Mais uma: 9h25, BandNews exibe matéria sobre "saúde" onde a repórter entrevista alguns idosos no Parque Ibirapuera (São Paulo/SP) que reclamam de "cansaço antes da caminhada", "sujeira preta no rosto no fim do dia" etc. O diagnóstico: o aquecimento global. "Fato comprovadíssimo"!!! A fuligem no rosto não teria nada a ver com uma das maiores frotas de veículos urbanos do planeta, não?! Ah, mas já estava me esquecendo, como pude me esquecer... O gás carbônico gera "efeito estufa"... Ah! Bom...
Besteirol a parte, ninguém ousaria relacionar tais temas saúde e aquecimento global sem se reportar a especialistas. Um professor de climatologia da USP é entrevistado (embora não o apresentem, nem ao menos passem seu nome) que alerta para as suspeitas de que as altas temperaturas "previstas" para meados do século já estejam "se adiantando". Bem, e os sintomas são relacionados? Daí sim apresentam um infectologista da UNIFESP (outro respeitado centro de estudos), Paulo Olzon que parte do pressuposto que a causa seja o maldito aquecimento.
Por que "parte do pressuposto"? Pergunto o seguinte: seus estudos estão relacionados às eleveções térmicas? E, em caso positivo, tais sintomas não se manifestariam, normalmente, em qualquer verão? Que amostra e período de estudo nosso infectologista utilizou para asseverar assim, com tanta certeza, que realmente se deve à médias mais elevadas... dos últimos 140 anos?!?!
Por que "140 anos"? Se o aquecimento realmente estiver ocorrendo, como se verifica no gráfico abaixo, seria de esperar igualmente que há um bom tempo todos os casos de mal estar relatados por idosos já seriam causados por tal fenômeno, ora bolas!
Meus caros, isto é o que eu chamo de legítima desinformação pseudo-científica.
A bem da verdade parece que nossa mídia, na falta de assunto, guerras, escândalos financeiros e ti-ti-ti das "altas rodas", como diria o Falcão, todo e qualquer vivente resolveu dar uma de climatologista amador. Nossa mídia está em ecstasy...
Até parece o caso relatado no site do The Guardian sobre um homem de 37 anos que consumiu pílulas de ecstasy por 9 anos e "passa bem". Só com o inconveniente de ter problemas de memória, paranóia, alucinações e depressão:
Tal e qual estamos tomando pílulas de desinformação e, não por acaso, temos uma opinião pública que se espelha na burrice patológica das salas de imprensa.
Não se trata de acreditar ou não na teoria aquecimentista, mas de fazer uma matéria com o mínimo senso lógico.
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