Em Major Interests of the State, Michael S. Rozeff afirma que o estado não é uma “organização humanitária”, o que cá entre nós não é nenhum achado fantástico. Dizendo o óbvio, mostra como a lógica estatal difere da corporação privada. Enquanto esta depende de sua competitividade e agradar o cliente objetivando o lucro, o estado se mantém pela força da lei, pelo monopólio e pelas taxações. Seu poder opressivo se perpetua intacto dentro de um país.
Embora, o estado seja imbuído por uma retórica humanitária, os custos dos programas assistenciais, por exemplo, vêm mais tarde. Em 1935, Franklin Delano Roosevelt endossava uma estrutura que previsse depressões assegurando a estabilidade das futuras administrações. O despotismo dos estados não garante sua rejeição. A URSS duraram mais de 70 anos, os EUA antes de sua independência ficaram sob jugo inglês por um século e meio, o Império Otomano por mais de seis séculos. E mesmo que se advogue os benefícios de um governo local, mais próximo do povo, isto não exclui a tirania como se viu nos Bálcãs. E mesmo em casos mais restritos como este, a separação e fragmentação são uma realidade tangível, como foi o caso entre Sérvia e Montenegro em 2006.
O estado se pretende uma estrutura rígida, mas movimentos de caráter subversivo sempre são realidade com a mobilidade do mundo (antigo e moderno) dada pelas migrações. Seja de curta duração histórica, como foi o caso soviético que se fragmentou em quinze repúblicas, seja de longa duração como foi o fim do Império Britânico que manteve suas colônias por três séculos, nenhum estado pode permanecer intacto e permanente.
Apesar de sua efusiva, embora tautológica argumentação não acredito em sociedade sem estado. Uma maneira de reduzir seu poder consiste justamente em controlar o que alimenta, ou seja, o nível e aplicabilidade de seus impostos.
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