interceptor

Novas mensagens, análises etc. irão se concentrar a partir de agora em interceptor.
O presente blog, Geografia Conservadora servirá mais como arquivo e registro de rascunhos.
a.h

Thursday, September 11, 2008

Entorpecimento Global



Quando um atleta supera mais obstáculos, maior é seu crédito. Analogamente, o mesmo se dá com uma teoria que resiste a diversas tentativas de refutá-la.



Adapto aqui um excelente artigo do The Register, Is the earth getting warmer, or cooler?

Pesquisadores do Instituto Leibniz de Ciências Marinhas desenvolveram um modelo de ciclos de temperatura oceânica, cujos resultados diferem do atual ‘consenso’.

Portanto, quando se ‘prova’ que a Terra está esquentando (ou esfriando) depende, tão somente, das fontes utilizadas. Esta é a ‘prova’ que se tem.

Por exemplo, em duas fontes pesquisadas, se concorda com a tendência da temperatura global até 1998, mas se diverge sobre a mesma a partir desta data. O centro meteorológico britânico de Hadley afirma, no entanto, que as temperaturas estão em declínio.

Compare os gráficos de Hadley e da NASA:


O que isto revela? Ou, ao menos, sugere? Se a variação climática não é, claramente, ascendente ou descendente, temos um “efeito elástico”. Isto pode nos indicar um padrão, mesmo como imagem metafórica, de que o clima varia ora subindo, ora descendo suas temperaturas médias. A questão, portanto, é observar o que ocorrerá no longo prazo. E, ainda, o quão longo deverá ser este prazo...

Os dados da NASA, por sua vez, mostram temperaturas ascendentes mais ‘firmes’. Já, outras fontes, como os satélites UAH e RSS revelam redução da média térmica na última década. E as temperaturas atuais ficam pouco acima da média das três últimas décadas.

Observe os gráficos seguintes:



Qual a origem de toda esta divergência? Os cientistas são incapazes de entrar em consenso ou se tratam de premissas ideológicas por trás de tudo poluindo a ciência?

Uma dica do que acontece pode estar na mera apresentação visual do fenômeno. Comparando dois gráficos da própria NASA, um de 1999 e outro de 2007 se observa que no segundo, a imagem está mais ‘apertada’ dando a impressão de que o contraste entre baixas e altas temperaturas é maior do que de fato. Como o dado mais recente revela alta da média térmica tem-se a impressão de que o fenômeno do aquecimento está mais acirrado.

Se intencional ou não, não podemos dizer com propriedade. Mas, talvez seja só um “recurso estilístico”...

Segundo o autor, as tendências pré-1970 foram ajustadas para baixo e as posteriores para cima. Em certos anos, o ‘ajuste’ foi de 0,5 graus. Se isto, em termos globais não significa muito, em termos locais corresponde a vários graus de diferença.

Como os termômetros poderiam estar errados em 1999 e serem, corretamente, ajustados em 2007?

A NASA reeditou dados de 1930 a 1999. Só que a probabilidade de subir ou descer é de 50/50. Segundo o autor da matéria, se priorizou o aumento. Por quê? É a questão.

NASA staff have done some recent bookkeeping and refined the data from 1930-1999. The issues has been discussed extensively at science blog Climate Audit. So what is the probability of this effort consistently increasing recent temperatures and decreasing older temperatures? From a statistical viewpoint, data ecalculation should cause each year to have a 50/50 probability of going either up or down - thus the odds of all 70 adjusted years working in concert to increase the slope of the graph (as seen in the combined version) are an astronomical 2 raised to the power of 70. That is one-thousand-billion-billion to one. This isn't an exact representation of the odds because for some of the years (less than 15) the revisions went against the trend - but even a 55/15 split is about as likely as a room full of chimpanzees eventually typing Hamlet. That would be equivalent to flipping a penny 70 times and having it come up heads 55 times. It will never happen - one trillion to one odds (2 raised to the power 40.)

(…)

Particularly troubling are the years from 1986-1998. In the 2007 version of the graph, the 1986 data was adjusted upwards by 0.4 degrees relative to the 1999 graph. In fact, every year except one from 1986-1998 was adjusted upwards, by an average of 0.2 degrees. If someone wanted to present a case for a lot of recent warming, adjusting data upwards would be an excellent way to do it.


No site da NASA, observamos que o divulgador dos dados é o proeminente Dr. James Hansen – conselheiro científico do advogado mundial do aquecimento global, Al Gore.

Mas, é mais fácil apontar influências econômicas e políticas somente por parte das petroleiras contrárias a teoria aquecimentista...

A maior parte dos dados da NASA é obtida de termômetros. Muitos dos quais ‘contaminados’ pelo aquecimento urbano (“ilhas de calor”). E há uma concentração desproporcional destes instrumentos em cidades.

A NASA também tem um número reduzido de estações no Ártico e ainda menos na África e América do Sul. Nos últimos anos, os dados foram, sistematicamente, ajustados para cima. Observe no gráfico a seguir a diferença entre os dados relatados e os originais da USHCN/NASA:


Por que os dados dos satélites UAH e RSS são mais confiáveis? Por que cobrem quase toda a Terra, exceto pequenas porções próximas aos pólos Norte e Sul.

Sua metodologia também não sofre mudanças. Permanece a mesma todos os anos. E apresentam consenso pouco variando entre si.

Em março de 2008, os dados da NASA indicaram o terceiro mais quente da história. Mas, os dados dos satélites RSS e UAH evidenciaram-no como o mais frio do hemisfério sul e, um pouco acima da média mundial.



No mesmo mês, a Ásia mostrou-se mais quente do que a América do Norte, o que elevou a média do hemisfério norte. Em abril, os dois continentes resfriaram (mesmo avançando ao verão boreal). Aliás, foi um mês excepcionalmente fresco para a maioria do globo.

Os satélites têm demonstrado médias térmicas se comportando abaixo das estimativas do IPCC, próximas ou até mesmo abaixo da média dos últimos 30 anos. A exceção da NASA, cujos prognósticos caminham para o Apocalipse...

E sempre é bom lembrar que mesmo que se acabe com a ‘conveniência’ de ajustar dados, o déficit de estações meteorológicas no globo, da cobertura espacial dos satélites da NASA, ou a superestimação dos centros de pesquisas submetidos às “ilhas de calor” urbanas não inspiram confiança.

Lembremos que interesses sempre existem. Tanto “para cima” como “para baixo” das médias térmicas:

The Arctic ocean is warming up, icebergs are growing scarcer and in some places the seals are finding the water too hot, according to a report to the Commerce Department yesterday from Consul Ifft, at Bergen, Norway. Reports from fishermen, seal hunters and explorers, he declared, all point to a radical change in climate conditions and hitherto unheard-of temperatures in the Arctic zone. Exploration expeditions report that scarcely any ice has been met with as far north as 81 degrees 29 minutes. Soundings to a depth of 3,100 meters showed the gulf stream still very warm. Great masses of ice have been replaced by moraines of earth and stones, the report continued, while at many points well known glaciers have entirely disappeared. Very few seals and no white fish are found in the eastern Arctic, while vast shoals of herring and smelts, which have never before ventured so far north, are being encountered in the old seal fishing grounds.
Fonte… Um blog “RealClimate”? Não, apenas US Weather Bureau em 1922.

Em 1924 tivemos um susto do resfriamento global, em 1933, um susto do aquecimento global. Em 1970, outro susto por um novo resfriamento e hoje, mais um susto aquecimentista. O que, realmente vivemos é o entorpecimento global.

Wednesday, September 10, 2008

Reinício do debate


O tema do “aquecimento global” está sofrendo uma revisão por pesquisadores alemães:

http://www.theherald.co.uk/news/news/display.var.2238317.0.Doubt_is_cast_over_global_warming.php


As temperaturas globais podem não subir na próxima década devido a variações naturais, contradizendo previsões anteriores.

O ciclo de aquecimento, no Mar do Norte não seria permanente, mas sofreria variações de 70 a 80 anos.

Já as temperaturas da superfície do Pacífico Tropical se manteriam estáveis de acordo com o Instituto Leibniz de Ciências Marinhas.

Writing in Nature, they said: "Our results suggest that global surface temperature may not increase over the next decade, as natural climate variations in the North Atlantic and tropical Pacific temporarily offset the projected anthropogenic warming."

O que se sugere, no entanto, é um resfriamento no Atlântico Norte.

Curso de Sensoriamento Remoto - INPE - 2

http://www.dpi.inpe.br/cursos/sere/sr_geral_arquivos/frame.htm

Curso de Sensoriamento Remoto - INPE

http://mtc-m15.sid.inpe.br/col/sid.inpe.br/iris%401915/2005/11.08.13.16/doc/08_Sensoriamento_remoto.pdf

Tuesday, September 09, 2008

Brrr... A-a-a-que-que-quecimento?



Midsummer polar ice increase 2007-2008,
http://arctic.atmos.uiuc.edu/cryosphere/



A figura ao lado mostra a expansão da calota de gelo ártico. Em pleno verão!

Matéria do http://www.newsweekly.com.au/ aponta correlações entre a atividade solar e a temperatura terrestre. E não são apenas mudanças pontuais recentes, mas mudanças históricas nos últimos 1100 anos. Entre 1645-1715, p.ex., ocorreu um período extremamente frio que correspondeu a uma baixa atividade solar. Bem antes, o Período Quente Medieval (950-1300) propiciou a colonização da Groenlândia pelos navegadores vikings que hoje está coberta por uma grossa camada de gelo.

Poluição atmosférica


Cada problema resolvido tem como resolução a criação de outro problema. Este é o caso da poluição atmosférica em Londres que até 1930 ceifava a vida de mais de 64.000 pessoas por ano. A solução para o problema foi ‘deslocada’. No caso, os britânicos construíram chaminés altíssimas por onde a poluição era emitida e dispersa por centenas de quilômetros. O smog (smoke + fog) ia parar na Escandinávia ocasionando a famigerada chuva ácida.

O que se vê é que a solução inicial se torna um problema posterior. Mas, a questão não termina aí... Como este impacto ambiental se dava além fronteiras se tornou um problema de estado. Urgia, portanto, uma solução ao novo problema. Se não definitiva, ao menos mais eficaz, o que foi alcançado com a colocação de filtros nas chaminés.

O subproduto destas é a pasta de enxofre, que quando removida constitui grave ameaça à saúde. Visto isso ficamos com a sensação ruim e pesarosa de que o gênero humano não tem jeito mesmo. Mas, o que faltou dizer, é que a proporção de mortes entre um tipo de impacto e outro: enquanto que mais de 64.000 morriam todos os anos com chaminés sem filtros no Reino Unido, depois de sua adoção, as mortes por câncer causadas pelos depósitos de pasta de enxofre eram uma a cada meio século.

Isto mesmo, a tão letal pasta de enxofre, o resíduo da poluição é pouco incidente por que não é jogada ao deus dará na natureza, mas acondicionada em local apropriado. Esta é a questão: estamos melhorando muito em relação ao meio ambiente, embora não tenhamos atingido a perfeição.


Baseado em Lomborg, 2002, pp. 13-14.

Sunday, September 07, 2008

Dilema - 1

O Irã vive tensões internas entre a teocracia e o governo civil. Há um desejo paradoxal de modernização sem a ameaça de perda com seu vínculo religioso. Neste sentido, é que é possível entender o apoio interno a Ahmadinejad. É não é de duvidar que os aiatolás o vejam como um inconveniente necessário.

E
Os produtores de petróleo, como A. Saudita, Kuwait, EAU etc. se sentem ameaçados pelo Irã. O problema é que, se por um lado o Irã os ameaça, por outro, esta instabilidade diplomática joga o preço do barril de petróleo para cima (tal qual 1972). E os EUA estão na ambígua posição de defender aliados, mas ser contra interesses imediatos destes.
Este é o dilema. Ahmadinejad é só uma pedra daquelas que ficam no meio do caminho. Chutá-la é fácil, difícil é saber para onde jogá-la.

Colapso mental


Jared Diamond... Mais um embusteiro?



Pois é... Jared Diamond escreveu um livrão que aponta a decadência de uma das ilhas do Pacífico por sua suposta hiper-exploração de recursos naturais.

Engraçado como o mesmo não aconteceu com outras centenas de ilhas daquele oceano. Estranho criar uma regra a partir da exceção...

Jared Diamond e Thor Heyerdahl criaram o mito do colapso ambiental na Ilha de Páscoa.

A tese é de que a super-exploração ao desmatar a ilha os impediu de obter matéria-prima para suas canoas e pesca. Consequentemente, a fome levou a guerra civil e ao canibalismo.

Na verdade, a coisa é bem mais simples do que tudo isto...

Quando os europeus descobriram a ilha em 1722, com seus navios baleeiros em busca de água e alimento, também procuravam mulheres. As DSTs se disseminaram.

Mais tarde, em 1805, a escuna americana Nancy raptou escravos; em 1862, foi a vez do Peru. Após protestos internacionais, 100 sobreviventes foram repatriados e com eles, vieram a varíola e a maioria dos nativos morreu.

Em 1870, europeus forçaram os nativos a entrar nos navios queimando suas plantações.

O Chile colocou os poucos nativos remanescentes num campo de concentração em 1888, após a anexação da ilha.

Quando os holandeses aportaram por ali, em 1722, as choças nativas estavam cobertas com folhas de palmeira. Como, se não havia mais árvores no século XV, segundo Diamond?

Embora Diamond diga que havia trimoras (árvores locais) no século XV, para construção de pequenas canoas, as estátuas ainda eram transportadas no século XIX.

Neste mesmo século houve epidemia de sarampo, o que não impedia os ilhéus de cultivarem bananas, batatas e cana-de-açúcar. A ilha ainda tinha lagos com solos ricos nas margens que nunca foram cultivados.

Ah... Mas, não tinham canoas para a pesca! O oficial da marinha americana W. S. Thomson que viveu por lá em 1890 relatou que as lagoas eram repletas de lagostas e caranguejos. Nas praias havia tartarugas marinhas, ou seja, ovos e carne. Entre os artefatos dos locais havia anzóis de pedra e osso, redes de pesca de amoreiras... Adotavam as temporadas de pesca para evitar a pesca predatória.

Nunca foi provada a existência de 3.000 ilhéus, como diz Diamond. E as guerras eram rotina, com ou sem fome.

A única “prova” de canibalismo foi dada pelos missionários que precisavam arranjar uma boa justificativa para “salva-los da degradação”.

O “eco-colapso” de Diamond é história pra boi dormir quando sabemos que, de concreto, houve escravidão, sífilis, varíola, campos de concentração todos documentados.

O problema da ilha nunca foi ecológico, mas puramente econômico.

Réstia de racionalidade




O ministro extraordinário de assuntos estratégicos, Roberto Mangabeira Unger finalmente disse o óbvio, que não há como desenvolver a Amazônia, tampouco preservá-la sem um plano de regularização fundiária, isto é, definir a propriedade privada na vasta região.


“Sem tirar a Amazônia da situação de insegurança jurídica em que se encontra – ninguém sabe quem tem o quê – não avançaremos em nada mais”, avaliou.
Regularização fundiária é o principal problema da Amazônia, Ministério das Cidades.

Finalmente por que se admite a segurança jurídica do proprietário como passo inicial para discriminar, positivamente, quem é proprietário de quem é invasor. A questão primordial é que não dá para investir, sequer defender o que não se conhece com precisão. Admitir que um país com as dimensões do Brasil necessita de simplificação jurídica para sanar o problema da posse e propriedade fundiária é, sem dúvida, um primeiro, necessário e correto passo.

Em um território que corresponde a 59% do país, menos de 4% da propriedade privada têm sua situação fundiária regular. O resto, vocês podem imaginar, é literalmente “terra de ninguém”, na qual tudo pode acontecer, toda sorte de irregularidades e crimes.

O grande problema amazônico de hoje em dia, não é a ocupação ou exploração estrangeiras, mas o mau uso dos próprios nacionais.

“Enquanto a Amazônia continuar a ser um caldeirão de insegurança jurídica, e toda a sua população se sentir como se sente hoje, chantageada, nós não conseguiremos resolver nenhum dos problemas da Amazônia, não conseguiremos transformar a Amazônia na grande vanguarda brasileira, na fronteira da imaginação brasileira que ela pode ser”, disse o ministro.
Novo órgão servirá para simplificar regularização fundiária da Amazônia, A Tarde On Line.


Porém, se a criação de um novo órgão que substitua as atribuições do Incra é necessária, a questão que se põe é o que diferenciará deste no quesito eficiência?