interceptor

Novas mensagens, análises etc. irão se concentrar a partir de agora em interceptor.
O presente blog, Geografia Conservadora servirá mais como arquivo e registro de rascunhos.
a.h

Wednesday, December 20, 2006

Deixa eu ver se eu entendi...

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"A diferença de rendimento entre os 10% mais ricos e os 40% mais pobres caiu nos últimos 10 anos, mas nesse mesmo período a renda caiu 12,5%, indica a Síntese dos Indicadores Sociais, do IBGE, divulgada na manhã desta terça."

Ma'qual é o problema?! Nossos professores marxistas não passaram duas décadas criticando o mote do governo militar "crescer para depois dividir", dizendo que era expropriação, extração da mais-valia, arrocho, "modernização conservadora"?! Agora, temos o contrário, distribuição de renda sem crescimento do PIB...

Tá como eles queriam ou não tá?!

Ah! Queriam com crescimento? Pois não, é só isto? Sem trabalho, com desemprego, subemprego e elefantíase tributária vão querer mais o quê? O Mandrake no Ministério do Planejamento???

Itaipu e falhas nos radares brasileiros

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Porto Alegre, 20 de dezembro de 2006 - Videversus nº 612
Newsletter sendo enviada para 73.447 pessoas.

ENERGIA DE ITAIPU VAI SOFRER REAJUSTE DE 10,32% EM JANEIRO
A diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou nesta terça-feira um reajuste de 10,32% para as tarifas de repasse da energia gerada pela hidrelétrica de Itaipu. leiamais

GRUPO CAPTA R$ 422 MILHÕES EM LONDRES PARA COMPRAR USINAS NO BRASIL
O potencial de crescimento do consumo de etanol e a competitividade do Brasil na área atraíram mais um player internacional para o País, a Clean Energy Brasil (CEB). leiamais

AERONÁUTICA ADMITE QUE EXISTEM "FANTASMAS" NOS RADARES
O brigadeiro Ramón Borges Cardoso admitiu nesta terça-feira que os radares de Brasília podem apresentar falhas. leiamais

Jornalista Vitor Vieira
Diretor-Editor de Videversus
(51)9652-4645
videversus@videversus.com.br

Monday, December 18, 2006

Contradição inexistente

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Anselmo Heidrich


Há uma confusão sobre a questão ambiental. De uma parte, ambientalistas radicais, sectários em um novo dogma sobre nossa convivência no planeta crêem que o próprio modelo econômico baseado na relação assalariada é, essencialmente, degradante e auto-destrutivo. De outra, conservadores, caracterizados emblematicamente pelos Republicanos americanos acham que tudo que se relaciona ao tema é fruto de uma conspiração ou “cultura wacko” em que o ambientalismo não passa de uma tática para disseminar idéias socialistas. Ambos se enganam.

No Rio Grande do Sul, uma companhia, a UTRESA foi acusada de causar vinte crimes ambientais pelo Ministério Público.[1] Um deles corresponde à recepção de lixo atômico do exterior. Em que pesem tais denúncias, elas são tratadas pelos ambientalistas radicais, como sendo do mesmo quilate de ação e conseqüência do que a liberação pelo IBAMA para construção de uma hidrelétrica de mais de 1.000 MW, como é o caso da UHE de Estreito no Rio Tocantins.

Preocupações e projetos ambientais, ao contrário do que pensam os sectários anti e pró-meio ambiente dão lucro. Este é o caso do tratamento de esgotos. Em São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, a Puritech Projetos e Equipamentos de Defesa Ambiental construirá Estações de Tratamento de Efluentes (ETEs). Em um país onde 70% do esgoto são coletados, mas somente 8% são tratados, esta é uma notícia alvissareira.[2]

No entanto, não podemos nutrir grandes expectativas por grupos que já têm posições políticas e ideológicas rígidas e embrutecedoras da razão. Mas, era de se esperar que chefes de estado pudessem nos orientar com equilíbrio e planejamento, adequados ao desenvolvimento sustentável, econômica e ambientalmente falando. Infelizmente, este também não tem sido o caso. Se observarmos o comportamento do presidente da Argentina, Néstor Kirchner, que tem, resolutamente, se oposto à implantação de “papeleras” no país vizinho, o Uruguai, sem ver que todas as fábricas de celulose e papel de seu país se utilizam de tecnologia muito mais defasada e, consequentemente, poluidora. O governo argentino quer impedir o desenvolvimento do Uruguai, mas faz ouvidos moucos aos reclames do Paraguai que há décadas brada pela sua excessiva poluição no Rio Paraguai.

Por outro lado, aqui no Brasil, projetos de lei bastante razoáveis, como o “PL de Florestas Públicas” (4776/05) têm sofrido sistemática oposição. Encaminhado ao Congresso Nacional no dia 17 de fevereiro de 2005, disponibilizava até 13 milhões de hectares de florestas da Amazônia para a concessão de uso sustentável nos próximos dez anos. Com ele, teríamos instrumentos para combater a grilagem de terras, entre outras práticas danosas, cujos agentes não respondem legalmente como proprietários.

Uma dessas chorumelas provém do representante da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Agamenon Menezes, que contesta o projeto por não dar preferência às empresas locais. Bem ao estilo protecionista que marca o subdesenvolvimento latino-americano, sua crítica não é pelo meio ambiente ou pela geração de empregos, mas contra as multinacionais. Desde quando, pergunto eu, multinacionais não trazem prosperidade e técnicas avançadas de produção onde se instalam?[3] O que seriam dos países que diversificaram suas linhas de produção, se não se abrissem às novidades do exterior para, mais a frente, dar sua contribuição?

Este tipo de oposição só leva a miséria pela falta de perspectivas, leia-se, empregos. Daí sim, o desmatamento predatório seria a única alternativa. Países como Canadá p.ex., têm disciplina sobre sua exploração florestal, cuja biomassa abarca até 60% do território e não são tidos como devastadores de seu ambiente. Muito pelo contrário...

Para quem atua dentro da lei, tal projeto beneficia mais do que a atual situação que compreende tantas exceções quanto regras. Atualmente, se está suscetível ao suborno de agentes públicos que deveriam fiscalizar. Que incentivo tem um produtor de madeira para obter certificado de qualidade ambiental, se quem atua ilegalmente ganha mais? Por outro lado, uma nova legislação que enverede pela maior burocratização terá efeito contrário, como já se pode observar com a atual. A Operação Curupira em 2005, realizada pelo Ministério Público e Polícia Federal e que levou 20 meses de investigação, é uma prova de que a ilegalidade no setor extrativista compensa: só no Mato Grosso, 431 empresas fantasmas que atuavam no setor madeireiro. Nos dois últimos anos, estima-se que dois milhões de metros cúbicos foram retirados ilegalmente.

O planejamento, colocando o estado como aliado da livre-empresa, tende a nos beneficiar, inclusive com a sustentabilidade. Não há contradição ou antinomia entre empreendimentos e uma utilização racional de nossos recursos. O embate atual não se dá no front técnico, mas no político-ideológico, cujos principais contendores não enxergam a verdadeira questão. Enquanto se digladiam, nosso sustento e modernização possíveis são sugados pelo buraco-negro de uma estúpida cegueira ideológica.



[1] “Recentemente, o descarte inadequado de resíduos químicos arrasou a fauna em uma faixa de 200 quilômetros do Rio dos Sinos, no interior no Rio Grande do Sul.” http://amanha.terra.com.br/ - Newsletter diária n.º 855 - 12/12/2006

[2] A Puritech trata os esgotos utilizando bactérias naturais que se alimentam dos resíduos. A água fica renovada com sais minerais e ainda pode ser utilizada em outros processos. De 95% e 97% do esgoto é purificado. O lodo que resta também é utilizável no processo de endurecimento da indústria cerâmica. Os primeiros empreendimentos deste sistema que interessa tanto ao poder público quanto a iniciativa privada serão realizados em 2007.

[3] Mas, nem toda crítica é injusta. O presidente do Sindicato das Indústrias de Transformação de Madeiras de Ji-Paraná (RO), Jurandir Almeida, atentou para a centralização do Ibama, com seu potencial de corrupção. Autorizações para Transporte de Produtos Florestais (ATPFs) são dadas a muitas empresas fantasmas com participações de servidores públicos. Outros partiram em sua defesa, como Carlos Aguiar, presidente da Abraf – Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas –, para quem só com a geração de recursos e empregos a partir da própria floresta pode haver redução do desmatamento.


Impacto ambiental no Sul; UHE

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Porto Alegre, 18 de dezembro de 2006 - Videversus nº 610
Newsletter sendo enviada para 73.446 pessoas.

MINISTÉRIO PÚBLICO DENUNCIA UTRESA POR 20 CRIMES AMBIENTAIS, E NOVO DESASTRE AMBIENTAL ACONTECE NO RIO DO SINOS
O Ministério Público do Rio Grande do Sul apresentou denúncia na sexta-feira à Justiça gaúcha, contra a empresa Utresa (Unidade de Tratamento de Resíduos Especiais), de Estância Velha, cidade localizada na Grande Porto Alegre, pela prática de 20 crimes ambientais ocorridos em outubro leiamais

POLÍCIA FEDERAL NÃO INVESTIGA UTRESA, APESAR DE SABER DA DENÚNCIA QUE A EMPRESA RECEBIA LIXO ATÔMICO DO EXTERIOR
Na Polícia Federal do Rio Grande do Sul, o delegado federal Alvaro Pagliarini, responsável pela Delegacia de Crimes Ambientais, que chegou a ser chamado pelo juiz Newton Philomena, de Estância Velha, diz que o crime ambiental cometido pela Utresa "não é assunto da alçada da sua instituição"... leiamais

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IBAMA CONCEDE LICENÇA PARA INSTALAÇÃO DA HIDRELÉTRICA DO ESTREITO
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) concedeu licença de instalação para a Hidrelétrica de Estreito, com capacidade para gerar 1.087 megawatts (MW). leiamais

Jornalista Vitor Vieira
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