Sobre:
Tá bom, quer dizer que para criticar a sociedade atual vale criticar o crescimento do Império Romano?! E o absurdo de tudo é criar uma espécie de “lei” do crescimento como inversamente proporcional a sustentabilidade. Os romanos ficavam sem território para conquistar e passavam a ter menos terra fértil e mão de obra... Então tinham que intensificar a produção. Este é o legítimo programinha chupa-cabra mesmo. Disso que falaram sobre os romanos pulam direto para o esgotamento de reservas petrolíferas, como se só tivéssemos isto como fonte energética.
Outra coisa, eles mostram o Império Romano como tendo acabado e, para quem não conhece a história, sem deixar vestígios. Eles não avaliam honestamente ao contrabalançar com o legado (e, portanto, continuidade) deste império e todos os frutos para a civilização atual. É diferente comentar um caso como o dos maias e seu desaparecimento, supostamente, ligado a uma explosão demográfica e o fim do Império Romano que não foi da mesma forma: não há indícios de redução dos súditos, mas mudança de domínio.
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Aquele negócio da poeira, com base em ventos sazonais é uma outra forçada na barra tentando reeditar o
Dust Bowl que atingiu o meio-oeste americano durante os anos 30, cuja situação foi agravada pela crise de 29. Agora, a forma de “enganarmos a natureza” com os produtos químicos não é sucesso da produção (que preserva ecossistemas), mas
logro. O programa é um lixo e é tomado por juízo de valor do início ao fim. E a compra de terras na África, p.ex., pela China é mal vista porque se dá em terras de pobres. Quer dizer que não se contempla o desenvolvimento e empregos que já gerados e o que se vislumbra para o futuro. Todos os exemplos não levam em consideração uma contabilidade de perdas e ganhos.
Daí o sensacionalismo do programa é ridículo. Para dramatização da crise imobiliária, eles exibem um edifício sendo implodido! Depois dois, com um caindo em direção ao outro!! E que milhões de pessoas perderam seus lares?! Não perderam, perderam seus investimentos! E para arrematar ainda mostram ruínas romanas, como se fossem as casas dos romanos!! Cara, que palhaçada!
E aí a luta de gladiadores passa a ser “fachada”, como se antes não fosse o que era, diversão. O paralelo entre isto e o momento atual, bota anacronismo aí... É para nos mostrar tão irresponsáveis quanto os líderes romanos, como se ambas situações tivessem a mesma causa. Só falta dizerem que o terrorismo atual se equivale às invasões bárbaras. Claro, não faltaram caças supersônicos após o comentário sobre crescentes gastos com legiões romanas.
“Quando as forças germânicas derrotaram...” Ora, os germanos se romanizaram e vice-versa. Parecem os paranóicos conservadores americanos que temem os imigrantes (legais, inclusive) como aqueles que acabarão com seu modo de vida. Como não dá para nos igualar aos maias, anasazis etc., pegam os romanos simplificando sua crise e esquecendo de analisar o que foi a transição entre longos períodos na história. Conflito na fronteira com o México... Já existe e não é por que a vida ao norte piorava, mas porque ainda é muito boa atraindo imigrantes/mulas levando drogas sem cessar.
Pronto! Foram para a Somália para assombrar o futuro de Nova York! Este programa não existe! Que que é isso? O samba do ambientalista louco! Meu deus!
A globalização acelerar nossa queda? O quê?! E ainda nos vem falar de educação? Como se esta prescindisse da própria globalização... Como obter informações do mundo todo sem comunicações? Sem globalização?
Então, há uma luta entre duas naturezas, a “animal” que prevalece e a “lógica” que deve prevalecer. Esses caras não têm assessores etólogos para coibir este tipo de asneira, não?
Jared Diamond pode propor soluções energéticas e urbanísticas, no que está certo, mas sua avaliação sobre história e economia é, no mínimo, sofrível, um show de horrores intelectual. É a mesma conversinha paranóica desde a Conferência de Estocolmo em 1972 – a que precedeu a Eco’92.
“O legado do colapso pode estar contra nós...” Como um colapso deixa legado nos permitindo sobreviver? Há um contra-senso óbvio nesta frase. Tentaram terminar o programinha chupa-cabra com um toque de esperança, mas depois de tudo que disseram, esqueça.
[*] Referente ao programa “O Melhor do Nat Geo” de 12 de setembro de 2010, 21h30.