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O presente blog, Geografia Conservadora servirá mais como arquivo e registro de rascunhos.
a.h

Friday, June 19, 2009

Florestas: perdas e ganhos


Neste estudo aqui:

http://www.grida.no/_res/site/file/publications/vital_forest_graphics.pdf

Que eu baixei do site da FAO:

http://www.fao.org/forestry/home/en/, onde se lê que:


In the period 2000-2005, South America reported the largest net loss of forest, followed by Africa. In the 1990s, Asia had a net forest loss of 800,000 hectares per year. In the period 2000-2005 Asia showed a net gain of forests of around 1 million hectares per year, despite high rates of deforestation in many countries in the region, in particular in Southeast Asia. This net gain is attributed to large-scale afforestation, particularly in China, where there has been an annual increase of more than 4 million hectares. Meanwhile in Europe forest areas continued to expand, although at a relatively slow rate, while North and Central America and Oceania registered a relatively small annual net loss of forests over the 1990-2005 period (FAO 2006).

The five countries with the largest annual net loss of forest area in the period 2000-2005 were Brazil, Indonesia, Sudan, Myanmar and Zambia.The five countries with the largest annual net gain in forest area over the same period were China, Spain, Vietnam, the United States and Italy. Chile, Costa Rica, India and Vietnam are among the countries which have recently recorded a change from having a net loss of forests to having a net gain in forest area (FAO 2006).


Segundo este estudo, a Ásia e a Europa mostraram ganhos na recuperação e crescimento da área florestal. E a América do Norte, perda devido ao desmatamento no México, uma vez que Canadá e EUA tiveram ganhos, como se pode ver no mapa abaixo:



Dica

http://www.unisinos.br/ihuonline/uploads/edicoes/1158354193.59pdf.pdf, do mesmo autor do artigo citado abaixo.

Araucária e manejo ambiental




Recomendo esta edição[1]. Vejam só este trecho:


As diferentes espécies de araucárias dependem, para completar seu ciclo de vida, de grandes perturbações nas florestas em que vivem, provocadas por fenômenos como tornados, tempestades, deslizamentos de terra ou incêndios. Alguns desses fenômenos ocorrem periodicamente nas áreas montanhosas e chuvosas em que vivem as araucárias, provocando a queda de árvores e criando clareiras ou abrindo espaços nas copas. Após esses eventos, centenas ou milhares de jovens conseguem se desenvolver, chegar à idade adulta e formar um maciço de copas altas. Embaixo dessa floresta de araucárias crescem mais lentamente um grande número de outras espécies de árvores que conseguem viver na sombra, com toda a fauna associada. Nesse ambiente mais escuro, as plântulas de araucárias não conseguem se estabelecer. No entanto, como as árvores adultas são muito grandes e podem viver por muitas décadas, ou mesmo séculos, continuam lançando sementes capazes de colonizar um novo espaço aberto que venha a surgir.

Em: Souza AF. Araucária: a regeneração das populações da árvore-símbolo do Sul do Brasil. Ciência Hoje. 2009;44(6):43, grifos meus.


Em suma, em florestas conservadas, a reprodução de novos indivíduos é menos freqüente que em florestas impactadas. Claro que por ‘impacto’ não deve se entender total desmatamento.

Agora, minha ilação: se quisermos aproveitar o meio da araucária para produzir algo (erva mate, p.ex.), a interferência local ajuda a espécie, inclusive, a se reproduzir. Já, a preservação tout court tem outra função. Portanto, “ambientalmente sustentável” não significa (ao menos para mim), intocado.

E, sinceramente, num país como o nosso temos espaço suficiente para estas duas formas de reservas para que se harmonize, minimamente, as necessidades econômicas com os imperativos conservacionistas. Portanto, para gerar renda se faz necessário alterar ambientes sim, desde que por ‘alteração’ não se entenda devastação e sim manejo. Se estas lhes parecem “palavras fáceis de dizer e difíceis de executar” só tenho como resposta que mais fácil ainda é provocar a desesperança de nada fazer ao se condenar o humano como algo essencialmente antiecológico.


[1] Araucária: regeneração das populações da árvore-símbolo do sul do Brasil
Apesar de sua importância para a ecologia das paisagens do Sul do Brasil, até recentemente não havia uma descrição detalhada sobre a regeneração das araucárias em florestas conservadas ou naquelas degradadas pela extração madeireira. Essa comparação foi realizada pela primeira vez em dois estudos, cujos resultados são apresentados e discutidos neste artigo da CH de junho.http://cienciahoje.uol.com.br/209