interceptor

Novas mensagens, análises etc. irão se concentrar a partir de agora em interceptor.
O presente blog, Geografia Conservadora servirá mais como arquivo e registro de rascunhos.
a.h

Thursday, January 07, 2010

Imprensa Marrom


Caio Rossi se esmera na teoria conspiratória em mais um post de imprensa marrom pró-islâmica:

(…)
[t]he evidence suggests that the Pentagon and US intelligence are moving to militarize a strategic chokepoint for the world oil flows, Bab el-Mandab, and using the Somalia piracy together with claims of a new Al Qaeda threat arising from Yemen to militarize one of the world’s most important oil transport routes. As well, undeveloped petroleum reserves in the territory between Yemen and Saudi Arabia are reportedly among the world’s largest.” (grifos meus).


Eu sei que o caminho mais fácil quando se trata de geopolítica é sempre, o da exploração de recursos naturais por forças alheias à soberania nacional. E por ser de uma raciocínio ‘fácil’ não quer dizer também que não seja verdadeiro, mas se for assim, porque alguns dos países colocados antes da 37ª posição não seriam alvo de peripécias do “imperialismo americano”?

Na lista encontram-se, dentre outros:

  • México, na 7ª posição, com seu narcotráfico crescente sob domínio dos Zetas, não seria uma boa escolha para uma ação do vizinho em sua política interna?
  • A Venezuela na 10ª posição não apresentaria diversas justificativas para uma intervenção?
  • Convenhamos, o Brasil, na 13ª posição, com uma produção diária de 2.422.000 não é muito mais interessante que o miserável Iêmen?
  • Próximos ao nosso número estão Argélia, Nigéria, Angola e Líbia. Por que perder tempo com o Iêmen?
  • Equador, Sudão, Síria, Tailândia, Guiné Equatorial ou Vietnã produzem mais. Exceção feita ao Sudão, não seriam regiões mais fáceis de interferir?

As premissas do artigo com “ótima análise sobre os interesses estratégicos em jogo na região” citado por Caio Rossi já mostram quão sólidas são.

Sem comentários.

Wednesday, January 06, 2010

Cingapura: cenoura e porrete




Economic Freedom Ranking:
1970
1975
1980
1985
1990
1995
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006













8 of 54
7 of 72
6 of 105
4 of 111
2 of 113
2 of 123
3 of 123
6 of 123
2 of 123
3 of 127
3 of 130
2 of 141
2 of 141


Em 1970, o 8º mais livre de 54 países analisados; em 2006, o 2º melhor colocado entre 141 países.

Pois bem...

(...)


LKY é seu inventor, como se houvesse formulado cientificamente um país juntando porções exatas da República de Platão, do elitismo anglófilo, de um infatigável pragmatismo econômico e de uma repressiva e antiquada mão de ferro.


As pessoas gostam de chamar Cingapura de Suíça do Sudeste Asiático, e quem poderia contestá-las? Essa ilhota situada na ponta da península Malaia conquistou sua independência da Grã-Bretanha em 1963 para, em apenas uma geração, se transformar em um lugar de legendária eficiência, em que a renda per capita de seus 3,7 milhões de cidadãos ultrapassa a de muitos países europeus. Os sistemas de educação e saúde locais rivalizam com os de qualquer país ocidental, e o aparato governamental se acha, em grande medida, livre de corrupção. Cerca de 90% dos lares são casa própria, os impostos são relativamente baixos e as ruas e calçadas são impecáveis, sem mendigos ou favelas à vista.


Se tudo isso, mais uma taxa de desemprego em torno de 3% e uma pilha de dinheiro dos cidadãos guardada no banco graças ao plano oficial de poupança compulsória, não soa como música a seus ouvidos, experimente viajar 950 quilômetros ao sul e tente se virar num favelão de Jacarta, capital da vizinha Indonésia.



Atingir tal estágio demandou delicado e contraditório equilíbrio entre incentivo e punição ou, como os cingapurianos costumam dizer, entre "o longo porrete e a grande cenoura". O que causa admiração, em primeiro lugar, é a cenoura: um vertiginoso crescimento financeiro a sustentar o consumo e o setor imobiliário. O lado B disso é o longo porrete, em geral simbolizado pela infame proibição do chiclete e a aplicação de surras de vara em pichadores. E quanto a situações conturbadoras, como tensões religiosas ou raciais? Elas simplesmente não são permitidas. E mais: ninguém bate a carteira de ninguém.

Cingapura, talvez mais que qualquer outro lugar no mundo, enseja uma questão fundamental: prosperidade e segurança sim, mas a que preço? Será que para obtê-las vale a pena viver em um ambiente que, aos olhos de muita gente, é uma sociedade de proveta, baseada na labuta incessante, numa briga de foice entre workaholics, em que o partido que se autoperpetua no poder impõe leis draconianas (o cartão de entrada ao aeroporto local, por exemplo, informa, em letras vermelhas, que a pena para o tráfico de drogas é simplesmente a "MORTE") e reprime a liberdade de imprensa, oferecendo um nível questionável de transparência financeira?


(...)




Mais em O fator Cingapura (acessado em 6 de janeiro de 2010).
...

Como é aquela história de que o liberalismo econômico é essencialmente contrário a um estado forte, mesmo?

Monday, January 04, 2010

Chile: Bachelet busca mejorar la calidad de la política







La ley es "un aporte a una tarea que nos planteamos hace tiempo, cual era mejorar la calidad de la política", indicó Bachelet.









La presidenta de Chile promulgó una ley que apunta a fortalecer los cimientos de la democracia. Entre otras cosas, la nueva legislación obliga a las autoridades a declarar sus intereses y patrimonio en forma pública.

AMÉRICAECONOMÍA.COM


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Se isto for verdade, o Chile se firmará cada vez mais como um país desenvolvido no continente. E, o mais impressionante, independente de quem seja o tipo ideológico do chefe de estado, haja vista que a Bachelet não está destruindo as bases democráticas e de estado em seu país.


Caso verdadeira a legislação que obriga a declaração de renda e patrimônio de autoridades, onde ficarão os conspiracionistas que acusam o atual governo chileno de membro do tal Foro de São Paulo, uma agremiação política que visa, em última instância, a destruição das soberanias nacionais em prol de um fictício "governo mundial"? 


Os fatos estão aí, em detrimento da paranóia.




Satélites


Duas concepções sobre a atividade de lançamento de satélites:


MOSCOU — A Rússia lançou nesta terça-feira um satélite americano de telecomunicações a partir do Cazaquistão, informaram duas agências de notícias oficiais.

"O lançamento aconteceu de acordo com as previsões e o satélite alcançará sua órbita às 12H32 locais (7H32 de Brasília)", afirmou uma fonte da agência espacial russa Roskosmos, citado pela RIA Novosti.

O satélite DirectTV-12 deve fornecer acesso a internet e a operadoras de TV fechada a clientes americanos.







...

Os russos não encaram o lançamento de um satélite americano como uma ameaça a sua soberania. Mas, as comunidades quilombolas maranhenses vêem com maus olhos o lançamento de foguetes brasileiros na Base de Alcântara:



(...)

Isso vai ter de ser discutido de novo com a comunidade local, diz Roberto Amaral, diretor da contraparte brasileira da ACS. Segundo ele, a entrada do Brasil nesse ramo de negócio traz uma perspectiva nova para a região. Para que outras empresas de tecnologia se instalem, porém, será preciso convencer quilombolas a abrirem mão de algumas de suas áreas.

Por conta das dificuldades, a AEB (Agência Espacial Brasileira) já tinha cogitado sair do Maranhão. Contudo, o presidente da agência, Carlos Ganem, diz que ainda não desistiu. Ele pretende levar a Alcântara o mesmo modelo de desenvolvimento da Guiana Francesa, hoje lar da maior base equatorial de foguetes do mundo.

Compare o que era Kourou antes de a ESA [Agência Espacial Europeia] tratar aquela população de 6.000 negros desdentados, sem salários e sem previdência social, com os hoje 21 mil negros e brancos, com dentes, com o maior salário mínimo da Europa, a melhor previdência social, diz Ganem.

Hoje os negros desdentados e completamente excluídos naquela região são na verdade os brasileiros que atravessam a fronteira para se beneficiar das vantagens incorporadas ao desenvolvimento local e social.

Os quilombolas de Alcântara, contudo, mostram desconfiança em relação aos benefícios trazidos pelo Programa Espacial Brasileiro. Sinal disso é que, no dia 18 de dezembro, uma audiência pública do Ibama, de apresentação do relatório de impacto ambiental do projeto da ACS, abriu espaço para discursos de gente que critica os interesses da empresa.

Aconteceu quando o microfone foi aberto a perguntas. Em vez delas, surgiu o presidente da Câmara Municipal da cidade, Benedito Barbosa, exaltado, dizendo que os técnicos contratados pela ACS eram mentirosos. Foi aplaudido. Outros fizeram discursos parecidos.

Boa parte da resistência se deve à experiência traumática causada pela criação do CLA, na década de 1980. Na época, comunidades quilombolas inteiras foram transferidas para regiões afastadas. 

Sem peixe

A Folha visitou as terras que os transferidos receberam da Aeronáutica e onde estão desde então. Peixes eram a sua base alimentar, mas os quilombolas foram retirados de perto do litoral. Agora, a pé, levam cinco horas para chegar aos lugares onde costumavam pescar.

Além disso, reclamam que os lotes recebidos são pequenos demais e pouco férteis. Nesses lugares, é possível ver várias casas abandonadas.


Os moradores se dizem pouco convencidos sobre os empregos que a ACS prevê - 900 durante as obras e 300 quando os foguetes estiverem sendo lançados do centro.

Mesmo com a ACS desistindo de construir as suas instalações onde hoje estão os quilombolas, existirão impactos.

Um deles se relaciona com as normas de segurança para lançar foguetes. Toda vez que isso vai ser feito, é necessário fechar a costa para evitar o risco de que destroços caiam na cabeça de alguém – nada de gente pescando, portanto.

Dizem que é muito seguro, mas todo mundo sabe que isso já explodiu, diz um dos quilombolas, referindo-se à explosão que acabou matando 21 técnicos no centro em 2003.

Fonte: Folha de São Paulo