interceptor

Novas mensagens, análises etc. irão se concentrar a partir de agora em interceptor.
O presente blog, Geografia Conservadora servirá mais como arquivo e registro de rascunhos.
a.h

Monday, March 17, 2008

Crise de energia e de medidas enérgicas




Para atingir os intentos revolucionários, os terroristas das Farc atacam a infra-estrutura dos países da região.

A América Latina está sendo acometida por uma crise anunciada. Enquanto o mundo vive às voltas com terrorismos, separatismos, nosso principal problema não muda desde os tempos coloniais. A saber, o excesso de centralismo governamental que leva a efeitos perversos, como a falta de investimento em itens que realmente importam. Como se isto não bastasse, ongs de fachada e outras nem tanto mantêm ações contra o empreendedorismo na região. A bola da vez é a crise energética...

O setor elétrico no Brasil está na dependência de que o regime de chuvas permaneça estável, pois a oferta de gás natural da Argentina (que já negou a mesma para o Chile) e da Bolívia, simplesmente, não é confiável. Reduções de armazenamento nos reservatórias de nossas hidroelétricas (10% no Sudeste e 17% no Nordeste) ocorreram na esteira das dificuldades de importação do recurso alternativo.

Mas, outro elemento se soma à isto, a pressão de ongs ambientalistas e indigenistas contrárias à instalação de novas usinas na Amazônia, cuja bacia hidrográfica apresenta o maior potencial para expansão. O que antigamente era inviável, a "estocagem de energia" através da construção de reservatórias e novas linhas de transmissão que permitem a interligação no território nacional. A falta de investimento no setor já reduziu a capacidade de armazenamento de água em mais de três vezes, se considerarmos o período que vai de 1970 a 2003.

Parece que as lideranças latino-americanas sofrem de um mal comum na perda do senso de responsabilidade na viabilização da infra-estrutura. Restrições de consumo de energia têm limitado horas de trabalho nos portos argentinos. O Porto de Rosário, por exemplo, não funciona à noite para economizar energia (Newsletter diária n.º 1141 - 29/02/2008 - http://www.amanha.com.br/).

A crise não é exclusividade das maiores economias regionais. Pequenos estados também não têm sido "perdoados" pelo excesso de burocratismo estatal que não acompanha as demandas por energia... Desde meados do ano passado, os nicaragüenses já têm utilizado a palavra "alumbrones" por oposição a seus "apagones". O país vive com racionamento de 12 horas ou mais ao dia. A rotina diária vai de danos a medicamentos que precisam de refrigeração aos bairros pobres que organizam milícias para se defender de delinqüentes.

Segundo Álvaro Ríos Roca, ex-secretário executivo da Organização Latino-americana de Energia (Olade) e ex-ministro de Hidrocarbonetos da Bolívia, nos últimos 12 meses, pelo menos 14 países na América Latina têm passado por alguma crise energética. Não dá para culpar os climas distintos que vigoram em um território tão extenso. Trata-se de uma obsolescência geral e crescente na região ao que, não por acaso, tem em seus modelos de estados, um centralismo exacerbado.

A quem interessa isto?

Não se trata de uma situação destituída de sentido e ação perpetrada por ideólogos. Além do obstáculo produzido via meandros burocráticos que a própria democracia consolidou ao viabilizar "interesses sociais", muitas vezes quem fala em nome da "sociedade" são setores que lucram politicamente com o caos. De forma mais direta e ostensiva, esta tem sido a atuação de grupos terroristas. Após nove ataques das Farc ao seu oleoduto transandino, a companhia colombiana de petróleo Ecopetrol paralisou suas atividades. Ataques estes feitos com tiros de fuzil e outros com dinamite.

Uma paralisação no fornecimento de petróleo na Colômbia não conviria ao Senhor Hugo Chávez?

Sunday, March 16, 2008

Realismo ou Terceiro-Mundismo?

Muito bom, eu entendo as razões para os subsídios da mesma forma que tu, o protecionismo cria e sustenta oligarquias que farão o possível para defender sua existência, mais que ideologia ou razões econômicas é esse o interesse por trás dos subsídios e tarifas. Eu apenas não havia estendido a definição de interesse de Estado a isso também. Agora está claro.


No exemplo, eu não gostei da forma apriorística como foi tomada a conclusão de que o caso dos subsídios é uma estratégia de dominação americana sobre a AL, sem maior evidência ainda que faça sentido partindo do axioma realista. Apenas não creio que se trate de "estratégias" de expansão do poder da nação sobre o mundo.


Creio que não há uma inteligência objetiva por trás de cada nação dessa forma. Elas são reféns do desejo de poder dos seus grupos de interesse internos e sem dúvida isso dita as suas ações, mas não vejo por que isso não possa vir em detrimento até mesmo de seu poder sobre as outras, enquanto nações, reunidas as circunstâncias.


É uma consistente teoria do estado que vá da macro à micro-estrutura do sistema público.


Vou deixar anotado... quem sabe eu encontre daqui a uns dois anos quando tiver que pensar na monografia.


Acho que se ou quando o liberalismo vingar, isso se deverá mais às razões utilitaristas do que pelo "ideal liberal" em si, pelo menos na medida em que o liberalismo é corroborado pelo utilitarismo.


D.


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Não vejo subsídios como "forma de dominação". A "dominação", para chamar assim o simples comércio se dá através da compra, mais apropriadamente. Tendo países e mercados como EUA, UE e Japão, prioritariamente, nós criamos uma dependência (não entenda esta palavra como negativa, por favor). Ou seja, é justamente o contrário do que alegam os teóricos da dominação.


Isto que os teus missivistas estão chamando de "realismo", mais me parece o velho e surrado terceiro-mundismo, mesmo.


Tu tens razão! O protecionismo diminui o poder das nações mais adiantadas na medida em que isola estas e reduz seu comércio externo. Aqui vemos a contraditoriedade do "raciocínio realista". Reitero, no entanto, que não me parece realista, mas sim terceiro-mundista...


Sim, o liberalismo, quando se desenvolve, ocorre por razões pragmáticas e não por idealismo.


A necessidade do desenvolvimento de uma teoria do estado decorre não apenas de um intento de "limitar o estado", mas de adquirir instrumentos para torná-lo mais eficaz e producente ao mercado.



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Leia também sobre cotas de importação ao aço brasileiro: