Fernando, a grande maioria do que escreveste vai de encontro ao que penso, é isto mesmo, uma descentralização política é mais importante do que uma descentralização econômica capenga feita por 1/2 dúzia de empresas que dominam a cidade em consórcio com a prefeitura. Gosto da idéia de uma arena política em que todos podem discutir e fazer valer seus projetos quando refletidos por um grupo maior que não tem o mesmo poder de articulação. E um condomínio, como bem notaste, não tem a mesma abrangência. Agora, só me resta uma dúvida (o que, talvez, eu discorde), os zoneamentos valorizam certas áreas sim em detrimento de outras, mas quando um indivíduo e um grupo deles se desloca para determinada zona urbana, ele compra uma fração de terra com certos atributos, está portanto ancorado num contrato que precede a própria propriedade. Assim, quando se rompe um zoneamento ou se altera seu padrão legal está se rompendo o mesmo contrato. Ora, se defendes o que pode vir a ser chamado como negociação, não se pode, em meu entender, certas normas criadas com o intuito de harmonizar ou destinar certos fins a áreas específicas. Exceto se tudo que foi feito antes do modelo que propõe passem a ser inválidas, as novas áreas também passarão a criar normas, mesmo que hipoteticamente não delineadas para um tempo ou período previsto, mas irão contemplar um código de posturas, no mínimo, e um modo de proceder num determinado espaço urbano que não é homogêneo a toda cidade, pois esta é uma característica essencial das cidades, sua heterogeneidade.
Abraço,
a.h