Saturday, December 29, 2012
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Friday, December 28, 2012
Notificação de infecção pelo HIV no Brasil passará a ser obrigatória - vida - geral - Estadão
Notificação de infecção pelo HIV no Brasil passará a ser obrigatória
Atualmente, médicos e laboratórios informam apenas registros de pacientes que possuem o vírus e tenham manifestado a doença
26 de dezembro de 2012 | 23h 00
O Ministério da Saúde vai tornar compulsória a notificação de todas as pessoas infectadas com o vírus HIV, mesmo as que não desenvolveram a doença. A portaria ministerial que trata da obrigatoriedade de aviso de todos os casos de detecção do vírus da aids no País deve ser publicada em janeiro.
Atualmente, médicos e laboratórios informam ao Ministério da Saúde apenas os casos de pacientes que possuem o HIV e tenham, necessariamente, manifestado a doença.
Os dados serão mantidos em sigilo. Somente as informações de perfil (sem a identificação do nome) poderão ser divulgadas para fins estatísticos.
Hoje, o governo monitora os soropositivos sem aids de maneira indireta. As informações disponíveis são de pessoas que fizeram a contagem de células de defesa nos serviços públicos ou estão cadastradas para receber antirretrovirais pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
O novo banco de dados será usado para planejamento de políticas públicas de prevenção e tratamento da aids. "Para a saúde pública é extremamente importante, porque nós vamos poder saber realmente quantas pessoas estão infectadas e o tipo de serviços que vamos precisar", explica Dirceu Grego, diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde.
A mudança ocorre quatro meses após o governo anunciar a ampliação do acesso ao tratamento com medicação antirretroviral oferecido pelo SUS. A prescrição passou a ser feita em estágios menos avançados da aids.
Desde então, casais com um dos parceiros soropositivo passaram a ter acesso à terapia em qualquer estágio da doença.
O ministério também recomendou que a droga seja ministrada de forma mais precoce para quem não têm sintomas de aids, mas possui o vírus no organismo – uma tendência na abordagem da doença, reforçada na última Conferência Internacional de Aids, realizada em julho deste ano nos Estados Unidos.
À época, o ministério calculou que o número de brasileiros com HIV fazendo uso dos antirretrovirais aumentaria em 35 mil. Atualmente, são cerca de 220 mil pacientes com aids.
Outras 135 mil pessoas, estima o governo, têm o HIV, mas não sabem. Elas estão no foco da mudança na obrigatoriedade de notificação, porque não foram ainda diagnosticadas. Segundo Grego, essas pessoas devem ser incorporadas ao tratamento.
Assim como ocorre quando os pacientes são diagnosticados com aids, caberá aos médicos e laboratórios avisar ao ministério sobre a descoberta de pessoas infectadas – os soropositivos.
Risco. Greco explica que como o tratamento passou a ser indicado antecipadamente, para pessoas que têm contagem de células de defesa igual ou menor que 500/mm3 e não só ao atingir 350/mm3 (quando há sintomas claros da aids), era necessário ampliar a notificação.
Isso porque o uso de antirretrovirais pode fazer com que a aids não se manifeste, mantendo número de CD4 (células de defesa do organismo) acima de 350/mm3, e os casos ficariam sem registro.
"Era grande o risco de começarem a desaparecer os casos de aids no Brasil", diz o diretor. "Porque se a gente diagnosticar mais precocemente o HIV e começar a tratar com antirretrovirais, a quantidade de células nunca vai chegar a 350/mm3. Então, os casos não seriam notificados."
Ele diz que a notificação compulsória ajudará a monitorar o avanço do combate à aids com "transparência". "O HIV não desapareceu. É importante que a infecção seja parte do processo, para mostrar que o problema precisa ser resolvido e as pessoas têm de se tratar. O tratamento precoce é um caminho para controle da epidemia", diz.
Notificação de infecção pelo HIV no Brasil passará a ser obrigatória - vida - geral - Estadão
Tuesday, December 25, 2012
Friday, December 21, 2012
Do the Rich Deserve to be Taxed? : The Freeman : Foundation for Economic Education
Sobre o 1% e os "híbridos monstruosos":
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Thursday, December 20, 2012
Videversus: Carvão deve superar petróleo em matriz global de e...
Carvão deve superar petróleo em matriz global de energia
Segundo Agência Internacional de Energia, mudança seria em 2022 e contribuiria para agravar problema do aquecimento global. O carvão deve superar o petróleo como principal fonte de energia no mundo em 2022, segundo um relatório da Agência Internacional de Energia. A mudança seria impulsionada por um aumento da demanda por energia na Índia e na China, grandes consumidores de carvão, em função do crescimento econômico e aumento da população desses países. "A parcela que o carvão representa na matriz energética global continua a crescer a cada ano", disse a diretora-executiva da IEA, Maria Van der Hoeven. A expansão do uso de carvão preocupa a IEA porque se trata de uma fonte de energia altamente poluente. De acordo com a organização, ampliar o uso de gás natural é a forma mais viável de reduzir as emissões de carbono no curto prazo.
Videversus: Carvão deve superar petróleo em matriz global de e...: Segundo Agência Internacional de Energia, mudança seria em 2022 e contribuiria para agravar problema do aquecimento global. O carvão deve s...
Videversus: Percentual de mulheres com nível superior é maior ...
Percentual de mulheres com nível superior é maior que o de homens, mostram dados do IBGE
Dados do Censo Demográfico 2010, divulgados nesta quarta-feira pelo IBGE, mostram que a frequência nas faculdades já é majoritariamente feminina, o que acaba se refletindo no mercado de trabalho. Entre o total de pessoas com 25 anos ou mais, 12,5% das mulheres e 9,9% homens tinham pelo menos o nível superior completo naquele ano. No mesmo grupo etário, entre as pessoas ocupadas, a diferença é ainda maior: 19,2% das mulheres tinham nível superior completo, enquanto na participação masculina o índice era 11,5%. Por outro lado, o percentual de pessoas sem instrução ou com o nível fundamental incompleto, com 25 anos de idade ou mais, é 49,3%. No ambiente urbano, o índice cai para 44%, mas nas áreas rurais chega a 79,6%. Na prática, significa dizer que oito em cada dez pessoas no campo, com 25 anos ou mais, têm no máximo o nível fundamental incompleto. O nível de empregabilidade está diretamente relacionado ao grau de ensino. O nível de ocupação das pessoas com 25 anos ou mais ficou em 51,8% para o grupo sem alfabetização ou com fundamental incompleto. Entre os que têm diploma de curso superior, o índice de ocupação chega a 81,7%. Entre crianças e adolescentes de 10 a 17 anos, a frequência escolar é inversamente proporcional à participação no mercado de trabalho. Segundo o IBGE, o nível da ocupação das crianças e adolescentes que não frequentavam escola atingiu 17,5% na faixa etária de 10 a 13 anos; 23,2% na faixa de 14 e 15 anos e 37,5% na de 16 e 17 anos. Já entre os jovens que estudavam, o número de trabalhadores era bem menor: 4,8% na faixa entre 10 a 13 anos, 11,7% na de 14 e 15 anos e 23,8% na de 16 e 17 anos.
Videversus: Percentual de mulheres com nível superior é maior ...: Dados do Censo Demográfico 2010, divulgados nesta quarta-feira pelo IBGE, mostram que a frequência nas faculdades já é majoritariamente fem...
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Taxa de assassinatos sobe em quatro regiões do País em nove anos
Das cinco regiões do País, quatro registraram alta na Taxa de Mortalidade por Homicídio (TMH) entre 2000 e 2009. No Norte, a taxa cresceu 82,3%, passando de 18,5 mortes por assassinatos para 33,8 mortes a cada 100 mil habitantes. No Nordeste, a alta foi 72,6% (19,4 para 33,5); no Sul, subiu 57,4% (15,5 para 24,4); e no Centro-Oeste, 10,6% (29,3 para 32,4). Os dados integram o 5º Relatório Nacional sobre Direitos Humanos no Brasil, divulgado nesta quarta-feira pelo Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEV/USP). Apenas o Sudeste apresentou queda de 40,4%. O número de mortes na região recuou 36,6 mortes para 21,8 mortes para cada grupo de 100 mil habitantes, conforme o levantamento do núcleo. Quem puxa essa incrível melhora dos dados na Região Sudeste é o Estado de São Paulo. O governo petista, instalado no poder há uma década, é o responsável direto por esse incrível aumento das taxas de violência no Brasil. No País, na era petista, morrem 50 mil brasileiros por ano devido a assassinatos. Nos Estados Unidos, em tantos anos de guerra no Afeganistão, o país perdeu pouco mais de 8.000 soldados. O Brasil perde 50 mil brasileiros por ano devido a assassinatos. É a mais violenta guerra civil do mundo sob a era petista. A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera zonas epidêmicas aquelas com mais de dez assassinatos por 100 mil habitantes. Em todo o Brasil, a taxa subiu 1,6% no período pesquisado, de 26,7 mortes para 27,2 mortes por 100 mil habitantes. Pode se dizer com toda certeza: os governos petistas são os reis dos assassinatos. De acordo com o relatório, Pernambuco, governado diretamente por um aliado do PT, liderava o ranking em 2000, com uma taxa de 54,8 assassinatos por 100 mil habitantes – taxa oito vezes maior em comparação a registrada no Maranhão, com 6,7 homicídios por 100 mil habitantes. Naquele ano, o Distrito Federal e dez Estados tinham taxa superior à média nacional, sendo três do Sudeste (Rio de Janeiro, São Paulo e Espírito Santo), dois do Nordeste (Pernambuco e Alagoas), três do Norte (Roraima, Amapá e Rondônia) e dois do Centro-Oeste (Mato Grosso e Mato Grosso do Sul). Os dados atuais mostram que esses Estados, com as maiores taxas em 2000, registraram reduções em 2009, com exceção de Alagoas e do Espírito Santo. As maiores quedas foram observadas em São Paulo, com redução de 62,31% (39,8 para 15); Roraima, com 32,93% (41,6 para 27,95); Rio de Janeiro, com 32,5% (46,7 para 31,5); e Mato Grosso, com 20,06% (39,5 para 31,65). Pernambuco apresentou queda de 19,89%, passando de 54,8 mortes para 43,9 mortes para grupo de 100 mil habitantes no período.
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Saturday, December 15, 2012
Insurgências asiáticas, vergonha europeia - Opinião e Notícia
Por que será que eu desconfio da veracidade desta notícia? Insurgências asiáticas, vergonha europeia - Opinião e Notícia. Dizer que a violência étnica atual na Ásia inteira é fruto do colonialismo europeu sugere que as longas e duradouras rivalidades não foram os fatores facilitadores da própria imposição do modelo europeu de estado-nação.
Friday, December 14, 2012
The Geography of U.S. Gun Violence
"The importance of gun control cannot be minimized. The state level is the appropriate level to examine this. And our previous state level analysis found gun deaths to be significantly lower in states with stricter gun control laws. We found substantial negative correlations between the rate of gun deaths and states that ban assault weapons, require trigger locks, and mandate safe storage requirements for guns."
The Geography of U.S. Gun Violence
Wednesday, December 12, 2012
O Futuro das Cidades
Este tipo de trilha mais confunde do que explica ao jogar vários cenários e situações de causalidades distintas, como se estivessem ligadas de alguma forma. Creio que não seja algo explícito, mas esta "complexidade de medos" faz parte de um espírito de nossa época.
IBGE disponibiliza dados de solo e recursos minerais da Amazônia Legal
Tuesday, December 11, 2012
A periferia de Israel
Em mais este excelente texto de Stratfor, a periferia de Israel é analisada e se chega a aparentemente paradoxal conclusão, para uma democracia ocidental, como é Israel, era mais fácil quando se lidava com ditaduras árabes, mais estáveis e previsíveis. Mas, algumas coisas se mantém, como a necessidade de um tampão no Sinai e linhas de defesa mais ao norte. Estas, no entanto, frágeis e estreitas demais.
Monday, December 10, 2012
Forbes: fortuna de Fidel quintuplicou desde 2003
Forbes: fortuna de Fidel quintuplicou desde 2003
15 de março de 2005 • 15h03
A revista Forbes, famosa por suas listas anuais sobre os milionários mais ricos do mundo, calcula que o líder cubano Fidel Castro tem uma fortuna pessoal de U$S 550 milhões, cinco vezes maior do que a cifra registrada há dois anos.
No último número da revista, a Forbes atribui a fortuna de Castro aos ganhos obtidos através de uma "rede de negócios de titularidade pública".
Assim, entre as operações mais lucrativas, a Forbes cita o Palácio de Convenções, o centro de convenções construído perto de Havana; o conglomerado de lojas a varejo CIMEX; e a Medicuba, a empresa que vende vacinas e outros artigos farmacêuticos produzidos em Cuba.
A revista lembra, além disso, que Castro, que "anda de forma exclusiva em um comboio de (automóveis) Mercedes-Benz negros", vendeu em 1993 a empresa estatal de rum Havana Club ao gigante francês de bebidas Pernod Ricard por 50 milhões de dólares.
Fidel Castro, 78 anos, é um dos nomes que aparecem na seleta lista da Forbes de reis e governantes, encabeçada pelo rei Fahd da Arábia Saudita, com uma fortuna calculada em U$S 22 bilhões.
Forbes: fortuna de Fidel quintuplicou desde 2003
O colapso da URSS
O Colapso da URSS
Tradução do artigo The Soviet Collapse, de Yegor Gaidar, publicado em 19 de abril de 2007.
O título do meu último livro [N.T. o livro de Yegor Gaidar], que eu gostaria de discutir hoje, pode ser traduzido como "O Colapso de um Império: Lições para a Rússia Moderna"(The Collapse of an Empire: Lessons for Modern Russia) [1]. Ele relata a história dos últimos anos da União Soviética. Mas quando escrevi sobre a URSS, tinha em mente os dilemas da Rússia contemporânea.
Há vários fatores que me fizeram escrever este livro. O primeiro foi o aumento nos preços do petróleo, que em termos reais começaram a se aproximar dos níveis do final da era de Brezhnev. O segundo foi a tendência perturbadora em mitificar o período final da URSS na atual sociedade russa e em sua cultura popular. Estes mitos incluem a crença que, apesar dos problemas, a URSS era uma superpotência mundial dinâmica até que usurpadores iniciaram reformas desastrosas. Ao menos 80% dos russos estão convencidos desta interpretação incorreta da história.
Historicamente tais mitos têm um precedente perigoso: a Alemanha no período entre a Primeira Guerra Mundial e a Segunda Guerra. Na época a lenda dizia que a Alemanha não tinha sido derrotada na guerra, mas "esfaqueada pelas costas" pelos judeus e pelos socialistas. De certo modo, o governo alemão da época tem sua parcela de culpa ao não publicar material sobre o que realmente aconteceu antes e depois da I Guerra Mundial.
Similarmente, o acesso a documentos sobre o colapso soviético está se tornando cada vez mais restrito, mas ainda podemos tornar públicos vários deles que podem explicar corretamente o que aconteceu ao nosso país.
Para ser sincero, eu jamais pensei que o livro -- metade feito de tabelas, gráficos e cópias de documentos oficiais -- pudesse ser um best-seller em meu país. Mas ele é, o que nos dá uma ponta de esperança.
OS GRÃOS
De maneira simplificada, a história do colapso da União Soviética pode ser contada como uma história de grãos e petróleo. Sobre os grãos, o ponto crucial que selou o destino da URSS foi o debate econômico de 1928-29, quando a discussão centrou-se no que mais tarde se chamaria de "Caminho Chinês" de desenvolvimento.
Por uma série de importantes indicadores sociais e econômicos, a URSS daquela época e a China do final dos anos 70 seguiram caminhos semelhantes (Figura 1). Na época, o líder do governo soviético, Aleksei Rykov, e o líder ideológico do Partido Comunista da União Soviética (PCUS), Nikolai Bukharin, defendiam a idéia de um caminho que incluía preservar tanto a agricultura privada quanto o mercado, assegurando estabilidade financeira -- mas mantendo o controle político do partido.
A liderança soviética escolheu outro caminho. A solução preferida por Joseph Stalin foi a desapropriação de terras dos camponeses, a coletivização forçada e a coleta de grãos. Bukharin e Rykov essencialmente disseram: "Num país de camponeses é impossível coletar grãos à força. Haverá guerra civil". Stalin respondeu: "Farei assim mesmo".
O resultado da política agrícola desastrosa implementada entre o final dos anos 20 e o início dos anos 50 foi a maior queda de produtividade experimentada por um grande país no Século XX. O problema-chave enfrentado pela URSS foi bem expressado na carta enviada por Nikita Khrushchev a seus colegas de liderança do partido. A carta dizia: "Nos últimos 15 anos não tivemos aumento na produção de grãos. Enquanto isso, estamos vivendo um aumento radical na população urbana. Como podemos resolver esse problema?"
Mais uma vez, discussões sérias surgiram entre os líderes soviéticos no início dos anos 1950, resultando em duas posições. A primeira era tentar melhorar a situação nas regiões agrícolas fora do fértil "Cinturão de Solo Negro", ao sul da Rússia. A outra idéia era resolver o problema usando o sistema de planejamento socialista: grandes projetos com uma concentração de recursos. Naturalmente, havia dúvidas se esta estratégia causaria flutuações ainda maiores no longo prazo.
Mas estas considerações foram ignoradas e a estratégia de aumentar drasticamente a área cultivada rendeu um sucesso temporário. De meados dos anos 1950 até o início dos anos 1960, a quantidade de grãos produzida aumentou significativamente. O problema era a quantidade limitada de terra cultivável e o crescimento contínuo das populações das grandes cidades. Assim, ainda nos anos 1960, as limitações deste plano tornaram-se evidentes.
Em 1963, Nikita Khrushchev enviou uma carta aos líderes do bloco soviético informando-os que não seria mais capaz de fornecer grãos. Naquele ano, a URSS comprou 12 milhões de toneladas de grãos, gastando para isso 1/3 das reservas de ouro do país. Khrushchev comentou: "O poder soviético não pode tolerar mais a vergonha que tivemos que passar" [2].
A produção estatal de grãos se estabilizou em 65 milhões de toneladas/ano dos anos 60 até os anos 80 (Figura 2). Isso era insuficiente para alimentar uma população que continuava crescendo. A Rússia, que antes da I Guerra Mundial era o maior exportador de grãos do mundo, passou a ser o maior importador.
Mikhail Gorbachev disse num encontro do CPSU: "Estamos comprando grãos porque não podemos sobreviver sem eles" [3]. Havia nações, como o Japão, que também importavam grãos e outros produtos agrícolas. Ao contrário da URSS, no entanto, esses países podiam exportar produtos manufaturados.
Porque a URSS não seguia o mesmo caminho? Porque a "industrialização socialista" resultou numa indústria soviética incapaz de vender produtos manufaturados. Nikolai Ryzhkov, presidente do Conselho de Ministros da URSS, expressou esse sentimento claramente em outro encontro de lideranças: "Ninguém compra nossa produção de máquinas. É por isso que estamos exportando apenas matéria-prima" [4].
O PETRÓLEO
As lideranças soviéticas deram sorte: exatamente ao mesmo tempo em que os problemas de falta de grãos surgiram, grandes campos de petróleo foram descobertos na região de Tyumen, na Sibéria.
Já em 1970, a Sibéria era considerada uma grande produtora de petróleo. Durante os próximos 12 anos a URSS aumentou a produção em 12 vezes. Os especialistas em petróleo avisaram o governo que aumentar a produção tão rápido poderia trazer problemas, mas não havia escolha.
Em 1975 a URSS começou a ter problemas com a produção: seria preciso fazer enormes investimentos para manter o mesmo nível de produção (Figura 3). No entanto, a União Soviética teve a sorte de conseguir preços excepcionalmente altos por seu petróleo a partir em meados dos anos 1970 (Crise do Petróleo de 1974).
O mercado de petróleo é peculiar por causa dos níveis variáveis de elasticidade da oferta e da procura tanto no curto quanto no longo prazo. As flutuações de preço são enormes (Figura 4). Há um conceito econômico muito bem conhecido chamado "choque externo".Nos EUA, a maior economia do mundo, o maior choque externo dos últimos 50 anos ocorreu em 1974, quando os preços do petróleo quadruplicaram e as Relações de Troca pioraram em 15%. Para a URSS, os preços estratoféricos do petróleo tiveram um impacto muito mais substancial no PIB, que podia ser medido em centenas de pontos percentuais. Começava ali o colapso do Império Soviético.
Ambições imperialistas baseadas em recursos tão instáveis não foram exclusividade da URSS. A "maldição dos recursos" foi bem analisada pela Escola de Salamanca com a experiência da Espanha nos Séculos XVI e XVII. A influência nos fluxos de ouro e prata das Américas para a Espanha é comparável ao impacto do faturamento com petróleo e gás da URSS (Figura 5). O Império Espanhol, sem perder uma única batalha em 50 anos, perdeu todas suas conquistas fora dos Pirineus, incluindo Portugal, e quase perdeu Aragón e Catalunha. Em 1989, também sem perder nos campos de batalha por 50 anos, a União Soviética perdeu o controle sobre o leste da Europa.
No final dos anos 1970 e início dos anos 1980, no entanto, os líderes soviéticos não estavam preparados intelectualmente para tirar lições da Escola de Salamanca. Com mais dinheiro, a URSS resolveu invadir o Afeganistão. A guerra mudou radicalmente a situação geopolítica do Oriente Médio. Em 1974 a Arábia Saudita decidiu impor um embargo no suprimento de petróleo aos Estados Unidos, mas em 1979 pediu proteção aos EUA, porque entendeu que a invasão do Afeganistão seria o início de uma tentativa soviética de controlar o petróleo do Oriente Médio.
O INÍCIO DO FIM
A início do colapso da União Soviética pode ser considerado o dia 13/09/85. Nesta data o Ministro do Petróleo da Arábia Saudita decidiu alterar radicalmente a política de preços do petróleo. Os sauditas "liberaram" o preço do barril, que tinha passado dos US$ 70 em 1980. Em pouco tempo estava menos de US$ 30.
Como resultado, a URSS perdeu cerca de US$ 20 bilhões, dinheiro sem o qual o país simplesmente não podia sobreviver. A produção de petróleo de 1985 era menos da metade da produção de 1975. A liderança soviética foi confrontada com uma difícil decisão sobre como se ajustar. Havia três opções, ou uma combinação de três opções, disponíveis.
Primeiro, dissolver o "império soviético" e efetivamente parar de subsidiar os países do bloco socialista, cobrando em dinheiro por petróleo e gás. Esta opção, no entanto, envolvia convencer a liderança soviética em 1985 a negar completamente os resultados da II Guerra Mundial. Na verdade, o líder que propusesse a idéia no Comitê Central do CPSU, na época, correria o risco de perder o cargo.
Segundo, reduzir drasticamente as importações soviéticas de comida em US$ 20 bilhões anuais. Em termos práticos, esta opção significaria a introdução de racionamento de comida em níveis similares aos vigentes durante a II Guerra Mundial. A liderança soviética sabia as conseqüências: a URSS não duraria um mês. Esta idéia nunca foi seriamente discutida.
Terceiro, implementar cortes radicais no complexo industrial-militar. Com esta opção, no entanto, a liderança soviética correria o risco de sérios conflitos com elites regionais e industriais, pois muitas cidades da URSS dependiam exclusivamente do complexo. Esta opção nunca foi seriamente considerada.
Incapaz de perceber qualquer uma das soluções acima, o governo decidiu adotar uma política de efetivamente ignorar o problema na esperança que ele desaparecesse. Ao invés de implementar reformas, a URSS começou a tomar empréstimos do exterior enquanto tinha crédito. De 1985 a 1988 o país fez pesados empréstimos, mas em 1989 a economia soviética parou.
AS DÍVIDAS
O dinheiro simplesmente desapareceu. Em 1989 a URSS tentou formar um consórcio de 300 bancos para fornecer um grande empréstimo, mas apenas 5 toparam e com isso o valor seria 20 vezes menor que o necessário. O governo recebeu um aviso do Deutsche Bank de que os fundos jamais viriam de bancos privados. Se a URSS precisava do dinheiro, teria que começar a negociar com governos do ocidente sobre créditos "políticos".
Em 1985, a idéia de que a URSS começaria a aceitar dinheiro em troca de concessões políticas soaria absurda. Em 1989 ela se tornou realidade, e Gorbachev entendeu a necessidade de pelo menos US$ 100 bilhões do Ocidente para movimentar a economia soviética. De acordo com o Presidente do Comitê de Planejamento Central, Yury Maslyukov:
Quando a situação da URSS é examinada do ponto de vista financeiro e contábil, as políticas de Gorbachev na época são muito mais fáceis de entender (Figura 6). Os empréstimos de governo para governo são feitos com condições rígidas. Por exemplo, se os militares soviéticos tivessem esmagado as manifestações do Partido Solidariedade em Varsóvia, a URSS não teria recebido os US$ 100 bilhões do Ocidente. O bloco socialista era estável enquanto a URSS tinha a prerrogativa de usar tanta força quanto necessária para reestabelecer o controle, como demonstrado na Alemanha, Hungria e Tchecoslováquia. Mas em 1989, as elites polonesas entenderam que os tanques soviéticos não seriam usados para defender o governo comunista.
Gorbachev não precisou dizer ao presidente George H. W. Bush, no Encontro de Malta (1989), que não usaria a força. Isso já estava evidente na época. Seis meses depois do encontro não havia mais nenhum governo comunista no Leste Europeu.
Claro, o Ocidente estava cauteloso sobre apoiar movimentos de independência dentro da URSS. Quanto as autoridades da Lituânia foram à embaixada dos EUA em Moscou pedir ajuda, a resposta foi negativa. Quando os soviéticos tentaram usar a força para reestabelecer o controle nos Bálticos em 1991, no entanto, a reação do Ocidente -- incluindo os EUA -- foi bem direta: Faça como quiser, o país é de vocês. Mas se quiserem usar a força, esqueçam o empréstimo de US$ 100 bilhões".
Quais eram as opções de Gorbachev na época? Ele não podia dissolver o Império Soviético facilmente; os conservadores eram fortemente contra. Ele também não podia impedir a gradual dissolução do Império sem uso massivo de força. Mas ao usar a força ele perderia os recursos necessários do Ocidente, sem os quais Gorbachev não tinha chance de ficar no poder.
Essa charada era a origem do dilema de Gorbachev, forçando-o a fazer um acordo com os militares e com Boris Yeltsin. Os linha-dura da KGB e do Exército perceberam Gorbachev como fraco e deram um Golpe de Estado em agosto de 1991. Em 3 dias ficou claro que o plano havia falhado, pois mesmo se eles achassem uma divisão disposta a esmagar as passeatas contra os golpistas, isso faria os grãos aparecer? Iria o Ocidente dar rapidamente os US$ 100 bilhões?
Em 22 de agosto de 1991 a história da URSS chegou ao fim. Um Estado que não controla suas fronteiras ou forças militares nem tem fonte de receita simplesmente não consegue existir. O documento que efetivamente concluiu a história da URSS é uma carta do Vneshekonombank (Banco Estatal Soviético) informando que o Estado Soviético não tinha um centavo nos seus cofres [7].
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[1] Yegor Gaidar, Gibel' Imperii: Uroki dlya sovremennoi Rossii [The Collapse of an Empire: Lessons for Modern Russia] (Moscow: Rossiyskaya Politicheskaya Entsiklopedia, 2006), disponível em www.iet.ru/publication.php?folder-id=44&publication-id=8912.
[2] "Presidência do Comitê Central do Partido Comunista da União Soviética (PCUS). 1954-1964: Registros dos Encontros. Notas taquigráficas. Diretrizes.". 2ª Ed., v.1. p. 778.
[3] "Notas taquigráficas do Plenário do Comitê Central do Partido Comunista da União Soviética (PCUS), Janeiro 27-28, 1987". The Russian State Archive of Contemporary History (RGANI), fond [record group] 2, opis' [series] 5, delo [file] 45, list [page] 3.
[4] Nikolai Ryzhkov, Desyat' let velikih potryaseniy [Ten Years That Shook the World] (Moscow: Kniga. Prosveshchenie. Miloserdie, 1995), 229.
[5] Notas taquigráficas do encontro no escritório do Chefe do Conselho de Ministros da URSS, Nikolai Ryzhkov. "O postavke dlya gosudarstva nefti, gazovogo kondensata i nefteproduktov v 1991 godu." [Regarding the Deliveries for the State of Oil, Gas Condensate, and Oil Products in 1991]. State Archive of the Russian Federation. fond [record group] 5446, opis' [series] 162, delo [file] 379, list [page] 131-137, 143-149.
[6] Ibid.
[7] Memorando de A. P. Nosko, Chefe do Vneshekonombank [Banco Estatal da URSS] para o Comitê Estatal de Gerência de Operações da Economia Nacional da URSS. "Ob ischepanii likvidnykh valyutnykh resursov" [Sobre o Esgotamento de Recursos Líquidos em Moeda]. 26 de novembro de 1991. Arquivo Estatal da Federação Russa. fond [record group] 5446, opis' [series] 163, delo [file] 1504, list [page] 11-12.
O título do meu último livro [N.T. o livro de Yegor Gaidar], que eu gostaria de discutir hoje, pode ser traduzido como "O Colapso de um Império: Lições para a Rússia Moderna"(The Collapse of an Empire: Lessons for Modern Russia) [1]. Ele relata a história dos últimos anos da União Soviética. Mas quando escrevi sobre a URSS, tinha em mente os dilemas da Rússia contemporânea.
Há vários fatores que me fizeram escrever este livro. O primeiro foi o aumento nos preços do petróleo, que em termos reais começaram a se aproximar dos níveis do final da era de Brezhnev. O segundo foi a tendência perturbadora em mitificar o período final da URSS na atual sociedade russa e em sua cultura popular. Estes mitos incluem a crença que, apesar dos problemas, a URSS era uma superpotência mundial dinâmica até que usurpadores iniciaram reformas desastrosas. Ao menos 80% dos russos estão convencidos desta interpretação incorreta da história.
Historicamente tais mitos têm um precedente perigoso: a Alemanha no período entre a Primeira Guerra Mundial e a Segunda Guerra. Na época a lenda dizia que a Alemanha não tinha sido derrotada na guerra, mas "esfaqueada pelas costas" pelos judeus e pelos socialistas. De certo modo, o governo alemão da época tem sua parcela de culpa ao não publicar material sobre o que realmente aconteceu antes e depois da I Guerra Mundial.
Similarmente, o acesso a documentos sobre o colapso soviético está se tornando cada vez mais restrito, mas ainda podemos tornar públicos vários deles que podem explicar corretamente o que aconteceu ao nosso país.
Para ser sincero, eu jamais pensei que o livro -- metade feito de tabelas, gráficos e cópias de documentos oficiais -- pudesse ser um best-seller em meu país. Mas ele é, o que nos dá uma ponta de esperança.
OS GRÃOS
De maneira simplificada, a história do colapso da União Soviética pode ser contada como uma história de grãos e petróleo. Sobre os grãos, o ponto crucial que selou o destino da URSS foi o debate econômico de 1928-29, quando a discussão centrou-se no que mais tarde se chamaria de "Caminho Chinês" de desenvolvimento.
Por uma série de importantes indicadores sociais e econômicos, a URSS daquela época e a China do final dos anos 70 seguiram caminhos semelhantes (Figura 1). Na época, o líder do governo soviético, Aleksei Rykov, e o líder ideológico do Partido Comunista da União Soviética (PCUS), Nikolai Bukharin, defendiam a idéia de um caminho que incluía preservar tanto a agricultura privada quanto o mercado, assegurando estabilidade financeira -- mas mantendo o controle político do partido.
A liderança soviética escolheu outro caminho. A solução preferida por Joseph Stalin foi a desapropriação de terras dos camponeses, a coletivização forçada e a coleta de grãos. Bukharin e Rykov essencialmente disseram: "Num país de camponeses é impossível coletar grãos à força. Haverá guerra civil". Stalin respondeu: "Farei assim mesmo".
O resultado da política agrícola desastrosa implementada entre o final dos anos 20 e o início dos anos 50 foi a maior queda de produtividade experimentada por um grande país no Século XX. O problema-chave enfrentado pela URSS foi bem expressado na carta enviada por Nikita Khrushchev a seus colegas de liderança do partido. A carta dizia: "Nos últimos 15 anos não tivemos aumento na produção de grãos. Enquanto isso, estamos vivendo um aumento radical na população urbana. Como podemos resolver esse problema?"
Mais uma vez, discussões sérias surgiram entre os líderes soviéticos no início dos anos 1950, resultando em duas posições. A primeira era tentar melhorar a situação nas regiões agrícolas fora do fértil "Cinturão de Solo Negro", ao sul da Rússia. A outra idéia era resolver o problema usando o sistema de planejamento socialista: grandes projetos com uma concentração de recursos. Naturalmente, havia dúvidas se esta estratégia causaria flutuações ainda maiores no longo prazo.
Mas estas considerações foram ignoradas e a estratégia de aumentar drasticamente a área cultivada rendeu um sucesso temporário. De meados dos anos 1950 até o início dos anos 1960, a quantidade de grãos produzida aumentou significativamente. O problema era a quantidade limitada de terra cultivável e o crescimento contínuo das populações das grandes cidades. Assim, ainda nos anos 1960, as limitações deste plano tornaram-se evidentes.
Em 1963, Nikita Khrushchev enviou uma carta aos líderes do bloco soviético informando-os que não seria mais capaz de fornecer grãos. Naquele ano, a URSS comprou 12 milhões de toneladas de grãos, gastando para isso 1/3 das reservas de ouro do país. Khrushchev comentou: "O poder soviético não pode tolerar mais a vergonha que tivemos que passar" [2].
A produção estatal de grãos se estabilizou em 65 milhões de toneladas/ano dos anos 60 até os anos 80 (Figura 2). Isso era insuficiente para alimentar uma população que continuava crescendo. A Rússia, que antes da I Guerra Mundial era o maior exportador de grãos do mundo, passou a ser o maior importador.
Mikhail Gorbachev disse num encontro do CPSU: "Estamos comprando grãos porque não podemos sobreviver sem eles" [3]. Havia nações, como o Japão, que também importavam grãos e outros produtos agrícolas. Ao contrário da URSS, no entanto, esses países podiam exportar produtos manufaturados.
Porque a URSS não seguia o mesmo caminho? Porque a "industrialização socialista" resultou numa indústria soviética incapaz de vender produtos manufaturados. Nikolai Ryzhkov, presidente do Conselho de Ministros da URSS, expressou esse sentimento claramente em outro encontro de lideranças: "Ninguém compra nossa produção de máquinas. É por isso que estamos exportando apenas matéria-prima" [4].
O PETRÓLEO
As lideranças soviéticas deram sorte: exatamente ao mesmo tempo em que os problemas de falta de grãos surgiram, grandes campos de petróleo foram descobertos na região de Tyumen, na Sibéria.
Já em 1970, a Sibéria era considerada uma grande produtora de petróleo. Durante os próximos 12 anos a URSS aumentou a produção em 12 vezes. Os especialistas em petróleo avisaram o governo que aumentar a produção tão rápido poderia trazer problemas, mas não havia escolha.
Em 1975 a URSS começou a ter problemas com a produção: seria preciso fazer enormes investimentos para manter o mesmo nível de produção (Figura 3). No entanto, a União Soviética teve a sorte de conseguir preços excepcionalmente altos por seu petróleo a partir em meados dos anos 1970 (Crise do Petróleo de 1974).
O mercado de petróleo é peculiar por causa dos níveis variáveis de elasticidade da oferta e da procura tanto no curto quanto no longo prazo. As flutuações de preço são enormes (Figura 4). Há um conceito econômico muito bem conhecido chamado "choque externo".Nos EUA, a maior economia do mundo, o maior choque externo dos últimos 50 anos ocorreu em 1974, quando os preços do petróleo quadruplicaram e as Relações de Troca pioraram em 15%. Para a URSS, os preços estratoféricos do petróleo tiveram um impacto muito mais substancial no PIB, que podia ser medido em centenas de pontos percentuais. Começava ali o colapso do Império Soviético.
Ambições imperialistas baseadas em recursos tão instáveis não foram exclusividade da URSS. A "maldição dos recursos" foi bem analisada pela Escola de Salamanca com a experiência da Espanha nos Séculos XVI e XVII. A influência nos fluxos de ouro e prata das Américas para a Espanha é comparável ao impacto do faturamento com petróleo e gás da URSS (Figura 5). O Império Espanhol, sem perder uma única batalha em 50 anos, perdeu todas suas conquistas fora dos Pirineus, incluindo Portugal, e quase perdeu Aragón e Catalunha. Em 1989, também sem perder nos campos de batalha por 50 anos, a União Soviética perdeu o controle sobre o leste da Europa.
No final dos anos 1970 e início dos anos 1980, no entanto, os líderes soviéticos não estavam preparados intelectualmente para tirar lições da Escola de Salamanca. Com mais dinheiro, a URSS resolveu invadir o Afeganistão. A guerra mudou radicalmente a situação geopolítica do Oriente Médio. Em 1974 a Arábia Saudita decidiu impor um embargo no suprimento de petróleo aos Estados Unidos, mas em 1979 pediu proteção aos EUA, porque entendeu que a invasão do Afeganistão seria o início de uma tentativa soviética de controlar o petróleo do Oriente Médio.
O INÍCIO DO FIM
A início do colapso da União Soviética pode ser considerado o dia 13/09/85. Nesta data o Ministro do Petróleo da Arábia Saudita decidiu alterar radicalmente a política de preços do petróleo. Os sauditas "liberaram" o preço do barril, que tinha passado dos US$ 70 em 1980. Em pouco tempo estava menos de US$ 30.
Como resultado, a URSS perdeu cerca de US$ 20 bilhões, dinheiro sem o qual o país simplesmente não podia sobreviver. A produção de petróleo de 1985 era menos da metade da produção de 1975. A liderança soviética foi confrontada com uma difícil decisão sobre como se ajustar. Havia três opções, ou uma combinação de três opções, disponíveis.
Primeiro, dissolver o "império soviético" e efetivamente parar de subsidiar os países do bloco socialista, cobrando em dinheiro por petróleo e gás. Esta opção, no entanto, envolvia convencer a liderança soviética em 1985 a negar completamente os resultados da II Guerra Mundial. Na verdade, o líder que propusesse a idéia no Comitê Central do CPSU, na época, correria o risco de perder o cargo.
Segundo, reduzir drasticamente as importações soviéticas de comida em US$ 20 bilhões anuais. Em termos práticos, esta opção significaria a introdução de racionamento de comida em níveis similares aos vigentes durante a II Guerra Mundial. A liderança soviética sabia as conseqüências: a URSS não duraria um mês. Esta idéia nunca foi seriamente discutida.
Terceiro, implementar cortes radicais no complexo industrial-militar. Com esta opção, no entanto, a liderança soviética correria o risco de sérios conflitos com elites regionais e industriais, pois muitas cidades da URSS dependiam exclusivamente do complexo. Esta opção nunca foi seriamente considerada.
Incapaz de perceber qualquer uma das soluções acima, o governo decidiu adotar uma política de efetivamente ignorar o problema na esperança que ele desaparecesse. Ao invés de implementar reformas, a URSS começou a tomar empréstimos do exterior enquanto tinha crédito. De 1985 a 1988 o país fez pesados empréstimos, mas em 1989 a economia soviética parou.
AS DÍVIDAS
O dinheiro simplesmente desapareceu. Em 1989 a URSS tentou formar um consórcio de 300 bancos para fornecer um grande empréstimo, mas apenas 5 toparam e com isso o valor seria 20 vezes menor que o necessário. O governo recebeu um aviso do Deutsche Bank de que os fundos jamais viriam de bancos privados. Se a URSS precisava do dinheiro, teria que começar a negociar com governos do ocidente sobre créditos "políticos".
Em 1985, a idéia de que a URSS começaria a aceitar dinheiro em troca de concessões políticas soaria absurda. Em 1989 ela se tornou realidade, e Gorbachev entendeu a necessidade de pelo menos US$ 100 bilhões do Ocidente para movimentar a economia soviética. De acordo com o Presidente do Comitê de Planejamento Central, Yury Maslyukov:
"Entendemos que a única fonte de dinheiro é o petróleo. Se não tomarmos todas as decisões necessárias agora, ano que vem pode ser pior que nossos piores pesadelos. Os países socialistas podem ficar em situação crítica. Tudo isso nos levará a um colapso, e não somente nós, mas todo o nosso sistema."[5]Nesse meio tempo, a URSS começava a ter grande escassez de comida e entregas de grãos não estavam sendo feitas a grandes cidades. Um dos assessores mais próximos de Gorbachev, Anatoly Cherniayev, descreveu a situação em Moscou em Março de 1991:
"Se os grãos não puderem ser obtidos em algum lugar, uma fome em massa virá em Junho. Moscou nunca viu nada igual em sua história, nem nos piores anos" [6]O COLAPSO
Quando a situação da URSS é examinada do ponto de vista financeiro e contábil, as políticas de Gorbachev na época são muito mais fáceis de entender (Figura 6). Os empréstimos de governo para governo são feitos com condições rígidas. Por exemplo, se os militares soviéticos tivessem esmagado as manifestações do Partido Solidariedade em Varsóvia, a URSS não teria recebido os US$ 100 bilhões do Ocidente. O bloco socialista era estável enquanto a URSS tinha a prerrogativa de usar tanta força quanto necessária para reestabelecer o controle, como demonstrado na Alemanha, Hungria e Tchecoslováquia. Mas em 1989, as elites polonesas entenderam que os tanques soviéticos não seriam usados para defender o governo comunista.
Gorbachev não precisou dizer ao presidente George H. W. Bush, no Encontro de Malta (1989), que não usaria a força. Isso já estava evidente na época. Seis meses depois do encontro não havia mais nenhum governo comunista no Leste Europeu.
Claro, o Ocidente estava cauteloso sobre apoiar movimentos de independência dentro da URSS. Quanto as autoridades da Lituânia foram à embaixada dos EUA em Moscou pedir ajuda, a resposta foi negativa. Quando os soviéticos tentaram usar a força para reestabelecer o controle nos Bálticos em 1991, no entanto, a reação do Ocidente -- incluindo os EUA -- foi bem direta: Faça como quiser, o país é de vocês. Mas se quiserem usar a força, esqueçam o empréstimo de US$ 100 bilhões".
Quais eram as opções de Gorbachev na época? Ele não podia dissolver o Império Soviético facilmente; os conservadores eram fortemente contra. Ele também não podia impedir a gradual dissolução do Império sem uso massivo de força. Mas ao usar a força ele perderia os recursos necessários do Ocidente, sem os quais Gorbachev não tinha chance de ficar no poder.
Essa charada era a origem do dilema de Gorbachev, forçando-o a fazer um acordo com os militares e com Boris Yeltsin. Os linha-dura da KGB e do Exército perceberam Gorbachev como fraco e deram um Golpe de Estado em agosto de 1991. Em 3 dias ficou claro que o plano havia falhado, pois mesmo se eles achassem uma divisão disposta a esmagar as passeatas contra os golpistas, isso faria os grãos aparecer? Iria o Ocidente dar rapidamente os US$ 100 bilhões?
Em 22 de agosto de 1991 a história da URSS chegou ao fim. Um Estado que não controla suas fronteiras ou forças militares nem tem fonte de receita simplesmente não consegue existir. O documento que efetivamente concluiu a história da URSS é uma carta do Vneshekonombank (Banco Estatal Soviético) informando que o Estado Soviético não tinha um centavo nos seus cofres [7].
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[1] Yegor Gaidar, Gibel' Imperii: Uroki dlya sovremennoi Rossii [The Collapse of an Empire: Lessons for Modern Russia] (Moscow: Rossiyskaya Politicheskaya Entsiklopedia, 2006), disponível em www.iet.ru/publication.php?folder-id=44&publication-id=8912.
[2] "Presidência do Comitê Central do Partido Comunista da União Soviética (PCUS). 1954-1964: Registros dos Encontros. Notas taquigráficas. Diretrizes.". 2ª Ed., v.1. p. 778.
[3] "Notas taquigráficas do Plenário do Comitê Central do Partido Comunista da União Soviética (PCUS), Janeiro 27-28, 1987". The Russian State Archive of Contemporary History (RGANI), fond [record group] 2, opis' [series] 5, delo [file] 45, list [page] 3.
[4] Nikolai Ryzhkov, Desyat' let velikih potryaseniy [Ten Years That Shook the World] (Moscow: Kniga. Prosveshchenie. Miloserdie, 1995), 229.
[5] Notas taquigráficas do encontro no escritório do Chefe do Conselho de Ministros da URSS, Nikolai Ryzhkov. "O postavke dlya gosudarstva nefti, gazovogo kondensata i nefteproduktov v 1991 godu." [Regarding the Deliveries for the State of Oil, Gas Condensate, and Oil Products in 1991]. State Archive of the Russian Federation. fond [record group] 5446, opis' [series] 162, delo [file] 379, list [page] 131-137, 143-149.
[6] Ibid.
[7] Memorando de A. P. Nosko, Chefe do Vneshekonombank [Banco Estatal da URSS] para o Comitê Estatal de Gerência de Operações da Economia Nacional da URSS. "Ob ischepanii likvidnykh valyutnykh resursov" [Sobre o Esgotamento de Recursos Líquidos em Moeda]. 26 de novembro de 1991. Arquivo Estatal da Federação Russa. fond [record group] 5446, opis' [series] 163, delo [file] 1504, list [page] 11-12.
Postado por Alexsander Rosa às 04:15
[http://alexrosa.blogspot.com.br/2007/08/o-colapso-da-urss.html]
Sunday, December 09, 2012
Thursday, December 06, 2012
Venezuela é o país mais corrupto, diz relatório - EXAME.com
- Levantamento
- 05/12/2012 05:45
Venezuela é o país mais corrupto, diz relatório
Além do país liderado por Hugo Chávez, pesquisa de ONG aponta o Paraguai com um dos mais corruptos da América Latina
Berlim - Venezuela e Paraguai seguem como os países mais corruptos da América Latina, enquanto Chile e Uruguai se mantêm entre os mais transparentes, aponta um relatório publicado nesta quarta-feira pela ONG alemã Transparência Internacional (TI).
A edição de 2012 do já tradicional Índice de Percepção da Corrupção oferece um ranking regional com poucas variações na comparação com os relatórios dos últimos dois anos, mas faz uma advertência.
'A região saiu bem da crise mundial. Seu modelo econômico dá bons resultados macroeconômicos, mas não se traduz em uma melhora da qualidade de vida dos cidadãos. A América Latina é a região mais violenta, onde a desigualdade é maior', assegurou à Agência Efe o diretor da TI para as Américas, Alejandro Salas.
Figuram entre os mais transparentes Chile (72 pontos), Uruguai (72), Porto Rico (63), Costa Rica (54), Cuba (48) e Brasil (43). Na outra ponta da lista, aparecem Venezuela (19), Paraguai (25), Honduras (28), Nicarágua (29) e Equador (32).
Entre uns e outros, em ordem decrescente quanto à transparência, estão El Salvador (38), Panamá (38), Peru (38), Colômbia (36), Argentina (35), Bolívia (34), México (34), Guatemala (33) e República Dominicana (32).
Na escala global, Somália (8), Coreia do Norte (8), Afeganistão (8), Sudão (13) e Mianmar (15) são os países mais corruptos; e Dinamarca (90), Finlândia (90), Nova Zelândia (90), Suécia (88) e Cingapura (87), os menos castigados por este tipo de prática.
A TI, referência global na análise da transparência, adverte em seu informe que só um terço dos 176 países passou no exame, apesar do clamor cidadão contra estas práticas ter ganhado impulso no mundo todo por causa da Primavera Árabe.
'Após um ano no qual a atenção esteve sobre a corrupção, esperamos que os Governos adotem uma postura mais firme contra o abuso de poder. Os resultados do TPI demonstram que as sociedades continuam pagando o alto custo que representa a corrupção', afirmou em comunicado a presidente da TI, Huguette Labelle.
Venezuela é o país mais corrupto, diz relatório - EXAME.com
Wednesday, December 05, 2012
Sociedade civil e educação na América Latina
Sociedade civil e educação na América Latina
04 de dezembro de 2012 | 2h 07
ANDREA BERGAMASCHI
Uma revolução das boas está ocorrendo no mundo. Quem acompanha as notícias pela imprensa vai concordar que ultimamente não há um só dia em que não leiamos ou ouçamos algum novo dado ou opinião sobre educação. A sociedade espera mais da educação hoje, e isso é uma excelente notícia.
Recente pesquisa da Organização dos Estados Ibero-Americanos (OEI) mostrou o otimismo dos brasileiros com relação à educação no País para os próximos anos e deixou claro para os governos da América Latina aquilo que vimos considerando importante e prioritário: a questão educacional para o futuro da região. Já sabemos, por exemplo, que não conseguiremos potencializar o crescimento brasileiro e proporcionar melhores condições de vida para todos enquanto tivermos problemas de qualidade na educação pública nacional. A educação deve ser um tema prioritário no Brasil e nos demais países da América Latina que ainda figuram entre os mais desiguais do mundo.
A nova campanha mundial da Organização das Nações Unidas (ONU), anunciada no fim de setembro em Nova York, reforça essa ideia. A Education First, uma iniciativa do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, coloca a educação no centro de todas as demais metas de desenvolvimento e chama a atenção para o fato de que sem que todas as crianças e todos os jovens estejam na escola, aprendendo e consolidando valores para a cidadania, as Metas de Desenvolvimento do Milênio, também lançadas pela ONU, no ano 2000, estarão comprometidas.
De fato, a própria meta que trata da universalização da educação básica até 2015 está em risco. Em 2010 - ou seja, a apenas cinco anos desse prazo -, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) apontou que 61 milhões de crianças em idade de ingresso no ensino fundamental estavam fora da escola no mundo.
Até pouco tempo atrás, os modelos de desenvolvimento socioeconômico atribuíam aos governos toda a responsabilidade de buscar soluções para a educação. Hoje, impulsionada pelos ideais do desenvolvimento sustentável, a sociedade civil se entende como parte de um processo que envolve vários atores. Há um sentimento de corresponsabilidade. Atualmente sabemos que o tal "efeito cascata" sugerido nos anos 1980 e 1990 nem sempre se verifica, pois o desenvolvimento social não vem instantaneamente como consequência do econômico. É preciso agir intencionalmente e investir em áreas que garantam essa combinação, e a educação é uma delas.
Na América Latina, com o fortalecimento da democracia, surgiram organizações da sociedade civil para trabalhar com seus governos a fim de garantir uma educação de qualidade para todos e, mais recentemente, de monitorar os avanços e desafios educacionais em seus países. Além do Brasil, Argentina, Chile, Colômbia e México são exemplos dessa tendência.
O Educar 2050 realizou neste ano seu 4.º Fórum de Qualidade Educativa, promovendo importantes reflexões sobre a situação da educação na Argentina. O Educación 2020, nascido do movimento estudantil de 2008 que iniciou os debates sobre a desigualdade educacional do sistema chileno, é hoje umas das vozes mais fortes na busca pela qualidade com equidade na educação do país. O Mexicanos Primero, que trabalha com campanhas e mobilização desde 2005, acaba de lançar o relatório Ahora es Cuando, que propõe metas e estratégias para o enfrentamento dos desafios no México. No ano passado, a Colômbia reuniu líderes do setor privado, gestores públicos e imprensa para lançar a campanha Colombia, un País Unido por la Educación! para mobilizar a população em torno dos indicadores educacionais, inspirada no modelo brasileiro do Todos Pela Educação.
Em 2010, essas organizações se uniram a outras da região e formaram a Rede Latino-Americana de Organizações da Sociedade Civil pela Educação (Reduca), uma iniciativa apoiada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), para somar esforços e lançar uma voz regional para aumentar a participação da sociedade civil no acompanhamento dos indicadores educacionais e na busca de soluções para a educação em conjunto com seus governos. El Salvador, Equador, Guatemala, Honduras, Panamá, Paraguai, Peru e República Dominicana são os outros países da rede. E Nicarágua, Uruguai e Venezuela já demonstraram interesse em participar.
Segundo a Unesco, em 2009 a região deixava 23 milhões de crianças e jovens entre 4 e 17 anos fora da escola ou em risco de abandoná-la. No Brasil, são 3,7 milhões de crianças e jovens nessa situação. Por enfrentarem desafios parecidos os países latino-americanos têm a possibilidade de aprender uns com os outros e de promover uma consciência regional que coloque a educação em primeiro lugar.
No último encontro anual da Reduca, em agosto, foi aprovado o lançamento de uma campanha regional em 2013 para aumentar o interesse da sociedade civil pela qualidade da educação e mobilizar mais atores na agenda educativa, para que possamos dar o salto de que a América Latina precisa.
Os países que estão no topo das avaliações internacionais demonstram que é preciso transformar a educação num tema urgente. Em algum momento da História essas nações a colocaram em primeiro lugar, e em cada um delas a sociedade passou a acompanhar a sua evolução. Tratou-se de uma estratégia de longo prazo, contínua e consistente, que hoje reflete uma sociedade mais justa, com bons índices de saúde, renda e participação social.
As organizações da Reduca entendem essa urgência e estão comprometidas em garantir que em seus países a sociedade coloque a educação em primeiro lugar, para que a América Latina cresça de forma sustentável e com justiça social para todos.
* GERENTE DE PROJETOS ESTRATÉGICOS DO MOVIMENTO TODOS PELA EDUCAÇÃO
Sociedade civil e educação na América Latina - opiniao - versaoimpressa - Estadão
Tuesday, December 04, 2012
Egypt and the Strategic Balance
By George Friedman
Founder and Chief Executive Officer
Founder and Chief Executive Officer
Immediately following the declaration of a cease-fire in Gaza, Egypt was plunged into a massive domestic crisis. Mohammed Morsi, elected in the first presidential election after the fall of Hosni Mubarak, passed a decree that would essentially neuter the independent judiciary by placing his executive powers above the high court and proposed changes to the constitution that would institutionalize the Muslim Brotherhood's power. Following the decree, Morsi's political opponents launched massive demonstrations that threw Egypt into domestic instability and uncertainty.
In the case of most countries, this would not be a matter of international note. But Egypt is not just another country. It is the largest Arab country and one that has been the traditional center of the Arab world. Equally important, if Egypt's domestic changes translate into shifts in its foreign policy, it could affect the regional balance of power for decades to come.
Folha de S.Paulo - Opinião - Editoriais: Tragédia anunciada - 04/12/2012
Folha de S.Paulo - Opinião - Editoriais: Tragédia anunciada - 04/12/2012
Monday, December 03, 2012
Sunday, December 02, 2012
Beltrame: "Estamos entregando uma nova cidade para a cidade"
TV Estadão | 30.11.2012
O secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, reclama da lentidão com que os projetos sociais são feitos nas comunidades pacificadas e diz que elas deveriam ser priorizadas pela prefeituraFriday, November 30, 2012
Cotas: mau negócio tanto aqui quanto na Índia | Portal Mídia@Mais
(...)
Os gujjares do Rajastão, por exemplo, organizaram violentos protestos há dois anos contra a recusa do governo em declará-los "atrasadíssimos". Políticos ganham eleições na Índia prometendo o que antes era uma maldição, e isso leva a um forte aumento no número de castas consideradas atrasadas, décadas depois de essa designação perder seu verdadeiro significado econômico. A consciência de casta entre os jovens é mantida, em parte, graças às cotas, por isso um programa destinado a eliminar o sistema de castas é hoje visto por muitos como responsável por mantê-lo.
Por que apresentar um melhor desempenho ou mesmo lutar contra uma tradição que divide as pessoas desde seu nascimento em “categorias”, se é precisamente fazer parte de uma delas que pode garantir sucesso e ascensão social?
Cotas: mau negócio tanto aqui quanto na Índia | Portal Mídia@Mais
Thursday, November 29, 2012
IBGE :: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
Uma análise das condições de vida da população brasileira 2012Em sintonia com o compromisso de aprimoramento e atualização sistemática de seus produtos, o IBGE apresenta, nesta edição da Síntese, um conjunto mais integrado de indicadores sociais que permitem avaliar não só a qualidade de vida e os níveis de bem-estar das pessoas, famílias e grupos sociais, como também a efetivação de direitos humanos e o acesso a diferentes serviços, bens e oportunidades.A exemplo das edições anteriores, a questão da desigualdade permanece como eixo principal da análise das condições de vida. Nesta publicação, contudo, realizou-se um esforço adicional de organização temática dos indicadores com vistas à sua melhor articulação, inspirando-se, para tal, nas recomendações presentes no documento Report by the Commission on the Measurement of Economic Performance and Social Progress, apresentado, em 2009, pelos cientistas sociais Joseph E. Stiglitz, Amartya Sen e Jean-Paul Fitoussi. Neste relatório, o tema “qualidade de vida” inclui toda a gama de fatores que influenciam o que se valoriza na vida, alcançando aspectos além de seu lado material.É nesta perspectiva que se insere a Síntese 2012. Ela reúne em seis capítulos – Aspectos demográficos; Famílias e domicílios; Educação; Atividades pessoais, inclusive trabalho; Padrão de vida e distribuição de renda; e Direitos humanos – múltiplas informações sobre a ampla realidade social brasileira, acompanhadas de comentários que destacam, em cada uma dessas dimensões de análise, algumas das principais características observadas nos diferentes estratos geográficos e populacionais.Os indicadores estão ilustrados em tabelas e gráficos, para Brasil, Grandes Regiões e Unidades da Federação, e, em casos selecionados, também para Regiões Metropolitanas, visando a subsidiar políticas sociais específicas e ampliar o acesso da sociedade civil às estatísticas oficiais. São elaborados principalmente a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD, realizada pelo IBGE, e combinados a diversas outras fontes de dados, tanto internos quanto externos, incluindo pesquisas e registros administrativos.A publicação contém ainda um glossário com os termos e conceitos considerados relevantes para a compreensão dos resultados.O conjunto desses indicadores, também disponibilizado no CD-ROM que acompanha a publicação e no portal do IBGE na Internet, contribui para a compreensão das modificações nos perfis demográfico, social e econômico da população, possibilitando, assim, o monitoramento de políticas sociais e a disseminação de informações relevantes para toda a sociedade brasileira.
Tuesday, November 27, 2012
Friday, November 23, 2012
Sul e Sudeste perderam participação no PIB em 2010 - economia - brasil - Estadão
/Economia
Sul e Sudeste perderam participação no PIB em 2010
Segundo o IBGE, apesar da redução, somente o Estado de São Paulo respondeu por 33,1% da geração de riqueza no País
23 de novembro de 2012 | 11h 09
RIO - As regiões Sul e Sudeste perderam participação no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2010. A região Norte ganhou em 0,06 ponto porcentual sua fatia no PIB, seguida por Centro-Oeste (0,05 ponto porcentual) e Nordeste (0,05 ponto porcentual), informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Dessa forma, o montante do Sudeste recuou 1,3 ponto porcentual, enquanto a participação do Sul caiu 0,4 ponto porcentual. No entanto, as contas nacionais regionais mostram que a riqueza ainda é muito concentrada em poucas regiões. Apenas oito Estados responderam 77,8% de todo o PIB nacional. O Estado de São Paulo foi responsável por 33,1% da geração de riqueza.
A desconcentração industrial explica esse desempenho. "Houve uma desconcentração industrial. Algumas indústrias receberam incentivos para se instalar em outras regiões. São Paulo ainda concentra a indústria pesada, mas alguns setores têm recebido incentivos. Goiás, por exemplo, já tem 10% do valor adicionado da indústria automobilística. Tem também Bahia, Paraná", citou Frederico Cunha, gerente da Coordenação de Contas Nacionais Anuais do IBGE.
Entre 2002 e 2010, os Estados do Sudeste que mais perderam participação foram São Paulo, com uma queda de 1,5 ponto porcentual entre, e Rio de Janeiro, com recuo de 0,8 ponto porcentual no período. Em São Paulo, houve queda na participação nas atividades de geração de bens, agropecuária e indústria total. O setor industrial paulista perdeu participação nas quatro atividades: -0,7 ponto porcentual na indústria extrativa, -1,6 ponto porcentual na indústria de transformação, -5,3 ponto porcentual na construção civil e -3,7 ponto porcentual na geração e distribuição de energia elétrica.
Já o Rio de Janeiro reduziu sua fatia no PIB devido às oscilações no preço do petróleo no período. Segundo o IBGE, o estado também tem grande peso da administração pública, que costuma manter-se próxima da estabilidade em épocas de grandes oscilações do PIB.
"Nos estados que têm a administração pública muito pesada, ela tende a amortecer o resultado quando PIB cai ou quando cresce. Porque esses serviços e produtos da administração pública só crescem junto com a população, a menos que você esteja implementando um grande projeto de educação, por exemplo", explicou Cunha.
Nos Estados do Espírito Santo e Minas Gerais, houve ganho de participação no PIB, de 0,4 ponto porcentual e 0,7 ponto porcentual, respectivamente, em relação a 2002. O avanço foi causado pelo aumento do preço do minério, que tem grande importância sobre as economias dessas regiões.
A região Sul também reduziu sua participação no PIB entre 2002 e 2010, de 16,9% para 16,5%, com perdas na agropecuária do Rio Grande do Sul e do Paraná, onde também houve queda de participação na geração e distribuição de energia elétrica.
Em 2010, o PIB do Brasil cresceu 7,5% em relação a 2009. "O ano de 2010 para 18 Estados da federação foi o melhor ano em relação a volume. Apenas a região Centro-Oeste não teve o melhor resultado, porque Distrito federal não teve o melhor resultado", apontou Cunha.
Fonte: Sul e Sudeste perderam participação no PIB em 2010 - economia - brasil - Estadão