interceptor

Novas mensagens, análises etc. irão se concentrar a partir de agora em interceptor.
O presente blog, Geografia Conservadora servirá mais como arquivo e registro de rascunhos.
a.h

Friday, July 23, 2010

Desigualdade Latino-Americana

Estudo regional divulgado ontem pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) aponta que a América Latina pode ser considerada a região mais desigual do mundo, pois abriga dez dos 15 países com maiores diferenças entre ricos e pobres do mundo.
Os países mais desiguais são, pela ordem, Bolívia, Haiti, Brasil e Equador. Os menos desiguais são Argentina, Uruguai, Venezuela e Costa Rica, segundo o estudo, que foi apresentado na Costa Rica.
(...)
Em PNUD: América Latina é região mais desigual do mundo
...

Acho este tipo de estudo, da maneira como apresentado aqui, pobre se não vai além evidenciando a mobilidade social. Podemos sim ter uma sociedade mais desigual, mas se a base da sociedade apresenta melhores condições e/ou maior possibilidade de ascensão que uma sociedade mais igualitária como a Venezuela (confira no link), tanto melhor.

Thursday, July 22, 2010

Germany and Russia Move Closer | STRATFOR


Rumo ao Leste

Como entender a articulação entre Alemanha, França e Polônia com a presença do Ministro das Relações Exteriores russo? A proposta surgiu após conversações entre a chanceler Angela Merkel e o presidente Dmitri Medvedev em junho de 2008. Um projeto de cooperação russo-europeu na área de segurança tem que levar em consideração três fatores:

· As relações entre Rússia e U.E. têm permanecido em banho-maria há anos;

· Os alemães estão mudando sua política externa;

· A negociação dos principais agentes Alemanha e Rússia partilhada entre França e Polônia indica a complexidade das questões envolvidas.

A reavaliação

A criação de uma estrutura econômica continental tem raízes na história que arrastou a Alemanha para três conflitos com a França desde 1870. A prosperidade a partir do Pós-Guerra não foi uma simples meta alcançada, mas também um reforço positivo para dirimir animosidades que tiveram resultados sangrentos.

Mas, a crise financeira de 2008 abalou a confiança alemã na U.E. como instrumento para perpetuação dessa prosperidade. Antes disso, o país pode manter a estabilidade em seu crescimento de longo prazo, ao mesmo tempo em que se integrava economicamente ao leste. No entanto, parece que este laço de confiança se partiu... A crise em países como a Grécia serviu para que o esquema de sustento da locomotiva alemã passasse a ser questionado. Até que ponto é vantajoso manter uma união na qual um país tenha que arcar com maiores custos econômicos para manutenção da estabilidade social alheia?

A atração russa

A Rússia fornece quase 40% do gás natural consumido na Alemanha. Sem isto, sua economia encontra-se amarrada. E a Rússia, por sua vez, precisa de tecnologias para superar sua dependência da exportação de commodities pura e simplesmente. Hoje são milhares de empresas alemãs investindo na Rússia. E, além desta simbiose econômica há a questão demográfica: o mercado interno alemão está diminuindo, o que poderia ser revertido com o aumento das imigrações, mas não sem gerar maior instabilidade social. A saída está no mercado russo, também em declínio demográfico, mas que pode aumentar muito como fonte de demanda para produtos alemães por um bom tempo. E ainda se pode investir no espaço russo que conta com grande mão de obra disponível. Em suma, o subsídio a maior parte do continente desincentivava a união e um novo parceiro com necessidades de consumo e mercado de investimentos constituem uma condição inversamente proporcional.

O alinhamento russo-alemão não é só econômico, também é uma questão de segurança. Em 1871, a Prússia se aliou com a Rússia quando atacou a França. Em 1914, a França e a Rússia se aliaram contra a Alemanha. Em 1940, a Alemanha se aliou com a Rússia quando atacou a França. Este jogo de vencedores e vencidos trouxe sempre guerra e mais guerra.

Esta dinâmica é a última coisa que interessa a Berlim. Em troca de um plano de segurança, a Alemanha pode oferecer ganhos econômicos à Rússia. Mas, isto pode afetar a França, que já possui uma estratégia de equilíbrio com a Rússia. E uma aliança tripartite entre esses países nunca frutificou. Faz parte do cálculo, portanto, a Alemanha não desagradar ou relegar a França um papel de “sócio-júnior”.

Isto só não é mais complicado que quando introduzimos o elemento Polônia nesta análise. Situada entre Alemanha e Rússia, sua história é marcada pela divisão e conquista pelos dois países. Trata-se do país mais afetado por uma aliança russo-alemã que cala fundo em sua psique. Os poloneses são os mais interessados depois dos próprios alemães e russos em entender o que se passa. Assim como é essencial sua compreensão sobre os compromissos com a U.E., também o é com relação a OTAN.

O complicador da OTAN

No curto prazo, Moscou deve acalmar a Polônia e a OTAN, mas não se trata de uma tarefa fácil. Na possibilidade de uma contenda desta organização com a Rússia, a Europa deverá considerar sobre qual poder militar apoiar.

Em outras palavras, a aproximação alemã da Rússia significa um afastamento da OTAN e, portanto, dos EUA. Em termos práticos, como ficaria seu posicionamento com relação a Geórgia, por exemplo? As duas superpotências pressionam constantemente a Alemanha a assumir posições das quais não tem interesse. Se a OTAN não tem tanto poder sobre a Alemanha, a U.E. sim, na medida em que depende da organização militar do Atlântico Norte. Com o afastamento do bloco europeu, a OTAN se veria com seu poder ainda mais reduzido.

(...)

*Adaptado de: Germany and Russia Move Closer | STRATFOR