O Talebã persiste atacando ferrovias afegãs, o que forçou o uso de rotas alternativas pelos EUA ao norte. Adicionalmente, acordos têm sido feitos com a Geórgia e países como Azerbaidjão, Cazaquistão e Uzbequistão. Além destas rotas no Cáucaso e na Ásia Central a partir da Europa, o Paquistão também é avaliado como possível rota, mas a tarefa de enviar alimentos, combustível e munição às tropas da Otan por este país têm sido difícil. ¾ da carga dos EUA e Europa vão até Karachi para depois prosseguir rumo ao Afeganistão. A menor rota por terra é paquistanesa. De Karachi, a maior cidade paquistanesa partem duas rotas:
1. Por Chaman, no sudoeste, na região de Kandahar;
2. Por Torkham, no noroeste, na passagem de Khyber.
Ainda há a facilidade política, pois se trata de um governo apenas, ao passo que as alternativas envolvem a costura com vários. Apesar da instabilidade atual, o Paquistão mostrou-se um importante aliado desde a campanha do Afeganistão em 2001. O fator energético também pesa: as refinarias paquistanesas abastecem as forças da Otan em operação na região, ao passo que o combustível de Baku no Azerbaidjão tem que passar pelo Cáspio e pelo Turcomenistão. Estas, por sua vez, se tornam mais importantes na medida em que as tropas da Otan se encontram mais afastadas da fronteira paquistanesa.
Até 2007, não se viu revoltas insufladas pelo Talebã no Paquistão. Mas, a ambigüidade do apoio de Musharraf, quem estendia uma mão para Washington e outra aos fundamentalistas deve ter forçado sua queda. A opção, consequentemente, é diminuir esta dependência logística. E isto, evidentemente, encarece a operação que precisa passar pelos portos da Geórgia e pelos europeus no Mar Negro. Dali prosseguem por ferrovias até o Azerbaidjão no Cáspio e depois até o Turcomenistão para então seguir por estrada ou até o Cazaquistão e Uzbequistão para a área ocupada.
Como se não bastasse a enorme dificuldade logística adicional, ainda há a possível interferência da Rússia nas operações. A Rússia trava uma queda de braço com as forças da Otan e os russos deverão exigir algo para garantir sua segurança regional. Após a invasão da Geórgia, a Rússia já insinuou, sutilmente, mas insinuou sobre a viabilidade das rotas utilizadas pela Otan em direção ao Afeganistão. E os governos uzbeque e turcomeno ainda são muito ligados a Moscou e, igualmente receosos da interferência americana na região. Uma alternativa pouco provável seria traçar um acordo com o Irã, rival do Talebã, mas nem tanto ao ponto de favorecer os interesses de Washington no Afeganistão.
No comments:
Post a Comment