores são muito mal preparados. Para piorar, os pais dos alunos não estão dispostos a cobrar a melhoria do ensino nem são preparados para isso."


Sem comentários, apenas assino em baixo. No geral, gostei da entrevista.


Dá o que pensar, inclusive sua crítica ao governo Bush.



Thursday, April 16, 2009

Áden



Força localizada no Golfo de Áden

De onde, provavelmente, partirá a reação aos piratas somalis:


Wasp Class Amphibious Assault Ship (Multi-Purpose):

Laid down, 30 May 1985, at Litton-Ingalls Shipbuilding Corp. Pascagoula, MS. Launched, 4 August 1987 Commissioned USS Wasp (LHD-1), 29 July 1989 USS Wasp is a unit of Amphibious Group 2, US Atlantic Fleet, and is homeported at Norfolk, VA.

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Specifications: Displacement 40,650 tons (fl.) Length 844' Beam 105' Speed 20 kts.+ Complement 104 Officer, 1004 Enlisted Marine Force 1894 (plus 184 surge) Armament two RAM launchers two NATO Sea Sparrow launchers three 20mm Phalanx (CIWS) mounts four .50cal. machine guns Aircraft twelve CH-46 Sea Knight Helicopters four CH-53E Sea Stallion helicopters six AV-8B Harrier attack aircraft three UH-1N Huey helicopters four AH-1W Super Cobra helicopters planned capability to embark MV-22 Osprey VTOL tilt-rotors Power Plant two 600 psi boilers two geared steam turbines two shafts 70,000 total shaft horsepower


Fonte:
http://www.navsource.org/archives/10/08/0801.htm