A influência ou oportunismo governamental com a temática ambiental não é novidade. Desde 1972, com a Conferência de Estocolmo que o debate ecológico tem a nítida presença de governos. Ocorre que naquela época, a preocupação se dava precisamente com a preservação de recursos naturais. Daí, o termo ‘preservacionista’ que, dado o radicalismo ongueiro atual, parece ter saído de moda. Por que é que é a questão... Em parte, porque a maior parte das organizações ambientalistas se compõe de socialistas reciclados que busca outro carro chefe para guiar suas idéias intervencionistas. Mas, não é só isto: alterações ambientais, dentre as quais, as presumidas mudanças climáticas são as que mais chamam atenção e, outras bastante evidentes, que resultam em impactos indesejados que prejudicam a todos indistintamente. De modo que é, no mínimo, temerário vociferar que se trata, tão somente e de modo simplório, de um ataque estatizante contra o capital privado. É muito mais do que isto. Externalidades não previstas (pois, não seriam externalidades se fossem devidamente previstas), prejudicam vários empreendimentos também. O próprio capital, em determinada situação, pode ser prejudicado pela ação de outro agente, seja estatal ou privado. Cabe conhecer o processo na íntegra, para que ações indenizatórias possam resultar em justas compensações (assim como danos à propriedade, p.ex.).
Na comunidade científica temos o dissenso, embora maior em alguns temas e, menor em outros. O que não procede é misturar os dois debates, o propriamente científico e, o político que envolve o aproveitamento com soluções de ocasião para temáticas complexas. Confundir os dois é o primeiro passo para a mistificação, como querer crer que só pela procedência das informações (ONU, Al Gore, James Hansen, NASA etc.), não são válidos ou dignos de investigação e apuração. Se há realmente oposição de peso e com conseqüência, tem que se bater de frente, isto é, discutindo os pressupostos, métodos e resultados das pesquisas que se pretende(sic) criticar. Há cientistas que tentam este caminho, como Richard Lindzen, Willie Soon, Philip Stott etc. Se obtêm sucesso ou não, não sou eu quem vou dizer, pois não passo de um leigo interessado e ignorante nesta ciência. O que não dá, que consiste numa estratégia evasiva, é criticar o que “está em torno” do debate verdadeiro, o contexto político de um conteúdo científico.
Acho que a maioria de nós aqui não tem conhecimento suficiente para se posicionar como céticos ou contrários, negacionistas etc. Minha alternativa (cômoda, é verdade) é mais apropriada: declaro-me um ignorante na matéria que preciso conhecer (muito) mais a fundo para saber opinar.
Eu, pelo menos, teria vergonha de parecer o contrário ao me manifestar arrogantemente como conhecedor do que sequer desperdicei em busca do conhecimento, do verdadeiro conhecimento.
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