interceptor

Novas mensagens, análises etc. irão se concentrar a partir de agora em interceptor.
O presente blog, Geografia Conservadora servirá mais como arquivo e registro de rascunhos.
a.h

Friday, October 05, 2007

Etanol nos EEUU


Engraçado como os críticos ao etanol e os biocombustíveis procedem. Quando se trata de um comentário ambientalista, “o etanol é poluidor, pois a queima da cana libera gases na atmosfera”. Óbvio, mas e a queima de hidrocarbonetos, não? E o etanol é tão poluidor quanto a gasolina e diesel puro? Também não. Outra crítica recorrente é que “a monocultura da cana impacta o meio ambiente esgotando os solos”. Mas, e a monocultura do arroz, do eucalipto, do trigo, do café, também não? Claro que sim. Assim faz toda e qualquer monocultura. Incansáveis, seus detratores continuam ao dizer que a cana impacta mais ainda. Então, a solução é a seguinte: meçam os impactos e os custos necessários para a reconversão dos solos em férteis novamente. É simples. E não vale o argumento de que isto não é feito pelo estado... Ora, não é o estado que deve faze-lo, mas a própria iniciativa privada, já que é ela que produz o etanol, catzo! Não faz? Se me disserem que não, então estão me dizendo, igualmente, que os empresários são burros porque jogam contra si mesmos. Claro que há reconversão dos solos que garante a perenidade da produção. Trata-se de uma curva, um “V” invertido de lucratividade que, quando começa a cair, destina-se aquele solo a outra cultura mais resistente ou barata. Ou ainda, se for o caso se busca algum tipo de compensação, gastando mais em adubos, cujas indústrias e comércio geram empregos.

Como a miopia não é privilégio da esquerda vejamos como os críticos de direita americanos também estão mais perdidos que cuscos em dia de procissão:



The ethanol boom of recent years appears to be slowing as the chaotic expansion of the industry hits multiple bottlenecks. Ethanol prices declined 30 percent in May, and the rate of decline has accelerated.

The federal government (with President Bush at the forefront) has been promoting ethanol for several years, primarily in order to curb dependence on foreign oil. Congress encouraged the expansion of the industry by requiring it as a fuel additive and by restricting other additives for “environmental reasons.” Corn growers benefited from skyrocketing prices, but then the law of unintended consequences came into play. The promotion of ethanol in fuel affected the poor most directly: Food prices rose rapidly, as nearly everything in the grocery store seemingly has some sort of connection with corn.

The pro-ethanol legislation triggered massive expansion and investment, which has now produced a flooded market, causing prices to plummet. Everything hinges on what Congress will do next—perhaps deregulation, but in an election year, candidates (with the exception of Ron Paul) are bound to be pledging more government involvement. In all of this, there is a frightening similarity to scenarios that played out repeatedly in the Soviet Union. Aside from what the few benefits of ethanol may be, Congress has no business meddling in the market.



AP
A no-brainer in Missouri



“Dependência do óleo estrangeiro”… Será que estes americanos que escreveram isto são americanos de fato, para serem assim, tão antiglobalização, tão anticomércio externo? Para mim, este é o típico argumento nacional-desenvolvimentista. Mais parece ter sido escrito para algum discurso de um Vargas ou Perón. A queda dos custos do etanol tende a fomentar indústrias de veículos nos EUA, bem como uma variante de distribuidores e comércio. E, por falar em “dependência”, a do petróleo árabe é, por acaso, mais estável?

Quando os socialistas travestidos de “ambientalistas” nos alegam que é preciso “superar o capitalismo” para por fim aos problemas ambientais, vozes sensatas nos dizem que o capitalismo se auto-supera, que suas crises induzem ao salto tecnológico etc., no que estou de acordo. Daí, quando Washington incentiva o etanol (também) por “razões ambientais” vêm estes americanos antiamericanos fazer escárnio de soluções neste sentido? É tosco demais.

Outro argumento a la Chávez, Fidel e MST é de que o incentivo ao etanol faz subir o preço de alimentos derivados da cana (no Brasil) e milho (nos EUA). Digamos que, por uma infundada hipótese, não haverá reacomodação futura destes preços graças à demanda interna e importações. Tomemos um flash do presente para replicar... E os empregos gerados pela indústria e setor comercial e de serviços derivada, não contam? Este argumento assemelha-se muito àquele dos sindicatos que, uma vez informatizados os serviços e com a entrada de computadores em repartições públicas, o desemprego aumentou. Alguém, a exceção dos próprios sindicatos, já utilizou uma metodologia ampla para ver o que aumentou em ofertas de postos de trabalho em outros setores, sem falar na criação de um setor totalmente novo e dinâmico da informática? Por suposto que não! É fácil criticar um objeto selecionando variáveis para satisfação de um wishful thinking paranóico e destrutivo. Difícil é ser objetivo.

Mais um pouquinho... Se os preços dos alimentos sobem, a renda familiar necessariamente cai. Mas, mesmo quando os próprios críticos americanos dizem que “Ethanol prices declined 30 percent in May, and the rate of decline has accelerated”? Se os preços declinaram 30% em apenas um mês (!), o etanol é um sucesso não apenas para as empresas, mas para todo o mercado consumidor e a renda familiar, ora bolas!

A maior participação (indutora, bem lembrado) do governo é maléfica. Isto é argumento fundamentalista, o que importa é o resultado final. Se concordarmos com este disparate, então a indústria da informática em seus primórdios também seria prejudicial, assim como a da aviação, uma vez que estas tiveram fortes incentivos governamentais. Afinal, os americanos têm estados, não têm? Se há alguma semelhança com a União Soviética, como sugere maliciosamente o texto, esta não é a dos mecanismos que promovem a indústria, mas sim o do tipo de argumento utilizado por estes “patriotas”.

Óleo curdo e xadrez iraquiano


Há muitos movimentos separatistas no Iraque, mas a questão central no país vincula-se ao petróleo, como não poderia deixar de ser. Os curdos, ao norte, estão se preparando para desenvolver a extração de modo independente a Bagdá. O ministro do petróleo iraquiano afirmou ser inconstitucional a estratégia do Governo Regional Curdo (KRG) que já assinou acordos com companhias canadenses e americanas. Mas, o investimento destas dará autonomia e capacidade de resistir à pressão de Bagdá. Apesar da retórica de Washington em prol de um Iraque federado e unido, enquanto a questão envolvendo a partilha do petróleo não estiver resolvida, o país não disporá de força nem capacidade de unificação real.

Graças à aliança entre curdos e governo americano desde os anos 90, a relação entre os dois tem sido favorável. Se os EUA quisessem mesmo, eles poderiam boicotar o plano autonomista do governo regional quanto à exploração petrolífera. Talvez não queiram...

A posição curda parece ir contra os interesses sunitas, mas não porque estes controlem o petróleo iraquiano. Na verdade, a administração da produção no Iraque sequer é centralizada por eles. O maior complicador, no entanto, não se encontra em Bagdá, mas mais ao sul. São os xiitas que tendem a querer o controle sobre os campos de hidrocarbonetos meridionais. Se os curdos atingirem seu intento, se abrirá um precedente perigoso ao poder central iraquiano (em região sunita), pois os xiitas, provavelmente, também irão querer sua independência administrativa e “autonomia federativa” aí não passa de um pobre eufemismo: é a base histórica para um separatismo de fato.

Pode se tentar argumentar que a autonomia federativa é o melhor caminho... Sempre é, mas ao adotar este modelo antes de uma partilha regional do petróleo, o custo político regional pode ser muito maior do que se pretende como benefício. Dividindo o Iraque em três secções, o norte sob controle curdo, o centro com os sunitas e o sul com o tacão xiita temos mais “externalidades” que poderia compensar a empreitada. A Turquia incorpora parte do que se convencionou chamar “Curdistão” e, não há compensação alguma em agradar curdos se indispondo com uma velha aliada da OTAN. Com o mundo muçulmano em sua cola, os EUA não vão querer criar outro foco de antiamericanismo naquele país de suma importância estratégica e seus mais de 70 milhões de habitantes; os sunitas perderiam muito com a dispersão e autonomia das regiões petrolíferas ao sul e ao norte. Neste rearranjo geopolítico, Bagdá sairá perdedora, deixando de lucrar com o projeto autonomista; os xiitas tendem a se aproximar do vizinho Irã, também xiita. E, o que é mais grave, fazendo fronteira com os sauditas, que são os principais fornecedores de petróleo aos EUA. Este cenário de um Iraque dividido, com uma federação capenga beneficiaria mais ao Irã do que o domínio sobre um Iraque unido. A aliança com uma região simpática, o sul xiita, lhe imporia menos sacrifícios (e gastos) do que um domínio ou ocupação mais extensa. E, com o bônus, de conseguir uma “estrada” de livre acesso a possíveis e futuras incursões à Península Arábica.

O melhor para a política americana é não se meter em acrobacias diplomáticas para formatar uma outra arquitetura política regional. Quanto ao petróleo, o melhor também é deixar que os negócios sigam seu curso natural dando o tom para futuras estratégias, sem dirigismo nem obstrução por Washington.

(Baseado em The Kurdish Oil Reality, http://www.stratfor.com/ )

Wednesday, October 03, 2007

Ataque aos aiatolás


No artigo Russian Roulette on Iran, Michael Rubin sugere uma aliança da Rússia com o Irã, ao mesmo tempo em que considera sua “venalidade”. Ora! Ou é um ou é outro... “Aliança” para combater os EUA não é o objetivo, mas um meio necessário na atual estratégia russa. Se amanhã ou depois, o mercado guinar para outra região, Moscou abandona Teerã e Damasco com a mesma desfaçatez que hoje adota sua flexibilidade para tratar os inimigos de Washington. Russos querem a farinha para o seu pirão primeiro. Claro que nem se importam se os EUA foram atacados e fizeram acordos com Teerã menos de um mês após o 11 de Setembro. Mas, este é um argumento sentimental... O que tem a ver os aiatolás com a al Qaeda e os talebãs? Para estes, o verdadeiro islamismo é o da facção waabita de bin Laden. Querer colocar tudo no mesmo saco é o primeiro passo para não saber contra quem se luta. Se os EUA têm oposição ao Irã (e por certo que têm) deve ser diferenciado de quem perpetrou o atentado ao país. As estratégias podem até se combinar num segundo momento, mas não têm a mesma origem contra as mesmas causas. Em primeiro lugar, a verdade.

Falar em “realismo” soa infantil. Toda estratégia de estado desde antes de Maquiavel é isto mesmo. Raras exceções, como a influência neocon na política externa, não dão resultados. Vide a substituição de Rumsfeld por Gates... Idealismo neste caso não vem desacompanhado de “externalidades” para lá de negativas. Acredito na necessidade (e ação) de defesa americana. Disto, não tenho dúvidas, mas dizer ou insinuar ingenuidade de Bush e Rice é como se tivéssemos, arrogantemente, mais conhecimento do que eles do que se passa nos corredores do Pentágono. No Entre-Guerras, Nicholas Spykman já definira para séculos adiante o que seria a realpolitik americana ao influenciar o país e colocar uma pá de cal no “isolacionismo” que previa a defesa do Hemisfério Ocidental e a concretização da “fortaleza americana” com suas garras retraídas.

Parece óbvio que a Rússia sempre colocará seus interesses nacionais (de mercado bélico, inclusive) em primeiro lugar. O mesmo se dá com os próprios EUA no tocante à questão energética (e eles têm sua razão) que são sua força e fraqueza concomitantes. Como o texto deixa claro no segundo parágrafo, a escassez de petróleo é benfazeja para os russos. Enfraquece a economia americana e mais, coloca a Rússia como provedora alternativa devido a suas enormes reservas ainda com grande potencial de prospecção. Por isto mesmo, o avanço da OTAN no Leste Europeu tem que ser comemorado e incentivado. Tu me alimentas, mas tenho uma faca na tua garganta...

...

Não tenho idéia de como seria um conflito entre EUA e Irã. A começar pela população iraniana, muito maior que a iraquiana e, até onde sei, não tão dividida internamente na maior parte do território.

Mesmo que os EUA tenham capacidade para um ataque massivo, a questão é outra. Vale a pena? Valeu ter invadido o Iraque? Quanto a este último há analistas que rejeitavam a guerra, mas admitem que uma desocupação, eufemismo para fuga, só pioraria tudo. E, de mais a mais, capacidade tecnológica não é tudo, quanto custaria uma "brincadeira" dessas?
Por isto sou levado a crer que se ocorresse um conflito de maior envergadura, ele não seria uma ocupação terrestre tal como o Iraque, mas um ataque aéreo intenso com apoio de aliados em terra como o foi no Afeganistão. A questão, no entanto, é saber quem faria o papel de "Aliança do Norte", como ocorreu no Afeganistão contra o Talebã? O dividido Paquistão? Russos? Se a Rússia entrasse em tal conflito, qual seria o papel da China? Esta, com certeza vai chiar... Se a guerra interessaria à Europa, ou melhor, França e Alemanha, estas não têm culhões para arcar com os custos da mesma. Esta tarefa eles deixam aos americanos para depois, como é de seu caráter, criticá-los também.
Se Israel entra, acabaria por atiçar mais os ânimos regionais. No curto prazo, um prolongado ataque aéreo a partir do Golfo seria uma alternativa viável e, no médio prazo atiçar, de alguma forma (e não sei como se daria isto) os árabes contra os persas explorando, maquiavelicamente, as diferenças entre sunitas e xiitas. Ou seja, mesmo que se obtenha algum resultado positivo disto tudo virão "externalidades" bastante indesejáveis, bem como o fomento a uma seqüência decorrente de guerras menores. No geral, uma grande droga.
Se a guerra for inviável, eu fico com a opção mais pragmática: atacar instalações militares, com especial destaque para a força aérea iraniana que tem algum peso regional.
Chega desse negócio de se aliar com o fulano que é "menos pior" do que o inimigo conjuntural. Que mostrem as cartas, logo. Claro que isto é mais um desejo do que uma possibilidade.

Tuesday, October 02, 2007

A calçada é do pedestre?












Silvio Furtado de Mendonça Filho
Servidor Público Municipal
Bacharel em Ciências Econômicas e Pós-graduando em Gestão Pública
silviomendonca@yahoo.com.br

Monday, October 01, 2007

Liberalizar vai muito além de privatizar



O governo do estado de Santa Catarina iniciou negociação com a empresa Engepasa para lhe pagar uma indenização milionária pela duplicação da SC-401 que liga a Avenida Beira-Mar Norte em Florianópolis ao norte da ilha. No passado, o governo Vilson Kleinübing firmou o contrato com a empresa, executado até o fim do governo Paulo Afonso que previa a cobrança de pedágio como forma de ressarcimento pelos investimentos feitos. O governador Espiridião Amim que assumiu depois alegou alterações no projeto original, como justificativa para não permitir a cobrança do pedágio com o qual a Engepasa seria ressarcida.

Com o impasse, a empresa recorreu a justiça e o atual governo de Luiz Henrique acertou R$ 50 milhões de pagamento só em honorários e custos judiciais, cujo valor total pode chegar em até R$ 590 milhões considerando indenização, juros do contrato e lucros cessantes. Após oito anos de conflito, a empresa apenas requer o pagamento da indenização e a administração da rodovia passará as mãos do estado.

Empresários foram enganados, acionistas também entraram numa canoa furada? Se houve ou não houve engano, para mim esta não é, definitivamente, a questão central. Penso que um contrato entre estado e setor privado não é como um contrato entre partes independentes porque o estado não é, nem deve ser, independente para fazer qualquer tipo de acordo proveitoso a sua administração às expensas da população. Não somos nós que teríamos mais deveres para com o estado na área econômica, ele é que nos já deve... E muito. Não se pode fazer o que bem entende em nome de uma perspectiva legalista. Mesmo que a lei permitisse contratos que prejudiquem a população, isto tem que ser observado, criticado e, na medida do possível, obstruído. Não é porque eu ache que a concessão viária administra melhor que tenho que aceitar, de bom grado, a bi-tributação.

A questão é esta: se o estado é incompetente para administrar uma rodovia de intenso fluxo sazonal – o norte da ilha é um dos principais pólos turísticos do verão no Sul do Brasil –, então, que caia fora. Agora, eu tenho que pagar impostos esdrúxulos como o DPVAT e mais pedágio? Eu opto pelo pedágio, sim, mas sem o DPVAT que não me serve em absolutamente nada.

Alegaram-me que há alternativa para quem não quisesse rumar ao norte da ilha pela rodovia, um caminho pela Lagoa da Conceição... Para quem não conhece a ilha é assim, a Lagoa é belíssima e tão ou mais visitada que o norte, o que implicaria, caso esta fosse a escapatória, em um fluxo maior ainda do que já temos e congestionamentos piores do que já são. A solução seria altamente contraproducente.

Quem diz que isto significa ser contra a iniciativa privada é cego. Também é minha iniciativa privada não querer pagar mais caro. Se há alguma viabilidade na concessão viária, tem que se ter uma alternativa, afinal já que é um trecho bi-tributado, pague quem quiser. Se alguma empresa ou sócio entrou nessa “desavisado” não serve de desculpa para eu ter que pagar mais. Quem mandou não se interar de todos percalços possíveis. Arriscou, perdeu e agora nós é que pagamos a conta?

Bi-tributação no meu dicionário significa roubo feito pelo estado ou através e com ele, tal como o caso descrito. É disto que se trata. É a mesmíssima coisa no campo da saúde e da previdência. Paises como o Chile dão a opção de se pagar pelo plano público ou pelo plano privado. Aqui, neste país surreal, temos que pagar pelos dois. Como o público funciona, mal e porcamente, todos que têm um pouco mais de recursos se vêem na obrigação de adotar um plano de saúde alternativo. Mas, se recebe seu salário em emprego formal lá vem o desconto do INSS para surrupiar seus proventos. Eu quero o plano privado sem ser obrigado a pagar pelo público. Acontece que quem recebe salário e tem carteira assinada não consegue se desvencilhar do imposto. Então, onde dá que se faça (e se faz) a informalidade.

Vejamos outro argumento:

"As regras do pedágio estabelecidas entre a empresa e o estado previam que quem comprovasse morar do lado de lá e trabalhar ou estudar do lado de cá ou vice-versa teriam passe livre no pedágio. Isto ia beneficiar inclusive quem mora fora do norte mas tem residência de veraneio nas praias. Os maiores pagadores seriam os turistas que superlotam as nossas praias a cada ano, viram tudo de pernas pro ar, vão embora e quando conseguimos recompor a ilha, já estão voltando. E nem todos estes iriam pagar, pois quem alugasse sua casa ou apto. para eles certamente iria fornecer tb. o passe livre no pedágio como atrativo."

Então tá... Imagine que eu seja um turista. Dentro da ilha me deparo com outro pedágio. Informado, digamos que estivesse... Pegaria o caminho alternativo, já saturado e com longas filas na temporada que ainda nem tem pedágio! Não sei a opinião dos outros, mas eu ficaria em Bombinhas, belíssima praia mais ao norte do estado. O pedágio, mais os tributos estatais podem ser ótimos para o próprio estado e investidores, mas não para os milhares que "se seguram" com o turismo de verão.

Apoiando o pedágio COM o tributo que já existe nós só sustentamos o vício que já existe do estado tributar, não cumprir sua função e delegar ao outro setor sua responsabilidade.

Agora, eu gostaria imensamente de saber como faria nossa ágil burocracia para verificar quem mora no norte da ilha ou além do pedágio. Eu pararia no pedágio mostrando comprovante de residência? Imagine o câmbio negro de comprovantes dos moradores aos turistas alugando os seus comprovantes de residência? Sinceramente, ou se tem pedágio para todos, sem exceção ou não se tem. E se tiver, eu não quero pagar duas vezes pelo mesmo serviço.

No Brasil se acha que privatização por si só já é indicativo de liberalização econômica. Ledo engano, ainda mais quando o estado continua arrecadando proporcionalmente mais. Liberalizar deveria significar, tirar ou reduzir o peso do estado em um determinado setor e não escorchar mais ainda o mercado consumidor.

Guerra ao Irã


É provável que aconteça uma guerra com o Irã. Segundo a matéria do NewsMax, as forças americanas já estariam a postos. De acordo com outra linha de análise, como a faz Wayne White, ex-analista do Deptº de Estado americano para o Oriente Médio, não seria um “ataque cirúrgico”, mas uma guerra de anos. Seria uma guerra com potencial suficiente para obliterar os mísseis balísticos iranianos que podem alvejar embarcações comerciais americanas no Golfo, além de seus submarinos e força aérea. Um ataque israelense ao Irã levaria a uma retaliação vigorosa deste, com conseqüências muito piores do que uma guerra civil iraquiana. Esta, aliás, confinada ao próprio país.

Embora o presidente Bush tenha se esforçado em torno de uma saída diplomática com o Irã, o cálculo estratégico através de uma guerra toma corpo. Esta não é uma preocupação exclusiva da administração Bush, seus aliados no Golfo também têm demonstrado preocupações crescentes com o aumento do poderio bélico iraniano, especialmente no quesito nuclear. Segundo o perito em Oriente Médio, Kenneth Katzman, a posição iraniana não é irreversível, assim como a República Islâmica do Irã apresenta muitas vulnerabilidades capazes de exploração.
A visão que Teerã projeta sobre seu país é de uma “superpotência”, mas os vínculos que mantêm o país unido são fracos. Sua economia, p.ex., é bastante “primitiva” exportando praticamente nada, exceto petróleo. E a própria capacidade de produção de petróleo vem declinando rapidamente. Apesar de não poder prejudicar diretamente os EUA, isto é, em seu próprio território, o Irã se utiliza disto como blefe. No entanto, é mais promissor aos EUA aproveitar seu poder de barganha tanto quanto possível, do que um confronto direto. As negociações devem, portanto, dar prosseguimento.

Sunday, September 30, 2007

Distante perigo

Sobre minha incredulidade com relação à eficácia do Foro de São Paulo: bem, não acho o Foro totalmente inócuo, embora eu já possa ter errado e exagerado ao dizê-lo assim contra os olavetes (só para irritá-los). O que penso é que é uma organização com fins criminosos (contra a soberania, crimes "de estado", anti-Constitucionais etc.). Suas intenções são tenebrosas... Mas, sua efetividade é que são outras. Não vejo aliança eficaz entre muitos dos signatários de peso.
Vejamos, o Brasil perdeu centenas de milhões de reais em faturamento dos dois últimos anos em operações na Bolívia e na Venezuela. Alguém aí faria parte de uma sociedade bancando sozinho outros sócios? Creio que não. E, por mais que a retórica do Celso Amorim seja terceiro-(i)mundista, quando o Bush chega lá pelas bandas do Planalto Central, o Lulalá sai correndo da Argentina para preparar-lhe um churras. E o cerne disto tudo não está o socialismo ou a propriedade privada, mas simplesmente a possibilidade de maior abertura do mercado americano ao etanol brasileiro.
A mesma coisa se pode dizer da China: imagine um chinês consumisse um copo de suco de laranja (commodity da qual o Brasil detém 60% da produção mundial) e um copinho de café por dia? Teríamos que importar bolivianos.
Por outro lado, o que pode Chávez contra os EUA? Nada. Sua corrida armamentista é, num primeiro momento, contra o povo venezuelano e depois contra a Colômbia e a Guiana. Quanto a esta, em discursos, já vi o púlpito de Chávez ostentando um mapa expandido da Venezuela com a Guiana anexada. E toda engrenagem subimperialista chavista depende dos 60% de petróleo exportados aos EUA.
Portanto, se os EUA em um médio prazo, digamos uma década, conseguisse substituir modicamente sua frota de veículos à gasolina por carros a álcool, Chávez estaria ferrado. Quem ganharia com isto senão o Brasil, em um primeiro momento?