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Novas mensagens, análises etc. irão se concentrar a partir de agora em interceptor.
O presente blog, Geografia Conservadora servirá mais como arquivo e registro de rascunhos.
a.h

Wednesday, February 14, 2007

Energia emPACada e possibilidades do mercado externo

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Povo da montanha vai ter que esperar uma nova multinacional para aumentar a quota de milho e frango em suas áridas paragens:
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PETROBRAS DESCARTA AUMENTAR PREÇO DO GÁS BOLIVIANO
O diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, descartou nesta terça-feira alterar a política de preços de importação do gás natural boliviano, na véspera da visita ao Brasil do presidente da Bolívia, Evo Morales. "Essa é a nossa posição. Tem uma fórmula que rege o contrato, e é essa fórmula que deve se manter", disse Barbassa. A fórmula, que tem por base uma cesta de óleos do mercado internacional, ajusta trimestralmente o preço do gás importado da Bolívia, seguindo um contrato assinado em 1999 com prazo de 20 anos. (...)
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Quem expropria não é multinacional, mas os próprios estados-nacionais. Se bem que tem sempre exceção: negociar com gringo estadunidense inclui respeito aos contratos e como brinde, o aumento de produção da Petrobras; negociar com "líder da revolução bolivariana" implica em arcar com mudanças de regras no meio do campeonato.
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PETROBRAS QUER DUPLICAR SUA REFINARIA NO TEXAS
O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, disse nesta terça-feira que a empresa espera que sua refinaria na região de Houston dobre a capacidade para 200.000 barris por dia até 2010. Ele acrescentou que a unidade, uma joint-venture que tem a participação da Petrobras, será configurada para processar petróleo de alta densidade. A Pasadena Refining System Inc. opera a unidade, localizada em Pasadena, no Texas, ao longo do canal naval de Houston. Gabrielli disse ainda que a Petrobras não está preocupada com seu acordo de desenvolvimento conjunto com a Venezuela no campo de petróleo de Carabobo, no qual a estatal venezuelana PDVSA tem 60% de participação. O presidente venezuelano, Hugo Chávez, está pressionando petrolíferas estrangeiras para que entreguem à PDVSA o controle de 60% dos projetos nos campos de petróleo do Orinoco. No Brasil, a Petrobras tem 60% de uma refinaria que está sendo construída para processar o petróleo extraído de Carabobo. A PDVSA tem os 40% de participação restantes na unidade.
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Aleluia! Se depender do Ibama, vamos aos lampiões! Parece que quem governa o país de fato são só empresas.
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USINA ANTECIPA OPERAÇÃO E VAI GERAL 815 MW A PARTIR DE 2010
A hidrelétrica de Estreito, entre Maranhão e Tocantins, deverá entrar em operação em agosto de 2010 (...) Originalmente, a usina deveria iniciar sua operação entre 2008 e 2010, com nove unidades, mas a demora no licenciamento ambiental fez com que o cronograma fosse atualizado para 2012 (com a entrada de uma máquina a cada três meses), e agora antecipado, a pedido do consórcio formado pelas empresas Tractebel/Suez, a Alcoa, a Vale do Rio Doce e a Camargo Corrêa.
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O que mais emPACa a produção:
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INVESTIDORES CRITICAM QUE PAC NÃO TRATA DAS GRANDES QUESTÕES ENERGÉTICAS
Apesar da lista de obras de infra-estrutura energética, o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) deixou de contemplar "grandes questões" do setor elétrico, segundo avaliação do presidente do Instituto Acende Brasil, Cláudio Sales. A instituição representa os investidores do setor elétrico no País. "Na linha geral, todas as propostas do PAC vão em direção à contribuição", disse Sales, referindo-se, por exemplo, à redução do custo do financiamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que terá um impacto positivo em novos empreendimentos. Entretanto, Sales avaliou que faltou ao programa tratar de questões tributárias e medidas para melhorar o ambiente de investimentos no setor. Segundo o executivo, a carga tributária (impostos e encargos) do setor elétrico corresponde hoje a 43,7% em média da conta paga pelos consumidores. Ele também destacou como indispensável para estimular investimentos, a criação de melhores condições para o investimento privado, ou seja, condições mais competitivas e transparentes em relação às estatais, um ambiente de transparência e isonomia. Para os investidores, o ideal seria que as estatais abrissem seu capital e entrassem no Novo Mercado, de forma que tivessem compromissos de governança corporativa com a transparência, por exemplo. Outro problema tratado timidamente no PAC, segundo ele, foi o processo de obtenção de licenciamento ambiental, que atrasa o processo de investimento no setor elétrico. Sales afirmou que no caso de licenças prévias, o prazo chega a dois anos, enquanto o previsto pelo próprio Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente) prevê até 12 meses. Para licenças de instalação, o tempo de espera tem superado em sete a oito meses "o que seria razoável", o que pode comprometer o planejamento e as projeções de oferta de energia ao longo dos anos.
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Coisa bonita... quando se fala de energia e entrave burocrático no país, o presidente boliviano opina. Analogamente, sem entender que não bastam medidas econômicas ou liberação de fundos para o setor de energia, nosso presidente não só aceita declarações espúrias como espera que o problema educacional se resolva sem planejamento e ordem?
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LULA DIZ QUE LICENÇA AMBIENTAL PARA USINA NO RIO MADEIRA SAI EM 15 DIAS
O presidente Lula anunciou na reunião do Conselho Político, no Palácio do Planalto, nesta terça-feira, que em 15 dias estará concluído o licenciamento ambiental para a construção da hidrelétrica do Rio Madeira. Segundo o líder do PSB na Câmara dos Deputados, o deputado federal Márcio França, Lula disse que essa medida é importante, porque a geração de energia elétrica é o "cerne" do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). De acordo com ele, o presidente avaliou que quando começarem os procedimentos para a obra da hidrelétrica será uma forte sinalização para os investidores, e que isso poderá produzir efeitos maiores que os esperados no PAC. Ainda na reunião, Lula disse que estava decepcionado com o resultado final do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), porque apesar dos investimentos no setor, os números de rendimento dos alunos não foram positivos. Lula, segundo relato do líder do PSB, disse que pretende tomar providências com relação a isso. É sintomático que Lula tenha anunciado a emissão da licença ambiental para a usina hidrelétrica no Rio Madeira na véspera da chegada ao Brasil, em visita oficial, do presidente da Bolívia, Evo Morales. Ele se opõe à construção desta usina.
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Quando o preço do barril cai no exterior, parece uma boa saída a alta no mercado interno... assim, para que investir na produção e atingir auto-suficiência? Para derrubar preços? Isto não interessa a "maior empresa brasileira".
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LUCRO DA PETROBRAS ATINGE RECORDE DE R$ 25,9 BILHÕES
A Petrobras, maior empresa brasileira, anunciou nesta terça-feira que obteve lucro recorde de R$ 25,9 bilhões no ano passado, o que representa alta de 9% em relação a 2005 (R$ 23,7 bilhões). Nos nove primeiros meses do ano os ganhos haviam atingido R$ 20,7 bilhões. O lucro do quarto trimestre alcançou R$ 5,2 bilhões, uma queda de 27% em relação ao terceiro trimestre. Segundo a Petrobras, o resultado foi prejudicado pela queda dos preços do petróleo no mercado internacional, que tiveram uma redução média de preços de 14%. O diretor Financeiro e de Relações com Investidores da Petrobras, Almir Barbassa, disse que no fim do ano os custos foram mais elevados em razão de estoques adquiridos no terceiro trimestre. Além disso, ele afirmou que as exportações líquidas subiram particularmente nos últimos três meses do ano. Elas foram de 93 mil barris de óleo equivalente por dia no período e ficaram prejudicadas pela queda da cotação internacional da commodity. No ano, a Petrobras obteve superávit de 128 mil barris de óleo equivalente. No ano, o maior preço de venda de petróleo e de derivados (que subiu em média 20,45% ante 2006) foi o principal fator a explicar o lucro recorde. A produção de petróleo subiu 6% e a de derivados 2% em 2006. O volume de vendas internas registrou um incremento de 3%. A comercialização da gasolina cresceu 7% com a redução do percentual de álcool no combustível no ano passado e graças ao crescimento da frota de veículos. o lucro da Petrobras sofreu uma retração de R$ 1,450 bilhão, em 2005, para R$ 350 milhões, em 2006. Segundo Barbassa, as perdas são fruto de gastos na áreas de Exploração e Produção (poços secos e sísmica), sobretudo, nos Estados Unidos, além da elevação de impostos na Bolívia e redução de participação na Venezuela. Na Bolívia, o lucro da Petrobras caiu de R$ 250 milhões em 2005 para R$ 57 milhões em 2006. Na Venezuela, ele sofreu um decréscimo de R$ 164 milhões para R$ 94 milhões. "A valorização do real representou perdas de 9% nos ativos internacionais", afirmou Almir Barbassa. Com o resultado, a Petrobras vai propor aos acionistas dividendos que totalizam R$ 7,9 bilhões, o que equivale a R$ 1,80 por ação. No ano passado, a receita da Petrobras alcançou R$ 158,2 bilhões, o que representa um aumento de 16% sobre 2005. Já os investimentos da empresa atingiram R$ 33,7 bilhões, uma alta de 31% sobre 2005. Em 2007, eles são estimados em R$ 55 bilhões. A produção média de petróleo e gás da Petrobras no Brasil em 2006 foi de 1,777 milhão de barris por dia e o País não conseguiu atingir a auto-suficiência sustentável no ano passado. No ano anterior, a média ficou em 1,684 milhão de barris por dia. No mês de dezembro, a produção cresceu 1% sobre o volume produzido no mesmo mês do ano anterior e chegou a 1,832 milhão de barris por dia. Segundo a estatal, as principais razões para o aumento da produção são a entrada em operação dos poços ABL-68 e ABL-11, interligados à plataforma P-50 (Albacora Leste), e à entrada em operação da plataforma P-34, no Campo de Jubarte.
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Concordo com o possível sucesso do etanol no longo prazo, mas contar com a alta do preço do barril de petróleo para isso é, no mínimo, medíocre. Nunca é demais lembrar que se, para uma OPEP, as reservas já deveriam ter acabado (por que esta mentira sensacionalista inflaciona preços), para uma AIE ainda há petróleo para, pelo menos, um século. E, também não custa lembrar que quando se diz que um poço tem capacidade de extração para 10 anos, ele acaba produzindo por mais algumas décadas.
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DEMANDA DE ETANOL PODERÁ INFLACIONAR O PREÇO DOS GRÃOS
A União Européia, como os Estados Unidos e o Brasil, deseja que os biocombustíveis sejam incluídos na composição de boa parte dos combustíveis produzidos por seus países membros em proporção de até 85%, no caso do etanol. Essa tendência tem um efeito perverso: ela pode fazer crescer o preço dos cereais, porque cria uma fonte de procura alternativa, além dos alimentos para animais e seres humanos. O preço do milho mais que duplicou na bolsa de mercadorias de Chicago, em quatro meses, e arrastou com ele o da soja e os dos demais grãos. O problema é que em um momento no qual as matérias-primas das quais o etanol é extraído estão se valorizando, o preço do petróleo voltou a cair para entre US$ 50 e US$ 60 por barril, cotação à qual o etanol, ainda que subsidiado, não consegue equilibrar suas contas. Presos em um dilema que envolve custos em uma ponta e o mercado na ponta oposta, os biocombustíveis correm o risco de perder sua atratividade. Mas, Alain d'Anselme, presidente do Sindico Nacional dos Produtores de Álcool Agrícola (SNPAA) da França, não acredita nessa hipótese. A tendência de longo prazo do petróleo é de alta, devido ao inevitável esgotamento dos recursos fósseis. O preço dos grãos não aumentará em proporção semelhante, porque é possível elevar as áreas de produção e a produtividade agrícola de maneira extraordinária, e é possível substituir os vegetais usados como base para a produção do etanol (o milho, a cevada, a beterraba e, por fim, a biomassa). Rodolphe Roche, analista de matérias-primas na Schroders, uma administradora de fundos de investimento em Londres, acredita que o etanol resistirá a esses problemas. O custo não se compara ao do petróleo, mas "é preciso olhar além do preço", diz ele. Devido à confusão de tendências políticas vigente, os Estados Unidos desejam reconstruir sua independência energética. E o etanol representa uma maneira esplêndida de subsidiar a agricultura em um momento no qual as negociações da Organização Mundial de Comércio acarretam o risco de um corte obrigatório na assistência que eles propiciam a seus agricultores.
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Porto Alegre, 14 de fevereiro de 2007 - Videversus nº 649
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