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Novas mensagens, análises etc. irão se concentrar a partir de agora em interceptor.
O presente blog, Geografia Conservadora servirá mais como arquivo e registro de rascunhos.
a.h

Friday, January 09, 2009

Gaza e alhures





Em O genocídio de Gaza e a natureza expansionista de Israel, Pedro Porfírio faz uma defesa implícita do Hamas (sem o dizer claramente) ao criticar a política e ação militar israelense.

Vamos por partes:

1) Naquelas paragens havia judeus e palestinos. Os dois grupos antes da fundação do Estado de Israel em 1948. No meu modo de entender a coisa, ambos os grupos mereciam ter seu chão naquele semi-árido. Mas, por diversas razões, a coisa degringolou. Se for lícito apontar culpados, em primeiro lugar está a Inglaterra que começou o processo de ocupação e transferência judaica e não o terminou. Em menor medida, a França que mais ao norte detinha a Síria e o Líbano. Estes dois países traíram os árabes, com falsas promessas de terras e a formação de seus estados em troca do apoio na luta contra os turcos, aliados alemães na I Guerra Mundial.

2) O sionismo foi um movimento nacionalista judaico, mas nossa bem pensante e politicamente correta mídia ‘esquece’ de lembrar que os árabes também tinham no período seus movimentos nacionalistas. Que assim como todo ‘nacionalismo’, porta fortes ingredientes xenófobos.

3) O Likud é uma agremiação fundamentalista, isto é, o pior tipo de política que se mistura com religião. Acontece que é a outra face de um movimento oposto, o do fundamentalismo islâmico que seja com o Hamas ou o Hezbollah consegue apoio dos árabes palestinos ou libaneses e sírios. O último com claro apoio do Irã que busca uma união muçulmana. Parece bonito e legítimo, mas ampliando o espectro de análise, este mesmo “bem intencionado” Irã apóia xiitas contra sunitas no Iraque muito antes dos americanos ocuparem o país, como estratégia expansionista. Só que diferentemente dos americanos, Teerã visa incorporação territorial no Iraque...

4) Diferentemente do autor do texto não vejo os israelenses como um “todo-harmônico-judaico”. Há uma parcela moderada que, em outras épocas levou Shimon Perez ao poder contra Benjamin Netanyahu. Ocorre que com a intensificação dos ataques, o sectarismo do lado conservador teve sua chance e se impôs, mesmo após tantas tentativas – orientadas por Clinton entre Itzhak Rabin e Yasser Arafat, o primeiro foi morto por um radical judeu. Ou seja, não haverá paz enquanto os radicais, de ambos os lados reitero, não forem perseguidos e presos, para dizer o mínimo.

5) Óbvio que Obama ajudará Israel. Mais do que os Republicanos, os Democratas estão no partido mais apoiado pela elite judaica. Os judeus não gostam de Ronald Reagans, Bushes e Cia. Estes são muito “de direita” e, para eles e o temor de algo como os movimentos nacionalistas, a la, “nacional-socialistas” (nazis) é um espectro que os ronda suas consciências. Embora, os Republicanos sejam menos ‘coletivistas’ do que os Democratas e não exista hoje, a menor possibilidade de algum movimento deste tipo surgir nos EUA. Acredito que há algo mais aí... Como o vínculo judaico com os bancos que os Republicanos perseguem quando põem o livre-comércio em risco, ao contrário dos Democratas, mais chegados num welfare state que amplia os poderes de estado e seus oligopólios. Quem pensou que o presidente negro seria um terceiro-mundista é porque não conhece o mínimo de política interna americana...

6) Para Washington (algo além da querela entre Republicanos e Democratas), Israel é sua fiel escudeira em um tabuleiro com alianças instáveis. Mas, não existe ringue de boxe com um só lutador. Se formos analisar historicamente, da mesma forma que os EUA tiveram os seus aliados regionais, foi a URSS durante a Guerra Fria. Ambos apoiando ditaduras ou monarquias despóticas. Não há santos e não há revolução comunista ou democracia liberal que legitime, teórica ou praticamente, este tipo de desmando. O que ocorre é a velha Realpolitik em que os interesses de estado falam mais alto e mais forte que ideais bonitos no papel.

7) O conceito de lebensraum – espaço vital – foi criado por Friedrich Ratzel, geógrafo alemão muito antes de Adolf Hitler. Não é uma exclusividade nazista, não senhor. Vemos o mesmo princípio atualmente com o nacionalismo hindu ou com o talebã que persegue etnias minoritárias (não pashtun) no Afeganistão. Ainda, na China contra o Tibet ou na Rússia contra o Cáucaso. E, claro, não seria diferente de tribos africanas, cada uma com seu nível de atrocidade. Seja um Idi Amin apoiado pelos britânicos ou um Mugabe apoiado pela antiga URSS. A longa guerra em Angola, p.ex., teve ingerência dos dois impérios, o russo e o americano. E la nave va... E, antes que eu me esqueça, até os cubanos são acusados pelos africanos...

8) O autor acusa as “grandes potências”, mas estas não extraíram petróleo da Palestina e Israel não tem suficiente para suas necessidades. Não há lógica nesta afirmação que poderia ser utilizada com outras regiões próximas, mas não em Israel. Como eu disse, a criação do “estado binacional” foi uma péssima idéia inglesa seguida por uma, igualmente, péssima administração da ONU que, em meio aos ataques árabes, os judeus criaram seu estado só para si acirrando o problema. A questão é o que deveriam fazer? Voltar para a Europa Oriental? Embora, possível, não era viável e, sinceramente, ingênua para um povo que sempre perdeu e estava cansado de apanhar. Eles viram a “janela de oportunidade” se abrir na linha do tempo e a cruzaram. Para não mais voltar.

9) “Os judeus agem tal como os nazistas”... É uma afirmação recorrente, mas se observarmos corretamente foi a Liga Árabe os atacou em 1948, 1956, 1967 e 1973. Em todos estes conflitos, os judeus sobreviveram, resistiram e ganharam, com exceção da primeira em que não foi uma vitória no sentido militar, mas civil, ganha pela resistência. Após o último ataque (externo) em 1973, a OLP passou a ganhar crédito internacional e ser ouvida com honras de corpo de estado. As negociações poderiam evoluir, não fosse pelo radicalismo de ambos os lados. Ambos os lados...

10) Um detalhe importante: se palestinos se estrepavam sempre, os outros árabes não necessariamente. Com a última guerra ganharam uma enorme vantagem econômica se unindo e elevando (triplicando) o preço do barril de petróleo em 1973. Um meio econômico para se atingir um objetivo político tornara um fim em sim mesmo.

11) O livre-comércio não se pauta mais nas “Sete Irmãs” e companhias árabes, através da OPEP são as maiores interessadas no petróleo regional. São elas que mandam hoje. A questão palestina não lhes diz mais respeito diretamente. Elas poderiam muito bem passar sem isto e sem se importar. Se ocorrem manifestações de apoio, não vão além de alguma verba de apoio aos refugiados e nativos que resistem em suas terras. Mas, ocorre que outro aliado importante dos EUA, contra o Irã, é a Arábia Saudita. Grande parte da Guerra do Iraque se explica por isso, divergências entre seitas muçulmanas que dominam estruturas de estado. Nisto, Israel e os palestinos são, para a maioria dos estados árabes, um problema, uma inconveniência que ninguém quer se envolver diretamente, seja a Arábia Saudita, ou os aliados ocidentais Jordânia e Egito, antigos inimigos. E, nesta lista está, nada mais nada menos que o “novo aliado ocidental”, ex-apologista do terrorismo internacional, General Muamar Khadafi. Este, agora premido pelo desenvolvimento interno líbio trocou de lado. Interessante como são as coisas, quem te viu, quem te vê... Estas lideranças são hipócritas, pois não vão além de palavras de ordem, protestos formais e mera diplomacia. E olha que eles têm muito dinheiro se quisessem, realmente, fazer alguma coisa.

12) Ahmadinejad é outro que só ameaça, mas veja que na crise dos britânicos capturados no Golfo, não demorou a devolvê-los. Mais parece um típico caudilho latino-americano que muito fala e não faz nada. Só está em outro continente... E a Turquia ri com isto, pois disputa o poder regional contra os árabes. Nas nascentes do Tigre e Eufrates (que banha o Iraque e a Síria), suas represas servem também para reter a água deixando iraquianos e sírios na seca, caso precisem jogar com este poder contra seus inimigos (árabes). Na primeira Guerra do Golfo (em 1991) chegaram a por veneno nos filetes de água que corriam bacia abaixo para matarem curdos e iraquianos, enquanto estes sob coordenação de Saddam Hussein utilizavam armas químicas e bacteriológicas contra os mesmos curdos. Interessante esta “união muçulmana”... E, moralmente, nem Turquia, nem Irã e nem a Síria têm crédito e superioridade, uma vez que tratam os curdos de modo pior do que israelenses tratam os palestinos. São os dois pesos e duas medidas... Eles exigem dos judeus, algo que eles próprios não dão a suas minorias: terra e autonomia. Se bem que o último quesito, Israel até que deu...

13) Sinceramente, o escândalo da corrupção envolvendo Olmert, caso não tivesse ocorrido não mudaria em nada a atual situação. Não vejo lógica nisto.

14) Mas, o autor, ao final de sua exposição reconhece que o Hamas atacou o sul de Israel, o estopim da atual crise. Só que não desenvolve o argumento a partir do fato. Fatos... Parecem pouco importantes quando se quer puxar a história lá de trás... Só que a história pode ser vista por vários ângulos porque tem vários ângulos. O que une todos nesta insanidade é que ambos os lados têm como premissa algo que deveria estar fora da política, a religião.

Tuesday, January 06, 2009

Israel não poderá mais tolerar os ataques de foguetes do Hamas

Sobre as chuvas em SC

Tamanho desastre poderia ter sido menor. Bem menor. É consenso entre os analistas ouvidos por AMANHÃ que o principal responsável pelas enchentes e pelos deslizamentos de terra é o próprio homem. Um homem imprudente, como adjetiva Adalberto Marcondes, especialista em Ciência Ambiental e diretor de redação da revista digital Envolverde. Marcondes diz que pouco ou nada se aprendeu com os acontecimentos do passado. Em uma crítica direta aos governantes, ele afirma que quando são autorizadas construções em encostas entra em cena o risco iminente e uma tragédia. "O poder público acaba sendo leniente com a ocupação desordenada
do solo. Só porque a pessoa já construiu sua casa, não se tira mais ela de lá", pondera. A cobrança encontra eco em Fernando Almeida, presidente-executivo do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (Cebds): "É preciso uma política pública que impeça a ocupação de áreas inadequadas sob o ponto de vista geológico, mantendo a cobertura vegetal intacta", diz.



Não se trata apenas de "áreas de risco" que foram ameaçadas ou plenamente atingidas. A média pluviométrica para a região Norte, p.ex., é de 2500 mm/a.a e estas chuvas em SC chegaram a mais de 500 mm em um só dia! No entanto, é um fenômeno cíclico com regularidade de pouco mais de uma década. Por isto mesmo, previsível e contornável se tomarmos o longo período que leva para repetir. Mas, culpar governos é fácil e tão engajado... A própria população (de diferentes estratos sociais) mantém sua preferência por áreas com declive acentuado e não respeita a legislação ambiental (com um mínimo de 30 m a partir das margens fluviais). Assim, apenas se colhe o que se planta.

Russia's next flash point



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By Denis Corboy, William Courtney and Kenneth Yalowitz
Tuesday, January 6, 2009





Russia's coercion of its neighbors is a looming flash point for Europe and the United States, and President-elect Barack Obama. Autocratic Russia is bent on exploiting weak neighbors and reversing perceived humiliations since the breakup of the Soviet Union.


The tragic war with Georgia last August showed that Russia is ready to use military power. International criticism and a plunging economy have apparently not swayed it.


On Dec. 24 President Dmitri Medvedev declared that his nation's "interests must be secured by all means available." Earlier he warned that Russia may deploy nuclear missiles against Poland, and has "privileged interests" in surrounding countries.


On Dec. 31 Prime Minister Vladimir Putin upped the ante. Ukrainian interference with Russian gas exports to Europe would lead to "serious consequences for the transit country."


Moscow is signaling a readiness to use hard power against smaller neighbors. Which ones might be next?


Since August, Russia has doubled its forces in Georgia's separatist regions of Abkhazia and South Ossetia. Troops are only two dozen miles from Tbilisi and hover near Caspian energy pipelines and railways. Russian forces could take them at will.


If Kiev does not satisfy Moscow, Russia's military could move in to "protect" Ukraine's pipeline to Europe. Moreover, Russia is questioning Crimea's legal status, distributing passports to ethnic Russians there, and demanding retention of its naval base at Sevastopol, after the lease expires in 2017. Moscow seems to be developing pretenses for intervention.


Other potential flash points cannot be overlooked. Millions of Russians live in Kazakhstan, which has exceptional natural resources wealth. The country's leaders try hard not to displease Moscow, but they annoy the Kremlin by exporting some energy via the South Caucasus. Azerbaijan and Turkmenistan also have vast energy wealth but regimes that might be ineffective against a Russian challenge. Ominously, Russia recently announced formation of a new "international" military force for Central Asia.


Dependent on Russian markets and subsidized energy, Belarus seeks more aid from Moscow but may have to cede further autonomy. Moscow would intervene if another "color revolution" swept aside Aleksandr Lukashenko, the country's authoritarian ruler, and might annex Belarus, ending years of inconclusive discussions on union.


Russian use of force could threaten important U.S. and European interests. Gaining control over Caspian energy would jeopardize tens of billions of dollars of Western investment and heighten Europe's energy dependence on Russia. U.S. and European forces in Afghanistan will increasingly depend on ground-based logistics through Central Asia and the South Caucasus.


The West needs a two-part hedging strategy: a dialogue to encourage Russia to channel ambitions in less threatening ways, and steps to enhance the security of Russia's neighbors.


An economic dialogue should assist Russia to: mitigate the damage from economic crisis and facilitate recovery, enhance productive trade and investment, and seek fair energy relationships with others. In this context, Europe and the U.S. should encourage Georgia and Russia to negotiate restoration of transport and economic links, which would also benefit Armenia.


A security dialogue should address: full compliance with the armistice in Georgia, how Russia can protect its security while reassuring neighbors, and regional cooperation to counter transnational threats, such as nuclear terrorism and pandemic disease. This dialogue would complement U.S.-Russian strategic arms talks and the NATO-Russia Council.


Second, the U.S. and Europe should help Russia's neighbors develop defenses and protect critical infrastructure. Assistance should be conditioned on commitments not to invade separatist regions or project force abroad.


More frequent U.S. and NATO defense presence will also be critical. This may not require permanent basing, but should include more joint field exercises, secure and interoperable command and control, intelligence sharing, and pre-positioning of matériel. Neighbors alone cannot stop the Russian military. Moscow must come to fear all of the costs and doubt the success of any contemplated aggression.


Dialogue with Russia and better defenses in neighboring countries will help avert another war - and a flash point with the West.


Denis Corboy is director of the Caucasus Policy Institute at King's College London and a former European Commission ambassador to Georgia. William Courtney was U.S. ambassador to Kazakhstan and Georgia. Kenneth Yalowitz was U.S. ambassador to Belarus and Georgia.


http://www.iht.com/articles/2009/01/06/opinion/edcourtney.php

This is why Israel attacks Gaza Watch this!

Monday, January 05, 2009

Putin corta


Europe faces energy crisis as Vladimir Putin cuts Russian gas supply
Europe has been plunged into an energy crisis after Vladimir Putin ordered Russia's state-run gas company to cut supplies by 20 per cent.

By Miriam Elder in Moscow and Bruno Waterfield in Brussels
Last Updated: 10:38PM GMT
05 Jan 2009


Russian Prime Minister Vladimir Putin at the opening ceremony of the Gas Exporting Countries Forum in Moscow. Photo: EPA


As temperatures dropped below zero across much of Europe, the Russian prime minister instructed the head of Gazprom: "Cut it - starting today."
The cut was ordered to punish neighbouring Ukraine, which Russia accuses of topping up its own gas supply by siphoning off energy meant for European consumers and sent through its pipelines.
But Naftogaz, Ukraine's state-run gas company, said that it was European Union countries, including Britain, that would feel the effects of an increasingly bitter East-West energy row.
"Gazprom has in fact cut volumes of transit gas to European customers. The Russian company has therefore placed under threat the delivery of gas to European countries," Naftogaz said in a statement.
The EU meanwhile dispatched an emergency fact-finding mission to Ukraine after eight European countries reported a disruption of gas supplies following a smaller Russian cut last week.
The taskforce of senior officials from the European Commission and the Czech Republic, which has just taken over the EU's rotating presidency, will also hold crisis talks with Gazprom on Tuesday.
EU foreign ministers, meeting in Prague on Thursday, will then assess levels of gas supply disruption and discuss possible action to prevent energy shortages amid sub-zero temperatures in most European capitals.
EU countries are dependent for one quarter of their gas supplies on Russia, of which 80 per cent comes via pipelines that cross the Ukraine.
Some, such as Poland, depend on Gazprom for over three quarters of their gas supply. Britain receives up to 15 per cent of its supply from Russian sources, mainly channelled through French pipelines.
The Czech Republic, Poland, Greece, Romania, Bulgaria, Slovakia, Croatia and Hungary have already reported problems with their supply.
The Commission has insisted that "there is no immediate danger of disruption for European citizens". But officials are worried that the latest wave of freezing weather, in one of the coldest winters for years, will push the EU into a full blown energy crisis by fuelling demand for Russian gas as people seek to heat their homes across Europe.

"The situation is changing. We are seeing a cold week ahead," said the Commission
spokesman."Cold weather has an immediate effect on demand.
The supply of gas has to be higher or complemented with more use of storage."
At a meeting at Mr Putin's luxury dacha, he backed demands by Alexei Miller, the CEO of Gazprom, for a daily reduction to Ukraine's pipeline gas flow of 65.3 million cubic metres, energy that Russia claims that the Kiev has stolen during a price dispute.
Gazprom first started to cut gas supplies to Ukraine on New Year's Day, after talks over a supply contract broke down amid accusations that Kiev had failed to pay its full bill for 2008. Naftogaz denies allegations it has siphoned off gas without paying Russia.