interceptor

Novas mensagens, análises etc. irão se concentrar a partir de agora em interceptor.
O presente blog, Geografia Conservadora servirá mais como arquivo e registro de rascunhos.
a.h

Saturday, June 26, 2010

EUA: nova lei de imigração

Ciudades y firmas de EE.UU presionan por una reforma inmigratoria

Liderados por el alcalde de Nueva York, el presidente ejecutivo de News Corp y la Sociedad para una Nueva Economía Estadounidense han publicado estudios y sondeos que apoyan los beneficios de una nueva normativa.
El presidente Barack Obama hasta el momento no ha logrado cumplir la promesa de una reforma al sistema de inmigración que hizo a los votantes hispanos.
  • Vie, 06/25/2010 - 17:36



Nueva York. Algunas de las ciudades y corporaciones más grandes de Estados Unidos sumaron para presionar al Congreso para que cree un camino hacia la ciudadanía para que los inmigrantes indocumentados legalicen su situación y se aseguren las fronteras del país.
Liderados por el alcalde de Nueva York, Michael Bloomberg, y el presidente ejecutivo de News Corp, Rupert Murdoch, la Sociedad para una Nueva Economía Estadounidense busca poner la atención de regreso en la reforma migratoria mediante la publicación de estudios y sondeos que apoyan los beneficios y presionar al Congreso por una nueva ley.
Los alcaldes de Los Ángeles, San Antonio, Filadelfia y Phoenix se han sumado a la coalición, junto a compañías que incluyen a Hewlett-Packard, Walt Disney Co, Marriott International, Boeing y Morgan Stanley.
"Esta coalición fue formada para cambiar nuestra actual política de inmigración, que está socavando nuestra economía y amenazando nuestra condición de la mayor potencia del mundo", dijo Bloomberg en un comunicado.
"Necesitamos superar el estancamiento legislativo en que ha caído el Congreso", agregó.
Los alcaldes de Los Ángeles, San Antonio, Filadelfia y Phoenix se han sumado a las compañías que incluyen a Hewlett-Packard, Walt Disney Co, Marriott International, Boeing y Morgan Stanley.
Cerca de 11 millones de personas estarían viviendo en Estados Unidos de forma ilegal. El presidente Barack Obama hasta el momento no ha logrado cumplir la promesa de una reforma al sistema de inmigración que hizo a los votantes hispanos.
Su Partido Demócrata enfrenta una dura lucha para conservar sus mayorías en el Congreso en las elecciones de noviembre.
Una profunda división sobre la inmigración ha empeorado desde abril por una nueva ley de Arizona que exige a la policía local y estatal que investigue la situación inmigratoria de las personas que sospechen que están ilegalmente en el país.
"La ingenuidad estadounidense es producto de la apertura y la diversidad de esta sociedad", dijo Murdoch, quien nació en Australia.
"Yo, como inmigrante, creo que este país puede y debe aplicar nuevas políticas de inmigración que satisfagan nuestras necesidades de empleo, brinden un cuidadoso camino hacia la legalización para los residentes indocumentados y pongan fin a la inmigración ilegal", afirmó.
La sociedad dijo que las firmas enfrentan problemas por la falta de visas para trabajadores profesionales y que también piden un mejor proceso para permitir que los empleadores cubran trabajos estacionales y permanentes con inmigrantes cuando no haya ciudadanos estadounidenses disponibles.
También quiere aumentar las oportunidades para que los estudiantes extranjeros se queden y trabajen en Estados Unidos, y para que las fronteras del país sean aseguradas con medidas más severas y un mejor uso de la tecnología.
"Las demoras a nivel federal han creado tensión en nuestras calles y dificultades económicas para nuestras ciudades y comunidades que ya enfrentan problemas de presupuesto", dijo el alcalde de Phoenix, Phil Gordon.
"La reforma a la inmigración que asegure nuestras fronteras y fomente la inmigración legal es absolutamente esencial para la recuperación económica de nuestro país y para proteger las libertades que todos los ciudadanos aman", afirmó.


Argumento raso



Estes caras sofrem de uma crônica falta de profundidade. Talvez devessem contratar a Petrobras...


Tuesday, June 22, 2010

Resposta ao Vazamento de Óleo no Golfo do México


Que coisa! Se o vazamento fosse num país do 3º mundo aqueles arrogantes do Hemisfério Norte, certamente já teriam invadido e anexado o pobre diabo pelo "bem da humanidade"!

Ou melhor:

Que coisa! Com o vazamento numa empresa estrangeira, a BP aqueles arrogantes do Hemisfério Norte, certamente já deveriam tê-la "nacionalizado" e aplicado sanções econômicas contra o pobre diabo do país-sede pelo "bem da humanidade"!







Na verdade, a mentalidade tupiniquim já grassou por aquelas bandas com uma medida populista:




Obama disse ainda que não suspenderá a moratória de seis meses para perfurações petroleiras offshore até que sejam esclarecidas as causas do vazamento no Golfo do México.
Obama mantém moratória a exploração offshore até esclarecer tragédia no Golfo




Mas, "aqueles arrogantes do Hemisfério Norte" insistem em respeitar o direito de propriedade alheio não nivelando por baixo mesmo empresas que não tenham provocado dano nenhum:

O juiz americano Martin Feldman anulou nesta terça-feira a moratória de seis meses para a prospecção de petróleo no Golfo do México, ao mesmo tempo em que a Casa Branca anunciou que irá apelar da decisão.

(...)

"A corte entendeu que os pleiteantes tiveram sucesso ao mostrar que a decisão da agência foi arbitrária e voluntariosa", disse Feldman na sentença.
Justiça americana anula moratória de prospecção de petróleo no Golfo


Monday, June 21, 2010

Geopolítica da Pílula




Interessante o enfoque sobre a Guerra Fria, na competição com o comunismo pelo "controle de natalidade", mas o efeito disto na opção e individualismo. Conspirações à parte, a questão da "bomba populacional" ser o "aquecimento global da época" é muito elucidativo sobre o fantasma que cada período cria, em que pese a causa deste fantasma ser ou não verdadeira.

Cf.: Geopolitics and the Pill - Mistaken prophecies about the impact of oral contraception

"Em manutenção"

Conversa franca e autocrítica não são para o governo Lula. O primeiro e único balanço honesto oferecido ao público num site oficial saiu rapidamente do ar. Segundo o balanço, a educação continua tão ruim quanto em 2003, a reforma agrária não funcionou, falta coordenação aos programas de infraestrutura e a política industrial só tem beneficiado alguns setores, em vez de favorecer o aumento geral da competitividade. Todos esses problemas são bem conhecidos e todo dia são citados na imprensa. Mas nunca haviam sido reconhecidos com tanta sinceridade por qualquer órgão do Executivo, até ser lançado o novo Portal do Planejamento. O portal foi apresentado pelo ministro Paulo Bernardo, na quarta-feira, como contribuição às políticas do governo e uma forma de difundir o conhecimento de seus programas. Ficou no ar até quinta-feira e na sexta de manhã já se havia tornado inacessível. Até cerca de meio-dia, quem tentava o acesso encontrava um aviso: "Em manutenção." Depois, nem isso. 

De fezes e revezes na política externa brasileira




O governo bolivariano petista de Lula desistiu de suas tentativas de mediar um acordo envolvendo o programa nuclear do Irã, afirma o jornal britânico Financial Times em sua página na internet. Em entrevista ao Financial Times divulgada no domingo, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, afirmou que o País não tentará mediar essa questão, após os Estados Unidos rejeitarem um acordo fechado entre Irã, Turquia e Brasil em maio.

Segundo o jornal inglês, a questão levou "as relações entre o governo Lula e a administração do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, para seu ponto mais baixo". "Nós queimamos nossos dedos por fazer as coisas que todos diziam estar esperando e no fim nós concluímos que algumas pessoas não poderiam aceitar um sim como resposta", afirmou Amorim. Segundo o Financial Times, a fala foi uma "clara referência a Washington": "Se pedirem que negociemos de novo, talvez possamos ser úteis. Mas nós não agiremos de uma forma proativa 
a menos que nos peçam para fazê-lo". O Financial Times afirma que um alto funcionário da administração norte-americana saudou a notícia de que Brasília não pretende mais se colocar à frente das negociações, em vista da decisão de Brasil e Turquia de votarem contra sanções ao Irã no Conselho de Segurança das Nações Unidas, mais cedo neste mês. E assim se encerra a mais ridícula inciativa da diplomacia brasileira em todos os tempos, patrocinada pelo bolivarianismo do governo Lula, gerada na cabeça do trotskista Marco Aurélio "Top Top" Garcia, ex-dirigente da 4ª Internacional Comunista.




...

Ou seja, tão logo o peçam, atenderemos para atuar... O título do post deveria ser Ato falho e ator que falha.


Кыргызстан Connection


No Manhattan Co. deste domingo, os apresentadores falaram da crise do Quirguistão. Olha... Eu gosto do programa, acho um dos melhores da TV brasileira não só pelas opiniões, com as quais tenho simpatia, mas, sobretudo, pela forma despojada, antiacadêmica com a qual é apresentada (em que pese um certo afetamento de Caio Blinder...), mas neste tópico eles comeram bola: Lucas Mendes e Blinder se postaram a discutir se dava ou não dava para se distinguir etnias naquela porção da Ásia Central. O primeiro sustentando que não, que eram todos iguais e o segundo, acertado, dizendo que sim, mas que a região não se balcanizara como era esperado com o fim da URSS. Tudo isto porque se discutia se a questão era um “mero” conflito étnico ou não. Em primeiro lugar vamos por os pingos nos “ii”, apesar de existem grupos que se identificam sob os mais variados aspectos sociais, etnia é um conceito vago, impreciso para a ciência política:


Ethnicity refers to a sometimes rather complex combination of racial, cultural and historical characteristics by which societies are occasionally divided into separate, and probably hostile, political families. At its simplest the idea is exemplified by racial groupings where skin colour alone is the separating characteristic. At its more refined one may be dealing with the sort of ‘ethnic politics’ as where, for example, Welsh or Scottish nationalists feel ethnically separated from the ‘English’ rulers, as they may see it, of their lands. Almost anything can be used to set up ‘ethnic’ divisions, though, after skin colour, the two most common, by far, are religion and language.
ROBERTSON, David. Dictionary of Politics. 2º edition. Penguin, p.169.

Se algo serve para definir tudo ou quase tudo, no limite, não define nada. Então, não haveriam conflitos étnicos na região? Sim, mas isto não explica a proporção ou evento ocorridos... O fato é que se Blinder disse que existem, mas depois fez referência, sem estabelecer nenhuma relação direta ou vagamente indireta entre isto e o que chamou de “Great Game” das nações imperialistas com o jogo colonial, no caso, pós-colonial, não serviu de explicação plausível. Mais concreto e pertinente, como de praxe, foi Diogo Mainardi quem citou um governo filo-russo deposto e agora outro, filo-americano igualmente deposto que seria alvo da oposição. E no meio disso tudo, o que não se comentou, o uso dessa oposição apoiada por Moscou para se afirmar na região. Não é que se trate de uma clássica (e clichê) manipulação externa, mas que os conflitos internos (que não precisam ter significativas diferenças físicas para se estabelecer) ocorrem entre diferentes grupos, por mais tênues que sejam suas lógicas de identificação internas e que podem ser amplificadas com ingerência e alianças externas. As diferenças entre grupos não são causas, mas meios nos quais interesses e situações de conflito por determinadas razões se expressam.

Tomando uma situação de repartição de lucros de um produto como analogia simplista, poderíamos dizer que os royalties da extração de petróleo no Brasil a partir do chamado “Pré-Sal” seriam causas mais factíveis do que a questão federalista, mas neste caso em especial, elas se expressariam como um conflito na federação. Esta discussão que parece um tanto sem sentido, como a que se o que veio primeiro foi o ovo ou a galinha. Mas passa a ganhar sentido quando se pergunta pelo que os estados brasileiros estão em disputa? Analogamente, pelo que quirguizes e uzbeques estão em disputa? Por serem quirguizes e uzbeques não me parece suficiente.

O Uzbequistão é a nação forte da área, que os quirguizes vêem com desconfiança como invasores ou quem tem benefícios indevidos em seu território. Ocorre que tais mudanças migratórias foram incentivadas na época de Stálin e até hoje persistem suas seqüelas. A disputa direta entre Rússia e EUA, por sua vez, é pelo monopólio de instalação de bases no território da Ásia Central. Para os americanos, uma localização estratégica para atuar contra o Talebã no Afeganistão, contra simpatizantes desta no Paquistão ou contra o Irã e seu regime. Para os russos, a hegemonia sobre a área é necessária para formação de uma série de estados-tampão contra o avanço demográfico de possíveis sociedades seduzidas pelo fundamentalismo islâmico, que pressionariam ainda mais suas fronteiras. E a China, citada nesta história entrou de gaiato, uma vez que seu interesse e atuação se concretizam na construção conjunta com o Cazaquistão de dutos para exportação de hidrocarbonetos na sua fronteira ocidental, o que Moscou vê com desconfiança, embora o gigante da Ásia Central seja seu aliado regional mais próximo com forte presença russa.

Não há vítimas inocentes em se tratando de governos, apenas interesses buscando a otimização de seus benefícios. Isto é um clichê, mas nem por isto menos verdadeiro.
...

Ao invés dos revezes, só fezes


Quais reveses diplomáticos?
Qual o critério para avaliá-los como reveses?
Cristão Gibelino 


Perdão, realmente tornamos bem sucedidas nossas intenções em Doha, fortalecemos o G20 como alternativa ao G8, palestinos e israelenses rumam ao entendimento graças ao nosso apadrinhamento, idem para o Irã e o CSNU, o ingresso da Venezuela no Mercosul também foi produtivo (temos agora concorrência de petróleo em nosso mercado interno), nossas relações com o Paraguai rumam ao equilíbrio e justiça com nosso vizinho reconhecendo o direito de propriedade, o MAS reconheceu que errou em surrupiar os ativos da Petrobras e elabora um plano de ressarcimento dentro de sua capacidade de pagamento, nossas exportações de carne não têm mais recebido obstáculos por parte da UE e da Rússia, Obama ainda considera Lula "the guy" por dirigir o Haiti após o terremoto e sua política de conivência com o Hamas, Ahmadinejad só nos fortaleceu frente aos países que realmente importam, Lula (inteligente como sempre) foi lúcido em criticar a invasão do Afeganistão (pela URSS!) em encontro com chefe de estado da federação, nossa ação no patrulhamento da fronteira tem sido bem sucedida para minimizar a ação do narcotráfico rendendo elogios de opositores do PT. Mas, acho que esqueci algo...



Calma na América Latina é temporária

ESTADO.COM.BR - Internacional

/Internacional

Calma na América Latina é temporária

Países que se opõem aos governos bolivarianos avançam e os da esquerda radical ainda conseguem manter suas posições

18 de junho de 2010 | 0h 00
Jorge Castañeda - O Estado de S.Paulo
PROJECT SYNDICATE
A gangorra perpétua da geopolítica latino-americana está mais ativa do que nunca. Os chamados países da "Americas-1" ? os que são neutros no confronto entre EUA e o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, (e Cuba), e os que se opõem abertamente aos governos bolivarianos da Bolívia, Equador, Cuba, Nicarágua e Venezuela ? avançam lentamente. A esquerda radical da "Americas-2" vem recuando aos poucos, mas ainda consegue manter suas posições e acabar com qualquer tentativa para reduzir sua influência.
Mas essa relativa calma nesse conflito ideológico, político e diplomático entre os dois grupos é apenas temporária. Seria mais uma calmaria antes do vendaval que vem se aproximando.
A Nicarágua é um país muito pequeno e pobre para representar alguma ameaça, mas sempre traz problemas. O presidente Daniel Ortega quer se manter perpetuamente no cargo e está disposto a usar todo tipo de estratagema para isso. Cedo ou tarde, esse será um grande desafio para o Hemisfério. Ou a região vai preferir desviar os olhos? Nesse caso, essa comunidade hemisférica provará ser realmente inconsistente, diante de um segundo problema: Honduras.
No dia 7, países bolivarianos conseguiram impedir o retorno de Honduras à OEA, apesar das eleições livres e justas realizadas no país em novembro. Então, o que vai se fazer? Ignorar a implosão democrática iminente da Nicarágua e a ausência de democracia em Cuba? Ou adotar os mesmos critérios aplicados no caso de Honduras para a Nicarágua, Cuba e Venezuela?
Infelizmente, os dois únicos países que podem ter um papel importante para amainar as crescentes tensões ficarão passivos. O México está consumido por sua guerra fracassada contra os cartéis da droga. E o Brasil também está paralisado, em parte por causa da campanha para a próxima eleição presidencial, e em parte por causa dos recentes revezes diplomáticos do governo. O presidente Lula quis promover seu país no cenário mundial como uma potência emergente, mas não foi bem-sucedido. Sua principal meta ? conseguir uma cadeira permanente para o Brasil no Conselho de Segurança das Nações Unidas ? está mais distante do que nunca, e seus objetivos mais modestos não tiveram sucesso maior.
A tentativa de Lula, junto com a Turquia, para intermediar um acordo entre Irã e o Ocidente, fracassou quando um novo bloco de sanções ao Irã foi aprovado. O Brasil acabou sozinho, com a Turquia, votando contra as sanções, e sem nada para mostrar por seus esforços de mediação.
O Brasil sempre relutou em se envolver nos conflitos internos de seus vizinhos. Agora que se aventurou do outro lado do mundo e teve pouco sucesso, é improvável que deseje levar adiante outros projetos fúteis, como a reforma da OEA, ou evitar um novo confronto entre Venezuela e Colômbia, ou procurar garantir eleições livres e justas na Nicarágua.
Embora a América Latina consiga continuar resistindo ao vendaval econômico global, a calmaria diplomática na região é enganadora. Qualquer temporal mais forte pode pôr fim a ela. / TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO
É EX-CHANCELER MEXICANO

Sunday, June 20, 2010

O desencanto esquerdista


Nos anos 70 e 80 cansei de ouvir que "a direita é vitoriosa porque lê a esquerda", enquanto que o contrário não ocorre. Bem, acho que estamos numa situação distinta, mas não oposta: na verdade, ninguém está lendo o rival como devia. Esta entrevista que me dei ao trabalho de ler e pontuar é esclarecedora de como o modelo político da esquerda está distante para os próprios parâmetros desta. O que não quer dizer, bem entendido, que estejamos em uma posição confortável... Não, longe disto! Mas, sim que o que ocorre é algo distinto dos tipos-ideais de direita e esquerda. Então, nossos marcos teóricos têm que ser revistos para que possamos entender o que se passa.

Minhas notas seguem abaixo.

a.h
...
 
Vitória da direita no Chile, crescimento conservador na Argentina, fortalecimento da oposição e crise do chavismo na Venezuela. A isso, soma-se o aumento da intervenção dos Estados Unidos na América Latina. Esse é o cenário complicado que o venezuelano Edgardo Lander, professor de Ciências Políticas da Universidade Central da Venezuela (UCV) e membro do Conselho Latinoamericano de Ciências Sociais (Clacso) enxerga para o futuro do continente: "Não há uma situação de otimismo para os próximos anos na América Latina", explica. "As promessas do que foi o momento de deslocamento progressista rumo à esquerda, e o que se supunha que, como conseqüência disso, ia acontecer no continente, numa importante medida, saíram frustrados".
Apesar das enormes conquistas sociais e democráticas dos mais de dez anos de chavismo, o sociólogo também vê, na Venezuela, centralismo de poder e poucas definições do modelo socialista proposto pelo governo de Hugo Chávez. "Vem se reiterando que o modelo socialista venezuelano não é um modelo de estatização total da economia, e por isso há um setor privado que seguirá funcionando. Mas não houve uma definição sobre o que consiste o setor privado. Então, em conseqüência, há uma permanente indefinição a respeito de até onde vai esse processo", comenta[A1] .
Caros Amigos- Como o senhor vê o atual momento político da América Latina?
Edgardo Lander- Muito complicado. As promessas do que foi o momento de deslocamento progressista rumo à esquerda, e o que se supunha que, como conseqüência disso, ia acontecer no continente, numa importante medida, saíram frustrados. Há uma recuperação significativa da direita, uma direita muito agressiva, um tipo de liberalismo conservador muito duro, em diferentes terrenos. Provavelmente vamos olhar com nostalgia a ausência de George Bush porque ele tinha duas virtudes: uma é que era tão absolutamente grotesco, que unificava todo mundo contra ele. A outra é que estava demasiadamente ocupado fazendo guerras pelo mundo para se ocupar da América Latina. O governo Obama já deu demonstrações de que não será assim. O que representa Honduras, as bases militares na Colômbia, as frotas, Haiti.. Há uma intervenção. Em relação à América Latina, nesse pouco tempo, o governo Obama tem sido muito mais negativo do que os 10 anos de governo Bush. Não creio que deve-se desperdiçar demasiadas lágrimas com o governo de la consertacion no Chile, mas de qualquer maneira é a vitória final de Pinochet. O que ele se propôs, como projeto político, a transformação da sociedade chilena, a transformação cultural profunda da sociedade e chegou a tal nível que conseguiu que 20 anos depois as pessoas votassem por um projeto que representa, em boa medida, a continuidade de muita gente dura de Pinochet... É uma coisa bastante forte, com impacto na América Latina. As perspectivas eleitorais na Argentina não são nada boas. Talvez, não haja na América Latina uma direita hoje tão direitosa e facistóide como na Argentina, onde se questiona todos os temas culturais, dos direitos sexuais reprodutivos, o aborto, o papel da Igreja, o questionamento das políticas sociais, toda a política de redistribuição. A direita ganhou as eleições na cidade de Buenos Aires e não há segurança de que um projeto medianamente progressista, pelo menos social democrata tenha continuidade. Na América Latina, o ciclo em direção à esquerda pode estar chegando a seu fim[A2] .
E Brasil e Venezuela?
Os resultados eleitorais do Chile nos demonstram que é possível haver um presidente em exercício com 80% de popularidade e seu partido perder as eleições. Isso poderia acontecer no Brasil. As pesquisas continuam indicando uma extraordinária popularidade de Lula, mas não há garantia que haverá continuidade do governo do PT no Brasil. E isso obviamente tem conseqüências geopolíticas importantes para o resto da América Latina, porque se a direita ganha no Brasil, a situação na Venezuela, Equador e Bolívia se coloca em extremo perigo. Não há uma situação de otimismo para os próximos anos na América Latina[A3] .
Quais são as perspectivas para as eleições na Venezuela neste ano?
As eleições parlamentares na Venezuela são em setembro deste ano. São eleições que se dão em uma conjuntura muito pouco favorável para o governo porque esse ano será muito difícil economicamente. Por vários motivos, mas fundamentalmente porque, como conseqüência da desvalorização do bolívar, haverá um impacto inflacionário importante. A inflação na Venezuela não foi controlada. Temos a inflação mais alta da América Latina, no ano passado foi de 25%, e a desvalorização seguramente vai significar um impacto inflacionário, o qual obviamente tem impactos sobre a capacidade de consumo da população. E isso tem custo político para o governo como para todas as partes. A isso se agrega o fato de que há uma severa crise de eletricidade que, em termos imediatos, explica-se pela seca. 70% do consumo elétrico na Venezuela é gerado por hidroeletricidade. E houve uma severa seca como conseqüência do Niño e as represas estão em um nível alarmante e vão a reduzir o volume de geração de eletricidade para não consumir toda a água que é retida. Isso deu força à oposição venezuelana, que acusa o governo de ser o responsável de não ter feito a manutenção de quadros, não ter feito investimentos em energias geotérmicas, em plantas de geração de eletricidade de outro tipo... E por outra parte, há os problemas não resolvidos, sendo o principal deles a insegurança. Na Venezuela, a insegurança é um problema sério em termos estatísticos e de percepção social de insegurança, que são problemas relacionados, mas diferentes. A taxa de homicídios no país aumentou durante esses anos de forma significativa e a percepção e paranóia em torno da insegurança ocupa um lugar muito importante no cenário do país. E esse é um problema que o governo também não teve capacidade de resolver. Estamos numa conjuntura particularmente complicada para o governo. Se o governo perder as eleições, na assembléia nacional isso seria realmente catastrófico. Isso significa um parlamento que passaria a estar em mãos da oposição[A4] .
Qual a sua avaliação das recentes medidas econômicas de Chávez?
A medida econômica mais importante até agora, neste ano, foi a desvalorização. Como conseqüência de ser um país petroleiro, a Venezuela tem tido, historicamente, uma moeda supervalorizada, porque tem como conseqüência um mercado grande para sua principal produção que é o petróleo, e preços que historicamente tendem a crescer. Desde a década de 30 do século passado temos uma moeda sobrevalorizada, e isso gera conseqüências. É muito mais barato comprar coisas no exterior que no país. E é muito difícil exportar, porque o custo de produção internos são, dado a paridade da moeda, muito altos em relação aos preços internacionais. Isso faz com que o país seja altamente dependente de seu único setor efetivamente competitivo que é o petróleo. Houve uma deterioração continuada da capacidade de produção interna. A Venezuela, que foi um país agrícola até a segunda ou terceira década do século passado, passou a ser um país totalmente dependente da importação de alimentos. Hoje, segue importando 70% dos alimentos que consome. Essa paridade da moeda era absolutamente insustentável. Então uma desvalorização era necessária há bastante tempo[A5] . O problema é se a desvalorização está ou não acompanhada de outras políticas que façam com que a desvalorização não se converta simplesmente um mecanismo acelerador de inflação.
As medidas que foram e estão sendo tomadas não mudam a situação da economia interna?
Até agora não. E não está anunciado. Está anunciado um fundo para financiar a produção interna, mas eu pessoalmente acho que há um desequilíbrio entre o impacto dessa medida, que é muito forte, e a relativa debilidade das políticas de impulso da produção. Por outro lado, no modelo de socialismo que se constrói na Venezuela, desde uma proposta social democrata avançada do começo do governo Chávez, a agora, quando ele acaba de se declarar marxista, há uma transição política e ideológica importante, na medida em que o modelo de sociedade e o modelo de socialismo tem sido uma coisa que vem mudando com o tempo[A6] .
O que muda na economia da Venezuela sob o modelo do socialismo do século 21, nos marcos da chamada revolução bolivariana?
A constituição do ano de 99, que é a constituição vigente, não define a sociedade venezuelana como socialista e sim como capitalista social democrata, de Estado de Bem Estar. Dá um peso importante ao Estado, que garante os direitos básicos e gratuidade da educação e da saúde. O Estado é o dono das empresas básicas, é o Estado regulador etc. Mas, além do Estado, define áreas econômicas do setor privado, que fundamentalmente engloba o setor de produção de insumos, de serviços, da economia social, de cooperativas. Sobre a base desse desenho constitucional, vem se modificando o discurso na medida em que se assinala que o modelo é socialista, que é outra coisa diferente. Esse modelo socialista tem obviamente poucas definições. E se vem reiterando que não é um modelo de estatização total da economia, e por isso há um setor privado que seguirá funcionando. Mas não houve uma definição sobre o que consiste o setor privado, quais áreas da economia ficam em mãos do setor privado, quais as relações entre setor publico e privado... Então, em conseqüência, há uma permanente indefinição a respeito de até onde vai esse processo. Quando se propõe um modelo de sociedade sem o setor privado na produção, isso significa um tipo de sociedade. Se, pelo contrário, se propõe que haja um modelo de sociedade mista, isso significa que esse mercado e essas propriedades tem que ter algumas regras do jogo. O que temos nesse momento é que parece que nem está proposto a estatização de tudo nem há um reconhecimento de qual é o papel do setor privado. Então, não há nem uma coisa nem outra. Temos um setor privado que tenta fazer maior negócio possível a curto prazo porque não sabe o que vai acontecer. Especula, especula, tira o maior lucro possível, mas não o investe. Então é uma situação ou de especulação, ou de escassez, não geração de novos empregos. E o setor privado tem sido isso durante esses anos. Diante das medidas de desvalorização e as tentativas de especulação por parte do setores importadores e comerciantes, o governo respondeu dizendo que os negócios que especulem serão expropriados. Então, se aprova uma nova lei que faz isso possível. Uma nova lei que não passa por procedimentos judiciais, nem por procedimentos de uma primeira sanção, segunda sanção, que passa diretamente no momento que o Executivo decida que um negócio está especulando pode proceder diretamente com a expropriação. Baseados nessa lei, expropriaram uma importante cadeia de supermercados, cadeia Exito, de capital colombiano francês. E isso se supõe que é uma espécie de efeito demonstrador: "já sabem o que vai lhes acontecer se não tiverem cuidado e se tentam especular". É um terreno de indefinições. Obviamente todo processo de mudanças tem indefinições, isso é inevitável. Mas se a expectativa é que exista um setor privado produtivo que gere emprego, o Estado tem que dar alguns sinais de que isso existirá. Se o setor privado interpreta que o Estado a qualquer momento vai mudar as regras do jogo, vai expropriar, ele não vai ter uma visão a médio prazo, e muito menos a longo prazo[A7] .
Caros Amigos - O que é o socialismo do século 21 e quais são as diferenças do socialismo do século 20?
Eu não posso ter senão uma perspectiva muito crítica. Se alguém olha para o que foi a experiência do socialismo do século 20, fundamentalmente pensa na experiência soviética e eu creio que pode-se identificar duas áreas principais de fracasso retumbante. O fracasso prático, ou seja, não conseguiram uma sociedade mais democrática, mas sim, uma menos democrática. O fato de que a democracia liberal seja uma democracia manejada por dinheiro não faz com que sua eliminação em si mesma seja mais democrática. E a experiência soviética obviamente terminou em uma experiência não só não democrática, mas de caráter autoritário. Mas, por outro lado, desde o ponto de vista dos desafios que hoje confrontamos como a crise do modelo civilizatório, os limites do planeta, as mudanças climáticas, ou seja, o desafio de construção de um outro padrão civilizatório, é obvio que o socialismo do século 20 não foi a busca de um padrão civilizatório diferente, mas sim a reprodução de um padrão produtivista. Achavam que a União Soviética chegaria ao comunismo no momento em que ultrapassasse os Estados Unidos nos milhões de toneladas de aço e de cimento que produzia. Para mim, as duas perguntas que devem ser feitas a um modelo que se propõe como alternativo ao socialismo do século 20, que se reclama como socialismo do século 21, que supõe-se que quer ser diferente do século 20, são: onde está a democracia e onde estão as transformações civilizatórias[A8] .
Sem isso, não creio que seja possível construir uma alternativa pós capitalista melhor, não sei se socialista ou não. Na Venezuela, lamentavelmente, ocorreu uma brecha geracional muito importante entre a época em que a esquerda viveu a crise do socialismo e o colapso da União Soviética e o questionamento da experiência socialista; e a chegada de Chávez. Ocorreu um vazio histórico, o debate da esquerda desapareceu praticamente e agora chegamos a uma nova situação onde se tenta construir o socialismo do século 21 sem memória, sem história, sem voltar a refletir criticamente sobre o que aconteceu antes e porque passou. E, em consequência, tende a repetir os mesmos erros de estatismo e centralização de poder.
Caros Amigos - E passada mais de uma década de governo Chávez, quais são os principais avanços do seu governo?
O mais importante, sem dúvida, é uma transformação da cultura política, a auto estima, a dignidade popular do povo venezuelano. Isso é uma coisa extraordinariamente importante, e isso aconteceu como consequência de políticas públicas, de promoção de mobilização, de políticas educativas, de saúde, de água, de incentivo de participação popular, e isso é o mais importante. Ocorreu uma melhora nos níveis de vida, de alimentação e saúde do setor popular. Hoje, a Venezuela é o país menos desigual da América Latina, segundo a Cepal. E isso não é pouca coisa. Hoje, o Estado venezuelano recuperou o controle fundamental sobre as reservas petroleiras que estavam em processo de entrega massiva ao capital internacional. Um informe do escritório geológico dos EUA afirma que a Venezuela tem as reservas petroleiras maiores do mundo que chegam ao dobro da Arábia Saudita. Isso é obviamente uma das razões pelas quais há uma agressividade tão grande contra o governo Chávez a nível internacional e por parte das políticas dos Estados Unidos. Então essa área de políticas diretas em relação aos setores populares, o que foram as missões em termos de políticas de alfabetização massiva. O impacto sobre a América Latina, nos processos de Equador e Bolívia, dificilmente poderia ocorrer sem a experiência anterior de Chávez e o apoio político e experiência da reforma constitucional. Isso é algo que faz parte da herança da América Latina hoje. Eu diria que por aí aponta o fundamental.
Os processos de politização ampla dos setores populares. Antes, o tema principal de conversa em qualquer transporte popular ou de classe média era a novela brasileira, e hoje é a política. No entanto, há muitas ameaças de precariedade, de centralismo de poder, de caudilhismo. O fato de que há uma contradição entre as dinâmicas democratizadoras de base e o processo de tomadas de decisões acima. Se as pessoas estão organizadas democraticamente e falam de democracia, ligam a televisão e veem que o presidente diz "está decidido", então, elas pensam "o que nós estávamos discutindo aqui, para que servia? Se na hora da verdade quem decide é outra pessoa e nos inteiramos pela televisão? ". Essa tensão atravessa a sociedade venezuelana hoje. É uma contradição que não está resolvida[A9] .
Caros Amigos - Quais são os principais desafios da chamada revolução bolivariana?
Em primeiro lugar, a democratização. Se não houver processos de institucionalização do processo. Se não há processos nos quais existam dinâmicas coletivas de tomada de decisão que permitam o debate, a confrontação, debates públicos... Chávez declarou que exige lealdade total, porque ele não é um homem, é um povo. Vamos pensar o que significa isso. Quem não está de acordo com Chávez, não está de acordo com o povo. Está negada, de antemão, toda a possibilidade de desacordo, de discussão, de debate, porque ele representa o povo, unitariamente, a totalidade. Então, os problemas de produção, de confrontação com as ameaças imperiais, a subversão da oposição, essas coisas estão aí, e o problema é se há capacidade de responder democraticamente, aprofundando a democracia ou se, pelo contrário, a lógica da ameaça leva a responder com o encerramento do processo de tomada de decisões, que creio que é o pior que pode se acontecer, porque isso mata o processo internamente. Por isso eu acho que a ameaça maior é interna, é do chavismo e não da oposição. Há ameaça da oposição, há ameaça dos Estados Unidos, há a base militar na Colômbia, tudo isso é certo. Mas a principal ameaça é o desgaste do processo como consequência das pessoas irem perdendo a confiança democrática[A10] .
Tatiana Merlino é jornalista
Edgardo Lander: "O ciclo em direção à esquerda pode estar chegando a seu fim"
 
Fonte: Caros Amigos

 [A1]Isto é interessante: enquanto que a direita vê um ininterrupto avanço da esquerda no continente americano, em especial nos países andinos, o que a própria esquerda aqui nota é uma indefinição deste processo de acordo com seus parâmetros utópicos.
 [A2]Quando um analista chega a dizer que alguém como Pinochet ou simplesmente alguém, um indivíduo ocasionou uma “transformação cultural profunda” se percebe o peso do mito nas falsas consciências. Ninguém tem tamanho poder, o que há de fato é um processo de racionalização econômica (que é resultante da ação de vários indivíduos e não apenas um ou um grupo) em torno de um núcleo de propostas pragmáticas.
 [A3]Eh eh, os bonecos estão apavorados. Realmente, eu não tenho esta certeza que acomete muitos direitistas de que as eleições presidenciais no Brasil já estão definidas com Dilma. Um fator de “irracionalidade política” ainda pode sobrevir com a antipatia que causa a candidata em muitos eleitores. Deixando claro que o que eu entendo por ‘racionalidade’ significa a perpetuação do atual assistencialismo brasileiro que eu, pessoalmente, desaprovo. Logo, ‘racional’ para mim não significa o melhor.
 [A4]Muitos liberais e conservadores deveriam ler isto. Mas, como “não perdem tempo lendo o inimigo” ficam criando bonecos de palha que dão uma dimensão errada de seus rivais, como se a esquerda não estivesse degringolando por sua congênita incompetência. E para quem acha que a esquerda se utiliza das mudanças climáticas para disseminar o alarmismo poderia aproveitar para ver como, no caso, o El Niño não foi nada proveitoso para Hugo Chávez... Mas, como um amigo já me alertou, não devo ser muito otimista, pois caudilhos como Chávez costumam se perpetuar no poder às expensas da situação econômica desfavorável. Bem... Basta vermos o que é Cuba...
 [A5]Esta medida permite um aumento das exportações, mas o consumo interno é prejudicado. Ingenuamente, o entrevistado crê que isto baste para se desenvolver uma produção autóctone dos bens importados, como se fosse possível uma substituição de importações de alimentos competitiva, barata sem que se invista numa economia de escala do setor que é, tradicionalmente, feita pelo setor privado.
 [A6]Se confunde muito marxismo com leninismo. Se Chávez fosse o primeiro se empenharia em desenvolver o capitalismo para depois alçar uma revolução. Como ele se aproveita das chamadas “vantagens do atraso” está mais para o segundo caso.
 [A7]Acho que este foi o parágrafo mais inteligente do professor: se o estado venezuelano é social-democrata, as regras devem ser claras para o setor privado investir se sentindo seguro; se for socialista, estatal mesmo, não deve deixar espaço para o capital privado (sob constante ameaça) como o faz.
 [A8]Estão definitivamente fora do marco socialista, mas dizer isto a socialistas é difícil, então o melhor é deixá-los que descubram através de seus fracassos mesmo.
 [A9]E que, acredito, levará a sua derrocada. É uma questão de gerações, quando as próximas não cairão no engodo das antigas. O hiato entre o desenvolvimento de vários países contra o estado fossilizado venezuelano só aumentará e trará problemas aos países fronteiriços.
 [A10]“Perdendo a confiança democrática” ou melhor, criando a necessidade de democracia, coisa que inexiste na Venezuela de hoje se tomarmos por princípio a existência do dissenso.

Desespero



O Irã está desesperado. Alto funcionário de Teerã advertiu que o país não tolerará a inspeção a suas embarcações em mar aberto, sob pretexto de implementar a última rodada de sanções impostas pelo CSNU. Contra-medidas iranianas seriam adotadas no Estreito de Ormuz, segundo declaração de Kazem Jalali, ca Comissão de Segurança Nacional.

Não será a primeira vez que uma reação dessas provocará uma outra dos EUA, que não permitirá a interferência no fluxo livre de petróleo do Golfo.

A situação agora, com apoio de Rússia e China é bastante diferente de quando os EUA estavam relativamente sós quanto às sanções ao Irã. E nesta última rodada, as frentes externa e interna iranianas estão divididas podendo levar o país a capitulação.

Embora o Irã possa pressionar regionalmente (Iraque, Líbano, Afeganistão), as disputas internas no país apontam para um enfraquecimento de Ahmadinejad que deve dar o próximo passo.


Dispatch: Expanding Reach of Mexico's Drug Cartels | STRATFOR




Dispatch: Expanding Reach of Mexico's Drug Cartels | STRATFOR

O Emirado do Cáucaso

The Caucasus Emirate


Dirty Bombs Revisited: Combating the Hype

By Scott Stewart and Ben West
On April 9, a woman armed with a pistol and with explosives strapped to her body approached a group of police officers in the northern Caucasus village of Ekazhevo, in the southern Russian republic of Ingushetia. The police officers were preparing to launch an operation to kill or capture militants in the area. The woman shot and wounded one of the officers, at which point other officers drew their weapons and shot the woman. As she fell to the ground, the suicide vest she was wearing detonated. The woman was killed and the man she wounded, the head of the of the Russian Interior Ministry’s local office, was rushed to the hospital where he died from his wounds.
Such incidents are regular occurrences in Russia’s southernmost republics of Chechnya, Ingushetia, Dagestan, Kabardino-Balkaria and North Ossetia. These five republics are home to fundamentalist separatist insurgencies that carry out regular attacks against security forces and government officials through the use of suicide bombers, vehicle-borne improvised explosive devices (VBIEDs), armed assaults and targeted assassinations. However, we have noted a change in the operational tempo of militants in the region. So far in 2010, militants have carried out 23 attacks in the Caucasus, killing at least 34 people — a notable increase over the eight attacks that killed 17 people in the region during the same period last year. These militants have also returned to attacking the far enemy in Moscow and not just the near enemy in the Caucasus.

History of Activity

Over the past year, in addition to the weekly attacks we expect to see in the region (such as the one described above), a group calling itself the Caucasus Emirate has claimed five significant attacks against larger targets and, notably, ventured outside of the northern Caucasus region. The first of these attacks was a suicide VBIED bombing that seriously wounded Ingushetia’s president, Yunus-bek Yevkurov, and killed several members of his protective detail in June 2009 as Yekurov was traveling along a predictable route in a motorcade from his residence to his office. Then in August of that year, CE militants claimed responsibility for an explosion at the SiberianSayano-Shushenskaya hydroelectric dam that flooded the engine room, disabled turbines, wrecked equipment and killed 74 people (the structure of the dam was not affected). In November 2009, the group claimed responsibility for assassinating an Orthodox priest in Moscow and for detonating a bomb that targeted a high-speed train called the Nevsky Express that runs between Moscow and St. Petersburg and killing 30 people. Its most recent attack outside of the Caucasus occurred on March 29, 2010, when two female suicide bombers detonated IEDs in Moscow’s underground rail system during morning rush hour, killing 40 people.
The group’s claim of responsibility for the hydroelectric dam was, by all accounts, a phony one. At the time, STRATFOR was not convinced at all that the high level of damage we saw in images of the site could be brought about by a very large IED, much less a single anti-tank mine, which is what the Caucasus Emirate claimed it used in the attack. STRATFOR sources in Russia later confirmed that the explosion was caused by age, neglect and failing systems and not a militant attack, confirming our original assessment. While the Caucasus Emirate had emerged on our radar as early as summer 2009, we were dubious of its capabilities given this apparent false claim. However, while the claim of responsibility for the dam attack was bogus, STRATFOR sources in Russia tell us that the group was indeed responsible for the other attacks described above.
So, although we were initially skeptical about the Caucasus Emirate, the fact that the group has claimed several attacks that our Russian sources tell us it indeed carried out indicates that it is time to seriously examine the group and its leadership.
Russian security forces, with the assistance of pro-Moscow regional leaders such as Chechen President Ramzan Kadyrov and Ingush President Yunus-bek Yevkurov, are constantly putting pressure on militant networks in the region. Raids on militant hideouts occur weekly, and after major attacks (such as the assassination attempt against Yevkurov or the Moscow metro bombings), security forces typically respond with fierce raids on militant positions that result in the arrests or deaths of militant leaders, among others. Chechen militant leaders such as Shamil Basayev (who claimed responsibility for the attack that killed pro-Russian Chechen PresidentAkhmad Kadyrov and the Beslan school siege, both in 2004) was killed by Russian forces in 2006. Before Basayev, Ibn Al-Khattab (who was widely suspected of being responsible for the 1999 apartment bombings in Russia) was killed by the Russian Federal Security Service in a 2002. The deaths of Basayev, Khattab and many others like them have fractured the militant movement in the Caucasus, but may also have prompted its remnants to join up under the Caucasus Emirate umbrella.
It is impressive that in the face of heavy Russian pressure, the Caucasus Emirate not only has continued operations but also has increased its operational tempo, all the while capitalizing on the attacks with public announcements claiming responsibility and criticizing the Russian counterterrorism response. Between March 29 and April 9, the group coordinated three different attacks involving five suicide operatives (three of which were female) in Moscow, Dagestan and Ingushetia. This is a substantial feat indicating that the Caucasus Emirate can manage several different teams of attackers and influence when they strike their targets.

Doku Umarov: A Charismatic (and Resilient) Leader

The Caucasus Emirate was created and is led by Doku Umarov, a seasoned veteran of both thefirst and second Chechen wars in which he was in charge of his own battalion. By 2006, Umarov had become the self-proclaimed president of the Chechen Republic of Ichkeria, an unrecognized secessionist government of Chechnya. He has been declared dead at least six times by fellow militants as well as Chechen and Russian authorities, most recently in June 2009. Yet he continues to appear in videos claiming attacks against Russian targets, including a video dated March 29, 2010, in which he claimed responsibility for the Moscow metro attacks.
In October 2007, Umarov expanded his following by declaring the formation of the Caucasus Emirate as the successor to the Chechen Republic of Ichkeria and appointing himself emir, or leader. In his statement marking the formation of the Caucasus Emirate, Umarov rejected the laws and borders of the Russian state and called for the Caucasus region to recognize the new emirate as the rightful power and adopt Shariah. The new emirate expanded far beyond his original mandate of Chechnya into Dagestan, Ingushetia, North Ossetia and other predominantly Muslim areas farther to the north. He called for the creation of an Islamic power that would not acknowledge the current boundaries of nation-states. Umarov also clearly indicated that the formation of this emirate could not be done peacefully. He called for the “Islamic” entity to be created by forcefully driving out Russian troops. The policy of physically removing one political entity in order to establish an Islamic emirate makes the Caucasus Emirate a jihadist group.
Later, in April 2009, Umarov released another statement in which he justified attacks against Russian civilians (civilians in the Caucasus were largely deemed off-limits by virtually all organized militant groups) and called for more attacks in Russian territory outside of the Caucasus. We saw this policy start to take shape with the November 2009 assassination of Daniil Sysoev, the Orthodox priest murdered at his home in Moscow for allegedly “defaming Islam,” and continue with the train bombing later that month and the Moscow metro bombing in March 2010.
Umarov has made it clear that he is the leader of the Caucasus Emirate and, given the effectiveness of its attacks on Russian soil outside of the Caucasus, Russian authorities are rightfully concerned about the group. Clearly, however, there is more there than just Umarov.

A Confederacy of Militant Groups

The Caucasus Emirate appears to be an umbrella group for many regional militant groups spawned during the second Chechen war (1999-2009). Myriad groups formed under militant commanders, waged attacks (sometimes coordinated with others, sometimes not) against Russian troops and saw their leaders die and get replaced time and again. Some groups disappeared altogether, some opted for political reconciliation and gave up their militant tactics and some produced leaders like the Kadyrovs who formed the current Chechen government. All in all, the larger and more organized Islamist groups seen in the first and second Chechen wars are now broken and weak, their remnants possibly consolidated within Umarov’s Caucasus Emirate.
For example, the militant group Riyadus Salihin, founded by Basayev, seems to have been folded into the Caucasus Emirate. Umarov himself issued a statement confirming the union in April 2009. When Basayev was killed in 2006, he was serving as vice president of the Chechen Republic of Ichkeria under Umarov. Significantly, Riyadus Salihin brought Basayev together with Pavel Kosolapov, an ethnic Russian soldier who switched sides during the second Chechen war and converted to Islam. Kosolapov is suspected of being an expert bombmaker and is thought to have made the explosive device used in the November 2009 Moscow-St. Petersburg train attack (which was similar to an August 2007 attack in the same location that used the same amount and type of explosive material) as well as devices employed in the March 2010 Moscow metro attack.
The advantage of having an operative such as Kosolapov working for the Caucasus Emirate cannot be understated. Not only does he apparently have excellent bombmaking tradecraft, but he also served in the Russian military, which means he has deep insight into how the forces working against the Caucasus Emirate operate. The fact that Kosolapov is an ethnic Russian also means that the Caucasus Emirate has an operator who is able to more aptly navigate centers such as Moscow or St. Petersburg, unlike some of his Caucasian colleagues. While Kosolapov is being sought by virtually every law enforcement agency in Russia, altering his appearance may help him evade the dragnet.
In addition to inheriting Kosolapov and Riyadus Salihin, the Caucasus Emirate also appears to have acquired the Dagestani militant group, Shariat Jamaat, one of the oldest Islamist militant groups fighting in Dagestan. In 2007, a spokesman for the group told a Radio Free Europe interviewer that its fighters had pledged allegiance to Doku Umarov and the Caucasus Emirate. Violent attacks have continued apace, with the last attack in Dagestan conducted as recently as March 31, a complex operation that used a follow-on suicide attacker to ensure the death of authorities responding to an initial blast. In all, nine police officers were killed in the attack, including a senior police commander, which occurred just two days after the Moscow metro attacks. The March 31 attack was only the second instance of a suicide VBIED being used in Dagestan, the first occurring in January 2010. This tactic of using a secondary IED to attack first responders is fairly common in many parts of the world, but it is not normally seen in Dagestan. The timing of the attack so close to the Moscow metro bombing and the emergence of VBIEDs in Dagestan opens the possibility that the proliferation of this tactic may be linked to the expansion of the Caucasus Emirate.

In the Crosshairs

The Caucasus Emirate appears to have managed to centralize (or at least take credit for) the efforts of previously disparate militant groups throughout the Caucasus. Russia announced that it would start withdrawing troops from Chechnya in April 2009, but some 20,000 Russian troops remain in the region, and the start of withdrawal has likely led to a resurgence in local militant activity. Ultimately, Moscow will have to live with the threat, but it will work hard to ensure that militant groups stay as fragmented and weak as possible. While the Caucasus Emirate seems to demonstrate a relatively high level of organization, as well as an ability to strike at Russia’s heartland, STRATFOR sources say Russian Prime Minister Vladimir Putin was outraged by the Moscow attacks. This suggests that people will be held accountable for the lapse in security in Moscow and that retribution will be sought in the Caucasus.
Umarov’s founding statement for the Caucasus Emirate, in which he called for the region to recognize the emirate as the rightful regional power and adopt Shariah, marked a shift from the motives of many previous militant leaders and groups, which were more nationalistic than jihadist. This trend of regional militants becoming more jihadist in their outlook increases the likelihood that they will forge substantial links with transnational jihadists such as al Qaeda — indeed, our Russian sources report that there are connections between the group and high-profile jihadists like Ilyas Kashmiri.
However, this alignment with transnational jihadists comes with a price. It could serve to distance the Caucasus Emirate from the general population, which practices a more moderate form of Islam (Sufi). This could help Moscow isolate and neutralize members of the Caucasus Emirate. Indeed, key individuals in the group such as Umarov and Kosolapov are operating in a very hostile environment and can name many of their predecessors who met their ends fighting the Russians. Both of these men have survived so far, but having prodded Moscow so provocatively, they are likely living on borrowed time.
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