Observemos o mapa abaixo: o grande mar interior apresenta-se dividido entre Rússia, Cazaquistão, Azerbaidjão, Turcomenistão e Irã. A princípio, esta imensa área, considerada como a 2a maior reserva petrolífera mundial (após o Golfo Pérsico) é ladeada apenas pela Rússia e suas ex-repúblicas soviéticas, a exceção do Irã, um grande opositor da política externa americana. Tem tudo, aparentemente, para se tornar uma hinterlãndia de um bloco oriental anti-Otan que aumentaria ainda mais o monopólio de petróleo nas mãos do principal produtor regional, a Rússia que também conta com investimentos na maioria dos países da região.
Mas, não é bem assim...
Observando o segundo mapa vemos os acordos de exploração comercial (alguns em curso, outros somente em projeto) que visam, inclusive, garantir a exploração de hidrocarbonetos apontam noutro sentido.
Assim como a maior linha de transmissão encontra-se estendida da Ásia Central a Rússia ligando o Turcomenistão e Uzbequistão passando pelo Cazaquistão (em vermelho), temos um oleoduto alternativo (em verde) projetado de encomenda ao ocidente (em construção pela Inglaterra) que passará pelo Azerbaidjão, Geórgia (daí o real motivo do ataque russo) e Turquia, tradicional rival russa. E vejamos ainda que as ameaças assinaladas partem do Irã e seu presidente populista - Ahmadinejad -, do Tadjiquistão (também persa como o Irã) e do Afeganistão, onde a Al Qaeda parece ressurgir a partir de novas células talebãs.
Realmente, para assegurar os investimentos e fornecimento de petróleo da região, a Otan e o novo presidente americano terão que intensificar seus esforços no curto e médio prazos. No longo deverão diversificar sua matriz energética, o que não é um bom presságio para estes exportadores-dependentes de petróleo que poderão, mais dia menos dia ver o Sol se por sobre seu deserto mono-produtor.
No comments:
Post a Comment