Uma pergunta que os estudiosos da cartografia devem se fazer seria "em uma projeção do globo, isto é, em uma de suas representações planas onde ficaria o centro?" A escolha do centro já pode revelar um tanto de pretensão do cartógrafo, sua visão de mundo ou até ideologia se for o caso. Se a forma dos continentes revela o grau de apuro tecnológico disponível em dado momento histórico, o centro revela uma hierarquia de valores dada a quem quer que fique nele, ou o que fique nele. Óbvio constatar que nossa posição inicial, a de quem cria a projeção ou mapa é que é central, pois assim como o desenvolvimento infantil, podemos dizer que em matéria de cartografia somos verdadeiramente egocêntricos.
Para Homero e os antigos gregos, a Grécia ficava no meio de sua representação gráfica (e não poderia ser diferente), cercada por um grande "rio" chamado Oceanus. Eles consideravam a cidade de Delfos, próxima a vertente sul do Monte Parnassus como o centro do mundo e, claro, assim seria considerada o coração do mundo habitado. A fé também tinha seu lugar, lá ficava um dos mais poderosos oráculos da Grécia Antiga.
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