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Danielle Jordan / AmbienteBrasil
A água, um dos bens mais preciosos da natureza, está sendo celebrada durante toda esta semana. O Brasil como detentor da maior concentração de água doce do planeta tem grande responsabilidade.[O Brasil é “o maior detentor de água doce do planeta” em termos absolutos, mas não relativo. A Austrália por exemplo que tem cerca de 66% de seu imenso território sob domínios árido e semi-árido tem maior potencial hídrico por habitante, simplesmente por ter uma população pequena. Portanto, quando nos ufanamos de nosso potencial hídrico como um bem em si, raramente nos perguntamos sobre o como e quando tal recurso pode, efetivamente, ser disponibilizado à população.] A Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, antecipou a comemoração visitando, no dia 21, a exposição itinerante "Água para vida, água para todos", uma parceria entre a Agência Nacional de Águas (ANA), a ONG WWF (World Wildlife Fund) e o banco HSBC. A exposição é realizada na área externa do Expotrade, em Pinhais (PR), onde se realiza a 8ª Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica - COP8.
Marina comemorou, na ocasião, o desempenho do Brasil no Plano Nacional de Recursos Hídricos, lançado em meados de março, e destacou-o por ser o primeiro país latino-americano a atingir o objetivo do milênio estabelecido pela ONU.
[O Brasil ser “o primeiro país latino-americano a atingir o objetivo do milênio estabelecido pela ONU” está me cheirando a mero discurso eleitoral. Só se for de modo clandestino. Editorial do Estado de S. Paulo de 25 de outubro de 2003 dizia que para fugir das altas tarifas da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), consumidores residenciais, comerciais e industriais têm recorrido a caminhões pipa e poços artesianos. São milhares de poços artesianos espalhados pela metrópole que levarão a escassez do sítio.
No estado, estimativas feitas pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee), catalogaram 15 mil poços, mas estima que haja 40 mil. Na Grande São Paulo estima-se que sejam 12 mil, mas apenas 4,8 mil são catalogados. Se chega a essa discrepância pelo número de empresas que abastecem em caminhões-pipa que obtém água de poços com a quantidade dos registrados. Apenas 250 empresas são oficialmente reconhecidas no estado, as clandestinas atuam muitas vezes como limpa-fossas que extraem água de poços mal localizados e com transporte impróprio.
Se a Sabesp tem estimativas da atuação de clandestinos e sabe de sua origem em “poços mal localizados” é por que sabe quem, onde e como atuam. Algum indício de omissão ou corrupção aí?
“Hábitos de consumo conscientes” não são viáveis com o alto custo progressivo por categoria como querem (e fazem) as agências estatais.]
A exposição itinirante fica até o dia de hoje no Expotrade para os participantes da COP. A partir do dia 27, segunda-feira, até o dia 16 de abril, estará aberta ao público no Parque Barigui e recebendo a visitação de escolas. “É uma exposição importante que vai percorrer as cinco regiões do país até o final do ano”, explica Laís Vasconcelos, que atua no departamento de marketing da WWF, enumerando este entre os inúmeros projetos da instituição. A exposição tem capacidade para 60 pessoas por hora, atingindo o número de 400 visitantes diariamente. A grande movimentação da COP gerou bons resultados, segundo Laís. A ONG conta tambbém com um stand no pavilhão de exposições do Expotrade, onde apresenta seus projetos, realiza o lançamento de livros e estimula a associação à entidade através de contribuição mensal. “O benefício maior para o associado é saber que está fazendo a diferença com a nossa instituição em todo o país”, explica. Também no Expotrade, O Fórum Global da Sociedade Civil, seguindo a programação do Dia da Água, promoveu à tarde debate sobre o tema “O mundo real das águas, os poluentes e a biodiversidade: a vida pede passagem”. O evento, aberto ao público, fez parte da programação paralela às reuniões COP8. “Temos o direito a uma água pura”, disse a representante do Grupo de Trabalho Químicos do Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento - FBOMS -, Zuleica Nycz, que ressaltou a importância da população estar informada sobre a água que está consumindo. A Agência Nacional de Águas tem em sua agenda durante toda esta semana uma programação voltada para o tema. No México, o IV Fórum do Mundial da Água debate a questão desde o dia 16. Carlos Bocuhy, presidente do Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental - PROAM – e membro do Conselho Estadual de Meio Ambiente de São Paulo – Consema -, proferiu uma palestra na noite de ontem em Santo André (SP), falando sobre a necessidade de proteção da água e o desafio de abastecimento nas áreas urbanas. “Cinco milhões de pessoas morrem por ano por consumirem água poluída e um bilhão e 200 milhões de pessoas não têm acesso permanente à água potável”, destaca.A preservação da água depende da vontade de todos os cidadãos. Nesse contexto, a educação ambiental se torna uma ferramenta indispensável para que a população tenha conhecimento da importância da água e dos problema que sua falta pode acarretar. “A população pode criar hábitos de consumo conscientes, evitando o desperdício, além de ajudar a proteger as áreas de produção de água - mananciais”, sugere Bocuhy.Ações voltadas para a redução do desperdício e para o controle da poluição da água propostas pelo do Instituto de Defesa do Consumidor - IDEC:1. Para reduzir o desperdício de água:• diminuir o desperdício de água na produção agrícola e industrial, a partir do controle dos volumes de água utilizados nos processos industriais, da introdução de técnicas de reuso de água e da utilização de equipamentos e métodos de irrigação poupadores de água;• reduzir o consumo doméstico de água a partir da incorporação do conceito de consumo sustentável de água no nosso dia-a dia. Para tanto, é necessário que cada um de nós promova mudanças de hábitos (bastante arraigados e bastante conhecidos por todos), envolvendo, por exemplo, o tempo necessário para tomar banho, o costume de escovar os dentes com a torneira aberta, o uso de mangueira para lavar casas e carros etc...• reduzir o desperdício de água tratada nos sistemas de abastecimento de água, recuperando os sistemas antigos e introduzindo medidas de manejo que tornem os sistemas mais eficientes;2. Para reduzir a poluição decorrente das atividades agrícolas:• reduzir o uso de agrotóxicos e fertilizantes na agricultura;• implantar medidas de controle de erosão de solos e de redução dos processos de assoreamento de corpos de água, tanto em nível urbano como rural.3. Para reduzir a poluição das águas:• apoiar iniciativas que visem a implantação de sistemas de tratamento de esgotos, como forma de reduzir a contaminação da água;• exigir que o Município faça o tratamento adequado dos resíduos. Propor, por exemplo, a instalação de sistemas de coleta seletiva e reciclagem de resíduos sólidos; aterros sanitários, estações derecebimento de produtos tóxicos agrícolas e domiciliares, tais como restos de tinta, solventes, petróleo, embalagem de agrotóxicos, entre outros;• organizar-se. Os consumidores organizados podem pressionar as empresas para que produzam detergentes, produtos de limpeza, embalagens etc. que causem menores impactos ambientais. Clique aqui para ver a íntegra do "Manual de Educação para o Consumo Sustentável", do IDEC e Ministério de Meio Ambiente.* Foto de Denis Ferreira Netto - Marina Silva na Exposição Itinerante da WWF.
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