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EMPATE NO TANQUE
O álcool carburante verde-amarelo de orgulho já subiu 7% em média nesta primeira semana do ano novo, lucro novo. Mais 7% sobre o reajuste acumulado de 28% no ano que passou, na soma do anidro com o hidratado. Para a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) trata-se, no caso, de um mero capricho de mercado. A forte remarcação de 7% para um Brasil que já pensa em inflação abaixo de 5%. Não tem nenhuma justificativa pelo lado da demanda nem pelo lado da oferta.
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O consumo interno, mesmo com a explosão do bicombustível, em três de cada quatro carros novos, não tem passado de 6% ao ano. E a produção, por cima de quebras de safra, acaba de emplacar nova tiragem recorde de 17 bilhões de litros em todo o País. Com expectativa de 19 bilhões no ano-safra 2006/2007. leia Affaire álcool.
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A exportação tem crescido, mas ainda abaixo de 2 bilhões de litros em 2005. E mais: os custos gerais de produção, segundo a FGV, na safra encerrada, subiram 12% em média, contra o reajuste de 28% nos preços finais.
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Fechando a roda quadrada: os preços alternativos da gasolina contentaram-se com reajuste anual abaixo de 10%. Resultado: na balança do tanque do carro bicombustível, o álcool acaba de alcançar empate técnico com a gasolina.
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Assim sendo, eu vou de gasolina. (05/01/2006)
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AFFAIRE ÁLCOOL
Semana que vem, governo federal e usineiros se reunirão em Brasília para analisar a evolução do preço do álcool combustível nesta entressafra da cana-de-açúcar, visando encontrar forma consensual para impedir elevações do preço ao consumidor de combustível. O assunto está sendo examinado pelo Departamento de Cana-de-Açúcar e Agroenergia, do Ministério da Agricultura, pela Secretaria de Direito Econômico, do Ministério da Justiça, e pelo Ministério das Minas e Energia. Espera-se estabilização de preços, com queda de 30% até abril, com o início da nova safra de cana-de-açúcar. Atualmente as usinas vendem o litro do álcool anidro a R$ 1,10 e a R$ 1,00 o hidratado, com custo entre R$ 0,75 e R$ 0,80. Leia Empate no tanque.
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Informa a Única, entidade que reúne as usinas, que o preço médio do álcool hidratado em 2005 foi o segundo menor em seis anos. O preço médio pago ao produtor foi de R$ 0,74 por litro, deflacionado pelo IGP-M, e, de acordo com a professora e pesquisadora da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), Miriam Bacchi, da USP, "esse preço só está acima da média de 2004, de R$ 0,61 o litro. O preço médio de 2003 foi de R$ 0,78; enquanto o de 2002 foi de R$ 0,74; e os de 2001 e 2000, R$ 0,82 o litro". No site da entidade, as cotações desta semana para o litro de álcool hidratado são R$ 1,007 para o produtor, R$ 1,244 para o distribuidor e R$ 1,407 para o consumidor. O produtor recebe R$ 1,094 por litro de álcool anidro. Nota conjunta do MA e do MME, divulgada dia 4, diz não haver motivo para aumento nos preços do álcool e reitera-se a disposição do governo de buscar com os produtores meios para minimizar os impactos das elevações sazonais do produto, de forma que não interfiram no preço final do combustível ao consumidor. Diz a nota que s estoques existentes são suficientes para atender o mercado até o início da próxima safra. O estoque do setor privado é estimado em cerca de 4 bilhões de litros. Além disso, calcula-se que a cana-de-açúcar na safra 2005/2006 tenha chegado a 436,8 milhões de toneladas - a maior da história, 5,1% maior que a de 2004/2005. Do total, 394,4 milhões de toneladas destinam-se à indústria sucroalcooleira: 216 milhões de toneladas para a fabricação de 26,7 milhões de toneladas de açúcar e 178,4 milhões para a produção de 17 bilhões de litros de álcool (9,1 bilhões de litros de anidro e 7,75 bilhões de hidratado). Outros 42,4 milhões de toneladas serão usados para fazer cachaça, rapadura, açúcar mascavo etc. Esta previsão é do terceiro e último levantamento da safra de cana-de-açúcar, divulgado nesta quarta-feira, 4, pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), e realizado na primeira quinzena de dezembro por 76 técnicos que percorreram 305 municípios nas principais regiões de cultivo do produto, visitando 370 usinas e 60 entidades de classe para apurar o volume da colheita de cana. Foi usado o sistema Geosafras, de pesquisa por satélite, para estimar a produção. A seca reduziu a produção no Nordeste, no Paraná e Mato Grosso do Sul, baixando em 3% a previsão inicial, de 450,1 milhões de toneladas, divulgada em maio do ano passado. Os 5,1% a mais na produção representam 21,1 milhões de toneladas mais de cana sobre a colheita passada, que foi de 415,6 milhões de toneladas. A área plantada cresceu 4,5%, passando de 5,62 milhões hectares em 2004/2005 para 5,87 milhões em 2005/2006, enquanto a produtividade aumentou 0,60%, saindo de 73,8 para 74,3 toneladas por hectare. A região Centro-Sul fornece 85,7% da safra (374,4 milhões de toneladas) e a Norte-Nordeste, 14,3% (62,4 milhões de toneladas). O Estado de São Paulo lidera o setor, produzindo 266,5 milhões de toneladas. A Conab também estimou as exportações do setor sucroalcooleiro: embarques de açúcar em 2005 devem ter somado 17,5 milhões de toneladas, representando US$ 3,3 bi, e as vendas externas de álcool, 2,1 bilhões de litros (US$ 756 milhões). (05/01/2006)
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