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a.h

Tuesday, September 30, 2008

Desmatamento


O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA – foi eleito como o principal responsável pelo desmatamento da Amazônia em lista divulgada pelo IBAMA.

Da revista Veja em 1998:

A grande novidade no estudo do Inpe, além dos números, é a mudança no perfil dos devastadores da Amazônia. Até a década de 80, o desmatamento era feito por grandes empresas, em projetos agropecuários financiados pelo governo, por colonos que migravam do sul do país para os Estados de Rondônia, Mato Grosso e Pará. Agora, o fenômeno é outro. A migração acabou e os projetos agropecuários fracassaram. A destruição hoje se dá principalmente pelo cultivo de pequenas propriedades familiares na borda da floresta. Isso inclui áreas invadidas pelos sem-terra. Mais da metade dos desmatamentos pesquisados pelo Inpe tem menos de 100 hectares, uma área considerada pequena nos padrões amazônicos. Embora não se possa relacionar diretamente todos esses desmatamentos aos sem-terra, é a primeira vez que um levantamento científico aponta a ligação entre a agricultura familiar e a destruição da floresta. "Grande parte da responsabilidade da devastação que acontece hoje é dos sem-terra", afirma o presidente do Ibama, Eduardo Martins. "Os ecologistas não gostam de dizer isso, porque não é politicamente correto. No passado era muito mais fácil bater nos grandes fazendeiros e nos madeireiros." Segundo um levantamento do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, Incra, existe hoje na Amazônia um território do tamanho de Alagoas ocupado por 10.000 sem-terra. A primeira providência nessas invasões é sempre cortar áreas de mata nativa para obter remuneração imediata, antes do plantio da roça. Parte das toras é vendida clandestinamente para as grandes madeireiras que operam na região. A madeira menos nobre é queimada ou serve para a construção de barracos. Na região sudeste do Pará, o avanço do movimento dos sem-terra sobre o que resta de floresta já ameaça a última área verde da região, a reserva da Companhia Vale do Rio Doce, na Serra dos Carajás. Por estranho que pareça, as coisas pioram quando há assentamentos legais. Até hoje, uma das exigências do Instituto de Reforma Agrária, Incra, para comprovar a ocupação produtiva da terra é o desmatamento. Como Incra e Ibama não se entendem nesse assunto, na prática o governo continua incentivando a destruição da floresta nos assentamentos agrícolas.

Link original (não disponível):
http://veja.abril.com.br/040298/p_034.html

Versão em cachê:
http://209.85.165.104/search?q=cache:y4Tkg8h43dcJ:veja.abril.com.br/040298/p_034.html+inpe+desmatamento+par%C3%A1+pequena+propriedade&hl=pt-BR&ct=clnk&cd=5&gl=br

[Em Rondônia:] Para todos os períodos, pode-se observar diferenças entre as distribuições das áreas de pequenas e das grandes. Os desmatamentos em áreas de pequenas propriedades se concentram (entre 70% e 80%) nas proximidades das áreas desmatadas e das estradas e, decresce acentuadamente com o aumento das distâncias. Os desmatamentos em áreas de grandes propriedades se encontram mais uniformemente distribuídos do que em áreas de pequenas, porém, ainda com uma tendência de se localizarem próximos às estradas. Os desmatamentos em áreas de médias propriedades apresentam comportamento intermediário entre os de pequenas e grandes. A aplicação do teste estatístico de Kolmogorov-Smirnov com 5% de significância aponta para diferenças significativas entre as distribuições das pequenas e grandes propriedades. De acordo com a Tabela 1, o teste de Kolmogorov-Smirnov mostra que não há diferenças significativas no padrão de desmatamento entre as áreas de propriedades médias e pequenas, e médias e grandes. Assim, é possível inferir, com base na Figura 4, que para os períodos analisados, o desmatamento de pequenas propriedades ocorre mais próximo às estradas e às áreas anteriormente desmatadas, ao passo que os desmatamentos de grandes propriedades estão menos associados a estes fatores.

Fonte: http://marte.dpi.inpe.br/col/dpi.inpe.br/sbsr@80/2006/11.10.12.31/doc/6905-6912.pdf - a figura 4 é muito ilustrativa.

Outros dados com projeções:

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