interceptor

Novas mensagens, análises etc. irão se concentrar a partir de agora em interceptor.
O presente blog, Geografia Conservadora servirá mais como arquivo e registro de rascunhos.
a.h

Thursday, November 13, 2008

Instituições africanas






Aos que asseguram que as mazelas africanas decorrem do colonialismo europeu alegando o “peso das instituições” caberia a pergunta: quais instituições, cara-pálida? A da escravidão, praticada muito antes dos europeus aportarem por lá?

Isto soa como aquele batido argumento de que o subdesenvolvimento brasileiro é conseqüência da colonização portuguesa. Ora! Séculos se passara e os portugueses já estão ‘noutra’... E mesmo o Brasil, que teve uma colonização muito mais duradoura que as colônias portuguesas na África já pôde auferir os frutos de um desenvolvimento ancorado por uma economia muito mais diversificada que todo aquele continente. Logo se vê que o argumento do “legado colonialista”, em grande medida, não passa de um sofisma barato.

Os estigmas da divisão, do ódio e da auto-exclusão não são legados europeus, mas produtos endógenos da própria cultura política gerada pelos africanos. Tal é o caso de um país, dentre tantos outros, a Costa do Marfim.

Atualmente, aquele país é um mosaico de 61 tribos de povos imigrados de países vizinhos (Burkina Faso, Mali, Gana, Guiné-Bissau etc.) que viviam, se não em harmonia, pelo menos com certo grau de tolerância. Soma-se a eles, cerca de ¼ do contingente total provenientes de outras regiões africanas. Como a maioria corresponde a região saheliana – a mais pobre do mundo – não é de estranhar que continuem migrando para um país pobre, mas relativamente melhor do que as regiões vizinhas. Consequentemente, um dos motivadores dos conflitos etno-tribais está na situação do ‘estrangeiro’, sem perspectivas de obter a nacionalidade marfiniana e, portanto, sem direitos de qualquer espécie.

Não é a toa que a Costa do Marfim atraia tanta gente... Até pouco tempo atrás, era uma referência aos povos vizinhos com sua estabilidade econômica, política e social. Grande parte disto se deve atribuir ao carismático ex-presidente da república Félix Houphouet Boigny, tido como o “velho sábio” quem soube integrar todas as tribos nacionais.

Se o retorno ao tribalismo vigente tivesse alguma correspondência com a Europa, particularmente a dominação francesa que se encerrou em 1960, ele viria logo após a emancipação política do país. E não a partir de 1993, com o falecimento do estimado líder. A crise econômica também veio a partir daí, quanto mais se distanciava do período colonial. E o legado tribalista, com conflitos entre autóctones e alógenos: pescadores do sul com criadores de gado ao norte, cacaueiros a oeste, comerciantes no centro e gangues na capital.

Na tentativa de estabilizar o país, em 1999 foi dado um golpe militar que trouxe um general reformado ao poder. Este logo organizou eleições e entregou o poder aos civis. Quando se pensou que teríamos a estabilização política, em 2002, um grupo de 800 rebeldes tomou a cidade de Bouaké e, desde então temos uma guerra civil.

Um dos presidentes que sucederam ao “velho sábio”, Henri Konan Bedié introduziu o neologismo de ‘marfinidade’, ou seja, apelou para o nacionalismo que destituiu o mérito e lugar do mosaico de tribos. O tênue equilíbrio dos diversos povos foi ameaçado e, como se não bastasse, a assembléia legislativa aprovou o novo código eleitoral (após um plebiscito condicionado) onde se assegurava que para um cidadão ser candidato à presidência tinha que ser filho de pai e mãe marfinianos. Ou seja, a base dos atuais conflitos no país foi criado pelos próprios africanos com seu nacionalismo anacrônico.

Candidatos como Alassane Dramane Outtara, filho de pai ‘marfiniano’, mas de mãe burkinabé foram excluídos de qualquer tentativa de serem eleitos. Consequentemente, os protestos tomaram corpo. Como se não bastasse, o argumento religioso tomou corpo, pelo fato de que Alassane fosse muçulmano. Hoje é acusado de autoria de tentar um golpe de estado, com apoio de tribos do norte e do centro do país, assim como dos governos de países limítrofes e outros mais ao norte, como a Líbia e outros, mais distantes, como a Arábia Saudita. Se for verdade, outro elemento entra no jogo geopolítico, um “imperialismo árabe” na região com seu conflito secular contra os karfirs (infiéis).

Hoje, a Costa do Marfim está dividida em duas porções nitidamente polarizadas. O sul e o centro-leste (cristãos) com um governo legitimamente eleito, e o norte e o centro-oeste (islâmico) com a população rebelde. Se for justo alegar a pretérita influência européia na religião, não se pode deixar de lado o avanço muçulmano com apoio externo recente e atuante. A Europa, ao contrário dos que a acusam injustamente, até tenta colaborar para o cessar-fogo, como o acordo assinado em Paris para aplacar a guerra entre as diversas regiões e suas populações. No entanto, os militantes do partido dos rebeldes e os militares fiéis ao partido governista não o acataram. A paz acabaria por lesá-los de alguma forma diminuindo seu poder. Detalhe: o acordo determinava que os ministérios da defesa e do interior seriam atribuídos aos rebeldes.

Só um completo tolo pode atribuir uma “relação institucional” ao drama africano esquecendo-se (talvez por conveniência) que a principal se dá com a estrutura tribal da maioria dos países do continente. A guerra tribal e flagrantemente genocida em Ruanda e Burundi a partir de 1994 atesta isto. Cabe lembrar as palavras do “velho sábio” na Costa do Marfim que, nos anos 80 com o advento da democracia, vaticinava “cada tribo deve fundar o seu partido político”. Ou seja, a democracia rejeitada pelos próprios governos e movimentos subseqüentes seria a única solução possível. Acaso as instituições européias, como é a própria democracia, fossem acatadas não teríamos o absurdo que se assomou naquelas plagas a partir dos anos 90.

As tribos são o problema, mas podem ser administradas compondo um tipo de solução. Antes dos golpes em 1999 e em 2002, mais de 40 partidos foram inscritos no país, como resultado da proposta anterior de estabilização e desenvolvimento institucional (sim, instituições, para desagrado de mentes fatalistas não só mudam como podem ser criadas). A aliança entre os membros de uma mesma tribo ou entre tribos vizinhas consiste numa estratégia de sobrevivência das mesmas. É normal que se tratem por ‘irmãos’ ou ‘irmãs’ entre si, mesmo sem ter relações de parentesco, tamanha é sua ligação. O problema é o que mesmo conceito não foi estendido aos residentes de outras tribos fora da composição governamental e, muito menos, com os imigrantes e seus descendentes.

Monday, November 10, 2008

Agropecuária



Produção alimentícia/população por continente (%)

África: 6,7 - 12,6

América do Norte: 13,8 - 8,0

América do Sul: 6,5 - 5,6

Ásia: 44,3 - 60,4

Europa: 27,5 - 12,9

Oceania: 1,2 - 0,5

Deficitária
Superavitária

...

Percentual populacional que trabalha na agricultura

Quanto menor o índice de trabalhadores agrícolas, tendencialmente maior será o desenvolvimento econômico-social.
Aqui estão apenas exemplos extremos.


Menos de 10%: Austrália, Nova Zelândia, Argentina, Venezuela, Canadá, EUA, Japão, Israel, Jordânia, E.A.U., Armênia, Bósnia, Iugoslávia, Macedônia, R.U., Espanha, França, Islândia, Noruega, Suécia, Finlândia, Dinamarca, Países Baixos, Luxemburgo, Bélgica, Alemanha, França, Itália, Suíça, Áustria, Hungria, República Tcheca.
Mais de 75%: Papua Nova-Guiné, Laos, Nepal, Mali, Níger, Burkina Faso, Guiné, Guiné-Bissau, Gâmbia, Chade, República Centro-Africana, Etiópia, Quênia, Tanzânia, Ruanda, Burundi, Uganda, Malawi, Moçambique, Madagascar.
Não obtive dados da participação do setor primário no PIB de cada país, mas eles, normalmente, acompanham o índice da população empregada por setor, i.e., mais gente num setor específico, maior produção equivalente e valor gerado. Logo, quando menor o índice de produção relativa na agropecuária, maior na indústria e nos serviços. A maior urbanização corresponde, genericamente, a uma sociedade mais rica e afluente. Portanto, não há vantagem nenhuma em deter um maior percentual do PIB agropecuário porque isto significa pobreza na economia urbana.
...

Comércio de produtos agrícolas

Apenas alguns exemplos...

Exportações 50% maiores que as importações: Brasil, Argentina, Chile...
Exportações 10% maiores que as importações: Austrália, Canadá, EUA...
Equilibradas: Espanha, Polônia, Suriname...
Importações 10% maiores que as exportações: México, Venezuela, Paquistão...
Importações 50% maiores que as exportações: Rússia, Irã, Arábia Saudita (a maior parte do mundo islâmico)...



Fonte: Philip’s. Modern School Atlas. 92nd edition.

Uma boa desculpa...


Tiranete Hugo Chávez manda fechar aeroporto e ameaça governador de prisão
Por ordem do presidente da Venezuela, o tiranete caribenho Hugo Chávez, as Forças Armadas ocuparam nesta segunda-feira um aeroporto no nordeste do país. Chávez justificou a medida dizendo que a petrolífera estatal PDVSA teve acesso negado ao aeroporto pelo governador regional de Sucre, Ramón Martínez. O presidente acusou Martínez de pretender desrespeitar o resultado da eleição regional de 23 de novembro e ameaçou-o, durante um comício de candidatos do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), em Sucre.
"Vai terminar na prisão este asqueroso, traidor, mafioso!", gritou Chávez em seu discurso. José Ramón Regnault, prefeito de Carúpano, onde se encontra o aeroporto, no Estado de Sucre, disse aos jornalistas que a ordem presidencial foi executada sem incidentes por soldados da Guarda Nacional. "Deploramos que em uma democracia se imponha desta forma", disse o prefeito, acrescentando que qualquer transferência do aeroporto "deve passar por um processo administrativo prévio". Chávez também acusou Ramón Martínez de pretender não entregar o cargo se perdê-lo nas próximas eleições. Martínez rejeitou a ameaça e negou que pretenda desrespeitar o resultado eleitoral porque, segundo ele, as pesquisas asseguram que a candidatura opositora a Chávez tem no Estado "uma vantagem incontornável" de mais de 15%. Hugo Chávez está armando um golpe militar, em face das projeções das eleições, que devem mostrar o tamanho do descontentamento popular no país com o seu governo.
Uma vez que...
Pesquisa aponta derrota de chavistas em oito Estados nas eleições
Os candidatos partidários do presidente da Venezuela, o tiranete caribenho Hugo Chávez, perderão nas eleições regionais de 23 de novembro em pelo menos oito Estados, segundo uma pesquisa feita pela empresa Interlace divulgada nesta segunda-feira. A pesquisa foi feita em 15 dos 22 Estados do país em que se elegerá um governador, disse hoje o diretor da firma, Oscar Schemel.
Nos Estados de Bolívar, Carabobo, Guárico, Nueva Esparta, Sucre, Táchira, Yaracuy e Zulia "é clara" a preferência eleitoral por opositores a Chávez, disse Schemel em declarações à televisão privada "Globovisión". Segundo ele, nos Estados de Aragua, Falcon, Mérida, Miranda, Lara e Vargas acontece o mesmo com os chavistas, que nas eleições de 2004 ganharam em 20 de 22 Estados, na maioria das 328 prefeituras e 233 legislaturas provinciais, assim como na prefeitura de Caracas.
http://www.videversus.com.br/index.asp?SECAO=80&SUBSECAO=0&EDITORIA=10703

África - instituições

Cimeira sobre Zimbabué sem resultados

A Cimeira de emergência da SADC sobre o Zimbabué, que teve lugar a noite passada em Joanesburgo, apelou aos partidos rivais que formem um governo de unidade nacional sem demoras e que concordem em partilhar o controlo sobre a polícia (...)

...
Vocês já viram isso? Um grupo de países está discutindo o controle da polícia em outro. E o que impressiona é que tal só será possível com a aceitação dos dois principais partidos. Ou seja, seu poder vai muito além da mera representação popular. Mas, pelo menos ele assumem o problema, ao contrário de nós...

Bjorn Lomborg - The Facts about the Environment (part 5)

Bjorn Lomborg - The Facts about the Environment (part 4)

Bjorn Lomborg - The Facts about the Environment (part 3)

Bjorn Lomborg - The Facts about the Environment (part 2)

Bjorn Lomborg - The Facts about the Environment

Alguém ainda duvida que se trata de uma ditadura?

Tiranete caribenho Chávez ameaça usar tanques se oposição vencer eleições regionais

O presidente da Venezuela, o tiranete caribenho Hugo Chávez, afirmou no sábado que pode acabar lançando mão dos tanques se a oposição vencer nas eleições regionais de 23 de novembro no estado de Carabobo (norte), nas quais, segundo ele, está em jogo seu próprio futuro. "Se permitirem que a oligarquia volte ao governo de Carabobo, vou acabar mandando os tanques da brigada blindada para defender o governo revolucionário e para defender o povo”, afirmou Chávez ao lado do candidato oficial do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) em um comício nesse estado.
Em 25 de outubro Chávez já havia dito que consideraria preparar um "plano militar" contra o líder opositor e atual governador do estado de Zulia (noroeste), Manuel Rosales, se este e seus partidários ganhassem o governo e as prefeituras da eleição de 23 de novembro. "Trata-se do futuro da pátria. Em 23 de novembro está em jogo o futuro da revolução, o futuro do socialismo, o futuro da Venezuela, o futuro do governo revolucionário, e também o futuro de Hugo Chávez. Está em jogo tudo isso", afirmou ele. Atualmente, Caracas e 17 estados do país são governados pelo oficialismo. Em outros quatro há dissidentes do chavismo e dois estão em mãos da oposição.