Saturday, August 20, 2005
Taleban e EUA
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20/08/2005 - 16h28
EUA e Taleban discutiram sobre assassinato de Bin Laden
da EFE, em WashingtonOs Estados Unidos e o regime Taleban [regime afegão que foi deposto por uma coalizão liderada pelos EUA no final de 2001] discutiram em 1998 sobre a possibilidade de assassinar ou expulsar Osama bin Laden do Afeganistão, segundo documentos do Departamento de Estado citados neste sábado pela rede CNN.Os documentos secretos, desqualificados recentemente pelos Arquivos Nacionais dos EUA, indicam que Washington manteve uma intensa atividade diplomática após os atentados terroristas contra suas embaixadas em Quênia e Tanzânia, em agosto de 1998, que causaram a morte de mais de 200 pessoas.O embaixador-adjunto dos EUA no Paquistão, Alan Eastham, reuniu-se em novembro e dezembro daquele ano com Wakil Ahmed, um dos principais colaboradores do líder máximo do Taleban, o mulá Omar.Sobre os atentados da África, segundo os documentos, Ahmed disse ao diplomata americano: "É incrível o que esse homem fez", informou a CNN em seu site.No entanto, o enviado taleban afirma que a Eastham que tinha falado com Omar sobre o assunto e que os talebans ainda consideram Bin Laden inocente dos crimes de terrorismo.Ahmed informou que uma possibilidade de colocar fim às atividades do líder da rede terrorista Al Qaeda era que os Estados Unidos "matassem ou organizassem o assassinato de Bin Laden".Os EUA, "se assim decidirem", podiam organizar o assassinato de Bin Laden, já que os talebans não poderiam fazer nada para evitar", acrescentou.Wakil Ahmed também sugeriu a possibilidade de que Washington entregasse mísseis aos talebans para que eles mesmos matassem o milionário saudita.Em troca, pediu aos EUA que não voltassem a bombardear o Afeganistão, como fez em agosto em represália após os atentados na África, e solicitou a Washington que fizesse uma nova proposta "para resolver o assunto", acrescentam os documentos.No entanto, a Suprema Corte talebans declarou Bin Laden inocente dos crimes de terrorismo, e Ahmed reconheceu a Eastham que a liderança taleban tinha dificultado a entrega do líder da Al Qaeda, já que o povo afegão "não entenderia" essa medida, por se tratar de uma figura destacada da luta contra a invasão soviética do Afeganistão nos anos 80.Os documentos divulgados incluem comunicações de Washington com missões diplomáticas em Arábia Saudita, Paquistão, Egito, Emirados Árabes Unidos e Nações Unidas.Em um deles insiste na possibilidade de exercer pressão através do governo saudita, de grande influência religiosa sobre Paquistão e Afeganistão, para que pressionasse as autoridades paquistanesas, que apoiavam o Taleban.
Especial
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Monday, August 15, 2005
Israel 2
ORIENTE MÉDIO
Fechamento de assentamentos marca início do processo de saída dos colonos, após 38 anos de ocupação; clima é tenso
Israel começa retirada histórica de Gaza
Nicolas Asfouri/France Presse
Soldados de Israel fecham a entrada da faixa de Gaza para os israelenses, em cerimônia que marcou o início da retirada do território palestino, ocupado desde 1967
MICHEL GAWENDO
ENVIADO ESPECIAL A GUSH KATIF (GAZA)
Soldados israelenses baixaram uma cancela ontem à meia-noite (hora local, 18h em Brasília), em cerimônia que marcou o início da histórica retirada de Israel da faixa de Gaza, após 38 anos de ocupação. O fechamento da cancela, no posto de fronteira de Kissufim, significa que nenhum israelense pode entrar no território. Tornou-se ilegal a presença de colonos judeus em Gaza. Eles receberam uma notificação de que têm até amanhã para sair. A partir de quarta, quem resistir será retirado à força.
A entrega das notificações foi suspensa, no entanto, em seis assentamentos. Segundo a porta-voz do Exército israelense major Sharon Feingold, os colonos preferem receber as notas pelo correio, e seu desejo será respeitado.
Ao longo do dia, milhares de policiais israelenses bloquearam os acessos a Gaza para manter distantes os manifestantes israelenses contrários à retirada do território, conquistado por Israel na guerra de 1967 e que os palestinos reivindicam. A preocupação do Exército israelense agora é com os religiosos que conseguiram furar os bloqueios e se infiltrar nos assentamentos. O chefe do Estado-Maior do Exército, Dan Halutz, reconheceu que até 5.000 ativistas estão na região.
No assentamento de Kfar Darom, centro da resistência à retirada, os moradores disseram que não vão usar violência. "Eles [os soldados] vão desistir de tirar judeus de suas casas quando virem as mães com seus filhos", disse Sara Fridman, que está acampada, ao lado de centenas de jovens de escolas religiosas, em tendas de lona preta.
Mas nem todos prometem resistência pacífica. A ameaça de distúrbios cresceu e a polícia israelense está em seu alerta máximo. "Nós definitivamente não vamos deixar que nos expulsem assim facilmente", disse Avner Shimoni, um dos líderes dos colonos. "Eu diria que 50% ou 60% de nós vão ficar."
Em um raro acordo com Israel, 7.500 agentes de segurança palestinos em Gaza foram mobilizados para impedir que terroristas palestinos atirem contra os colonos em retirada. "Queremos que o Exército e os colonos saiam em paz e segurança", disse o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas.
Israel mobilizou 50 mil soldados para a retirada, prevista para acabar em 4 de setembro.