Em aparente mostra da preocupação com a viabilidade comercial do projeto, telegramas diplomáticos divulgados pelo site WikiLeaks apontaram recentemente que a Ucrânia sugeriu aos Estados Unidos que lançassem seus satélites a partir de Alcântara.
Os documentos indicam que os americanos condicionaram seu interesse pela base à não transferência de tecnologia ucraniana de foguetes ao Brasil.
O embaixador ucraniano em Brasília, Ihor Hrushko, disse à BBC Brasil (em entrevista prévia ao vazamento do WikiLeaks) que formalmente não há acordo para a transferência de tecnologia no Cyclone-4, mas sim expectativa de que a parceria bilateral continue "para que trabalhemos em conjunto em outros processos".
Ele disse que transferir tecnologia não é algo de um dia para o outro, "é um processo duradouro, de anos".
Mas ele afirmou que o Brasil é o "sócio mais importante" da Ucrânia no continente - tanto que, em 10 de janeiro, o presidente do país, Viktor Yanukovich, telefonou à presidente Dilma Rousseff para falar sobre a expectativa de criar uma "parceria estratégica" com o Brasil a partir do foguete. Os dois presidentes esperam estar presentes no lançamento do artefato.
A ACS, por sua vez, afirmou que a expectativa de transferência de tecnologia existe, mas ressaltou que não é esse o objetivo do tratado binacional.
Ainda que o intercâmbio tecnológico seja considerado importante para os especialistas consultados pela BBC Brasil, alguns destacam que a não transferência acabou estimulando o desenvolvimento de tecnologias brasileiras.
É o caso do satélite CBERS-3, que será lançado na China em outubro, com o objetivo de monitoramento ambiental e controle da Amazônia: suas câmeras foram produzidas em São Carlos (SP), com tecnologia nacional da empresa Opto.
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Brasil prepara lançamento foguete em parceria com Ucrânia: "O Brasil prepara, para 2012, um feito inédito em seu programa espacial: pela primeira vez, irá colocar no espaço, a partir do seu próprio solo, um foguete com um satélite a bordo."
Friday, February 18, 2011
Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa
O negócio é o seguinte, a troca dos EUA pela Ucrânia neste tipo de parceria ocorreu justamente pela transferência de tecnologia, já no governo FHC. Nossos intelectuais, que devem entender tanto de tecnologia aeroespacial quanto eu alegaram se tratar de um atentado contra a soberania nacional. E aí? A Ucrânia também não passou e não adianta vir com desculpinha de que isso estimulou o desenvolvimento tecnológico próprio, pois por que o mesmo não poderia ser atingido com um acordo com os EUA, então? A única razão válida seria a de se a Ucrânia pagasse mais pela locação de Alcântara, o resto é nacionalismo patológico. O que importa é quanto paga a Ucrânia e quanto pagaria os EUA, para ver se valeu a pena. Dizer que somos "o sócio mais importante", que fazermos "uma parceria estratégica" é engambelação.
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