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Novas mensagens, análises etc. irão se concentrar a partir de agora em interceptor.
O presente blog, Geografia Conservadora servirá mais como arquivo e registro de rascunhos.
a.h

Thursday, September 27, 2007





Quinta-feira, 27 de setembro de 2007 - Migalhas nº 1.748

Créditos de carbono
A BM&F realizou ontem o primeiro leilão de créditos de carbono em bolsa do mundo. Foram colocados à venda 800 mil certificados de emissão reduzida - os títulos negociados no ambiente do Protocolo de Kyoto - provenientes da captura e queima de 808.450 toneladas de gás metano no Aterro Bandeirantes. Os títulos foram comprados pelo banco holandês Fortis Bank NV/SA. (Clique aqui)

Migalhas rural
Migalhas dos leitores - Etanol, eta nóis...
"E por falar em Etanol (Migalhas 1.746 - 25/9/07 - "Lula lá"): 1 - Há quem diz que cana-de-açúcar é cultura de pobre; 2 - Açúcar não é o melhor alimento; 3 - Só países pobres é que dominam a cultura da cana; 4 - Desde o início do ciclo da cana no Brasil, sempre foi um setor super apadrinhado... Os Coronéis...; 5 - para cada litro de álcool, gera 70 de vinhaça utilizada como fertirrigação que deve ter limite de utilização para não tornar o solo 'cansado'; 6 - Quanto se gasta de energia para produzir um litro de álcool e quanto este álcool gera de energia; 7 - A frota de tratores, caminhões, a própria Usina quanto gasta de energia para um litro de álcool - qual o valor que ele tem como agregado para compensar tudo o que foi gasto. 8 - O quanto se gasta de água para limpar os quintais sujos de fuligem... e crianças nos prontos socorros para tratamento de sistema respiratório. 9 - A nossa população não sabe e nem tem idéia de como é o dia de um cortador de cana. 10 - O Fantástico de domingo passado mostrou um milésimo do que é. 11 - Nunca... em país algum... em tempo algum... tem-se um programa assim... 12 - Do Petróleo tudo se aproveita... e da cana...? E a coisa vai por aí afora... tem gente no Brasil que sabe tudo isto na ponta do lápis... é só pesquisar... Fica aí um desafio para algum Migalheiro."
Gestão ambiental
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Porto Alegre, 27 de setembro de 2007 - http://www.videversus.com.br/ - nº 804

BANCO HOLANDÊS PAGA R$ 34 MILHÕES POR CRÉDITOS DE CARBONO DA PREFEITURA PAULISTANA
A Bolsa de Mercadorias & Futuros realizou nesta quarta-feira o primeiro leilão de crédito de carbono no âmbito do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) instituído pelo Protocolo de Kyoto. Pelo documento, países desenvolvidos, além de se comprometerem com metas internas de redução de gases poluentes, têm condições de comprar crédito de carbono gerado por países em desenvolvimento. O banco holandês Fortis Bank NV/SA foi o vencedor do leilão, pagando 16,20 euros por tonelada de carbono equivalente. Como foram negociados 808.405 créditos de carbono da Prefeitura de São Paulo, a instituição financeira pagou pelos créditos o montante de 13,096 milhões de euros (quase R$ 34 milhões). Participaram do leilão 14 instituições estrangeiras. Esse crédito de carbono foi arrecadado pela Prefeitura de São Paulo através do controle do gás metano que deixou de ser lançado na atmosfera pelo Aterro Sanitário Bandeirantes, localizado em Perus, na zona norte, que representou um volume correspondido a 808.405 toneladas de dióxido de carbono. Nesse aterro foi instalado um sistema de captação dos gases produzidos pela decomposição das sete mil toneladas de lixo depositadas por dia, e que estão gerando energia elétrica.

PETROBRAS PRETENDE ALCANÇAR PARCERIAS EM 20 USINAS DE ÁLCOOL ATÉ 2012
A diretoria da Petrobras deve aprovar na próxima semana as cinco primeiras parcerias para produção de álcool pela estatal, localizadas em Goiás e Mato Grosso, informou o diretor de Abastecimento da empresa, Paulo Roberto Costa. Mais cinco novas usinas produtoras de álcool deverão ser anunciadas até o final do ano e outras dez no próximo ano. As cinco primeiras unidades produtoras, que envolvem também a plantação de cana-de-açúcar e produção de energia com o bagaço da planta, terão capacidade para produzir juntas 1 bilhão de litros de álcool por ano a partir de 2010 e investimentos totais de US$ 1 bilhão. "A idéia é ter em média uma produção de 200 milhões de litros de álcool por planta", disse Costa. A empresa terá, junto com a japonesa Mitsui, entre 20% e 30% de cada unidade produtora. "Vamos precisar de pelo menos mais quinze projetos (além dos cinco já selecionados) para atingir os 4 bilhões de litros de álcool do plano estratégico em 2012", disse o executivo. A Petrobras está analisando desde o início do ano cerca de 40 projetos para uma inédita produção de álcool no país pela empresa, que visa a exportação do combustível principalmente para o Japão, mas também busca outros mercados. Este ano, a Petrobras viu frustrada a meta de exportar pelo menos 850 milhões de litros de álcool depois de não conseguir fechar contratos de vendas para a Nigéria e a Venezuela.


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Por aí já dá para ter uma noção de quão importante ao mercado tem sido a questão ambiental. Quem afirma que isto é coisa "de esquerda" está mais por fora que casca de ovo! Comprar (e vender) créditos de carbono se tornou um negócio bastante próspero e que está apenas iniciando.
Na esteira disto tudo, até mesmo a Petrobras que, no passado, foi refratária ao álcool agora se vê às voltas com a implantação de usinas de etanol.
Mas, comentemos a "migalha do leitor":
1. "Cultura de pobre" não existe, o que existe é a cultura não aproveitada pelo rico. E que, no caso da cana, está em vias de;
2. Quem está pensando em plantar cana para produzir açúcar? Não é disto que se trata o novo surto sucro-alcooleiro;
3. "Só países pobres é que domina a cultura da cana"? Alguém aí já ouviu falar em Austrália?
4. Não são "coronéis" que estão investindo na cana atual. São empresários que sabem bem onde querem chegar. E, de mais a mais, todo setor agrícola tradicional brasileiro vigorou um certo coronelato;
5. Subprodutos do álcool, como o vinhoto, já são utilizados como fertilizante;
6. Se não gerasse mais energia do que é levado para produzir, não seria economicamente viável, ora bolas! Afinal, os próprios caminhões que transportam a cana podem utilizar o álcool combustível;
7. Já respondida no item anterior. Mas, cabe colocar que o que chamam de "subsídio" pode ser traduzido no Brasil como isenção fiscal, o que é correto;
8. Com certeza se gasta menos em hospitais que para tratamento dos que inalam o carbono expelido pelos motores à diesel e gasolina. Quanto à fuligem, esta é localizada nas áreas produtoras e, não disseminada nas áreas de consumo;
9. O dia do cortador de cana é menos duro do que se estivesse desempregado, especialmente no pobre Sertão Nordestino de onde provém a maioria deles;
10. O Fantástico é realmente estupidificante. Com a mecanização, o drama cessa, mas a questão correlata está é na falta de geração de empregos urbanos;
11. Estupidez. O New Deal americano foi muito maior e mais abrangente. Só a indústria bélica em países avançados é muito mais subsidiada. O próprio EUA têm desenvolvido extenso programa de introdução de usinas de etanol a partir do milho;
12. A tendência não é adotar uma única matriz, mas várias para que nos dêem flexibilidade e maior autonomia no consumo. Inclusive, benéfica do ponto de vista concorrencial. Comparar a cana ao petróleo consiste em sofisma puro: se formos apontar os malefícios da dependência do Oriente Médio e da Petrobras teremos aí uma pequena amostra de quão maléfica tem sido nossa exclusiva fonte de energia em hidrocarbonetos para o transporte.
Querer ser contra o governo por querer não é muito inteligente. Há que distinguir o que é certo do que é errado e, se há um dos poucos pontos positivos deste governo Lula, este é o incentivo ao etanol.

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