Friday, December 02, 2005
Venezuela se arma
Apagão Ambiental 3/Anel energético sul-americano
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O risco de "apagão", o gás boliviano e as usinas nucleares
Rio, 20/jun/05 – Qualquer observador atento a questões estratégicas pôde perceber quão pouco confortável se revela o cenário energético nacional, quando vislumbrado a médio prazo, graças a uma conjugação de eventos independentes e simultâneos e que muitos atribuiriam à famosa lei de Murphy. Trata-se da crise política na Bolívia, cujo desfecho pode representar um risco potencial ao abastecimento de gás ao Brasil, e a queda de duas das três linhas de transmissão em corrente alternada da hidrelétrica de Itaipu devido a fortes ventos, o que obrigou a usina a reduzir sua geração em 3 mil MW.
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O problema mais imediato causado pela queda das linhas de Itaipu levou o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) a suspender todas as paradas programadas para a manutenção de diversas hidrelétricas e, mais importante, ordenou que as usinas nucleares de Angra 1 e 2 operassem a plena carga, ou seja, 1.935 MW, para garantir a estabilidade do sistema interligado da região Sudeste. As estimativas iniciais são de que uma das linhas de Itaipu volte a operar somente no fim deste mês e a outra no início de julho. [1]
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Atualmente, as hidrelétricas são responsáveis por cerca de 81% da capacidade instalada para a geração de eletricidade no País e, como já analisado por este Alerta, mesmo que nosso potencial hídrico ainda não utilizado esteja longe de ser atingido, ele se encontra praticamente na região Norte – ou seja, distante dos grandes centros consumidores -, e o sistema interligado necessita de outras fontes geradoras - térmicas, no caso brasileiro - para assegurar sua estabilidade e otimização. Como mostra a conjugação de fatores acima mencionada, a geração nucleoelétrica desponta como a mais indicada não somente por possuirmos autonomia com relação à fonte – urânio que temos em abundância e domínio do ciclo de seu enriquecimento -, como também por ser crucial para a capacitação estratégica do País para a inevitável utilização da fusão nuclear como fonte energética primordial da humanidade quiçá ainda no presente século. Em suma, a retomada da construção da usina nucleoelétrica de Angra 3 torna-se imprescindível à segurança e soberania energética do País.
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Para tornar ainda mais incerto o quadro da geração de eletricidade em nosso país, entraves burocráticos e ambientais estão postergando a construção de novas hidrelétricas (ver nota abaixo). Por exemplo, das 27 concessões autorizadas entre 2000 e 2001 para a construção de novas usinas hidrelétricas (que demorariam quatro anos para ficar prontas), nenhuma saiu ainda do papel. Sem mais energia hidrelétrica, a partir de 2006 o aumento do consumo deveria ser coberto pela geração das termelétricas, que dependem de gás para operar; além de o abastecimento de gás boliviano estar em xeque, há consenso de que os preços vão subir devido ao aumento de tributação no país vizinho e pela tendência natural de alta do petróleo.
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Igualmente, se é verdade que o Brasil tem hoje sobra de energia, decorrente do aumento da capacidade de geração ou do menor consumo registrados entre 2001 e 2003, este excedente se esvanecerá rapidamente se a economia crescer em média 4,2% ao ano. Por enquanto, estão confirmadas obras que garantem a ampliação da geração de energia dos atuais 50 GW médios para 54 GW médios mas, no cenário de crescimento de 4,2% ao ano, o país deveria chegar a 2009 com 59 GW médios de potência, ou seja, com um déficit de 5 GW médios, levando o país correr o risco de sacrificar crescimento econômico em razão de suas deficiências estruturais. [2]
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Em outra vertente, estudos indicam que os países sul-americanos que podem sofrer problemas com o abastecimento de gás devido à crise boliviana. Por isso mesmo, a questão energética e os problemas na Bolívia foram os principais temas discutidos paralelamente às reuniões que antecedem a cúpula de chefes de Estado do Mercosul a ser realizada hoje em Assunção, no Paraguai. Uma das soluções propostas para o contingenciamento desta eventual crise energética no sub-continente é a construção do chamado anel energético sul-americano. A idéia é construir um gasoduto de 1.200 quilômetros, do Peru ao norte chileno, que se interligaria com tubulações já existentes para permitir que Brasil, Argentina, Uruguai e Chile possam ser abastecidos pelo gás proveniente da área peruana de Camisea. Segundo o presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Enrique Iglesias, a entidade está "muito interessada" no projeto e pretende dar assistência financeira e técnica para que ele possa ser viabilizado. O custo estimado é de US$ 2,5 bilhões.
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O ministro de Relações Exteriores peruano, Manuel Rodríguez Cuadros, disse que o projeto não exclui a Bolívia e qualificou a construção do anel energético como a iniciativa mais importante sugerida até agora para a integração dos países sul-americanos. "Pode ser uma espécie de comunidade do carvão e do aço (em referência à organização que foi o embrião da União Européia) e a obra mais importante de coordenação econômica já feita entre os países da América do Sul", disse Cuadros. Para Cuadros, "a Bolívia é o principal produtor de gás da região e sua participação no projeto é indispensável. O Peru tem um acordo com a Bolívia para que o gás do país possa sair por um porto peruano e consideramos que o projeto de interconexão dos gasodutos tem de ser feito de acordo com os convênios existentes", disse o chanceler. [3]
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Com relação ao gás boliviano, algumas outras considerações de ordem técnica devem ser consideradas. O transporte oceânico de gás natural exige plantas bilionárias para sua liquidificação na ponta vendedora (reduzido a 170ºC negativos, o gás natural se liquefaz e ocupa 600 vezes menos volume) e, na ponta do comprador, portos cuidadosamente adaptados e plantas de regaseificação igualmente caras, além de navios especiais para seu transporte. Segundo um relatório da Administração de Informação sobre Energia dos EUA, existem apenas 206 deles em todo o mundo. [4]
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É certo que o Brasil ficou mais dependente do gás natural: só a indústria paulista consome 10 milhões de metros cúbicos diários e a conversão dos últimos anos incluiu boa parte da frota de táxis e ônibus, aquecedores e fogões domésticos nas grandes capitais. Mesmo com a promissora reserva de gás natural descoberta no litoral de Santos, que diz-se ser gigantesca, seriam necessários pelo menos cinco anos a partir da decisão da Petrobras de explorá-la para viabilizar seu uso em larga escala. Neste ínterim, o Brasil dependerá do gás boliviano e este, como vimos acima, só poderá contar com o Brasil como grande comprador. Por isso mesmo é importante que o Brasil continue a ajudar o país vizinho a implantar sua indústria de gás natural, independentemente dos eventuais riscos em seu fornecimento, em nome, inclusive, da dívida histórica que possuímos com a Bolívia.
[050620a]
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http://www.alerta.inf.br/06_2005/050620a.htm
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[1] "Angra 1 e Angra 2 operam a todo vapor para garantir sistema", O Globo, 16/06/05.
[2] "Crise do gás aumenta o risco de "apagão", Folha de São Paulo, 12/06/05.
[3] "Anel energético pode ter ajuda financeira do BID", Valor, 20/06/05.
[4] "Gás une e desune Brasil e Bolívia", Nomínimo, 20/06/05.
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Só não entendi essa conversa de "dívida histórica com a Bolívia"... do jeito que a coisa vai, quem vai ter dívida são eles conosco!
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Terra Kiwi
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A Transformação da Nova Zelândia
Rodrigo Constantino
Conheça o articulista
Creio ser relevante voltarmos um pouco no tempo. A Nova Zelândia era um dos países mais ricos em termos per capita no começo do século XX. Foi após o governo populista e corporativista de Robert Muldoon que o país viu abrupto declínio de riqueza relativa. Políticas protecionistas e interventoras fizeram com que a Nova Zelândia fosse perdendo rapidamente posições no ranking para países mais liberais. Medidas claramente socialistas, como controle de preços e salários e elevado gasto público para comprar o apoio dos sindicatos, plantaram as sementes do fracasso. Em apenas 10 anos, a partir de 1974, a dívida externa subiu de 11% do PIB para 95%! A inflação estava em dois dígitos. Foi neste contexto que se deu a mudança de trajetória, rumo ao maior liberalismo econômico, que salvou o país.
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França se ferra 2
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Reflexões sobre a revolução na França
por Daniel Pipes em 02 de dezembro de 2005
Resumo: A França precisará que algo maior e mais terrível aconteça para despertar da sonolência.
© 2005 MidiaSemMascara.org
Os tumultos que jovens muçulmanos desencadearam na França em 27 de outubro aos gritos de “Allahu Akbar” podem significar uma virada na história da Europa.
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O que teve início em Clichy-sous-Bois, nos arredores de Paris, em sua décima primeira noite tinha se espalhado por trezentas cidades e vilas francesas, assim como pela Bélgica e Alemanha. A violência, que já recebeu nomes sugestivos — intifada, jihad, guerrilha, insurreição, rebelião e guerra civil —, dá margem a várias reflexões.
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Final de uma era. O tempo da inocência cultural e da ingenuidade política, em que os franceses podiam cometer erros sem enxergar ou sofrer suas conseqüências, está chegando ao fim. Como já acontece em outros países europeus (em particular na Dinamarca e na Espanha), uma série de problemas, todos relacionados à presença muçulmana, ocupa agora o primeiro lugar na agenda política francesa, e ali deverá permanecer pelas próximas décadas.
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Esses problemas incluem o recuo da fé cristã e o resultante colapso demográfico; um assistencialismo estatal do tipo berço-ao-túmulo, que atrai imigrantes ao mesmo tempo que mina a viabilidade econômica a longo prazo; uma alienação dos costumes históricos em favor de novos estilos de vida e de um multiculturalismo pouco inventivo; uma incapacidade para controlar fronteiras ou assimilar imigrantes; um nível de criminalidade que torna as cidades européias muito mais violentas que as americanas, e o crescimento do Islamismo e de sua forma radical.
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Precedentes. A insurreição francesa não foi de modo nenhum a primeira tentativa de insurgência muçulmana semi-organizada na Europa — foi precedida, um pouco antes, por tumultos em Birmingham, Inglaterra, e acompanhada por uma outra em Århus, Dinamarca. A própria França experimentou a violência muçulmana em 1979. O que diferencia o fenômeno atual dos anteriores é a sua duração, magnitude, planejamento e ferocidade.
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Ocultação na mídia. A imprensa francesa fala em “violência urbana” e descreve os rebelados como vítimas do sistema. A grande mídia nega que os distúrbios tenham ligação com o Islã e ignora a penetração da ideologia islamista, marcada por uma disposição brutalmente antifrancesa mais uma indisfarçável ambição de dominar o país e substituir-lhe a civilização pela islâmica.
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Uma outra forma de jihad. Muçulmanos do noroeste da França empregaram, no decorrer do ano passado, três formas diferentes de jihad: no Reino Unido, a versão violenta, de matar ao acaso os usuários de transporte público em Londres; na Holanda, a de alvo predeterminado, que seleciona, ameaça e, em alguns casos, ataca personalidades do mundo político e cultural; e agora na França, a de violência mais difusa, menos mortal, mas nem por isso menos significativa do ponto de vista político. Se um desses ou algum outro método se comprovará mais eficaz não está claro ainda, porém a variante britânica é, sem dúvida, contraproducente, e as estratégias holandesa e francesa serão possivelmente retomadas.
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Sarkozy vs. Villepin. Dois líderes políticos e prováveis candidatos à presidência da França em 2007, Nicolas Sarkozy e Dominique de Villepin, reagiram aos tumultos de maneiras distintas, o primeiro adotando uma linha dura (proclamou “tolerância zero” à violência urbana) e o segundo, uma linha conciliadora (prometeu um “plano de ação” para melhorar as condições de vida nas cidades).
[Então, "eu sou Sarkozy desde criancinha..."]
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Contra o Estado. O levante começou oito dias depois de Sarkozy anunciar uma nova política de “guerra sem perdão” à violência urbana e dois dias após ele chamar os jovens agressores de “ralé”. Muitos desordeiros se imaginam envolvidos em uma luta contra o Estado e por isso concentram os ataques no que o simboliza. Em uma reportagem previsível, o filho de um imigrante marroquino, Mohamed, de vinte anos, afirma que “‘Sarko’ declarou guerra (...), então, é guerra o que ele vai ter”. Os representantes dos jovens exigiram que a polícia francesa saísse dos “territórios ocupados”; Sarkozy, por sua vez, atribuiu aos “fundamentalistas” parte da responsabilidade pelos distúrbios.
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Os franceses podem reagir de três modos. Eles podem sentir-se culpados e tentar apaziguar os ânimos com prerrogativas e o “plano de investimentos maciços” que alguns reclamam. Ou podem suspirar de alívio ao final da confusão e, como fizeram depois de outras crises, voltar aos seus afazeres. Ou ainda podem perceber os acontecimentos como a salva de abertura de uma revolução e tomar as medidas necessárias para reverter o desinteresse e a complacência das últimas décadas.
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Minha expectativa é de uma mistura das duas primeiras reações e que a posição conciliadora de Villepin prevaleça, apesar de Sarkozy ter subido nas pesquisas. A França precisará que algo maior e mais terrível aconteça para despertar da sonolência. O prognóstico a longo prazo, contudo, é inescapável: na definição de Theodore Dalrymple, “o doce sonho da compatibilidade cultural universal deu lugar ao pesadelo do conflito permanente”.
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Publicado pelo New York Sun. Também disponível em danielpipes.org
O título do artigo é uma referência ao texto http://www.constitution.org/eb/rev_fran.htm - “Reflections on the Revolution in France”, por Edmund Burke.
Tradução: Márcia Leal.
Daniel Pipes é um dos maiores especialistas em Oriente Médio, Islã e terrorismo islamista da atualidade. Historiador (Harvard), arabista, ex-professor (universidades de Chicago e Harvard; U.S. Naval War College), Pipes mantém seu próprio site e dirige o Middle East Forum, que concebeu junto com Al Wood e Amy Shargel — enquanto conversavam à mesa da cozinha de sua casa, na Filadélfia — e que hoje, dez anos mais tarde, tem escritórios em Boston, Cleveland e Nova York. Depois do MEF, vieram o Middle East Quartely, o Middle East Intelligence Bulletin e o Campus Watch, dos quais ele participa ativamente. Juntos, esses websites recebem mais de 300 mil visitantes por mês. Por fazer a distinção sistemática entre muçulmanos não-islamistas e extremistas islâmicos, Daniel Pipes tem sido alvo de ataques contundentes. A polêmica gerada por sua nomeação, em 2003, para o Institute of Peace pelo presidente George Bush apenas confirmou o quanto as idéias de Pipes incomodam as organizações islamistas e outros interessados em misturar muçulmanos e terrorismo. Daniel Pipes é autor de 12 livros, entre eles, Militant Islam Reaches America, Conspiracy, The Hidden Hand e Miniatures, coletânea lançada em 2003.
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Nepal e França: duas reações opostas frente ao terrorismo
por Daniel Pipes
Mídia Sem Máscara
29 de Setembro de 2004
Original em inglês: [Nepal and France:] Two Opposite Responses to Terrorism
Dois dramas do terrorismo no Iraque começaram no mesmo dia, 19 de agosto de 2004, quando jihadistas capturaram, separadamente, 12 trabalhadores nepaleses e dois repórteres franceses. Embora os seus destinos possam ter um final diferente — os primeiros foram assassinados e os últimos permanecem vivos no cativeiro —, impressiona como os respectivos compatriotas das vítimas sentiram impotência semelhante e como reagiram de maneiras distintas.
No caso nepalês, um grupo de cozinheiros, faxineiros, auxiliares de lavanderia e outros trabalhadores acabara de entrar no Iraque pela fronteira da Jordânia, quando foi seqüestrado pelo Ansar al-Sunna, um violento grupo islamista. Em 31 de agosto, um website islamista exibiu as execuções dos trabalhadores em um vídeo de quatro minutos.
Os nepaleneses reagiram às atrocidades extravasando sua ira e atacando a minoria muçulmana no Nepal. Centenas de jovens enfurecidos cercaram e arremessaram pedras contra uma mesquita de Katmandu em 31 de agosto. A violência intensificou-se no dia seguinte, com cinco mil manifestantes tomando as ruas aos gritos de "queremos vingança", "punição para os muçulmanos" e "abaixo o Islã". Alguns atacaram a mesquita e forçaram a entrada, pilhando e incendiando o local. Centenas de exemplares do Alcorão foram atirados à rua e alguns foram queimados.
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Outros itens nessa categoria Terrorismo
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Rescaldo dos incêndios de Paris
por Percival Puggina em 02 de dezembro de 2005
Resumo: A esquerda se agitou com a baderna em Paris. Milhares de carros burgueses foram incendiados. Supermercados invadidos e saqueados. Prédios públicos devorados pelo fogo. Nem a destruição das Torres Gêmeas tem o sabor de um bom levante em Paris!
© 2005 MidiaSemMascara.org
Na última semana de agosto de 1944, o general De Gaulle convencera os Aliados a retomarem Paris. A decisão não fora fácil. O controle de uma metrópole de tais proporções demandaria enormes problemas logísticos e poderia retardar a marcha na direção de Berlim, de sorte que Churchill e Eisenhower julgavam preferível deixar essa dificuldade nas mãos dos alemães por mais alguns dias. Mas a manutenção da Cidade Luz também era problema para Hitler que, por isso, determinara ao general Von Choltitz que incendiasse a cidade caso fosse invadida pelas tropas adversárias. Felizmente, De Gaulle foi convincente e Hitler não. Os aliados tomaram a cidade e o general alemão optou por descumprir a ordem e render-se. A pergunta disparada por Hitler ao saber dos fatos – "Paris brûle-t-il?" – ressoa ainda hoje como sinal de demência. "Paris arde em chamas?"
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Pois é. A esquerda se agitou no começo deste mês [de novembro]. Os dedos de seus intelectuais correram pelos teclados com volúpia e intensidade há muito tempo perdidas. Retomou-se a insurreição dos miseráveis. Milhares de carros burgueses foram incendiados. Supermercados invadidos e saqueados. Prédios públicos devorados pelo fogo. Paris ficou em chamas e não podia haver notícia mais alvissareira para os "pacifistas" brasileiros do plebiscito de outubro.
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Se tudo tivesse acontecido em Bolonha, na Itália, a repercussão seria outra. Afinal, a cidade foi controlada pelos comunistas durante 54 anos e o ativismo ainda está muito presente. Em Paris tudo fica diferente. Ganha simbolismo. Paris é a glória! Lá, um dia, em 1789, donas de casa e padeiros saíram às ruas para cortar a jugular da monarquia. E se jamais chegaram perto do poder nem mudaram a história da humanidade, ao menos armaram uma confusão medonha e suscitaram algumas páginas de contagiante conteúdo revolucionário. Foi lá, enfim, que direita e esquerda lançaram-se, reciprocamente, os primeiros desaforos.
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Paris entrou em chamas, a baderna tomou conta e houve muita gente aplaudindo, torcendo, festejando. Nem a destruição das Torres Gêmeas tem o sabor de Queda da Bastilha igual ao de um bom levante em Paris. Faltam razões da razão humana, mas sobram explicações nas ideologias desumanas. Elas servem para produzir canonizações em Esteio ou em Paris. Tanto faz, desde que sirvam à causa por palavras ou obras.
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Quando François Mitterrand abriu a França à imigração de suas antigas colônias como um gesto de acolhida, desencadeou o fluxo migratório com cujas conseqüências a nação francesa hoje se defronta. Uma coisa eram os imigrantes alemães e italianos que vinham fazer a América no século XIX. Outra eram os africanos chegando na Paris feita e bem feita no século XX. Eles imigraram porque a vida, lá onde estavam originalmente, era uma grande droga. E resolveram viver numa cidade onde morar mais ou menos bem é coisa para milionários. Não podia dar certo para eles, mas deu muito certo para quem gosta de ver Paris em chamas.
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O autor é arquiteto, político, escritor e presidente da Fundação Tarso Dutra de Estudos Políticos e Administração Pública.
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Classe média brasileira
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BRASILIA, Brazil (Reuters) - Luiz Inacio Lula da Silva won Brazil's presidency in October 2002 largely with the support of middle-class voters who had warmed to the former factory worker after he abandoned left-wing rhetoric and adopted mainstream policies.
With the next election less than a year away, however, polls show most average-income voters are disappointed with Brazil's first working-class president and are sorry they ever gave him a chance.
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Among those earning what is defined as a minimum monthly salary of up to $135, only 37 percent disapproved of Lula, it said. Among those earning between 10 and 20 times the minimum, the disapproval rate jumps to 62 percent. Among the very wealthy, earning more than 20 times the minimum, the rejection rate again drops to 46 percent.
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Wednesday, November 30, 2005
M.A.B.
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"Atingidos" por barragens fazem reféns em usina
A hidrelétrica de Manso tem sido palco constante de manifestações do MAB e que, lamentavelmente, vêm sendo marcadas pela violência dos ativistas. Nessa última manifestação, por exemplo, dois operadores da usina ficaram reféns dos ativistas do MAB por mais de 48 horas, uma atitude hedionda e inaceitável para um movimento que se diz defensor de direitos humanos. Episódio ainda mais lamentável ocorreu em maio de 2002 quando uma tentativa de invasão da usina por cerca de 150 integrantes do MAB provocou a morte de um vigia da usina, Nilton Alves da Costa. O disparo fatal foi dado por Valdeir Neres Barbosa, ex-PM e integrante do MAB, que tomou o revólver calibre 38 do vigia, disparou contra ele e fugiu em seguida, mas foi capturado e confessou o crime.
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http://www.alerta.inf.br/11_2005/051119a.htm
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Apagão Ambiental 2
Rio, 20/nov/05 – Poucos técnicos e empresários que atuam no setor elétrico brasileiro duvidam que o país corre um sério risco de enfrentar um temível “apagão” dentro de quatro a cinco anos, um período relativamente curto em se tratando de um setor que exige ações planejadas com um horizonte de pelo menos uma década à frente.
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Um bom indicador de tal cenário é o leilão de energia nova marcado para o próximo dia 16 onde serão licitadas dezessete hidrelétricas que, somadas, não chegam a 2.000 MW de potência instalada, um valor muito modesto frente às necessidades futuras do país. O quadro é ainda mais desanimador quando se constata que apenas cinco dessas usinas, que podem gerar ridículos 663 MW, possuem licença ambiental; outras oito (1.264 MW) terão muitas dificuldades em obter esse licenciamento – um pré-requisito exigido pelo governo - até a realização do leilão.
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Porém, o indicativo mais forte do cenário obscuro que se vê pela frente foi o fato de a Empresa de Pesquisa Energética, do Ministério de Minas e Energia, ter protocolado 166 térmicas (47 mil MW) interessadas em participar do leilão de energia nova, sendo 28 movidas a gás, 76 a óleo diesel e 62 a óleo combustível!
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Para Luiz Gonzaga Bertelli, diretor do Departamento de Infra-Estrutura da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), "O governo estava fazendo seu planejamento em cima de térmicas a gás, embora ninguém mais ignore a falta de oferta do combustível." Já para Flávio Neiva, presidente da Associação Brasileira das Empresas Geradoras de Energia Elétrica (Abrage), o governo quer levantar a bandeira de termoelétricas bicombustíveis, movidas a gás natural e diesel, por exemplo, mas elas têm um alto custo operacional devido ao diesel e o País não dispõe da logística necessária para entregar o combustível. [1]
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Na raiz dessa flagrante e potencialmente desastrosa contradição em um país carente de combustíveis fósseis, mas que possui o maior potencial hidrelétrico do mundo e detém inegável experiência em seu aproveitamento, está a leonina legislação ambiental. Para enfrentar o cenário de flagrante déficit de geração elétrica projetada para os próximos dez anos, a estratégia lógica do governo seria o maciço aproveitamento hidrelétrico da Bacia Amazônica na qual despontam as usinas de Belo Monte, no Xingu, e as do Complexo do rio Madeira. Só não a aplica por recear as incertezas jurídicas oriundas da legislação ambiental e, principalmente, por temor em enfrentar o aguerrido, bem organizado e financeiramente bem nutrido aparato ambientalista-indigenista internacional.
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Com já amplamente reportado, o principal vetor operacional desse aparato é constituído por ONGs “nacionais” e multinacionais que possuem vários de seus integrantes encastelados em postos-chave do Ministério do Meio Ambiente e que, por isso mesmo, é também conhecido como o “Ministério das ONGs”.
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A orientar as ações e a agenda desse aparato não estão as questões ambientais ou indígenas, que entram como fatores secundários e utilitaristas para “justificar” as respectivas campanhas, mas interesses econômicos, comerciais e estratégicos de poderosos conglomerados que controlam a produção e o fluxo de matérias-primas e outros produtos, sintonizados, em alguns casos, com interesses de mesmo teor dos países onde estão sediados. Certamente, um cenário no Brasil apontando para um encarecimento ou incertezas no fornecimento de eletricidade, insumo crucial para qualquer setor produtivo, seria de grande valia para seus concorrentes no competitivo mercado globalizado.
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Veja-se, por exemplo, o caso do WWF, uma ONG multinacional que tem, entre seus dirigentes e apoiadores, membros de poderosos conglomerados empresariais como acima mencionado. Oportunamente, dia 12 passado, a ONG divulgou mundialmente seu mais novo libelo contra a construção de barragens alegando que as mesmas já “fragmentaram” 60 por cento dos rios em todo o mundo e desalojaram mais de 80 milhões de pessoas, condenando ainda as mais de 400 barragens em construção e as “centenas” de outras que estariam sendo planejadas. [2]
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Os enormes benefícios que essas barragens trouxeram para bilhões de pessoas, seja na geração de eletricidade, controle de enchentes, fornecimento de água, navegação, etc., são olimpicamente ignorados pelo relatório; ao contrário, as “barragens continuam causando excessivos danos ambientais e sociais”. Em síntese, o libelo exige que os governos e o Banco Mundial cumpram com as exigências da Comissão Mundial de Barragens, uma entidade criada sob medida por ONGs há cinco anos.
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Apesar dos esforços de alguns setores do governo e da iniciativa privada em tentar diminuir os múltiplos entraves para o licenciamento ambiental de novas usinas hidrelétricas, está claro que eles se mostraram insuficientes dado que uma das principais “frentes de batalha” se localiza no campo político e não no técnico-jurídico. Como mostra a experiência sobre a construção da usina de Angra 2, foi a postura de enfrentamento – e não de contemporização ou de intermináveis "explicações técnicas" – de uma bem-sucedida estratégia de esclarecimento da opinião pública, demonstrando publicamente o fator de “apartheid tecnológico” embutido na campanha antinuclear desencadeada pelo Greenpeace e outras ONGs, que viabilizou a conclusão e entrada em operação da usina.
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Sob esse prisma, é importante que as empresas do setor elétrico brasileiro, ou que com ele possuam fortes vínculos, sejam elas privadas ou não, se convençam que precisam promover uma verdadeira “mudança de paradigma” empresarial no enfrentamento desses contenciosos ambientais, que tendem a se acumular e inviabilizar a construção de hidrelétricas, passando de uma postura nitidamente reativa para outra mais pró-ativa, como, aliás, já sinalizaram recentemente empresas do porte da Vale do Rio Doce e da Aracruz Celulose. [3]
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Notas
[1]"País opta por energia cara e poluidora", O Estado de São Paulo, 31/10/05
[2]“To dam or not to dam? Five years on from the World Commission on Dams”, WWF, 12/11/05
[3]"Vale e Aracruz sinalizam 'mudança de paradigma' empresarial", Alerta Científico e Ambiental, 6/11/05
[051120a]
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http://www.alerta.inf.br/11_2005/051120a.htm
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Colapso mental, isto sim!
Rio, 11/nov/05 – Por sua riqueza de detalhes, transcrevemos na íntegra o artigo de Dennis Avery, publicado em 28 de agosto passado pelo Center for Global Food Issues, onde rebate os argumentos do conhecido biólogo e escritor Jared Diamond apresentado em seu livro mais recente, "Collapse: How Societies Choose to Fail or Succeed".
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O mito do colapso na ilha de Páscoa
Dennis Avery
Jared Diamond e Thor Heyerdahl, autores dos best-selling "Collapse" e "Kon-Tiki" respectivamente, nos passaram uma irresistível lenda sobre o colapso ambiental na ilha de Páscoa, remoto local do Pacífico, famoso por suas enormes cabeças esculpidas em pedra.
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Eles nos disseram que os ilhéus sofreram uma superpopulação e acabaram com as florestas - destruindo suas possibilidades de construir canoas de pesca. A fome resultante detonou o colapso da sociedade, pela guerra civil e o canibalismo.
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Soa como uma parábola ecológica, para nossas próprias sociedades altamente consumidoras. No entanto, os ilhéus nos deixaram alguma informação documentada. As lacunas foram agora devidamente preenchidas pelo antropólogo britânico Benny Pieser, no jornal "Energia e Ambiente".
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Após os europeus descobrirem a ilha em 1722, navios baleeiros costumavam ali parar para obter água fresca e alimento, obter substitutos para tripulação perdida e forçar a diversão com as mulheres locais. Doenças sexualmente transmissíveis se tornaram causa de morte na ilha.
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Em 1805, a escuna americana Nancy realizou o primeiro rapto de escravos na ilha, de 12 homens e 10 mulheres. Em 1862, o Peru iniciou raptos maciços, que capturaram mais de mil ilhéus. Após protestos internacionais, o Peru repatriou cerca de 100 dos escravos sobreviventes. Infelizmente, esses trouxeram consigo a varíola, e a maioria dos ilhéus restantes morreu.
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Na década de 1870, dois comerciantes europeus resolveram deportar os últimos ilhéus para o Tahiti. Queimaram as choças nativas e, por três vezes, destruíram as colheitas de batata doce para forçar os nativos a entrarem nos navios.
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O Chile anexou formalmente a ilha de Páscoa em 1888 e colocou os poucos nativos polinésios remanescentes num campo de concentração com arame farpado, onde permaneceram vigiados até 1964!!
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Será que os ilhéus destruíram todas as suas florestas? As choças nativas estavam cobertas com folhas de palmeira, quando os holandeses ali chegaram em 1722. Numerosos pesquisadores sugerem que as palmeiras desapareceram sob o frio da Pequena Idade do Gelo, mas os dados são incertos.
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Diamond afirma que as florestas haviam desaparecido no século 15, mas ainda durante 400 anos os ilhéus tinham árvores (trimora) com meio metro de diâmetro para canoas pequenas, construção das casas e para rolar as estátuas. Essas ainda estavam sendo transportadas no final do século 19.
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Houve fome? Sim, após a epidemia de sarampo enfraquecer a população, nesse final do século 19. Entretanto, os ilhéus sempre plantaram grandes áreas com bananas, batatas e cana de açúcar. Alguns dos solos mais ricos da ilha - com lagos de água fresca próximos, para irrigação - nunca foram cultivados.
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Os nativos não conseguiam pescar? O oficial da marinha americana W.S.Thomson viveu na ilha na década de 1890. Relatou sobre lagoas repletas de lagostas e caranguejos, que os nativos apanhavam à mão. Torres de vigia de pedra detectavam as muitas tartarugas marinhas, que forneciam ovos e carne. Os ilhéus faziam anzóis de pedra e osso, e redes de pesca de amoreiras. Tinham até temporadas de pesca, para evitar pesca predatória.
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Não há provas de que existiram mais de cerca de 3.000 ilhéus, que os baleeiros encontraram no século 18. A guerra era comum entre os polinésios, com ou sem fome.
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Pieser não encontrou prova histórica ou arqueológica de canibalismo. Isso foi relatado por missionários europeus tardios, que afirmaram ter salvos os nativos de tal degradação.
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A história do eco-colapso é oportuna demais, perfeita demais e longínqua demais num passado não-provado. Por outro lado, qual parte das tomadas de escravos, sífilis, varíola e campos de concentração documentados proporciona uma lição ambiental da ilha de Páscoa para o Primeiro Mundo tecnológico atual?
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Será que Jared Diamond faz parte do coro verde que nos urge a volver a um primitivismo que não pode nos defender de doenças epidêmicas nem de traficantes de escravos?
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(tradução de Yára Müller)
[051111a]
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http://www.alerta.inf.br/11_2005/051111a.htm
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Tuesday, November 29, 2005
"Bravo Novo Mundo"
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ONU - Conselho de Segurança das Nações Unidas
Kofi Annan
Visite o site do El País
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ONU - Conselho de Segurança das Nações Unidas
Visite o site do International Herald Tribune
EUA dizem ter sucesso com alternativa a Kyoto
"No que diz respeito ao que os Estados Unidos estão fazendo para combater a mudança climática, as medidas que temos tomado são diferentes de todas as do resto do mundo", disse o negociador, Harlan L. Watson. Segundo ele, as emissões de gases de efeito estufa caíram em 0,8% desde que George W. Bush assumiu a presidência.
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Ambientalismo de fanáticos
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Fundamentalismo ecológico
Rio, 13/nov/05 – Morreu hoje o ambientalista Francisco Anselmo de Barros que ateou fogo ao próprio corpo no sábado, durante um protesto no centro de Campo Grande (MS) contra a construção de usinas de álcool que, supostamente, poderiam causar danos ambientais irreparáveis ao Pantanal. Segundo seus companheiros de militância, Barros planejou sua própria morte, como indicam as cartas deixadas por ele, como forma de impedir a aprovação de um projeto de lei na Assembléia Legislativa do Estado que permitiria a construção das usinas. [1]
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Dos parlamentares sul-mato-grossenses, espera-se que avaliem o projeto de lei com base no bom senso e nas boas práticas da proteção ambiental e não no gesto extremo de Barros; dos ambientalistas, espera-se que defendam seu ideário sem apelar para a martirização do companheiro lamentavelmente desaparecido.
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Caso contrário, pode-se resvalar para o surgimento de um perigoso fundamentalismo ecológico alheio à nossa cultura e tradição que, a bem da verdade, foi ensaiado pelo bispo franciscano dom Luiz Cappio em outubro passado com sua inaceitável greve de fome que seria levada às últimas conseqüências caso o governo federal não recuasse em executar o projeto de transposição do rio São Francisco. Recorde-se que, na ocasião, o gesto de dom Cappio foi acerbamente criticada pelo secretário-geral da CNBB, dom Odilo Scherer, que considerou a atitude eticamente inaceitável deixando implícito que, amanhã ou depois, poderiam surgir até mesmo “padres-bomba”: “Sinceramente, espero que essa moda não pegue”, disse ele. [2]
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A unir os dois casos, uma tentativa desesperada de cultuar e sacralizar a natureza – o Pantanal e o rio São Francisco, respectivamente -, como se a mãe-Terra, ou Gaia, fosse uma entidade viva com direitos próprios.
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O que a sociedade com um todo e, particularmente, os ambientalistas sinceros, não podem aceitar é uma escalada do fanatismo em direção à deificação da natureza que poderia conduzir a um fundamentalismo ecológico, impregnado de ateísmo messiânico, cujos desdobramentos são hoje imprevisíveis. [051113b]
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Notas
[1]"Morre ambientalista que ateou fogo ao corpo durante protesto no MS", O Globo, 13/11/05
[2]“Dom Cappio e a “Green Church””, Alerta Científico e Ambiental, 9/10/05
Monday, November 28, 2005
Tigre Asiático: Cingapura
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Cingapura foi fundada como uma colônia britânica em 1819. Ela juntou-se à Federação da Malásia em 1963 mas se separou dois anos depois, tornando-se independente. Atualmente, é um dos países mais prósperos do mundo, em termos per capita. Boa parte desse sucesso deve-se ao elevado liberalismo econômico. O porto de Cingapura é um dos mais ocupados do mundo, e sua plena abertura comercial possibilita o constante progresso da nação.
Os recursos naturais do país são praticamente nulos, e a pesca é uma das poucas atividades que podem ser obtidas diretamente da natureza por lá. A população é de cerca de 4,4 milhões de habitantes, com expectativa de vida ao nascimento de 81,6 anos. Existem poucos analfabetos, uma boa mistura religiosa convivendo pacificamente, a grande diversidade de línguas faladas. A mortalidade infantil é muito baixa, em 2,29 mortes a cada mil nascimentos.
O país é conhecido pelo rigor de suas leis, que são baseadas no common law inglês. A economia é altamente desenvolvida, e calcada no livre mercado. O país ocupa a segunda posição no índice de liberdade econômica do Heritage Foundation. A economia é fortemente dependente das exportações, particularmente de eletrônicos e manufaturados. Durante a crise asiática, o crescimento sofreu um revés, mas já foi retomado em ritmo acelerado, acima de 8% em 2004. O país não tem agricultura, e cerca de um terço do Produto Interno Bruto vem da indústria, com o restante vindo de serviços. A taxa de desemprego é ínfima, um pouco acima dos 3% apenas. A renda per capita chega a quase US$30 mil, entre as maiores do mundo. Qual o segredo de Cingapura?
O governo de Cingapura é totalmente amigável aos negócios. O país participa de acordos de livre comércio com os Estados Unidos, Austrália, Nova Zelândia e Japão, fora inúmeros outros em negociação. Segundo o Banco Mundial, a média ponderada das tarifas alfandegárias de Cingapura em 2003 estava em zero. A burocracia é muito reduzida, e há poucos casos de corrupção. A maior taxa de imposto sobre a renda é 22%, o mesmo valor dos impostos corporativos. Em 2003, segundo o Departamento de Estatísticas de Cingapura, os gastos públicos sobre o PIB ficaram em 17,1%. A intervenção estatal na economia é bastante reduzida. A política monetária é eficiente, e a inflação de 1994 a 2003 ficou em apenas 0,36% ao ano.
As leis para investimentos são claras e justas. Tanto investidores domésticos como estrangeiros são tratados da mesma maneira, e não existem requerimentos de parcela local nos produtos. Segundo a Economist Intelligence Unit, os investimentos privados estrangeiros foram a principal força por trás do rápido desenvolvimento econômico dos últimos 30 anos. No setor de manufaturados, por exemplo, os investimentos estrangeiros respondem por quase 80% do total. Não existe controle governamental sobre transferências monetárias ou repatriação de lucros.
Os preços e salários são determinados praticamente na íntegra pelo livre mercado, apesar do Ministério de Comércio e Indústria ter o poder para impor algum controle se necessário. Na prática, isso raramente ocorre, e atualmente, apenas o arroz e o porco estão sob o regime de controle de preços. Cingapura, tal como Hong Kong, não possui um salário mínimo. A propriedade privada é totalmente protegida, sem ameaças de expropriação. Os contratos são seguros, e tanto o profissionalismo como a eficiência das agências são amplamente reconhecidos. As regulações são objetivas e simples, e o processo para a obtenção de licenças é rápido e transparente. Impostos, trabalho, regras de comércio, tudo em Cingapura é formulado levando-se em conta os interesses dos investidores estrangeiros e das empresas locais. A mentalidade marxista não tem vez alguma por lá!
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