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a.h

Monday, April 07, 2008

Como debater o aquecimento?

Recebi a seguinte matéria de um amigo para dar minha opinião:






Caro Xxxxxx,

Não sou físico, mas percebo certas tendenciosidades das matérias. É nisto que me especializei.

Em itálicos, passagens do supracitado artigo:


As idéias defendidas por Svensmark formaram o principal argumento do documentário The Great Global Warming Swindle (A Grande Fraude do Aquecimento Global, em tradução livre), exibido pela televisão britânica, que intensificou os debates sobre as causas das mudanças climáticas atuais.


Bem... Sinceramente, não assisti ao documentário por inteiro. Mas, na primeira parte, nem vi este cientista ser citado e sim, vários outros que foram entrevistados. Tenho que conferir.


"Começamos este jogo por causa do trabalho de Svensmark", disse Terry Sloan, da Universidade de Lancaster.


Ficou claro? "Jogo." É disto que se trata, então?


"Se ele está certo, então estamos no caminho errado tomando todas essas medidas caras para cortar as emissões de carbono; se ele está certo, podemos continuar a emitir carbono normalmente."


Não. Mesmo que ele esteja certo, digamos. A redução das emissões de carbono não deixa de ser desejável, pois implica na redução da própria poluição. O que, diga-se de passagem, só pode nos beneficiar.


No curso de um dos ciclos naturais de 11 anos do Sol, houve uma frágil correlação entre a intensidade dos raios cósmicos e a quantidade de nuvens no céu. Mesmo assim, a variação dos raios cósmicos explicaria apenas um quarto das mudanças nas nuvens.


Bem, 1/4 não me parece nada desprezível. Tem que se verificar, agora, se este percentual é responsável pela mudança na média térmica global.


O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), em sua vasta avaliação sobre a questão feita no ano passado, concluiu que desde que as temperaturas começaram a aumentar rapidamente nos anos 70, os gases de efeito estufa produzidos pelo homem tiveram um peso 13 vezes maior no aquecimento global que a variação da atividade solar.


Muitas das bases (estações meteorológicas) utilizadas para obtenção de dados pelo IPCC são de cidades (e não, zona rural), o que, inevitavelmente, mostra uma elevação térmica. Quanto maiores são as cidades, a temperatura também aumenta. Fenômeno conhecido como "ilha de calor" gerado pela intensificação de edificações e pavimentação que reflete raios solares absorvendo o calor, além do smog gerado por chaminés e, principalmente, o tráfego. Em zonas temperadas, dependendo da estação, a diferença térmica entre áreas centrais e periferia urbanas pode chegar a cerca de 10ºC.


Até onde podemos constatar, ele não tem nenhuma razão para desafiar o IPCC - o IPCC está certo.


Ôps! Todos sempre tem "razão em desafiar". Esta é a essência da ciência. Não voltamos às dark ages para acatar de bico calado tudo que nos é impingido.

E não é porque X está errado que Y está, necessariamente, certo.

Sou cético quanto à teoria ora em voga.


P-O-R-É-M...


Considero um erro, tanto a divulgação sem réplica do mainstream, quanto o posicionamento ideológico contrário. No entanto, há duas formas de discutir o assunto:


1ª) discutir o que envolve as diversas posições, o que não deixa de ser interessante, bem explicado... Tal qual interesses envolvidos, objetivos, "quem ganha e quem perde" etc.


Veja que não descarto a primeira forma de debate que, penso, é a preferida aqui. Porém, achar que esta forma suprime a outra a seguir é um grave equívoco.


2ª) o verdadeiro debate é central e isolado disto. Há ou não há aquecimento atmosférico? Quais as principais "forçantes", no caso? E, se for o caso, qual o grau de influência humana nisto tudo.


Exemplo de fórum de debates do primeiro caso:



Exemplo de debates do segudo caso:

Fórum de debates, que engloba as duas perspectivas:

Ambientalismo Cético


Agora, sobre outra matéria na mídia impressa:


“Quando o furacão Ivan, categoria 5, atingiu os EUA em setembro de 2004, meteorologistas disseram que uma tempestade dessas dimensões acontece uma vez a cada cem anos. Com Katrina, a repetição agravada do fenômeno em apenas 11 meses já é citada por cientistas (como Sir David King, principal assessor científico do governo britânico) e ambientalistas (como Jörn Ehlers, da WWF alemã, e Ross Gelbspan, editor do jornal The Boston Globe) como mais um sintoma da deterioração do clima global.”


(“Furacão Globalizado”, Carta Capital)


Agora, dêem uma olhada no site da National Oceanic and Atmospheric Adiministration (NOAA):Names for Atlantic Tropical Storms em http://hurricanes.noaa.gov/prepare/title_basics.htm

Como o link não abre mais, trago este: http://www.nhc.noaa.gov/pastall.shtml


Agora, leiam lá que a Carta Surreal diz: “Quando o furacão Ivan, categoria 5, atingiu os EUA em setembro de 2004, meteorologistas disseram que uma tempestade dessas dimensões acontece uma vez a cada cem anos.”(“Furacão Globalizado”, Carta Capital) Quais cientistas? Fonte? Agora, do site da NOAA e o link acima vejamos aqui abaixo o que diz:



Qual é o intervalo de cada tempestade? 100 anos?!


Pena que o penúltimo link que postei não abre mais, pois daí vocês poderiam confirmar que os EUA têm mais de 10 tempestades tropicais por ano no Oceano Atlântico, Mar do Caribe e Golfo do México. Muitos destes permanecem sobre o oceano e cerca de seis se tornam “furacões”. E, a cada três anos, cinco grandes furacões atacam o litoral dos EUA, matando de 50 a 100 pessoas do Texas ao Maine. Sua força chega a mais de 110 mph. Após o Katrina, ainda tiveram o “R”, ou seja, o furacão Rita que atingiu a costa da Flórida.

When the winds from these storms reach 39 mph (34 kt), the cyclone is given a name. Years ago, an international committee developed six separate lists of names for these storms (The History of Naming Hurricanes). Each list alternates between male and female names. The use of these easily remembered names greatly reduces confusion when two or more tropical cyclones occur at the same time. Each list is reused every six years, although hurricane names that have resulted in substantial damage or death are retired. The names assigned for the period between 1999 and 2004 are shown below. The most deadly hurricane to strike the U.S.[http://www.ncdc.noaa.gov/oa/climate/extremes/2000/september/extremes0900.html] made landfall in Galveston, Texas on September 8, 1900. This was also the greatest natural disaster to ever strike the U.S., claiming more than 8000 lives when the storm surge caught the residents of this island city by surprise.



Isto estava no penúltimo link que, infelizmente, não consigo abrir.

Estes dados provam que os teóricos do aquecimento global antropogênico são farsantes? Por certo que não! Dentro da NASA e da NOAA há muita gente séria que acredita nisto. Há seriedade de ambos lados desta contenda científica.Não confundamos o debate científico em si com a paranóia conspiratória de direitistas anti-ciência contra o catastrofismo religioso nova era de ambientalistas antiamericanistas. A primeira destas disputas requer nossa atenção, a segunda, risos.

Novamente

Encontrei a tabela do link que não abriu:


Names for Atlantic Tropical Storms


1999
Arlene
Bret
Cindy
Dennis
Emily
Floyd
Gert
Harvey
Irene
Jose
Katrina
Lenny
Maria
Nate
Ophelia
Philippe
Rita
Stan
Tammy
Vince
Wilma
2000
Alberto
Beryl
Chris
Debby
Ernesto
Florence
Gordon
Helene
Isaac
Joyce
Keith
Leslie
Michael
Nadine
Oscar
Patty
Rafael
Sandy
Tony
Valerie
William
2001
Allison
Barry
Chantal
Dean
Erin
Felix
Gabrielle
Humberto
Iris
Jerry
Karen
Lorenzo
Michelle
Noel
Olga
Pablo
Rebekah
Sebastien
Tanya
Van
Wendy
2002
Arthur
Bertha
Cristobal
Dolly
Edouard
Fay
Gustav
Hanna
Isidore
Josephine
Kyle
Lili
Marco
Nana
Omar
Paloma
Rene
Sally
Teddy
Vicky
Wilfred
2003
Ana
Bill
Claudette
Danny
Erika
Fabian
Grace
Henri
Isabel
Juan
Kate
Larry
Mindy
Nicholas
Odette
Peter
Rose
Sam
Teresa
Victor
Wanda
2004
Alex
Bonnie
Charley
Danielle
Earl
Frances
Gaston
Hermine
Ivan
Jeanne
Karl
Lisa
Matthew
Nicole
Otto
Paula
Richard
Shary
Tomas
Virginie
Walter
São 10 grandes tempestades POR ANO. A cada 3 anos, 5 delas atacam o litoral dos EUA. Então, como?
“(...) meteorologistas disseram que uma tempestade dessas dimensões acontece uma vez a cada cem anos.”
(“Furacão Globalizado”, Carta Capital)
Meteorologistas do Mino Carta?

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