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a.h

Friday, December 17, 2010

Falência européia


Neste artigo Público - "A Alemanha já não está a agir apenas como um país europeu" da esquerda européia se começa com uma boa avaliação sobre o fracasso do Euro:

(...) Hoje, há muita gente na Alemanha que pensa que nos deu demasiado e que se pergunta por que razão há-de pagar para países sem perspectiva de sobreviverem sem a sua ajuda. Por outro lado, também sabem que, de um ponto de vista estritamente racional, o euro foi uma enorme vantagem para eles. Mas as decisões políticas nem sempre são racionais. 
Em termos políticos, e não económicos, como é que acha que a Alemanha está a olhar para o mundo?
Penso que os alemães ainda não têm uma visão coerente deste mundo. Sentem que devem fazer alguma coisa diferente, porque são um país grande e unido e um grande actor internacional. Já não precisam da Europa como precisaram antes. Algumas pessoas pensam a Alemanha como uma nova potência mundial com relações directas com a China, a Rússia, os Estados Unidos. A Europa pode ser útil para este propósito, mas não é o propósito. 
(...)
Disse que a crise que vivemos é uma crise do Ocidente, que afectava os próprios fundamentos das nossas sociedades, não apenas em termos de poder e de lugar no mundo, mas da sua própria identidade. Quer dizer que a própria democracia liberal pode ser posta em causa? 
Já está a ser. Há muita gente no Ocidente - estou a falar na Europa, e não na África ou na Ásia - e até partidos que pensam que a democracia não é assim tão eficaz e que talvez devêssemos olhar para alternativas. Aliás, a União Europeia não é uma democracia, é um clube de democracias e isso ajudou a alimentar uma cultura não-democrática. Os nossos "pais fundadores" diziam que devíamos fazer a Europa para os europeus e não com os europeus...
Mas isso já mudou imenso. Mudou, mas há efeitos e esses efeitos podem também ser que as pessoas acreditam menos na democracia. E algumas podem muito bem dizer que o sistema chinês pode ser mais eficaz...
Mas ainda somos o maior bloco comercial do mundo. Falta-nos ser um actor mundial? Isso também influencia o estado de espírito dos cidadãos europeus?
Penso que devemos confrontar os nossos povos com um teste. Devemos perguntar às nossas opiniões públicas nacionais: querem ou não querem ter um Estado europeu, com que fronteiras e para fazer o quê. Sim ou não? Se temos uma moeda sem termos um Estado, no fim, acabamos por falhar. Como sabe, para muita gente, o euro seria uma espécie de preparação para uma União Política. Aconteceu precisamente o contrário...

Notem que a observação inicial é uma espécie de lamento sobre a Alemanha estar perseguindo seus próprios interesses enquanto cogita abandonar os pesados subsídios que é obrigada a financiar aos primos pobres europeus. Enquanto que este combalido continente não reformula seus orçamentos, gastando mais do que suas economias suportam, a Alemanha está corretíssima em buscar uma forma alternativa de desenvolvimento.
E claro, a “solução” nada original proposta é um modelo chinês, isto é, centralizado e autoritário de desenvolvimento. Quanto mais falam, mais revelam que são feitos de almas totalitárias, lobos banguelas em pele de cordeiros.
...

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