interceptor

Novas mensagens, análises etc. irão se concentrar a partir de agora em interceptor.
O presente blog, Geografia Conservadora servirá mais como arquivo e registro de rascunhos.
a.h

Friday, October 07, 2005

IRAQUE 3

.
.
E se os Estados Unidos não tivessem invadido o Iraque?


por Daniel Pipes em 07 de outubro de 2005
Resumo: De maneira geral, os benefícios da guerra no Iraque relacionam-se principalmente às questões de segurança, e os prejuízos, às de posicionamento.
© 2005 MidiaSemMascara.org

Muitas coisas seriam diferentes se George W. Bush não tivesse tomado a decisão de invadir o Iraque.
.

Em alguns aspectos, a situação seria pior:
.

A população do Iraque ainda estaria sofrendo sob o jugo totalitário de Saddam Hussein. A economia precária, os carros-bomba e os conflitos étnicos que os iraquianos enfrentam atualmente são de longe males de menor gravidade se comparados à pobreza, à injustiça, à brutalidade e ao barbarismo que lhes determinava o destino entre 1970 e 2003.
.

A segurança da região estaria em risco. Saddam Hussein invadiu dois países (o Irã em 1980, o Kuwait em 1990) e lançou mísseis contra dois outros (Arábia Saudita e Israel); eram grandes as possibilidades de que ele voltasse a atacar, dessa vez, quem sabe, para interromper as rotas de petróleo do Golfo Pérsico. Além disso, ele patrocinava o terrorismo contra Israel e mantinha ligações com o regime facínora de Bashar al-Assad, da Síria.
.

A segurança dos Estados Unidos estaria ameaçada enquanto um megalomaníaco governasse o Iraque com os recursos para construir e a vontade de usar armas de destruição em massa. Saddam Hussein revelou tal disposição já em 1988, quando utilizou gases químicos inúmeras vezes, até mesmo contra o seu próprio povo (em um vilarejo nesse mesmo ano, matando 5 mil pessoas). Seus laços com a Al-Qaeda podem tê-lo decidido a cooperar com a organização para usar armas de destruição em massa contra os Estados Unidos.
.

Sob outros aspectos, porém, a situação poderia ser melhor se a guerra não tivesse acontecido:
.

As relações dos europeus com os Estados Unidos seriam mais satisfatórias hoje. Pesquisas e outros dados demonstram que a guerra do Iraque acirrou a hostilidade internacional contra os americanos como nunca desde 1945.
.

A guerra exacerbou as divergências entre os muçulmanos. Um poderoso processo de radicalização tornou-se visível não apenas na maioria dos países muçulmanos (Turquia, Jordânia e Paquistão são bons exemplos disso), mas também em países ocidentais (como o Reino Unido).
.

A política interna dos Estados Unidos seria menos irascível sem a guerra. A solidariedade que emergira do 11 de Setembro tinha-se dissipado antes que a guerra do Iraque começasse em março de 2003, mas a decisão de lhe dar início agravou as tensões, simbolizadas pela mordacidade evidente nas eleições presidenciais de 2004.
.

De maneira geral, os benefícios da guerra relacionam-se principalmente às questões de segurança, e os prejuízos, às de posicionamento. O mundo está mais seguro com Saddam à espera da sentença preso em uma cela, e também está mais dividido. A administração Bush prevaleceu militarmente, mas fracassou no plano político.
.

Feitas as contas, o saldo da guerra é mais positivo que negativo; a impopularidade e a acrimônia valem o preço de um governo que já não seja uma ameaça aos iraquianos e ao resto do mundo.
.

.

Publicado pelo Philadelphia Inquirer. Também disponível em danielpipes.org
Tradução: Márcia Leal.

Daniel Pipes é um dos maiores especialistas em Oriente Médio, Islã e terrorismo islamista da atualidade. Historiador (Harvard), arabista, ex-professor (universidades de Chicago e Harvard; U.S. Naval War College), Pipes mantém seu próprio
site e dirige o Middle East Forum, que concebeu junto com Al Wood e Amy Shargel — enquanto conversavam à mesa da cozinha de sua casa, na Filadélfia — e que hoje, dez anos mais tarde, tem escritórios em Boston, Cleveland e Nova York. Depois do MEF, vieram o Middle East Quartely, o Middle East Intelligence Bulletin e o Campus Watch, dos quais ele participa ativamente. Juntos, esses websites recebem mais de 300 mil visitantes por mês. Por fazer a distinção sistemática entre muçulmanos não-islamistas e extremistas islâmicos, Daniel Pipes tem sido alvo de ataques contundentes. A polêmica gerada por sua nomeação, em 2003, para o Institute of Peace pelo presidente George Bush apenas confirmou o quanto as idéias de Pipes incomodam as organizações islamistas e outros interessados em misturar muçulmanos e terrorismo. Daniel Pipes é autor de 12 livros, entre eles, Militant Islam Reaches America, Conspiracy, The Hidden Hand e Miniatures, coletânea lançada em 2003.

.
.

No comments:

Post a Comment