interceptor

Novas mensagens, análises etc. irão se concentrar a partir de agora em interceptor.
O presente blog, Geografia Conservadora servirá mais como arquivo e registro de rascunhos.
a.h

Saturday, June 24, 2006

Mais Lenha

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Por Fabiana Futema, da Folha Online


Insatisfeita com a gestão pública da educação, parte do empresariado brasileiro decidiu colocar a mão na massa e criar ações para elevar o nível do ensino do país. Mais do que investir na qualidade e capacitação da mão-de-obra de suas próprias fábricas, o empresariado diz que aplicar em educação ajuda a acelerar o crescimento econômico e social do Brasil. “Se dependermos apenas do governo, não chegaremos lá. Estou aflito com o pouco crescimento do país”, disse Jorge Paulo Lemann, presidente da Fundação Lemann. Entre os pontos considerados críticos por Lemann está o baixo crescimento econômico do país, inferior à taxa média da América Latina e do mundo. “Se continuarmos assim, vamos perder a corrida da eficiência e da competência no mundo globalizado. Se não atacarmos o problema, nosso crescimento será inadequado.” O presidente da Gerdau, Jorge Gerdau Johannpeter, disse que o “retorno social e econômico do investimento em educação é incomensurável”. Como exemplo, Gerdau mencionou que investir na capacitação de um professor reflete no ensino de pelo menos 40 alunos – referência à quantidade de estudantes por sala de aula. “Que investimento dá um retorno como esse? Investir em educação é o melhor investimento que se pode fazer.” No entanto, segundo Gerdau, educação e saúde – que seriam as duas áreas mais importantes – são as mais mal administradas. “Isso mostra a falta de inteligência da sociedade.” Para Gerdau, a culpa pela má qualidade da educação é da elite. “De qualquer elite: da elite econômica, social, acadêmica, política ou sindical. Falta indignação à sociedade.” Segundo ele, a construção da própria democracia depende da melhora da educação. “Só se constrói uma verdadeira democracia com igualdade de oportunidades. E essa igualdade se dá pela educação.” Lemann e Gerdau fazem parte de um grupo de cerca de 100 empresários que participam da conferência internacional Ações de Responsabilidade Social em Educação: Melhores Práticas na América Latina, que acontece até este sábado na Bahia.
24/06/2006

Papeleras uruguaias

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23/06/2006
Uruguaios cobram participação do Brasil na crise das "papeleras"


Os uruguaios cobraram uma posição do Brasil sobre a disputa entre a Argentina e o Uruguai sobre a construção de duas fábricas de celulose às margens do rio Uruguai, que divide os dois países. Os argentinos chegaram a bloquear pontes para protestar contra a situação. O governo argentino afirma que o país vizinho violou acordos internacionais que regulam a exploração do rio. Também alega que as fábricas ameaçam o meio ambiente. O Uruguai se defende justificando que os projetos seguem os padrões internacionais e vão proporcionar empregos e investimentos na região. "O bloqueio de pontes não é um problema bilateral entre Argentina e Uruguai. É um problema de caráter internacional que afeta o livre trânsito, que é uma norma clássica do Mercosul", disse o ministro das Relações Exteriores do Uruguai, Reynaldo Gargano, durante entrevista coletiva nesta sexta-feira (23) ao lado do chanceler brasileiro Celso Amorim.
Entre fevereiro e março, manifestantes argentinos bloquearam por 45 dias o trânsito entre a cidade argentina de Gualeguaychú e a uruguaia de Fray Bentos, principal ligação entre os dois países. Kirchner e Vasques concordaram com a paralisação das obras por 90 dias, para inspeções rigorosas sobre os riscos de poluição.
A crítica também partiu do ex-chanceler uruguaio e atual senador pelo Partido Nacional, Sérgio Abreu. "O Partido Nacional não viu com bons olhos a indiferença do Brasil nos conflitos com a Argentina. Quando se recorre ao Mercosul, tem que ser recorrido em tudo. Não é possível esquecer o Mercosul para essas coisas e relembrar a existência do Mercosul para outras", disse no Congresso, em Montevidéu.
O senador ainda comentou a negociação bilateral do Uruguai com outros países, entre eles os Estados Unidos. "É importante ter uma flexibilidade nas negociações com outros países. Uma flexibilidade que nos permita transitar para uma melhor inserção comercial com outros países e não somente com os Estados Unidos. Temos que assumir as assimetrias e terminar com a hipocrisia", criticou. O Brasil já comentou algumas vezes que não vai interferir na discussão, porque seria um tema bilateral. (Priscilla Mazenotti/ Radiobrás)
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http://www.ambientebrasil.com.br/noticias/index.php3?action=ler&id=25324
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Para que serve o Mercosul se não age em um conflito regional destes? O Mercosul só se presta a administrar crises que dão ganho de causa prévio a anti-desenvolvimentistas como Evo Morales ou estatistas como Hugo Chávez, que nem sequer têm atuação e inserção no bloco em definitivo?

O Mercosul é um piada de mau gosto que só tem servido à política populista com vistas à propaganda sem tomar posição efetiva em contendas regionais.

a.h
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Mais armas, menos crimes

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Aumenta a venda de armas enquanto os índices de criminalidade e acidentes envolvendo armas de fogo caem.
Fonte: National Shooting Sports Foundation - NSSF
Tradução: Christopher Stears (Movimento Viva Brasil)

Novas estatísticas mostram que a venda de armas de fogo e munição está subindo nos EUA, coincidindo com a queda dos índices de crimes à mão armada, suicídios e acidentes envolvendo armas de fogo.
A Fundação Nacional de Tiro Esportivo (National Shooting Sports Foundation - NSSF), associação que incentiva o esporte do tiro, a caça e atividades ao ar livre, divulgou os números obtidos pelo Departamento do Tesouro dos EUA (U.S. Dept. of the Treasury), revelando que em 2005 as vendas de armas de fogo e munição aumentaram 2.6%, totalizando $2.1 bilhões.
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Não aos 150%
Veículo: O Globo / Veiculação: On-line
LUIZ ANTONIO FLEURY FILHO
Manter o imposto de 150% sobre a exportação de armas é frustrar o resultado do referendo de outubro, quando, por esmagadora maioria, a população decidiu votar contra a proibição da venda e manufatura de armas no país. Antes de tudo é preciso respeitar a vontade dos eleitores que, ao decidirem pelo “não”, deram um claro recado às autoridades pedindo mais investimentos em segurança pública. Exportação de armas é um negócio que gera empregos e divisas. Tanto que é defendido pelos militares, maiores especialistas no assunto, que calculam um mercado potencial para o Brasil de cerca de US$ 140 milhões caso a redução do imposto seja concretizada. Hoje o Brasil tem apenas 10% deste total.
E-mails parabenizando o deputado por mais essa participação em defesa do cidadão devem ser enviada para: fleury@fleuryfilho.com.br
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Comandante diz que PM íra à justiça contra ONGs
Para Borges, existe um "prejulgamento" da reação da PM aos ataques. Sem citar nomes, ele também classificou de "bobagens" as críticas à entidade feitas pelas ONGs... "
E-mails parabenizando o deputado por mais essa participação em defesa do cidadão devem ser enviada para: fleury@fleuryfilho.com.br
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Fleury quer mais rigor para crime hediondo
A proposta do Executivo estabelece que o réu só poderá passar no regime semi-aberto após cumprir um terço da pena. Fleury sugere que sejam dois terços...
E-mails parabenizando o deputado por mais essa participação em defesa do cidadão devem ser enviada para: fleury@fleuryfilho.com.br
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DEPUTADO ALBERTO FRAGA QUER SABER ONDE ESTÁ A MUNIÇÃO DA CAMPANHA DO DESARMAMENTO
Durante a campanha, a própria imprensa divulgou várias imagens da entrega das armas, mostrando que munições também eram devolvidas, entretanto, até a presente data, não foi informado pelo Ministério da Justiça a quantidade arrecadada. Salientamos que nas operações de destruição das armas feitas pelo Exército Brasileiro em logradouros públicos, amplamente noticiadas pela imprensa, não se verificou.
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São Paulo - (11) 3167-7045 - Assessoria de Imprensa: Hélio Perazzolo
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Friday, June 23, 2006

Cultura e Natureza ou Cultura vs. Natureza?

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BBC, 23 de setembro, 2002 - Publicado às 13h36 GMT
O campo na cidade

No domingo, Londres quase que se torna um filme de Glauber Rocha: "A cidade vai virar campo e o campo vai virar cidade". Na verdade, foram mais de 400 mil pessoas, de todas as partes rurais da Grã-Bretanha, inundando as ruas do centro, numa das maiores passeatas vistas por Londres desde os tempos da sra. Thatcher. Os manifestantes não tinham o objetivo único de protestar contra qualquer medida tomada contra a tradicional caça à raposa, embora este tema tenha praticamente seqüestrado a passeata. As comunidades rurais vieram à cidade para mostrar algo básico: elas existem e nem só a cavalo e de casaco vermelho, cercado de cachorrinhos correndo atrás de uma raposa, vive o campesinato. E essa simples palavra – campesinato – empresta um cunho altamente social ao evento. Não, não eram caipiras descalços fumando cigarro de palha e dizendo, ao menor pretexto, "Eta, mundo véio sem portêra!" O campo britânico, na verdade, sempre foi, até há bem pouco – um século, digamos – o coração secreto, e não tão secreto assim, do país. Cidade era onde se trabalhava, se administrava o império e se ganhava dinheiro. Campo era onde se vivia. Peguem a moda – masculina, é claro – britânica: o cordurói, o Harris Tweed, as botinhas Wellington… Peguem aquela fantasia que cismaram que Sherlock Holmes usava o tempo todo: o deer stalker. É uniforme para se caçar veado e gazela. Ou simplesmente adotar, quando no campo. Não ocorreria a uma pessoa de bom senso usá-la na cidade, em Baker Street.

O protesto foi muito além da raposinha. Eu gostei de ver os camponeses. Abastados, remediados e pobretões. Cada um com seu problema. As rendas que caem. A praga da febre aftosa. O problema habitacional. Os transportes precários, a escassez de ônibus. Os pubs, correios e postos de gasolinas que fecham. A lojinha da esquina, cada vez mais rara.

Sou urbano até a medula. Muito verde me dá náuseas. Mas sei que esta ilha nasceu e depende do campo. Eu posso não ir a ele, mas gosto de vê-lo em fotos e programas de TV ou, como agora, no centro de Londres.

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E aí pessoal, a caça à raposa deve ou não ser preservada? Embora tenha ocorrido tal protesto, parece-me que ela já foi proibida...

Sei que quando vemos os tais gentleman britânicos bradando pelo seu direito de... matar(sic), não nos sensibilizamos da mesma forma que quando uma ou outra tribo ou população nativa deste vasto Tiers Mondé o faz, mas, se pararmos para pensar: por que o direito de manter uma tradição cultural não é extensivo a eles? Só por que são... ricos?

O caso é que se nós, em plena sociedade urbano-industrial ou pós-industrial nos arvorarmos de ter os mesmos direitos de tais populações, a natureza intacta vai pro beleléu, mesmo! Imagine, 180.000.000 de brasileiros exigindo seu direito de se comportar tal e qual os autóctones e arcaicos índios, praticando a queimada?!

Não dá... mais!

Por outro lado (e sempre há de montão), li de certa feita que, o controle biológico de coelhos, em parques urbanos franceses, era feito por caçadores (devido à sua super-população). Sim, a caça é uma atividade tradicional e ligada, justamente, às nossas práticas de sobrevivência e ADAPTAÇÃO ao meio natural. Mas, me parece hoje, necessário estabelecer o ONDE, COMO, QUANDO e QUANTO. Isto é, não é mais possível se praticar com a mesma licenciosidade de outrora. Não é possível, hoje em dia, se permitir a caça à baleia nos mesmos moldes de que faziam os nórdicos europeus ou nipônicos no Pacífico. Mesmo por que, hoje, ela não se prestaria ao atendimento local e pautado nos ciclos de permanência dos cétaceos nas costas.

Pensemos...

a.h


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Álcool na América Latina

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Sexta-feira 23 de junho, 2006

Responsabilidade social:
Febre do álcool ataca a América Latina

O setor de etanol do Brasil está experimentando um “boom” sem precedentes, e registrou investimentos recordes do setor privado. Além do consumo interno do álcool extraído da cana-de-açúcar, vem aumentando a demanda de países como Estados Unidos, Suécia e Japão. E o resto da América Latina e Caribe procuram seguir o modelo brasileiro de produção de etanol, por causa dos altos preços do petróleo no mercado internacional.

Durante um discurso realizado no Rio de Janeiro este mês, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que a Organização de Países Exploradores de Petróleo (OPEC) em breve teria que admitir o Brasil em suas filas, porque o País planeja ser o “principal exportador” de bio-combustível.

O etanol brasileiro já corresponde a um terço da produção mundial, mas isto não coloca o Brasil em uma posição de país que possa atender à demanda global de etanol. O país sul-americano também é o maior dependente mundial de etanol, com 20% de sua frota de veículos com motores a álcool. No mundo, esse combustível vegetal é usado como aditivo à gasolina, numa proporção média de 2,6%.

O etanol tem várias vantagens: é mais limpo e renovável, ajudando a reduzir a emissão de carbono ao mesmo tempo em que conserva as reservas de combustíveis fósseis. É barato quando produzido numa usina administrada de maneira eficiente, com um custo de menos de um dólar por galão. É versatilidade – pode substituir a gasolina inteiramente em carros com motores bi-combustível, ou ser misturado à gasolina em menores proporções em motores convencionais. O álcool também tem altos níveis de octanagem e, no ano que vem, na famosa corrida das 500 Milhas de Indianápolis, os carros correrão com etanol em seus tanques.

O Brasil estima investir, até 2010, cerca US$ 10 bilhões no aprimoramento da produção de etanol à base de cana-de-açúcar, ampliando a capacidade com 90 novas usinas. No mesmo período, a indústria brasileira planeja duplicar a exportação de etanol, para 5 bilhões de litros por ano.

A Petrobras pretende investir US$ 225 milhões na construção de um duto de etanol que ligará o Estado de Goiás a São Paulo, em 2008. No início de junho, o Banco Japonês de Cooperação Internacional (JBIC, na sigla em inglês) disse que investirá US$ 570 milhões em projetos de “agro-energia” desenvolvidos por fundações brasileiras, incluindo o plano da Petrobras de alavancar a exportação de etanol. A gigante norte americana Cargill comprou sua primeira usina de etanol no Brasil em junho, e a expectativa é de que gastará US$ 44 milhões para dobrar sua produção até 2008. A Royal Dutch/Shell, que normalmente exporta petróleo do Brasil, começou a exportar etanol em junho, e embarcará, ainda este ano, cerca de 150 milhões de litros de álcool brasileiro para os Estados Unidos, disse um porta-voz da companhia. Segundo a Unica, as exportações do Brasil provavelmente alcançarão este ano os 2,4 bilhões de litros, sendo que 800 milhões de litros tem como destino os EUA.

América Latina

Os programas brasileiros são cada dia mais populares em toda a região. A produção de etanol da Colômbia teve início em 2005, com investimentos de US$ 100 milhões. O país sul-americano pretende misturar o etanol à gasolina para evitar o esgotamento de suas reservas de petróleo.

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, anunciou em 2005 que seu país investirá nos próximos cinco anos cerca de US$ 900 milhões em usinas para a produção de etanol, e usará o bio-combustível na substituição dos aditivos da gasolina. Chávez planeja aumentar sua produção para 25 mil barris por dia, até 2010.

O Peru já mistura o etanol à sua gasolina, e também tem planos de produzir 25 mil barris de etanol por dia. Suas pretensões são abastecer seu mercado e o mercado da Califórnia. O Equador também já considera seu próprio plano para o etanol.

Na América Central, que importou mais de US$ 5 bilhões em óleo e combustível no ano passado, uma crescente indústria de etanol poderia reduzir os altos custos da região com energia e impulsionar as exportações. Arnaldo Vieira de Carvalho, um diretor de investimento do Banco Interamericano de Desenvolvimento, que ajuda governos da América Central a desenvolver um estudo de viabilidade de um projeto regional de etanol, diz que a região parece ter potencial para uma importante expansão no setor alcooleiro. O BID ainda não financia projetos de etanol na região, mas está pronto para fazê-lo conforme os estudos avançarem.

Um estudo publicado em 2005 pela Comissão Econômica para América Latina (Cepal) prevê que, mesmo sem investimentos significativos, a América Central pode produzir etanol suficiente para adicionar 10% de álcool à sua gasolina. Segundo o relatório, o programa não necessitaria de subsídios do governo, e um análise de preço mostra que teria economizado US$ 187 milhões para a região em 2003.

Guatemala, Costa Rica e El Salvador já têm algumas fábrica de processamento de etanol, e Carvalho disse que esses países também avaliam a possibilidade de misturar 10% de etanol em sua gasolina, a partir de 2007. Na República Dominicana, a belga Alcogroup disse recentemente que construirá uma usina de etanol e os agricultores dominicanos estão negociando com outros investidores.

A região tem a vantagem de estar próxima do mercado norte-americano e também a de seu etanol não estar sujeito à tarifa de US$ 0,54 por galão que limita o Brasil na exportação de seu produto para os Estados Unidos. Assim, uma empresa brasileira está estudando investir no desenvolvimento de etanol na Jamaica enquanto o governo brasileiro pretende ajudar a Guatemala e o Haiti a dar a partida no etanol.

Paralelamente, o governo cubano entrou em contato com algumas empresas privadas para pedir apoio na construção da infra-estrutura necessária para sua produção, enquanto o México está apostando na cana-de-açúcar e no milho, com a construção de novas usinas.


http://www.americaeconomia.com/PLT_WRITE-PAGE~SessionId~~Language~4~Modality~0~Section~1~Content~25843~NamePage~EnergiaArti~DateView~~Style~-1.htm

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Energia nos EUA e oportunidades para o Brasil

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Estimular o uso do etanol para conter o preço dos combustíveis poderia ser muito bom para o Brasil. No entanto, não creio que tenhamos a capacidade de produção e exportação necessárias no momento. Além do mais, eles estão iniciando a produção do álcool a partir do milho.

Quem foi contra as possibilidades do álcool combustível no passado não imaginou como isto poderia ser vantajoso no futuro.

Mas, ainda há tempo.
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Petróleo caro
Senado aprova lei que dá incentivos a energias alternativas e a maior eficiência

EUA buscam opções energéticas
Tatiana Bautzer De Washington
Valor Econômico - 29/06/2005 - edicão nº 1291

O preço do petróleo em torno de US$ 60 incentivou o Congresso americano a tentar um acordo para aprovar nova legislação sobre energia, que trás incentivos ao uso de energia renovável. A grande divisão entre os diversos setores envolvidos impediu a aprovação dessa lei nos últimos anos. Mas a grande dependência dos EUA do petróleo importado, a instabilidade de países exportadores (especialmente Oriente Médio e Venezuela) e a escalada dos preços estão forçando um acordo sobre o assunto.

Ainda há diferenças em relação ao texto aprovado pela Câmara dos Deputados, mas os dois projetos têm em comum mais incentivos para produção de energia sem uso do petróleo (são créditos fiscais para produção de etanol e incentivos às montadoras para maior oferta de veículos híbridos).

A Câmara exige que as refinarias produzam 5 milhões de galões de combustíveis com fontes renováveis (principalmente etanol derivado do milho), e o projeto do Senado fala em 8 milhões de galões anuais. Também há incentivo para projetos de usinas termoelétricas com base em carvão, mas com uso de tecnologia de gaseificação para reduzir a poluição. O Senado aprovou o projeto por 85 votos a 12.

As principais diferenças entre os dois projetos de lei são relativas à exploração de petróleo em reservas ambientais no Alasca (a Câmara é favorável) e à proteção contra ações judiciais para fabricantes de um aditivo para gasolina que pode contaminar o ambiente. Grupos ambientais dizem que o produto MTBE contaminou fontes de água potável no país.

O Senado acabou aceitando a postura da Câmara em relação a limites de emissão de poluentes. Os dois projetos determinam que haja uma redução voluntária de emissões e não obrigatória. Os EUA não aderiram ao protocolo de Kyoto para redução de emissões por considerar que as medidas aumentariam os custos para empresas e poderiam prejudicar a atividade econômica. O presidente George Bush já pediu várias vezes ao Congresso que envie uma lei para sanção até agosto, e o líder do governo no Senado, Bill Frist, disse ontem que o projeto é "um passo à frente na política energética nacional".

As dificuldades na ocupação do Iraque e a crescente demanda por petróleo na China e na Índia têm mantido os preços em alta há mais de três anos. Recentemente, Bush disse que será necessário voltar a investir em energia nuclear, o que os EUA têm evitado desde meados dos anos 70. O projeto de lei cria créditos fiscais para energia produzida por fonte nuclear, com teto de US$ 125 milhões nos próximos 8 anos, e permite empréstimos para financiamento de novos projetos.

A relutância dos EUA em estimular o uso de energias alternativas nas últimas décadas está resultando, ironicamente, em problemas para as próprias companhias americanas. A Ford e a General Motors, por exemplo, vêm perdendo mercado de veículos nos últimos anos por concentrar sua produção em grandes caminhonetes com alto consumo de gasolina. Embora esse tipo de carro faça sucesso entre os consumidores, a escalada do preço da gasolina está estimulando a procura por veículos com menor consumo e maior eficiência.

Os EUA viram com surpresa a formação de listas de espera de consumidores para dois modelos de carros com alimentação híbrida, o Prius (híbrido de energia elétrica e gasolina), da Toyota, e o Escape, da Ford. Os EUA ainda não têm carros com motor "flex power" como no Brasil, nos quais o uso de gasolina é alternado com o de etanol. Mas a perspectiva é que o uso desse produto cresça, inicialmente em misturas com a gasolina.
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Thursday, June 22, 2006

Alfred Wegener (1880-1930)

















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"Scientists still do not appear to understand sufficiently that all earth sciences must contribute evidence toward unveiling the state of our planet in earlier times, and that the truth of the matter can only be reached by combing all this evidence. . . It is only by combing the information furnished by all the earth sciences that we can hope to determine 'truth' here, that is to say, to find the picture that sets out all the known facts in the best arrangement and that therefore has the highest degree of probability. Further, we have to be prepared always for the possibility that each new discovery, no matter what science furnishes it, may modify the conclusions we draw."
Alfred Wegener. The Origins of Continents and Oceans (4th edition)
Some truly revolutionary scientific theories may take years or decades to win general acceptance among scientists. This is certainly true of plate tectonics, one of the most important and far-ranging geological theories of all time; when first proposed, it was ridiculed, but steadily accumulating evidence finally prompted its acceptance, with immense consequences for geology, geophysics, oceanography, and paleontology. And the man who first proposed this theory was a brilliant interdisciplinary scientist, Alfred Wegener.
Born on November 1, 1880, Alfred Lothar Wegener earned a Ph.D in astronomy from the University of Berlin in 1904. However, he had always been interested in geophysics, and also became fascinated with the developing fields of meteorology and climatology. During his life, Wegener made several key contributions to meteorology: he pioneered the use of balloons to track air circulation, and wrote a textbook that became standard throughout Germany. In 1906 Wegener joined an expedition to Greenland to study polar air circulation. Returning, he accepted a post as tutor at the University of Marburg, taking time to visit Greenland again in 1912-1913. (The above photograph of Wegener was taken during this expedition). In 1914 he was drafted into the German army, but was released from combat duty after being wounded, and served out the war in the Army weather forecasting service. After the war, Wegener returned to Marburg, but became frustrated with the obstacles to advancement placed in his way; in 1924 he accepted a specially created professorship in meteorology and geophysics at the University of Graz, in Austria. Wegener made what was to be his last expedition to Greenland in 1930. While returning from a rescue expedition that brought food to a party of his colleagues camped in the middle of the Greenland icecap, he died, a day or two after his fiftieth birthday.
While at Marburg, in the autumn of 1911, Wegener was browsing in the university library when he came across a scientific paper that listed fossils of identical plants and animals found on opposite sides of the Atlantic. Intrigued by this information, Wegener began to look for, and find, more cases of similar organisms separated by great oceans. Orthodox science at the time explained such cases by postulating that land bridges, now sunken, had once connected far-flung continents. But Wegener noticed the close fit between the coastlines of Africa and South America. Might the similarities among organisms be due, not to land bridges, but to the continents having been joined together at one time? As he later wrote: "A conviction of the fundamental soundness of the idea took root in my mind."
Such an insight, to be accepted, would require large amounts of supporting evidence. Wegener found that large-scale geological features on separated continents often matched very closely when the continents were brought together. For example, the Appalachian mountains of eastern North America matched with the Scottish Highlands, and the distinctive rock strata of the Karroo system of South Africa were identical to those of the Santa Catarina system in Brazil. Wegener also found that the fossils found in a certain place often indicated a climate utterly different from the climate of today: for example, fossils of tropical plants, such as ferns and cycads, are found today on the Arctic island of Spitsbergen. All of these facts supported Wegener's theory of
"continental drift." In 1915 the first edition of The Origin of Continents and Oceans, a book outlining Wegener's theory, was published; expanded editions were published in 1920, 1922, and 1929. About 300 million years ago, claimed Wegener, the continents had formed a single mass, called Pangaea (from the Greek for "all the Earth"). Pangaea had rifted, or split, and its pieces had been moving away from each other ever since. Wegener was not the first to suggest that the continents had once been connected, but he was the first to present extensive evidence from several fields.
Reaction to Wegener's theory was almost uniformly hostile, and often exceptionally harsh and scathing; Dr. Rollin T. Chamberlin of the University of Chicago said, "Wegener's hypothesis in general is of the footloose type, in that it takes considerable liberty with our globe, and is less bound by restrictions or tied down by awkward, ugly facts than most of its rival theories." Part of the problem was that Wegener had no convincing mechanism for how the continents might move. Wegener thought that the continents were moving through the earth's crust, like icebreakers plowing through ice sheets, and that centrifugal and tidal forces were responsible for moving the continents. Opponents of continental drift noted that plowing through oceanic crust would distort continents beyond recognition, and that centrifugal and tidal forces were far too weak to move continents -- one scientist calculated that a tidal force strong enough to move continents would cause the Earth to stop rotating in less than one year. Another problem was that flaws in Wegener's original data caused him to make some incorrect and outlandish predictions: he suggested that North America and Europe were moving apart at over 250 cm per year (about ten times the fastest rates seen today, and about a hundred times faster than the measured rate for North America and Europe). There were scientists who supported Wegener: the South African geologist Alexander Du Toit supported it as an explanation for the close similarity of strata and fossils between Africa and South America, and the Swiss geologist Émile Argand saw continental collisions as the best explanation for the folded and buckled strata that he observed in the Swiss Alps. Wegener's theory found more scattered support after his death, but the majority of geologists continued to believe in static continents and land bridges.
What prompted the revival of
continental drift? In large part it was increased exploration of the Earth's crust, notably the ocean floor, beginning in the 1950s and continuing on to the present day. By the late 1960s, plate tectonics was well supported and accepted by almost all geologists. We now know that Wegener's theory was wrong in one major point: continents do not plow through the ocean floor. Instead, both continents and ocean floor form solid plates, which "float" on the asthenosphere, the underlying rock that is under such tremendous heat and pressure that it behaves as an extremely viscous liquid. (Incidentally, this is why the older term "continental drift" is not quite accurate -- both continents and oceanic crust move.)
Since Wegener's day, scientists have mapped and explored the great system of oceanic ridges, the sites of frequent earthquakes, where molten rock rises from below the crust and hardens into new crust. We now know that the farther away you travel from a ridge, the older the crust is, and the older the sediments on top of the crust are. The clear implication is that the ridges are the sites where plates are moving apart (click on the picture at the left to see a map of the age of the ocean crust). Where plates collide, great mountain ranges may be pushed up, such as the Himalayas; or if one plate sinks below another, deep oceanic trenches and chains of volcanoes are formed. Earthquakes are by far most common along plate boundaries and rift zones: plotting the location of earthquakes allows seismologists to map plate boundaries and depths (click on the picture at the right to view a map of quake epicenters). Paleomagnetic data have allowed us to map past plate movements much more precisely than before. It is even possible to measure the speed of continental plates extremely accurately, using satellite technology. Nevertheless, Wegener's basic insights remain sound, and the lines of evidence that he used to support his theory are still actively being researched and expanded.
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http://www.ucmp.berkeley.edu/history/wegener.html
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Região curda do Iraque vira oásis em meio à violência, diz jornal

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O jornal inglês The Independent afirma em reportagem especial que o Curdistão iraquiano se tornou um oásis de calma num Iraque tomado pela violência e instabilidade.
"Uma vez a Casa Branca e Downing Street (governo britânico) ignoraram a sua existência, mas agora eles são recebidos com aclamação como importantes aliados por George Bush e Tony Blair", escreve o correspondente Patrick Cockburn.
Para o repórter, a região - cujo movimento por autonomia foi "o mais longo e mais sangrento" depois do Vietnã - tornou-se a grande beneficiária por acidente da invasão americana em 2003, que poderia ter sido um "desastre" para os curdos.
Enquanto a guerra toma conta do resto do Iraque, diz Cockburn, as únicas áreas pacíficas do país são as três províncias curdas de Arbil, Sulaimaniyah e Dohuk. Além disso, diz o correspondente, refugiados abastados de Bagdá, Basra e Mosul vão para lá para escapar dos sequestros e assassinatos correntes nessas cidades.

Médicos e prostitutas
"Médicos que não ousam trabalhar em outras partes do Iraque estão abrindo novas clínicas", diz a reportagem. "Mesmo prostitutas de Bagdá estão se mudando para o Curdistão, reclamando que (a capital) é muito perigosa."
Segundo Cockburn, a área geográfica sob controle curdo é hoje bem maior do que em 2003, com o avanço de cidades antes dominadas por outras etnias, como a minoria tem hoje grande força política, o que se vê pelo fato de o presidente, Jalal Talabani, e o ministro do Exterior, Hoshyae Talabani, serem curdos.
A reportagem do Independent, no entanto, também fala dos temores dos curdos de que a eventual retirada americana ou um acordo entre sunitas e xiitas (que juntos compõem 80% da população do Iraque) poderiam comprometer a liberdade conquistada a duras penas.
Satélite humanista
O jornal americano The Christian Science Monitor destaca o uso, ainda incipiente, de satélites para monitorar abusos de direitos humanos.
Segundo o diário do Texas, muitas organizações humanitárias, incapazes ou proibidas de estar fisicamente no país, tentam usar satélites para saber o que está acontecendo. As principais áreas em foco agora seriam Darfur (Sudão), Chade e Mianmar - país que o ativista Jeremy Woodrum define como um "buraco negro".
"A mídia e as agências humanitárias podem entrar em Darfur, no Sudão, mas não podem entrar no leste de Mianmar, é completamente inacessível", disse Woodrum ao Monitor.
"Mesmo em países tão fechados, satélites podem detectar destruição militar, movimento de refugiados, mesmo as condições em que eles vivem", diz o jornal.
De acordo com a reportagem, embora seja muito cara para a maior parte das agências, a tecnologia já é adotada em alguns casos. O primeiro exemplo bem-sucedido surgiu em maio, quando a Anistia Internacional e AAAS divulgaram fotos de um assentamento no Zimbábue destruído pelo governo, antes e depois da ação oficial.
As imagens interiors mostraram um assentamento habitado por milhares de pessoas e cheio de escolas, com um centro infantil e uma mesquita, segundo a Anistia. A segunda leva de imagens revelou uma acampamento inteiramente destruído e abandonado, diz o Monitor.

França e Argentina
O jornal francês Libération questiona em editorial por que o presidente Jacques Chitrac insiste em manter o primeiro-ministro Dominique de Villepin no cargo.
"Apesar dos fracassos, os erros e a deserção da maioria, o presidente persiste em apoiar o homem que tem sido seu companheiro mais próximo desde 1995", afirma o Libération.
Quaisquer que sejam as razões, prossegue o jornal, a manutenção de Villepin está condenando Chirac a um recorde de baixa popularidade que está "estragando o final do seu (segundo) mandato de cinco anos".
O jornal argentino Clarín destaca o "fracasso" das negociações no Rio de Janeiro sobre o acordo automotivo entre Brasil e Argentina.
A nove dias do fim do prazo para um acordo, diz o Clarín, continuam as divergências, depois que os negociadores argentinos rejeitaram qualquer redução das tarifas para autopeças importadas e não aceitaram o pedido do Brasil de estabelecer uma data para o início da liberalização do comércio bilateral.

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http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2006/06/060622_pressreview.shtml
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