A situação no Iraque pode ser entendida como um erro de antecipação ao tentar trazer a democracia a um país que ainda tem vários focos de insurgência e guerrilha. Segundo a análise da Stratfor o governo faria por bem terminar com uma coisa antes de iniciar outra. Se o NIE (National Intelligence Estimate) diz que em quatro anos de guerra, os alvos estratégicos não foram arquivados, isto parece apontar, contrariamente e subliminarmente, para uma vontade e intenção de seu arquivamento. O que parece querer dizer que a segurança nacional iraquiana (se é que esta era um objetivo estratégico) nunca foi uma prioridade.
Stratfor diz que temos que ter cuidado com que a comunidade de inteligência americana diz, mas é difícil crer que os estrategistas arrisquem suas carreiras por uma administração federal que é passageira, lhe restando apenas 18 meses para ir embora.
Por outro lado, temos que avaliar a fraqueza do rival regional. As negociações entre EUA e Irã pelo final da operação militar iraquiana não são, simplesmente, a imposição dos desejos de um dos lados do conflito. Aos americanos incomoda a perspectiva sombria de um buraco negro a drenar recursos do país indefinidamente sem explicitação objetiva do que se deseja com a guerra. Para Teerã, a possibilidade de sucesso americano com um governo pró-sunita (seu rival) no país vizinho é mais ameaçador do que uma pax americana em si.
Já torci pela ação americana no Iraque, mas o atual cenário não parece animar esta perspectiva.
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