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a.h

Sunday, November 26, 2006

Sobre o "planejamento paulistano"

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Enquanto que a famigerada Taxa do Lixo imposta por Marta Suplicy abocanhava cerca de R$ 300 milhões por ano (2003), de um total de quase R$ 800 milhões, os serviços de coleta que recebemos são ridículos. A tão propalada coleta seletiva de lixo (que era criticada por sua ausência nos governos Maluf e Pitta) não tinha prosseguimento. Apenas havia a fase da coleta que, para tributar era funcional.

A força da retórica vazia em nome dos desafortunados, da ética social é tão eficaz para o marketing político, quanto inócua em termos de responsabilidade social. Antes do serviço público cobrado por Marta Suplicy, coletadores particulares nunca deixavam acumular lixo assim, pois viviam de sua reciclagem. Novamente, temos um caso em que o setor privado dá de 10 a zero no estado brasileiro, encabeçado no caso, pela prefeitura de PT em S. Paulo.

Mais do que qualquer movimento ideológico, o Brasil passa por um surto populista, amalgamando poder local e federal. Esta junção de forças políticas mobiliza massas contra as instituições públicas, sob o manto do carisma pessoal. Lembre-se que muitos não-petistas “lularam”... Daí o desespero por quaisquer medidas, mesmo que estéticas e superficiais, como a "renovação urbanística" representada no governo de Martaxa, em que pedras em alto relevo eram colocadas em baixo de viadutos para evitar a presença de mendigos. Serra não fez mais que imitar o PT paulistano...

Interessante esta política para acabar com os sem-teto, pedras invertidas em alto relevo para evitar aglomerações. Mais interessante ainda, levando-se em consideração que seu principal responsável, a prefeita de São Paulo já chegou a defender, demagogicamente, em passado recente que hotéis hospedassem mendigos.

Muitos dizem que o PT não apresenta mais coerência, sequer ideologia, não podendo, portanto, ser enquadrado como um partido de esquerda. Bem, sem entrar no mérito de como, na realidade, o PT mantém as premissas que sempre defendeu, de modo ativo ainda hoje: aumento da carga tributária que induz ao nivelamento social (através do achatamento da classe média), desrespeito às leis de propriedade apoiando a permissividade do MST, vistas grossas a outros movimentos criminosos como o MTST, o MAB etc. O fato é que a prática ideológica sob o signo populista não precisa de consistência lógica. Precisa, tão somente, de direcionar a fúria das massas e o recalque popular às regras vigentes. O populismo vive de promessas e reformas pífias com muitos acordos nitidamente fisiológicos. No plano municipal, o "populismo botox" se empenhou em reformas cosméticas nas favelas em prejuízo da qualidade de vida geral.

Assim como a vaguidade na definição conceitual de seu objeto de intervenção - as áreas de submoradias -, há mais indefinição ainda no orçamento municipal, "quanto" e "onde" são gastos os recursos. Embora se diga o contrário, a prefeitura de São Paulo pode ficar tão enlameada quanto seu asfalto após as últimas enchentes.

A ex-prefeita botoxizada também foi responsável pelo veto ao Projeto de Lei aprovado pela câmara municipal que obrigava a publicação de informações sobre a utilização do orçamento na internet e em boletins nas subprefeituras. Transparência nunca foi o forte do PT...

Indefinição conceitual para intervenção urbana, aumento colossal da tributação, desrespeito ao direito de propriedade e subversão de instituições públicas, opacidade no orçamento, populismo, paternalismo, clientelismo, fisiologismo, marketing, marketing e mais marketing... PT é isso aí!

Mas é claro que estou sendo um pouco injusto com a prefeitura de Marta Suplicy: os coqueirinhos da av. Brigadeiro Faria Lima são bem bonitos...
Observe o "diálogo urbano" entre duas típicas paisagens da metrópole.

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