Trecho extraído de Introdução à Economia de N. Gregory Mankiw, terceira edição, capítulo 11 (Bens públicos e recursos comuns), p. 234.
Por que a vaca não está extinta
"Ao longo da história, muitas espécies animais têm sido ameaçadas de extinção. Quando os europeus chegaram pela primeira vez à América do Norte, mais de 60 milhões de búfalos perambulavam pelo continente. No entanto, a caça ao búfalo era tão popular durante o século XIX que por volta de 1900 a população havia caído para 400 animais antes que o governo decidisse entrar em ação para proteger a espécie. Hoje, em alguns países africanos, os elefantes enfrentam um desafio semelhante porque caçadores matam os animais para extrair seus dentes de marfim.
Entretanto, nem todos os animais que têm valor comercial estão ameaçados. A vaca, por exemplo, é uma fonte valiosa de alimento, mas ninguém teme que a vaca logo seja extinta. Com efeito, a grande demanda por carne bovina parece garantir que a espécie continuará a existir.
Por que o valor comercial do marfim é uma ameaça para os elefantes, ao passo que o valor comercial da carne protege as vacas? Isso acontece porque os elefantes são um recurso comum, enquanto as vacas são um bem privado. Os elefantes vagueiam livremente e não têm dono. Cada pessoa que caça ilegalmente está sujeita a um forte incentivo para matar todos os elefantes que encontrar. Como os caçadores são muitos, cada um deles tem pouco interesse em preservar a população de elefantes. As vacas, ao contrário, vivem em fazendas privadas. Cada fazendeiro emprega grandes esforços para manter a população de animais em sua propriedade porque colhe os benefícios desse esforço.
Os governos tentaram resolver o problema dos elefantes de duas maneiras. Alguns países, como Quênia, Tanzânia e Uganda proibiram que se matassem elefantes e vendesse marfim. Mas essas leis são de difícil aplicação e as populações de elefantes continuaram a diminuir. Já outros países, como Botsuana, Malavi, Namíbia e Zimbábue transformaram os elefantes em bens privados autorizando as pessoas a matá-los desde que estivessem dentro das propriedades privadas. Agora os proprietários de terras têm um incentivo para preservar os elefantes que estão em suas terras e, como resultado, as populações começaram a aumentar. Com a propriedade privada e a motivação dos lucros agindo em seu favor, o elefante africano talvez venha a estar algum dia tão livre da extinção quanto a vaca."
Os governos tentaram resolver o problema dos elefantes de duas maneiras. Alguns países, como Quênia, Tanzânia e Uganda proibiram que se matassem elefantes e vendesse marfim. Mas essas leis são de difícil aplicação e as populações de elefantes continuaram a diminuir. Já outros países, como Botsuana, Malavi, Namíbia e Zimbábue transformaram os elefantes em bens privados autorizando as pessoas a matá-los desde que estivessem dentro das propriedades privadas. Agora os proprietários de terras têm um incentivo para preservar os elefantes que estão em suas terras e, como resultado, as populações começaram a aumentar. Com a propriedade privada e a motivação dos lucros agindo em seu favor, o elefante africano talvez venha a estar algum dia tão livre da extinção quanto a vaca."
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