Esses iranianos são uns estúpidos, mesmo. Com sua ameaça barata no estreito deram um presente a George Walker Bush. A união dos árabes aliados contra os persas ganhou um reforço e tanto. Eu não sabia das versões alegadas, de que a ameaça explícita pelos iranianos veio depois da receptação de um comunicado entre eles aventando um ataque. Tem coisa mal contada aí...
Mas, de qualquer forma, ótimo! Também fica difícil crer que se os barcos iranianos apenas se comunicavam, não iriam querer "dar o seu recado". E se havia a intenção de provocar uma espécie de "ameaça", em que pese a marinha americana chamar isto de "operação disciplinada", me parece mais coisa de moleque. Qual o sentido da ameaça se a mesma não se consumou? E também soa estranho a inexistência de uma "resposta", dado o incidente com o USS Cole no Iêmen.
Só mesmo, se os barcos iranianos não estavam tão próximos assim. Impressionante também é a afirmação do despreparo da frota americana em simulação já feita. Com um cenário destes, parece que torcem para a concretização de um incidente como pretexto para uma forte retaliação. De qualquer forma, a viagem de Bush à região, com intento de orquestrar uma coalizão árabe anti-iraniana parece estar indo de vento em popa. Ainda mais se levarmos em conta que o maior temor árabe era menos com o programa nuclear iraniano do que com um ataque americano ao Irã.
E se entendi bem, um possível bloqueio em Ormuz devido a um ataque ao Irã prejudicaria os exportadores, apesar do encarecimento do óleo. Assim fica claro que o maior objetivo de defesa americano não é Israel, mas a Arábia Saudita. Parece que um recado foi dado, não só para Teerã, mas para todos árabes: não precisa que um porta-aviões da classe Nimitz seja afundado, basta um bloqueio no estreito para que a guerra comece. Um bloqueio para elevação do preço do barril já é suficientemente malvisto e serve como motivo.
Com a mudança do eixo estratégico da aliança EUA-Israel para EUA-exportadores árabes, a coalizão anti-iraniana ganha força e pretexto para um ataque. Da ameaça nuclear iraniana se parte para a defesa algo mais tangível e tático, o fornecimento de petróleo. Bush ganha pontos.
Cf.: The Strait of Hormuz Incident and U.S. Strategy,
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