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O presente blog, Geografia Conservadora servirá mais como arquivo e registro de rascunhos.
a.h

Thursday, July 05, 2007

Economia e política brasileira


Tabaco: Brasil deve tentar superar EUA, e não a China
Concorrer com a China é prejudicial à fumicultura

A indústria fumageira nacional tem dois grandes problemas: a China e os EUA. O gigante asiático fabrica 30% do tabaco produzido no mundo, duas vezes mais do que o Brasil, mas com qualidade muito inferior. E os EUA são considerados os líderes no cultivo do “Full Flavor”, como é conhecido o tabaco de melhor qualidade. “Se o Brasil tentar vender o fumo barato ele não vai ganhar, porque a China já domina o mercado”, afirma Robert Earl Jones, o presidente da Universal Leaf Tobaccos, de Santa Cruz do Sul (RS). Para ele, a melhor saída é agregar valor ao produto nacional. Como? Tentando roubar dos EUA a fama de maior produtor de tabacos de qualidade. A boa notícia é que a indústria brasileira não está longe de realizar a façanha. As últimas safras verde-amarelas atingiram um alto padrão de qualidade, na visão de Jones – que, nesta quarta-feira, foi o palestrante do evento Tá Na Mesa, realizado pela Federasul, em Porto Alegre.


A indústria fumageira, diz ele, tem boas perspectivas para o futuro. As exportações para o Extremo Oriente, que já representam 14% do total das vendas externas brasileiras, estão crescendo bastante. Na China e na Índia, o crescimento econômico está criando uma nova classe média-alta que não quer mais produtos convencionais – e sim, cigarros sofisticados, de qualidade. Eis um nicho interessante a ser preenchido pelos exportadores brasileiros. Jones também chamou atenção para o perfil de fumantes que mais cresce no mundo: mulheres jovens de classe média. Na Europa, os subsídios estão diminuindo e, com isso, os preços devem ficar menos competitivos. E outro importante exportador, o Canadá, vem reduzindo o volume de fumo produzido.

(Luiza Piffero)


Links relacionados:

Federasul

Universal Leaf Tobaccos


Educação
Bacharel, que nada. Técnico
Com a abertura de 150 novas escolas técnicas federais, o governo quer atingir a meta de criar 1 milhão de vagas até 2010 para atender à demanda das empresas por mão-de-obra qualificada


Frases
“O setor privado pode dar conta dos gargalos de infra-estrutura, desde que o governo e o emaranhado de legislações ambientais não atrapalhem.”
Ricardo Espírito Santo, gerente de projeto da Navegação Norsul.


“Existe algum artigo dizendo que pedir dinheiro emprestado é crime? É ilegal? Quem em sua vida não pediu um empréstimo a um amigo ou a um banco qualquer?”
Senador Joaquim Roriz, que poderá ser investigado por suspeita de recebimento de propina.


“Dinheiro não dá em árvore”.
Governadora Yeda Crusius, em relação ao pedido de suplementação de verba para a Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul


"Ninguém marca prazo para país nenhum tomar decisão”.
O ministro das Relações Institucionais, Walfrido dos Mares Guia, sobre o ultimato do presidente Hugo Chavez, da Venezuela, para o Congresso brasileiro ratificar o ingresso do seu país no Mercosul.


“É muito preocupante um produto da agroenergia avançando sobre um produto tão importante na alimentação brasileira”.
Silvio Porto, diretor de Logística e Gestão Empresarial da CONAB, sobre o avanço da cana-de-açúcar e do milho sobre área de trigo no Paraná.


Rápidas
(Dirceu Chirivino)
Bovespa bate recorde de negócios diários em junho
Em junho, a média de negócios diários na Bovespa bateu em R$ 5,3 bilhões, um recorde. O total de negócios movimentados no mês também foi inédito, chegando ao acumulado de R$ 105,2 bilhões. A operação de maior relevância realizada foi a oferta de fechamento do capital da Arcelor, efetivada em 4 de junho , que movimentou R$ 10,3 bilhões. As ações que tiveram maior giro financeiro em junho foram preferenciais (PN, sem direito a voto) das seguintes empresas: Petrobras, Vale do Rio Doce, Bradesco e Usiminas.
Soldadores tipo exportação
Salário superior a R$ 11 mil reais líquidos, acrescido de fundo de pensão e direito a acomodações de luxo, aulas de inglês e cursos de capacitação. Não, não se trata de nenhuma carreira glamouriosa. Os benefícios acima estão sendo oferecidos para vinte soldadores gaúchos contratados por uma refinaria de petróleo em Alberta, no Oeste do Canadá. A oportunidade surgiu graças a uma parceria firmada entre o Sindicato dos Soldadores do Canadá e o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil de Porto Alegre (STCC) no início deste ano. O acordo é acompanhado pela organização não-governamental Aliança Internacional Sindical Empresarial, com sede nos EUA, que combate o contrabando de trabalhadores. “Eles (os canadenses) têm mais de duas mil vagas para soldadores. Há outras duas mil para encanadores e pedreiros”, informa Ricardo Baldino, presidente do STCC, que estuda a formatação de outras parcerias semelhantes com países europeus.

A escolha dos gaúchos foi definida por dois motivos, segundo Baldino: as semelhanças climáticas entre as regiões e os traços étnicos e culturais dos sul-riograndenses. “Eles entendem que temos um biotipo que se adaptaria mais facilmente às condições do tempo, da cultura e do trabalho”, explica Baldino. Segundo o sindicalista, que visitou as instalações canadenses, trata-se de uma oportunidade única. “Além dos bons salários, não há custo com moradia, que inclui instalações de luxo, com sala de jogos, academia, refeitório e cozinha. Os trabalhadores ainda receberão seguro e fundo de pensão”, conta Baldino. Na primeira seleção realizada pelo sindicato gaúcho, mais de seis mil pessoas se candidataram às vagas disponíveis. (Tércio Saccol)

Florianópolis: superintendente da Floram pede “compromisso” com a preservação
Compromisso: esta é a chave para o desenvolvimento sustentável na ilha de Florianópolis, segundo a avaliação do novo superintendente da Fundação Municipal de Meio Ambiente (Floram), Itamar Pedro Bevilaqua. O novo líder da instituição – que ainda sofre o abalo de credibilidade causado pelos escândalos da Operação Moeda Verde – questiona a vontade da população em preservar a cidade. Bevilaqua acredita que o meio ambiente da capital catarinense só ficará à salvo se cada setor da sociedade assumir essa responsabilidade. Atualmente, lembra ele, 58% das edificações de Florianópolis têm irregularidades ambientais. O percentual sobe para 72% quando analisadas as instalações comerciais. “Conscientização é uma falácia, é preciso o compromisso de todos os segmentos sociais: empresários, políticos, comunidade”, avalia.

Bevilaqua assume a Floram após o afastamento do ex-superintendente Francisco Rzatki, apontado pela Polícia Federal como um dos envolvidos no esquema de venda de licenças ambientais desbaratado na Operação Moeda Verde. “Acabei aceitando o cargo porque acredito que o poder público pode e deve fazer o possível para preservar esta cidade”, declara.

A preocupação com o meio ambiente não é recente na vida de Bevilaqua. Ativista do Movimento Ecológico Livre e mestre em direito ambiental pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Bevilaqua ingressou na procuradoria municipal justamente para estruturar a sub-procuradoria de urbanismo e meio ambiente. “Conciliar crescimento econômico e preservação ambiental não é fácil, mas é um desafio que precisa ser encarado”, avalia.

Ele admite que a Floram, como a maioria das instituições ambientais que existem no país, não está aparelhada adequadamente. “Uma das minhas metas é estruturar um corpo técnico e de fiscais próprio da Fundação”, diz. Atualmente, a Floram trabalha com técnicos de outros departamentos da prefeitura cedidos e com a contratação de serviços terceirizados. “Os processos não caminham da maneira tão ágil como gostaríamos, mas isto não pode justificar a agressão ao meio ambiente”, declara Bevilaqua.
Um shopping de R$ 100 milhões – em 90 dias
O Balneário Camboriú Shopping, que deve abrir as portas até setembro deste ano, está prestes a se tornar um marco – não necessariamente no setor de varejo, mas no de construção civil. Quando for inaugurado, em 29 de setembro, o empreendimento do grupo Almeida Junior se tornará o recordista em tempo de execução – apenas 11 meses entre o primeiro alicerce e a conclusão. No último sábado (30 de junho), em uma festa realizada na estrutura já armada do complexo comercial, os primeiros espaços foram entregues aos locatários, que ingressam agora em um período de elaboração do projeto arquitetônico e finalização das lojas. “Entramos todos em uma corrida para cumprir o prazo”, diz o empresário Jaime Almeida Júnior, do grupo que já ergueu outros dois centros de compras – o Shopping Center Neumarkt, em Blumenau, e o Shopping Center Santa Ursula, em Ribeirão Preto.
Embora opere há 15 anos em São Paulo, o grupo é catarinense e está de olho na economia regional. Em junho, o empresário Jaime Almeida Júnior apresentou um projeto à Prefeitura de Chapecó para a construção de um shopping no Oeste do Estado. “Santa Catarina está em um momento promissor. Queremos primeiro concluir este empreendimento para depois partirmos para outro projeto”, afirma.
Ao todo, o Balneário Camboriú Shopping recebeu investimentos de R$ 100 milhões do grupo. A expectativa é de recuperar os recursos nos próximos dez anos. As lojas Renner, Centauro, C&A, Lojas Americanas e Marisa serão as cinco âncoras. Também estão previstas lojas de marcas como a francesa Lacoste, a belga Kippling e as nacionais Makenji, Arezzo, TNG e Hering. Ao todo, haverá espaço para duzentas lojas satélites.
Preço das terras no Paraná aumentou até 95% desde 2000
Da Agência Estado
Levantamento do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná mostra que as terras mecanizáveis do Estado tiveram valorização de 46% a 95% este ano, em relação a 2000. O ajuste, apesar de positivo, representa uma acomodação sobre os valores da terra alcançados em 2004. De acordo com o economista Dizonei Zampieiri, do Deral, em 2004 a valorização foi bem maior em função dos preços da soja, que dispararam por conta das grandes compras da China.
Desde 2004, a cotação da soja voltou aos patamares históricos e os preços da terra recuaram um pouco, mas permaneceram valorizados em relação a 2000. Os valores apresentados pelo Deral foram corrigidos pelo Índice Geral de Preços (IGP-DI), que mede os preços no atacado, da Fundação Getúlio Vargas. De acordo com Zampieri, os motivos para a valorização estão na qualidade do solo paranaense, proximidade com o porto e na boa infra-estrutura de escoamento da produção. O técnico aponta, ainda, a ausência de oferta de terras à venda e a renegociação das dívidas, que faz os negócios recuarem.
O economista descarta a influência da expansão da cana-de-açúcar sobre a valorização das terras no Paraná, porque o setor sucroalcooleiro não tem como hábito a aquisição de terras, e sim o sistema de arrendamento, que influencia pouco nas transações imobiliárias. "Certamente, está havendo uma migração de áreas parciais de pastagens e, em menor escala, de algumas áreas remanescentes de produção de grãos para a cana-de-açúcar, mas toda essa movimentação está ocorrendo sob o sistema de arrendamento", explicou. Além disso, desde 2004, a cana-de-açúcar subiu apenas 14%, o que não justificaria a valorização.

http://amanha.terra.com.br/ - Newsletter diária n.º 989 - 04/07/2007

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