Um dos motivos da Guerra de Secessão foi a ameaça dos Confederados formarem uma união com Cuba importando bens manufaturados da Inglaterra em detrimento do Norte Yankee. O que é isto senão protecionismo e dos pesados? Não nego que muitos dos países que clamam pelo livre-comércio, em determinado ponto ou período de suas histórias foram tão ou mais fechados do que nos acusam hoje em dia. Mas eu gostaria de deixar claro que eu discordo de quem crê que o protecionismo faça melhor do que uma abertura cada vez maior. A circulação de capitais que grassa nas economias centrais amplia, cada vez mais, o montante de recursos que têm para crescer. É isto que deve ser buscado. Se pontualmente tivermos que nos fechar a um ou outro produto para atingir alguma equivalência ou “justiça econômica”, que seja, mas sempre que possível deixando este caminho como 2ª ou 3ª opção.
E para boa parte dos casos de disputas comerciais existe a OMC. Um exemplo bem sucedido se deu quando do governo FHC, nosso ex-presidente defendeu justamente a Embraer contra as acusações da canadense Bombadier por quebrarmos regras de comércio internacional. “Como um país com as mais altas taxas de juros do mundo não vai prestar algum tipo de compensação às suas empresas...” ou algo do gênero foi dito por FHC por conta da ocasião. E ganhamos não só judicialmente, mas ganhamos comercialmente.
Agora não compensaria ganhar quando tínhamos camisetas a R$ 20,00 ou mais. Eu achei que estava vendo coisas quando seu preço chegou aos R$ 10,00. E não era nada estranho. Os anacrônicos éramos nós. O mercado brasileiro apenas ajustava-se um pouco a realidade mundial. Era isto o que ocorria. Muito se fala na perda de empregos por ocasião das privatizações, mas este tipo de afirmação provém do DIEESE e outros centros ligados ao poder sindical. Não dá para levar em consideração se não tivermos métodos de inferência de quantos empregos foram criados no setor informal e o que isto representou em aporte de renda. Eu nunca vi tantos pedreiros e profissionais liberais com celulares fechando serviços. Imagine como era antes? Seus mercados eram muito mais restritos por absoluta falta de comunicação. E o que se ganhou em termos de consumo? Boa parte do lucro de imobiliárias, p.ex., reside no monopólio da informação do setor sobre certas áreas, o que caiu muito com a divulgação de ofertas de imóveis na rede e possibilidade de fechamento de negócios diretos com os proprietários. Isto precisaria ser avaliado, devidamente levado em conta para nos interarmos de quanto passamos a ganhar para que se possa dizer que perdemos mais no saldo final.
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