interceptor

Novas mensagens, análises etc. irão se concentrar a partir de agora em interceptor.
O presente blog, Geografia Conservadora servirá mais como arquivo e registro de rascunhos.
a.h

Thursday, September 22, 2005

Furacão Hugo: propriedade privada vs. propriedade pública

.
.
Governo e furacão: uma combinação mortal
por Murray N. Rothbard em 22 de setembro de 2005

Resumo: Talvez, o pior “vendaval” para os residentes costeiros tenha sido a intervenção daqueles inimigos profissionais da humanidade – os ambientalistas.

© 2005 MidiaSemMascara.org

.

Desastres naturais, como furacões, tornados e erupções vulcânicas, ocorrem de tempos em tempos e muitas vítimas desses desastres têm a infeliz tendência de procurar a quem culpar. Ou melhor, procurar quem pagará pela ajuda recebida e pela sua reabilitação. É quando o Papai Governo (um coadjuvante do infeliz pagador de impostos) é chamado, em alto e bom som, para abrir seus bolsos. O último incidente aconteceu depois da devastação do Furacão Hugo, quando muitos habitantes da Carolina do Sul redirecionaram sua ira, do impiedoso furacão, para o governo e sua agência FEMA (Agência Federal de Gerenciamento de Emergências), por não terem enviado mais ajuda, mais rapidamente.

.
Mas, por que os cidadãos pagadores de impostos A e B devem ser forçados a pagarem por desastres naturais que atingem o cidadão C? Por que o cidadão C e suas companhias privadas de seguros não pagam a conta? Qual é o princípio ético que fundamenta a insistência de que os habitantes da Carolina do Sul, sejam segurados ou não segurados, pobres ou ricos, devem ser subsidiados a expensas de todos nós, pobres ou ricos, que não vivemos na costa atlântica sul, um lugar notório por enfrentar furacões outonais? Realmente, o espirituoso ator que, regularmente, personifica o Presidente Bush no programa televisivo Saturday Night Live estava, talvez, mais correto do que ele pensava, quando pontificou: “Furacão Hugo – não tenho culpa.” Mas nesse caso, claro, o governo federal deveria sair do negócio da ajuda emergencial e a FEMA deveria ser abolida imediatamente.

.
No entanto, mesmo que o governo federal não seja tão culpado assim, outras forças governamentais jogaram no time de Hugo e aumentaram a devastação que ele infligiu. Considere o ponto de vista do governo local. Quando o furacão Hugo chegou, o governo impôs uma evacuação compulsória em muitas áreas costeiras da Carolina do Sul. Então, quase uma semana depois de Hugo ter atingido a região, a prefeita de uma das cidades mais atingidas, Isle of Palms perto de Charleston, proibiu os residentes a retornarem a suas casas para tentar avaliar e reparar os danos.

.
Como se atreveu a prefeita proibir as pessoas a retornarem à suas casas? Quando ela, finalmente, cedeu, seis dias depois, ainda impôs, na cidade, um toque de recolher a partir de 19h. A teoria por trás dessa afronta é que as autoridades locais estavam “temendo pela segurança dos cidadãos e preocupados com possíveis saques.” Mas os oprimidos residentes de Isle of Palms tiveram uma reação diferente. A maioria deles ficou irritada; um caso típico foi da senhora Pauline Bennett que lamentava que “se pudéssemos ter chegado mais cedo teríamos salvado mais coisas.”

.
Mas esse não foi, obviamente, o único caso de intervenção do “estado de bem-estar social”, tornando piores as coisas para as vítimas do Hugo. Como resultado da devastação, houve escassez de vários produtos na cidade de Charleston. Respondendo à repentina escassez, o mercado agiu rapidamente para equalizar a oferta e a demanda, por conseqüência, elevando os preços: estimulando o racionamento direto, voluntário e efetivo de bens, abruptamente escassos. A prefeitura de Charleston, no entanto, rapidamente interveio para impedir a trapaça, o logro, por meio de aumentos abusivos de preço – aprovou, grotescamente, uma legislação de emergência, que tornava crime a prática de preços mais altos do que os existentes antes do furacão Hugo, punível com uma multa máxima de US$200 e um mês de cadeia.

.
O “estado de bem-estar social” de Charleston substituiu, insofismavelmente, os preços altos por uma aguda crise de escassez de produtos. Os recursos disponíveis foram alterados e mal alocados, longas filas se formaram, tal como na Europa Oriental e tudo isso para que o povo de Charleston pudesse ter a confortável sensação de que, se pudessem encontrar os bens escassos, eles pagariam os precinhos existentes antes da chegada do furacão.

.
Assim, as autoridades municipais colaboraram com o trabalho de Hugo, intensificando sua destruição, por meio da evacuação obrigatória e da proibição do retorno e agravando a escassez, pela imposição do controle de preços. Mas isso não foi tudo. Talvez, o pior “vendaval” para os residentes costeiros tenha sido a intervenção daqueles inimigos profissionais da humanidade – os ambientalistas.

.
No ano passado, reagindo às reclamações dos ambientalistas sobre o desenvolvimento de propriedades praianas e o perigo de “erosão das praias” (as praias têm “direitos” também?), o estado da Carolina do Sul aprovou uma lei que restringe severamente qualquer nova construção à beira da praia, ou a substituição de qualquer construção danificada. O furacão Hugo, aparentemente, ofereceu uma oportunidade, enviada pelos céus, para que o Conselho Costeiro da Carolina do Sul tornasse as praias, completamente, livres de seres humanos. O professor de Geologia, Michael Katuna, um consultor do Conselho Costeiro, enxergou apenas justiça poética, arrogantemente declarando que “As casas não ficam bem nas praias, lugar onde a Mãe Natureza deseja trazer tempestades e furacões.” E se a Mãe Natureza desejasse que voássemos, ela nos teria dado asas?

.
Outros ambientalistas foram ainda mais longe, no louvor ao furacão Hugo. O professor Orrin H. Pilkey, geólogo em Duke, que é um dos principais teóricos do movimento “não-construa-na-praia,” criticou os desenvolvimentos imobiliários em Pawleys Island, a nordeste de Charleston, e sua reconstrução depois da destruição promovida pelo furacão Hazel em 1954. “A área é um exemplo de uma zona de alto risco que não deveria ter sido desenvolvida e, certamente, não deveria ter sido reconstruída depois da tempestade.” Pilkey agora chama Hugo de “um furacão muito oportuno”, que demonstra que as praias devem ser devolvidas à Natureza.

.
Gered Lennon, geólogo do Conselho Costeiro, expressou-se sucintamente: “Por mais desastre que o furacão tenha causado, ele pode ter tido um resultado saudável. Espera-se que ele restrinja alguns desenvolvimentos imobiliários imprudentes ao longo da costa.”

.
A atitude olímpica dos líderes ambientalistas contrastou, fortemente, com a visão dos residentes que tiveram suas propriedades destruídas. A senhora Bennett expressou o ponto de vista dos moradores de Isle of Palms. Determinada a reconstruir no mesmo lugar, ela observa: “Não temos escolha. Isso é tudo que temos. Temos de ficar aqui. Quem vai comprar nosso imóvel?” De certo, não a elite ambientalista da Carolina do Sul. Tom Browne, de Folly Beach, encontrou sua casa destruída pelo furacão Hugo. “Não sei se serei capaz de reconstruí-la ou mesmo se o Estado vai me permitir fazê-lo,” reclamava Browne. A lei, ele observa, está confiscando a propriedade sem indenização. “Isso há de ser inconstitucional.”

.
Precisamente. Pouco antes de Hugo chegar, David Lucas, um proprietário de Isle of Palms, ganhou uma ação de US$1,2 milhões contra o estado de Carolina do Sul. O tribunal decidiu que o estado não podia negar-lhe o direito de construir em sua terra, sem a devida compensação. E os ambientalistas da Carolina do Sul não serão capazes de obrigar os pagadores de impostos a se responsabilizarem pelas enormes compensações financeiras advindas da proibição da reconstrução de todos os imóveis destruídos pelo furacão Hugo.

.
Skip Johnson, um ambientalista consultor da Carolina do Sul se preocupa: “será um pesadelo real.” As pessoas vão querer reconstruir e seguir com suas vidas. “O Conselho Costeiro e seu pessoal”, Johnson lamenta, “vão ter muito trabalho.” Esperemos que sim.


.
.

Artigo recentemente republicado em LewRockwell.com. Originalmente publicado na The Free Market, em dezembro de 1989.

.

Tradução: Antônio Emílio Angueth de Araújo
.
.

Tuesday, September 20, 2005

'Refugiados políticos'

.
.

Clitóris, o novo passaporte

por Janer Cristaldo em 19 de setembro de 2005
Resumo: Mudam os tempos, mudam os macetes. O golpe do exilado político está por demais manjado.
© 2005 MidiaSemMascara.org

.

Há passaportes e passaportes, não é verdade? Nas últimas décadas, emigrantes do Terceiro Mundo conseguiram se instalar no Primeiro graças ao golpe da perseguição política. Migrantes econômicos, que fugiam da miséria de seus países, criavam histórias políticas mirabolantes para comover os corações e mentes ingênuas dos europeus, americanos e canadenses. Eu vivia em Paris, em 1979, quando foi decretada a anistia no Brasil. Pânico generalizado entre os brasileiros que viviam encostados em francesas ou auxílios humanitários concedidos a exilados: “só pode ser armadilha da direita”. Não era. Com a anistia, terminou para muitos vivaldinos a boa vida na França.
.

Mudam os tempos, mudam os macetes. O golpe do exilado político está por demais manjado. No Paquistão, por exemplo, descobriu-se um outro passaporte para a boa vida do Primeiro Mundo. Segundo o presidente do Paquistão, Pervez Musharraf, em entrevista ao jornal norte-americano Washington Post, na terça-feira passada, "muitas pessoas dizem que, se você quer ir para o exterior, conseguir um visto para o Canadá e ficar rica, deixe-se estuprar". As palavras de Musharraf não desagradaram apenas as mulheres paquistanesas, mas também a Anistia Internacional, que se disse ultrajada com a declaração do ditador. O primeiro-ministro do Canadá, Paul Martin, que também está em Nova York, afirmou ter tratado do assunto com Musharraf. "Eu afirmei com veemência que comentários como esse não são aceitáveis", disse o premiê.
.

Pode ser. Mas se um estupro rende um futuro melhor, a tentação de submeter-se à violência – ou simulá-la – é grande. É o outro lado da moeda da generosidade dos hiperbóreos. Há muitas ONGs comprando escravos na África para libertá-los. O que só gera um rendoso comércio de escravos ou supostos escravos. O chefe de uma tribo reúne seu clã, apresenta-os como escravos, vende-os por cabeça. Uma vez libertados, são de novo recrutados como escravos para serem mais uma vez vendidos. Africanos podem ser subdesenvolvidos, mas criatividade não lhes falta.
Não há muita credibilidade nas palavras de um ditador. Mas se estupro igual passaporte canadense, sem dúvida o sacrifício vale a pena. As árabes que o digam. Os migrantes muçulmanos na Europa não ousaram insistir em duas instituições nada ocidentais, a poligamia e a infibulação da vagina. Se não ousaram, isto não quer dizer que, uma vez na Europa, as tenham abandonado. Pelo menos no que diz respeito às mutilações genitais femininas, só na Itália as vítimas já são mais de 50 mil. Uma bagatela, se as compararmos às 130 milhões de mulheres que têm o clitóris extirpado e a vagina costurada no mundo islâmico. O problema é que se a ablação do clitóris faz parte do jus consuetidinis no mundo árabe, na Europa constitui crime.
.

A praga, que há muito já afetava a França, começa a espalhar-se pelos demais países mediterrâneos. Com as novas rotas de entrada de imigrantes árabes na Europa, a infibulação chegou à Espanha. Se na França era comum as famílias árabes receberem um dia a visita de uma sage femme (parteira), vinda expressamente da África para executar o trabalho infame, na Espanha ocorre um fenômeno inverso: mais dia menos dia as meninas árabes são levadas por seus pais aos países de origem, em uma viagem de férias - "para visitar a vovó" -, da qual voltam sexualmente mutiladas. Segundo médicos, algumas dessas mutilações ocorrem na própria Espanha.
.

Canadá, Suécia e Estados Unidos já estão concedendo asilo a mães e filhas árabes, quando estas últimas sentem-se ameaçadas pela ablação do clitóris em seus países de origem. Segundo El País, o governo espanhol parece disposto a seguir o mesmo caminho para combater a prática. Enrique Fernández-Miranda, delegado para a Imigração, afirmou no ano passado que estas pessoas devem ser protegidas. "Temos em nossa legislação figuras com suporte jurídico suficiente para dar uma especial proteção e acolhida a estas mulheres". As medidas se aplicariam não só às mães, mas também às filhas, e a conseqüência seria algo como o direito de asilo, apenas com outro nome.
.

Até há pouco, os migrantes econômicos alegavam perseguições políticas para entrar no paraíso. A migração árabe está prestes a instituir um novo passaporte, o clitóris. Se hoje são 130 milhões as mulheres mutiladas no mundo muçulmano, a Europa, se persistir em seus pruridos humanitários, já pode ter uma idéia da invasão que a espera na entrada deste milênio. Se Canadá, Suécia e Estados Unidos estão longe do universo das mutiladas, Espanha, França e Itália estão ao lado. Junto com as mulheres que fogem para não ter o clitóris cortado, virão os cortadores de clitóris, afinal integração familiar oblige. O velho continente, que começa a libertar-se dos dogmas de uma religião criada por homens do deserto, cai agora na armadilha de uma outra.
.

Devido à imigração africana, o islamismo vai lentamente contaminando o continente, com suas mesquitas e práticas, algumas delas inconcebíveis em país que nutra algum respeito pelo ser humano. Na Itália, berço do catolicismo, a segunda religião em número de praticantes já é a muçulmana, com um milhão de fiéis. Fiéis que não se contentam em virar o traseiro pra lua e invocar Alá, mas querem impor modificações na legislação vigente. Entre outras, o Consiglio Islamico d’Italia requer o ensino do Corão nas escolas ou, como alternativa, a criação de escolas muçulmanas; o direito de a mulher ser fotografada com véu nos documentos de identidade; a sexta-feira livre e o direito de participar das preces do meio-dia. Famintos, mas exigentes. E aos poucos, os minaretes e a voz esganiçada dos muezins começa a invadir o continente das torres e dos sinos.
.

Na Suécia, patriarcas muçulmanos já se arrogam o direito de matar suas filhas, caso estas tenham relações com um sueco. Os países nórdicos vêm sendo assolados, nos últimos anos, por gangues de adolescentes árabes, cujo lazer predileto é estuprar nórdicas. (Só que, no caso, as nórdicas não têm motivação alguma para pedir asilo em algum outro país). Para estes pobres diabos, uma mulher sueca independente não é uma mulher sueca independente. É apenas uma "puta sueca". E como tal pode ser tranqüilamente estuprada. Se for árabe, não. Pois não é o mesmo violentar uma sueca e uma árabe. "A sueca recebe um monte de ajuda depois, além disso já foi fodida" - afirma um dos participantes de uma gangue -. "Mas a árabe têm problemas com sua família. Para ela, é uma grande vergonha ser violentada. É importante para ela ser virgem quando casar".
.

Praga pior que estes árabes na Suécia, só os somalis na Finlândia. A Somália, se o leitor não sabe, é aquele país africano que chegou ao estágio final do comunismo, segundo Marx: o desaparecimento do Estado. O poder é exercido por hordas armadas, comandadas pelos "senhores da guerra", seja lá o que isto quer dizer. As guerras intestinas na Somália geraram uma legião de famintos que buscam refúgio nas sociais democracias européias.
.

Famintos, mas arrogantes. Está até hoje atravessado na garganta dos finlandeses um episódio ocorrido há quatro ou cinco anos em uma das escolas do país. Acolhidos com generosidade pela Finlândia, os meninos somalis não nutrem o menor respeito pelas professoras que tentam educá-los. É que são mulheres. Um dos meninos se recusou a falar com sua professora, porque um macho somali não dirige a palavra a uma mulher, e muito menos tem de obedecê-la. Claro que não faltou na Finlândia defensores do multiculturalismo, defendendo a idéia de que a "cultura do outro" deve ser respeitada. Que o Estado providencie um professor macho para educar o macho somali.
.

Mas falava do Paquistão. Enquanto o Ocidente, com seus laivos de humanismo, premiar as vítimas da violência com asilo – em vez de impor sanções ao país tolerante com tais práticas – é óbvio que um passaporte vale bem um estupro. Ou uma ablação de clitóris.
.


O autor é escritor e jornalista.
cristaldo.blogspot - janercr@terra.com.br

.
.