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a.h

Wednesday, December 19, 2007

Terra e dinheiro vs. Fundamentalismos


Os EUA estão intermediando um novo processo de paz entre judeus e palestinos, mas desta vez com a concessão de uma linha de crédito aos segundos. Trata-se de uma ação conjunta entre governo e setor privado americanos que corresponde a US$ 400 milhões ao desenvolvimento da sociedade palestina.


Pragmaticamente se subentende que não há paz possível sem um setor privado forte. No curto prazo são 150 projetos, entre eles, planos de moradia. Isto vai de encontro ao que defende o economista peruano Hernando de Soto em seu excelente O Mistério do Capital, no qual argumenta que só depois de instituída e assegurada a propriedade privada, ela pode deixar de ser um "capital morto" e tornar-se um ativo. A maior garantia ao fluxo de capital mundial reside na propriedade imobiliária e é por aí que deve começar o plano de estruturação para o estado palestino.


O atual acordo visa um público-alvo de jovens em centros de treinamento esportivos e de desenvolvimento de habilidades técnicas, que é uma continuação de outro, anterior voltado para pequenas empresas palestinas no valor de US$ 228 milhões.


Não se pode fazer muito mais. As tentativas de convivência mútua já expiraram. Não há "dono legítimo" como sustenta ambos os lados. Os judeus nunca abandonaram aquela terra de todo. Se houve erro histórico, este foi da Inglaterra, a detentora imperial daquelas terras e da recém-criada ONU à época. Caso as migrações tivessem ocorrido de modo espontâneo, o imbróglio não teria ocorrido daquela forma. Foi um caso de indução ao conflito e agora não adianta reclamar sobre leite derramado. O mesmo se refere ao Tibet ou ao sudoeste dos EUA. São águas passadas. Uma solução ideal estaria na laicização do Estado de Israel e nos casamentos multiétnicos. Mas, de boas intenções há um lugar que está cheio...


A ação britânica também não teve uma tendenciosidade benigna para com os judeus. Não foi o caso... Os britânicos reprimiram duramente ambos grupos, judeus e palestinos. Lembre-mos que foram os próprios judeus que os expulsaram, pondo dois prédios abaixo lotados com oficiais de Sua Majestade.


Não podia dar certo...


Eu realmente não entendo religiões, nem mística... como a dos triângulos. Os amorosos, p.ex., só dão certo em literatura degenerada baiana. Assim também na política, como foi o caso da imigração judaica vs. nacionalismo árabe vs. administração britânica. Culpa? Um estado sempre tem alguma... À época parecia razoável, mas na lógica imperial ninguém tinha relações com tribos. Até hoje é assim... Foi um erro por certo, mas difícil de imaginar onde chegaria.


Os atuais acordos promovidos pelos EUA são uma boa iniciativa, pois solução ideal não é mais possível. Em sua constituição, a idéia de um estado bi-nacional para palestinos e judeus já é tosca. Estado é estado uno. Redundâncias à parte, isto por si só já expõe a falácia geopolítica que levaria a guerra. E o mais forte venceu quatro vezes. Em uma delas de modo exemplar até hoje. Se formos julgar, não por critérios morais, mas dando à César o que é dele, Israel ganhou e merece ter seu quinhão de terra árida. Caso encerrado. Os palestinos remanescentes, no entanto, precisam ser reintegrados à economia israelense, mas assim como os judeus devem colocar seus ídolos em stand-by. Templo deve ficar de fora do business e não o contrário. Rabinos e imãs em banho-maria já.


Antes de 1947, judeus e palestinos visitavam-se, íam às mesmas festas, assim como católicos, protestantes e umbandistas no Brasil. Ninguém lembra de seu deus quando está embebedando-se ou tomando suco de laranja quando dança. Para eles, naquele momento, havia um conceito mais flexível do que "deus queria". O equívoco foi gerado quando o estado mancomunou-se com a religião. Religião de estado foi no que se tornou o judaísmo naquelas plagas e seu contraditório, a religião em busca de um estado pelos palestinos. Enquanto a propriedade não for critério individual, pessoal, mas ligado a uma etnia, não haverá paz.

Se fores um palestino e tiver água embaixo do solo que assenta tua casa, serás enxotado. Isto está além de qualquer fé: é subsistência, básica. A questão é geopolítica, onde a religião é mero expediente para uma desigualdade jurídica. Resolva-se isto, mate-se todo terrorista e a paz vinga. Terrorista merece morte rápida e asséptica, sem ressentimentos... E que se dividam os frutos do trabalho segundo critérios racionais, no sentido weberiano, isto é, não tradicionais. E ajudaria muito algum mix interétnico.


Nesta altura do campeonato querer julgar "quem estava certo" e "quem estava errado" de nada adianta. Sem vitimização, o erro foi mútuo. As primeiras levas de judeus foram rechaçadas. A reação seria lógica. Agora, não se pode culpar os palestinos nem os judeus, mas está fora de cogitação perdoar Hamas i tutti quanti. Eles merecem mísseis na cabeça. Os árabes locais têm que ter grana. Grana, consumo corrompe and I like it!


A Jordânia há muito chutou os palestinos; o Egito também. Razões de Estado... A mesma lógica egoísta move indivíduos, mas tem que haver uma inserção básica no mercado. Com o apartheid étnico e palestinos tratados como zulus em bantustões temos apenas máquinas de reproduzir criminosos, tais quais favelas brasileiras.


Aqui em Florianópolis, nosso prefeito quis deslocar uma famosa favela para nosso bairro. Nossa associação foi terminantemente contra: nem aqui nem lugar nenhum. Dissipação, i.e., misturando o grupo se aprende costumes novos e a troca surge. Quando jovens de diferentes religiões namoram, costumam afrontar seus pais e um salutar conflitos de gerações indica a mudança vindoura. Nada como blasfemar um pouquinho...


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