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a.h

Wednesday, February 27, 2008

"Finalidades" vs. Características






Quando um paranóico tenta encobrir a realidade ou, para ser mais humilde e generoso com o missivista, os dados que podem servir de base à especulações, ele vêm com "finalidade", "objetivo último" etc., ou seja, algo subentendido que você deveria saber, oras!


Eu gostaria imensamente de saber se ele tem a mínima noção de como a ciência básica e aplicada evolui neste país... Gringos presentes na Amazônia (e são centenas de pesquisadores) firmam convênios com nosso governo. Claro que não se trata de uma mera "ajuda", atividade filantrópica e tal. É uma via de mão dupla, antes de tudo. Como se trata de política de estado, guiada por Razões de Estado, bem ao contrário de uma suposição "globalista", na qual um dos agentes domina numa simplista "lógica de jogo de soma zero política" o outro trata-se, outrossim, de um acordo, quase que aos moldes do comércio externo. Mas, que ao invés de se dar, tão somente de empresa para empresa ocorre de estado com estado. Hoje em dia, cerca de 1/3 das drogas tem origem em fitoterápicos, muitos dos quais, das florestas tropicais do globo, especialmente nossa Amazônia.


Como aqui no Pindorama, a mentalidade esquerdista (mas, não somente ela...) e nossa "direita", que na verdade, apesar de todo "upload retórico" ainda teima em manter pressupostos nacional-desenvolvimentistas dignos de um Vargas ou Perón, a influência e troca de conhecimento com os pólos científicos mundiais ainda é, pateticamente, vista como "intrusão estrangeira", "ameaça externa" e outras bobagens correlatas.




A retórica de esquerda já minou uma direita que comprou o discurso do "globalismo" como ameaça, enquanto que, na realidade trata-se, na maioria dos casos, da boa e benfazeja Globalização.




De certo, quando a Natura firma acordo com os Caiapós, isto é visto como se fosse uma ameaça correlata e equivalente a um Putin no Cáucaso ou Otan nos Bálcãs. Fosse assim, a entrada da Irlanda na UE, que alçou este país a um dos melhores índices de desenvolvimento nas últimas décadas; ou antes ainda, a maciça entrada de multinacionais na península coreana sob consentimento de Seul, que levou o país a disputar e competir com a hegemonia japonesa na Ásia etc. são vistas como "globalismo", um anátema para os tolos protecionistas temerosos das inovações da aurora do século XXI.


Quando se fala das estúpidas e grotescamente elevadas taxas de crescimento cavalares do modelo chinês se esquece que não teriam direito à existência não fosse, justamente, pela mentalidade diametralmente oposta à que advogam os "anti-globalistas". Se o Brasil se rendesse (e já está passando da hora...) aos intentos "maléficos dos globalistas", nós já poderíamos ter ZEEs similares, com isenções fiscais atraindo filiais de laboratórios internacionais para nossa Amazônia gerando empregos e tecnologia.

Dirão ainda que a tecnologia não é nacional... Mas, eu lhes pergunto qual tecnologia é "nacional"? A dos americanos que se pautou, inicialamente, pela cópia da britânica? Ou a nipônica que copiou a americana no pós-guerra? Ou, no mesmo período, a importação de cérebros alemães pelos americanos? Ou a dos Tigres insuflada por capitais japoneses? Joguem fora, joguem no lixo... Adotemos um modelo não globalista e genuinamente nacional como o de UGANDA!


Numa estagnada América Latina, nada "melhor" do que barrar e objetar o pouco de bom que acontece regredindo à padrões africanos e "genuinamente nacionais".
Por razões diversas e aparentemente antagônicas, esquerda e direita xenófobas marcadas pelo signo do mito da "soberania nacional" ou "independência tecnológica" atentam contra a integração e desenvolvimento mundiais.

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