Os índios, seringueiros, ribeirinhos e outros povos da floresta começaram a cobrar a conta antiga dos mais de 150 milhões de hectares de floresta que se encontram ainda de pé na Amazônia por causa dos cuidados que eles têm com a biodiversidade da região. A cobrança começou nesta semana em Manaus, onde a Aliança dos Povos da Floresta está discutindo, durante um workshop latino-americano sobre mudanças climáticas, mecanismos de compensação pela preservação da grande floresta.
Ou seja, estando conscientes do papel que desempenham ao manter a biodiversidade, os recursos hídricos e o clima, as comunidades florestais, tanto do Brasil quanto dos outros países sul-americanos, querem ser recompensadas pelo importante serviço ambiental que prestam ao mundo.
No encontro de Manaus, que termina nesta sexta-feira, 05/04, 31 delegados, representando povos indígenas e populações tradicionais de dez países latino-americanos (Brasil, Colômbia, Costa Rica, Guiana, Guiana Francesa, Paraguai, Nicarágua, Venezuela, Suriname e Panamá) estão tentando chegar a um consenso para um posicionamento comum em relação aos mecanismos de compensação pela redução de desmatamento. Esses mecanismos deverão integrar as novas regras da Convenção do Clima após 2012.
Além dos representantes latino-americanos, o workshop conta ainda com cerca de 25 observadores, entre eles representantes do Fórum Permanente das Nações Unidas para Questões Indígenas, lideranças de comunidades da Indonésia (Ásia) e República do Congo (África), integrantes dos governos da Bolívia e do Brasil e de organizações não-governamentais da Inglaterra e dos Estados Unidos.
O Grupo de Trabalho Amazônico (GTA), que integra a União dos Povos da Floresta junto com a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia (Coiab) e o Conselho Nacional dos Seringueiros (CNA), considera ser este o momento certo para discutir os mecanismos de compensação para a preservação da floresta.
Mais informações em http://livrepensar.wordpress.com/2008/04/07/muito-justo-justissimo/
Bem, o negócio é o seguinte: muito se reclama da injusta interferência externa em nossas terras amazônicas. Pois bem... E esta? Não é outra interferência? Não é outro tipo, nefasto, de interferência?
Além das riquezas minerais no subsolo, do potencial agroecológico, da agricultura convencional (em áreas já abertas ou naquelas de manchas de cerrados ou campinaranas), da imensa “biblioteca genética” que poderia ser aproveitada para a indústria químico-farmacêutica (uma das mais rentáveis do mundo), quer dizer que o modelo para a Amazônia brasileira se resumirá numa espécie de “bolsa-preservação” onde nada poderá ser feito sem consultar fóruns internacionais presididos por organizações não-governamentais?
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