A navegação no São Francisco não favoreceria apenas a economia. Mas, também a integração intra-nordestina. Um dos setores economicamente mais produtivos da região é o agronegócio. O barateamento do custo da infra-estrutura precisa beneficiar os produtores locais e, sobretudo, os consumidores que serão eternamente gratos.
E como estou longe de ser um ecologista xiita, não vejo problema que haja impacto ambiental contornável. O que entendo por isto é quando a natureza se recupera, i.e., mantendo sua biodiversidade para depois começar a aumentar populacionalmente novamente. É totalmente diferente construir no ecossistema da Caatinga do que acabar com ela. É totalmente diferente construir no rio e diminuir sua vazão em alguns metros cúbicos por segundo que acabar integralmente com o rio mudando seu curso.
Assim como a urgência em construir hidrovias, temos as ferrovias como outra necessidade. Um argumento recorrente é que estas levariam a perda de empregos no setor rodoviário de carga. Ferrovias podem não gerar tantos empregos como caminhões na sua condução, mas sem dúvida que estimulam o comércio regional ao ponto de gerar n-vezes mais empregos indiretos. E, ademais, os caminhões ainda são funcionais em distâncias menores e declives acentuados. Na verdade na verdade o bom mesmo não é uma modalidade de transporte, mas a inter-modalidade que combina diferentes tipos. P.ex.: ferrovia de Recife até Belém; hidrovia até os confins da Amazônia Ocidental e sopé andino; caminhão a partir daí até Quito.
Bem, não sou contra construir rodovias, mas realmente tenho que dar razão às críticas sobre a miopia do governo. Caso tivéssemos uma hidrovia ligando a Bacia do Prata (de Buenos Aires em diante) até Manaus passando pelo Pantanal teríamos um dos maiores desenvolvimentos que o Brasil e a América do Sul poderiam conhecer. Seria fantástico!
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