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O presente blog, Geografia Conservadora servirá mais como arquivo e registro de rascunhos.
a.h

Thursday, February 28, 2008

Globalismo?

http://www.dbruce.org/wordpress/?p=48

Globalismo, what shit is this?*



A rica complexidade da realidade:

O CS da ONU pode sofrer modificações nos próximos anos. Espera-se para 2010, a substituição da França e do Reino Unido pela U.E., juntamente à China, EEUU e Rússia. África do Sul, Brasil, Índia e Japão também poderão vir a ser membros permanentes do CS.

As alianças militares se ampliarão, como se vê atualmente a Otan rumo ao leste (europeu). Por parte da Rússia, através da CEI, com a incorporação da Bielorrússia. Como contrapeso a este gigante, as ex-repúblicas soviéticas da Ásia Central (do Cazaquistão ao Afeganistão) procuraram reforçar “alguma” aliança (o que as une é o tacão russo em sentido oposto). Outra interessante aliança que funciona como filial americana neste rimland continental é a do Sudeste Asiático que vai do Paquistão à Oceania (leia-se Austrália e Nova Zelândia), contumazes aliados americanos cercando a expansão russa ao sul. Problemas (aos ocidentais) formam-se com a evolução da Liga Árabe (não “tão árabe” ao englobar o Irã) que concentrarão os maiores esforços ocidentais, sobretudo americanos, mais do que da Otan. Pois, esta estará suficientemente tomada pela oposição russa na Europa. O que, em outras palavras, pode significar um certo isolamento de Washington. A Organização da Unidade Africana (OUA) continuará uma mera quimera, como tem sido o maior celeiro de guerras civis no globo. Falar em “globalismo” neste cenário é coisa para quem abusa na cachaça... No “Novo Mundo”, o continente americano, temos a união indelével entre Canadá e EEUU, mas com o “acorde dissonante” do México oscilando entre a atração econômica do norte e os “compromissos” políticos com seu atrasado centro-sul (Chiapas, p.ex.). E a América Central continuará sendo assediada por Washington. A “sala de treino” em “stand-by” permanece na América do Sul, com um Brasil periclitante nas relações externas, mas com o tacão de possíveis sanções americanas contra estados-pária da Argentina, Bolívia e Venezuela. A China permanece, como sempre foi, contida em si mesma, um universo à parte que ainda terá que se definir melhor neste cenário global do ponto de vista político.

ONU

Seis países sul-americanos, três centro-americanos, dois norte-americanos, dez países asiáticos, a Rússia, a U.E. e outros europeus não-membros, 17 africanos apóiam a organização, financeira, logística e militarmente. Chega a ser hilário pensar que é de “cima para baixo” que ocorre a influência. Arrisco-me a dizer que é, justamente, pelo contrário, através desta miríade de estados que tentam alcançar uma coordenação e organicidade, a razão da maior inoperância da ONU: tem muito chefe pra pouco índio.

Nos anos 90 tivemos 16 ações com tropas da ONU para intervir em casos de desastres naturais. Como sabemos, não são “tropas independentes”, mas mantidas através de contribuições dos países que a sustentam. Onde está o “globalismo”? Ninguém obriga ninguém a integrar a ONU. Trata-se de uma ação calculada para otimizar ações ao redor do mundo, inclusive por estados concorrentes em influência e hegemonia global.

Só mesmo quem não entende absolutamente nada de logística e estratégia mundial para pretender que haja uma sinergia tamanha que coloque um pequeno grupo de “meta-capitalistas” (what shit is this?!) contra os interesses de dezenas de países e centenas de elites oligárquicas e suas burocracias.

No mesmo período, se contarmos as intervenções para conter atividades guerrilheiras e/ou terroristas foram 21, ou seja, superando com vantagem os danos causados por forças naturais. Isto, antes de 2001, o que significa que esta discrepância tende a aumentar, com maior número de esforços conjuntos para deter este estado de anarquia. Bem que podíamos ter um pouquinho de “globalismo”... Digo, ordem.

Também tivemos 14 operações das tropas no período no papel de “forças de paz” ou ocupação, termo muito mais direto e sincero, como é do meu gosto. Ou seja, se pensarmos em ações militares, no conjunto são mais que o dobro das destinadas a driblar os efeitos das forças naturais.

Vejamos agora as pobres nações ameaçadas em sua perda de soberania...

Já na aurora deste Bravo Novo Mundo do século XXI, as nações na lista de “capazes de desenvolver” mísseis balísticos, armas nucleares ou bacteriológicas, químicas etc. são Argentina, Brasil, Canadá, EEUU, Rússia, Japão, China, as Coréias, Indonésia, Austrália, Índia, Paquistão, Irã, Iraque (antes de 2003), Síria, Israel, Arábia Saudita, Egito, Líbia, África do Sul e o conjunto da U.E.

Em termos, especificamente, de potencial atômico temos, HOJE, EEUU, Rússia, China, França, Reino Unido, ou seja, o CS da ONU. Soa, portanto, ridículo pensarmos em “globalismo” contra esses países, quando são, justamente, TODOS eles os mais poderosos e que, justamente por isso, são os que sofrem mais ameaças. Não se têm bônus sem ônus... Mas, calma, não lamentemos que a democracia mundial avança e, com ela, a “democratização do medo”. Eh eh, pare agora agora, já já temos a entrada do Irã e as Coréias neste seleto clube. Em 2010, Egito e África do Sul; em 2050, Cazaquistão, Japão, Taiwan, Turquia, o restante da U.E., Noruega, Ucrânia e, ufa! Pensei que até agora seríamos os eternos “excluídos”, BRASILSILSILSIL! (Mas, não será completo sem a narração do Galvão Bueno...)

Porém, como toda alegria dura pouco, tão logo entremos no clube seremos acompanhados por “eles”. Sim, nuestros hermanos también! Argentina. Óbvio que não nos deixariam sós nesta.

Com a escassez de fontes energéticas tradicionais, a energia nuclear será cada vez mais usual e só sendo muito Poliana para crer que não se utilizará esta tecnologia com outros fins. Porém, quando uma vantagem se socializa, o diferencial passa a ser mais procurado. Uma nova modalidade ameaça terrorista consistirá em ataques eletrônicos por hackers aos países, seus sistemas financeiro, programação televisiva, tráfego aéreo etc.

Será o fim das forças convencionais? Claro que não.

Porém, se hoje, um soldado americano, tem um elevado custo de treinamento e é física e emocionalmente falível. Estes “detalhes” terão que sofrer alterações. Para as próximas décadas, a projeção é de um cibersoldado. Rifles terão miras direcionadas pela retina do próprio soldado com sensores instalados no visor do capacete; sua localização (dia e noite) terá margem de erro de um metro; câmeras instaladas no capacete trarão o cenário do front às bases; algumas armas portáteis poderão ter suas miras ajustadas a distância, pela base, quando o soldado for incapacitado de enxergar o alvo com precisão; binóculos conectados a satélites terão informações repassadas por estes.

Como a economia americana talvez precise de muito mais mexicanos do que já se faz hoje em dia, outros auxiliares ao cibersoldado estão sendo projetados, robôs. 100% subordinados... Eh eh. 24h de trabalho, com baixo custo de produção e zero de treinamento. Estupros, saques, processos, exposição da mídia? Esqueça! Basta cuidar para que não haja curto-circuito.

Calor ou frio extremos não serão problemas. Aquecimento global, Godzilla, pode mandar tudo junto, que o Tio Sam tem alguns segredos na sua caixinha de surpresas... Gelo, fogo, armas químicas, bacteriológicas, nucleares, no worries!

“Robôs-insetos” como espiões: já existem protótipos. Beleza... Entre outras utilidades, detecção de minas, armas de fogo e segurança geral.

Oh! "Pobres EEUU e sua tradição judaico-cristã, tão ameaçados pelos “poderes globalistas”! Oh!" Haja cachaça na Virgínia!

Cenários em 2050:

1. Nova Guerra Fria entre China e EEUU. Este com aliados na Coréia, Japão e Paquistão. Talvez, a Índia também. U.E. e Rússia, como aliados chineses. Eu acho pouco provável tal configuração;
2. China e EEUU como poderes aliados, INDISCUTIVELMENTE, dominantes;

3. Outros cenários mais fragmentados podem ser aludidos futuramente...

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Ou o simplismo dos ignóbeis:

"Globalismo não é simples abertura de mercados: é introdução de regulamentações em escala mundial que transferem a soberania das nações para organismos internacionais."
Vocês escolhem.
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* Fontes:
1. Ian Pearson, Atlas of the Future, New York: Macmillan, 1998.
2. International Institute for Strategic Studies (IISS), The Military Balance 1996-97, London: IISS, 1997.
3. Press reports.
4. Stockholm International Peace Research Institute (SIPRI), Yearbook, New York and Oxford: Oxford University Press, various dates.

Wednesday, February 27, 2008

"Finalidades" vs. Características






Quando um paranóico tenta encobrir a realidade ou, para ser mais humilde e generoso com o missivista, os dados que podem servir de base à especulações, ele vêm com "finalidade", "objetivo último" etc., ou seja, algo subentendido que você deveria saber, oras!


Eu gostaria imensamente de saber se ele tem a mínima noção de como a ciência básica e aplicada evolui neste país... Gringos presentes na Amazônia (e são centenas de pesquisadores) firmam convênios com nosso governo. Claro que não se trata de uma mera "ajuda", atividade filantrópica e tal. É uma via de mão dupla, antes de tudo. Como se trata de política de estado, guiada por Razões de Estado, bem ao contrário de uma suposição "globalista", na qual um dos agentes domina numa simplista "lógica de jogo de soma zero política" o outro trata-se, outrossim, de um acordo, quase que aos moldes do comércio externo. Mas, que ao invés de se dar, tão somente de empresa para empresa ocorre de estado com estado. Hoje em dia, cerca de 1/3 das drogas tem origem em fitoterápicos, muitos dos quais, das florestas tropicais do globo, especialmente nossa Amazônia.


Como aqui no Pindorama, a mentalidade esquerdista (mas, não somente ela...) e nossa "direita", que na verdade, apesar de todo "upload retórico" ainda teima em manter pressupostos nacional-desenvolvimentistas dignos de um Vargas ou Perón, a influência e troca de conhecimento com os pólos científicos mundiais ainda é, pateticamente, vista como "intrusão estrangeira", "ameaça externa" e outras bobagens correlatas.




A retórica de esquerda já minou uma direita que comprou o discurso do "globalismo" como ameaça, enquanto que, na realidade trata-se, na maioria dos casos, da boa e benfazeja Globalização.




De certo, quando a Natura firma acordo com os Caiapós, isto é visto como se fosse uma ameaça correlata e equivalente a um Putin no Cáucaso ou Otan nos Bálcãs. Fosse assim, a entrada da Irlanda na UE, que alçou este país a um dos melhores índices de desenvolvimento nas últimas décadas; ou antes ainda, a maciça entrada de multinacionais na península coreana sob consentimento de Seul, que levou o país a disputar e competir com a hegemonia japonesa na Ásia etc. são vistas como "globalismo", um anátema para os tolos protecionistas temerosos das inovações da aurora do século XXI.


Quando se fala das estúpidas e grotescamente elevadas taxas de crescimento cavalares do modelo chinês se esquece que não teriam direito à existência não fosse, justamente, pela mentalidade diametralmente oposta à que advogam os "anti-globalistas". Se o Brasil se rendesse (e já está passando da hora...) aos intentos "maléficos dos globalistas", nós já poderíamos ter ZEEs similares, com isenções fiscais atraindo filiais de laboratórios internacionais para nossa Amazônia gerando empregos e tecnologia.

Dirão ainda que a tecnologia não é nacional... Mas, eu lhes pergunto qual tecnologia é "nacional"? A dos americanos que se pautou, inicialamente, pela cópia da britânica? Ou a nipônica que copiou a americana no pós-guerra? Ou, no mesmo período, a importação de cérebros alemães pelos americanos? Ou a dos Tigres insuflada por capitais japoneses? Joguem fora, joguem no lixo... Adotemos um modelo não globalista e genuinamente nacional como o de UGANDA!


Numa estagnada América Latina, nada "melhor" do que barrar e objetar o pouco de bom que acontece regredindo à padrões africanos e "genuinamente nacionais".
Por razões diversas e aparentemente antagônicas, esquerda e direita xenófobas marcadas pelo signo do mito da "soberania nacional" ou "independência tecnológica" atentam contra a integração e desenvolvimento mundiais.

Monday, February 25, 2008

Banho frio


Segundo uma nota de Phil Brennan publicada no Newsmax e no Front Page Magazine, "So Much for Global Warming", a U.S. National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA) informa que todo o gelo marítimo "perdido" do hemisfério norte voltou. Os níveis, que tinham baixado de 5 milhões de milhas quadradas para 1,5 milhão de janeiro de 2007 a outubro do mesmo ano, já são quase os mesmos de antes. E na Antártida a camada de gelo cresceu um terço acima do seu nível normal.


Isso deve esfriar um bocado o entusiasmo aquecimentista da própria NOAA, senão também o do sr. Al Gore.

http://www.olavodecarvalho.org/semana/080225dc.html
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Enviado por Ernesto Ribeiro Barboza de Oliveira